por Andreas Lieber
(Tumblr)
ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
L’entrée, oui, l’entrée! Depois das muitas surpresas contidas no interior de “Coquilles”, na semana passada, Hannibal nos entrega mais um episódio cheio de revelações que, realmente, serve como entrée para o prato principal. Servindo como prato que anuncia o principal, uma entrée pode ser basicamente qualquer coisa e, em alguns países, são até mesmo consideradas o próprio prato. Seria esse o caso do sexto episódio da série? Sendo, até agora, o que mais se pode fazer uma ligação com The Silence of the Lambs, “Entrée” nos oferece memórias de Jack Crawford com uma trainee do FBI, embora não Clarice, mas que desempenha papel semelhante e serve como excepcional referência.
Quando uma enfermeira é morta de forma semelhante ao modus operandi do assassino conhecido como Chesapeake Ripper dentro do próprio hospital psiquiatríco para presos onde trabalha, Jack e Will se deparam com a possibilidade de que esse sociopata, há anos conhecido do FBI, já esteja preso e cumprindo pena pelo assassinato de sua mulher e família no dia de Ação de Graças. Embora o mesmo admita culpa, Jack, Will e a Alana não acreditam na história e resolvem usar Freddie Lounds, a jornalista, para averiguar a alegação ao publicar em seu tabloide que Chesapeake Ripper tinha sido realmente identificado. O que eles esperavam? Se o verdadeiro estivesse por aí, apenas esperando suas próximas vítimas, se irritaria com a imitação mal-feita do susposto assassino.
Em um episódio profundamente bem dirigido e com uma trilha sonora fantástica, a tensão é construída desde o início em uma escala constante, começando com Will revivendo o assassinato e arrancando os olhos da enfermeira com as mãos, passando pelos flashbacks de Jack com a trainee, Miriam (Anna Chlumsky de, adivinhem? Meu Primeiro Amor!), e chegando ao ápice com a morte da mesma e a descoberta do verdadeiro Chesapeake Ripper: quem mais seria se não o próprio Dr. Hannibal Lecter? Oui, l’entrée está servida!
Mais uma vez mostrando maestria de roteiro, a história se constrói absurdamente bem estruturada, com um Hannibal manipulador brincando com a cabeça e as lembraças de Jack e uma Alana Bloom cada vez mais forte e bem formada em suas características. Com espaço para todos nessa parte da história, vamos descobrindo meandros, medos, sonhos e lembranças esquecidas de nossos personagens. Os atores, novamente, nos renderam performances fantásticas na mão do diretor Michael Rymer (Perfume), ambientando cenários bem fotografados e esteticamente deslumbrantes. Hannibal é mais que um tv show, é toda uma obra de arte. É todo o epifenômeno da arte.
4,5/5(*****)
Próximo Hannibal: 01x07 – Sorbet (09/05)
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