Review: Dirty Computer (álbum e filme)

Janelle Monáe cria a obra de arte do ano com um álbum visual espetacular - e que desafia descrições.

Os 15 melhores álbuns de 2017

Drake, Lorde e Goldfrapp são apenas três dos artistas que chegaram arrasando na nossa lista.

Review: Me Chame Pelo Seu Nome

Luca Guadagnino cria o filme mais sensual (e importante) do ano.

Review: Lady Bird: A Hora de Voar

Mais uma obra-prima da roteirista mais talentosa da nossa década.

Review: Liga da Justiça

É verdade: o novo filme da DC seria melhor se não tivesse uma Warner (e um Joss Whedon) no caminho.

26 de fev. de 2013

Review: Girls, 02x07–Video Games

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por Andreas Lieber
(Tumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Girls sempre teve a capacidade de brincar e controlar as emoções de seus telespectadores, trazendo um reconhecimento autentico e aflorando uma empatia para com as personagens. No sétimo episódio da segunda temporada, “Video Games”, a série utiliza maestralmente de suas principais características e, em uma trama digna do nome do episódio, nos mostra um lado de uma de suas principais personagens, que todos nós imaginávamos, mas ninguém tinha certeza. Quando Jessa e Hannah desembarcam na pequena e insípida estação de trem em um dos interiores perdidos de New York, ficamos sabendo que esse episódio terá um foco bem preciso: o relacionamento de Jessa com a família.

Jessa cresceu com um pai ausente, que recentemente arrumou mais uma uma namorada, Petula (Rosanna Arquette), na última clinica de reabilitação em que esteve e passaram a viver no campo, onde criam coelhos como bichinhos de estimação e depois os matam para a refeição (pois é, a Hannah também ficou perturbada e se recusou a comer). Durante a trama de “Video Games” também somos apresentados ao filho de Petula, com quem Hannah acaba por fazer sexo, que durou oito segundos, no “meio do mato”. Mostrando os meandros da relação difícil que Jessa teve com o pai enquanto criança, e ainda tem, a série nos conduz a próxima catarse da fila: Jessa chora e diz ao pai que ela é a filha, ela é a criança, ele não tem de depender dela, e sim o contrário.

Em mais um episódio em que Lena abre mão do roteiro (Bruce Eric Kaplan) e direção (Richard Shepard), Girls nos entrega, novamente, uma história aleatória, algo com o que não estávamos muito acostumados na primeira temporada; mas por outro lado nos explica a situação atual de uma de suas personagens. No final de “Video Games”, quando o pai de Jessa promete melhorar (momento clichê da série?), mas acaba abandonando ela e Hannah no mercado (não! Girls não faria isso assim), Jessa deixa um bilhete dizendo que “veria Hannah por aí”. Será que vamos para uma reta final sem Jessa? Parte da sua personalidade foi descifrada nesse episódio, e não seria prudente abandoná-la. Mas, mais uma vez, é preciso lembrar que Girls segue um roteiro dolorosamente próximo a vida real e, nela, as pessoas fogem. DE NOVO, sentimos saudades de Shoshanna! Sério, a série precisa criar vergonha na cara e nos mostrar mais de Zosia. Urgente. E mais uma coisa, só eu que estava esperando que Video Games, da Lana Del Rey, tocasse? Seria bem mais que merecido.

***(3,5/5)

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Próximo Girls: 02x08 – It’s Back (03/03)

Demi Lovato lança single, “Heart Attack”, e surpreende com a nova fase do trabalho

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por Vanessa Dias

O novo single de Demi Lovato foi lançado neste domingo (24), uma semana antes do planejado. “Heart Attack” é a primeira faixa a ser divulgada do novo álbum da cantora – ainda sem data oficial de lançamento e título – que será lançado em 2013, e mostra uma Demi ainda mais poderosa.

Em menos de 24 horas após seu lançamento, o single estourou no topo do iTunes em nove países, incluindo Estados Unidos, Brasil e Canadá. A cantora, sempre muito carinhosa com seus fãs, não escondeu seu entusiasmo com o sucesso precoce gigante de sua música, e agradeceu muito aos fãs, incluindo os brasileiros: “Inacreditável! #HeartAttackNumber1Brazil, pouco mais de nove horas depois do lançamento de Heart Attack, é o #1 no iTunes no Brasil. Obrigada!”, escreveu em sua conta pessoal do Twitter.

Ainda mais eletro-pop do que os sucessos anteriores de Demi, “Heart Attack” é embalada em uma letra que fala de “se apaixonar e correr esse risco” e mostra uma combinação do melhor dos elementos eletrônicos com guitarras, baixos e bateria. Também é visível como a cantora vem se arriscando ainda mais vocalmente, mostrando estar em sua melhor fase com o trabalho.

“Heart Attack” é uma amostra do que virá no próximo álbum da cantora Demi Lovato. Podemos esperar um álbum muito dançante, confiante e, se depender dos fãs, sem dúvidas um grande sucesso.

25 de fev. de 2013

Uma celebração às histórias que precisavam ter sido contadas no Oscar 2013

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Daniel Day-Lewis no palco ao receber a estatueta de Melhor Ator
por Amanda Prates
(Twitter - O Que Vi Por Aí)
Num ano em que já se tinha quase certeza de um favorito que dominaria a premiação, a Academia surpreendeu, o que há muito não fazia. Neste ano, a cerimônia decidiu homenagear os musicais, um gênero não muito valorizado, mas que vêm recebendo certa atenção desde a ousada aposta de Tom Hooper em adaptar o musical da Broadway da novela homônima de Victor Hugo para as telonas, Os Miseráveis. Catherine Zeta-Jones deu início representando o elenco de Chicago (vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2003 e o único desta década) com o número “All That Jazz”. A partir daí outras performances construíram a homenagem como “Suddenly”, pelo cast de Os Miseráveis, e “And I Am Telling You I’m Not Going”, por Jennifer Hudson do filme Dreamgirls. Diferente das edições passadas, a Academia, na noite de ontem (dia 24), resolveu prezar o melhor que uma produção pode oferecer: as histórias, em especial as que precisavam ser contadas.
A noite da 85ª edição do Oscar rendeu homenagens, participações pra lá de especiais, apresentações belíssimas e... uma performance de “We Saw Your Boobs” por Seth MacFarlane, com coreografia e até uma previsão do futuro pelo Capitão Kirk – o moço estaria destinado a ser o pior apresentador do Oscar de todos os tempos! O anfitrião da noite esbanjou ousadia e se mostrou mais eficiente que Billy Crystal, que se ateve a apenas boas piadas e a muito conservadorismo na edição passada. O diretor de Ted protagonizou shows musicais – um deles ao lado de Joseph Gordon-Levitt e Daniel Radcliffe – discursos inusitados e muita zombaria (sobrou até pro Abraham Lincoln!). Essa edição não teve a magia inspiradora da última, mas não deixou de surpreender com elementos ínfimos, mas tão essenciais que são as simples histórias.
Os vencedores
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Ben Affleck recebendo o prêmio de melhor filme por Argo
Já era sabido que Argo e Lincoln disputariam pelo maior destaque da noite, principalmente pelas principais categorias, mas, o que não se esperava era que As Aventuras de Pi, mesmo com suas 11 indicações e não muitas chances de levar as principais estatuetas, fosse ser a produção mais agraciada da noite. O diretor, Ang Lee garantiu ao longa os prêmios de Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Trilha Sonora Original e... Melhor Diretor! Isso mesmo, Steven Spielberg não convenceu o suficiente a Academia! Não houve ousadia como no ano passado, mas Bem Affleck, que havia sido rejeitado da categoria Melhor Diretor, viu seu Argo vencendo a dura disputa com Lincoln, além de Melhor Montagem. Não se pode negar toda a complexidade e a ótima produção do longa, mas a Academia só soube reconhecer o filme que mais oferecia o elemento de exaltação que eles tanto almejam.
Amour, de Michael Haneke, nada surpreendeu ao ser anunciado como o Melhor Filme Estrangeiro, de fato merecedor, mas sem deixar de considerar as ótimas produções que concorreram na categoria. Com toda sua ousadia em narrar a caçada ao maior terrorista de todos os tempos, Bigelow viu o seu A Hora Mais Escura levar, ao lado de 007 – Operação Skyfall, a estatueta de Melhor Edição de Som. O fato de haver esse empate não foi surpresa para ninguém, já que outras duas produções levaram o mesmo prêmio outras cinco vezes em edições passadas. O filminho da Pixar, dirigido por Mark Andrews e Brenda Chapman, venceu a categoria Melhor Animação e surpreendeu, quando o favoritismo se dividia entre Frankenweenie e Detona Ralph.
A grande surpresa da noite, sem dúvidas, foi a nomeação de Christoph Waltz como Melhor Ator Coadjuvante por seu papel em Django Livre. O ator desbancou outro favorito, Tommy Lee Jones, e se mostrou emocionado diante do reconhecimento. Waltz repetiu sua incrível capacidade de magnetizar o espectador em suas representações com tanta maestria que foi capaz de atingir até a Academia. Ainda no clube dos agraciados, nenhum mistério rondava o Teatro Dolby no momento (em nenhum momento, melhor dizendo) em que seria anunciada a Melhor Atriz Coadjuvante do Ano. Anne Hathaway deu a Os Miseráveis a terceira estatueta (as primeiras foram Melhor Maquiagem e Melhor Edição de Som) e se consagrou um dos maiores nomes de sua geração do cinema.
Waltz e Hathaway podem ter arrancado aplausos sinceros da plateia, mas as atenções da noite se voltaram para um único nome: Jennifer Lawrence. Enquanto os atores ocupavam suas mentes com a tão sonhada estatueta, a moça só pensava em... comida! E esbanjou espontaneidade até no momento de receber a estatueta mais cobiçada da noite, a de Melhor Atriz (e não, não vamos falar sobre o tombo da moça). Narizes que se torceram com a nomeação à parte, Lawrence só provou que nem Emmanuelle Riva, em sua melhor forma, era capaz de compor um personagem tão intenso, sincero, comum e controverso como a Tiffany (Silver Linings Playbook), e convencer a Academia. Meryl Streep, “uma apresentadora que não precisa ser apresentada”, com seus discursos sempre tão inteligentes, anunciou um Daniel Day-Lewis emocionado como Melhor Ator. Day-Lewis, que havia levado outras duas estatuetas (o que o tornou o recordista nesta categoria), se pronunciou com o único discurso enternecedor e divertido da noite e, por mais duvidoso que possa parecer, se mostrou surpreso, mas não inconsciente de sua incrível maestria ao ser parte importante de uma história tão bem contada. E que venham mais indicações dignas como essas por aí!
Confira abaixo a lista de vencedores não citados no texto:
◘ Melhor Roteiro Original: Django Livre;
◘ Melhor Roteiro Adaptado: Argo;
◘ Melhor Canção Original: Skyfall - 007 - Operação Skyfall;
◘ Melhor Figurino: Anna Karenina;
◘ Melhor Documentário: Searching for Sugar Man;
◘ Melhor Curta de Documentário: Inocente;
◘ Melhor Edição: Argo;
◘ Melhor Direção de Arte: Lincoln;
◘ Melhor Curta de Animação: O Avião de Papel;
◘ Melhor Curta-metragem: Curfew.
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Daniel Day-Lewis, Jennifer Lawrence, Anne Hathway e Christoph Waltz posando com suas estatuetas

24 de fev. de 2013

Batalha: os melhores e piores looks do Oscar

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por Isabela Bez
(TwitterTumblr)

O Oscar é definitivamente a cerimônia mais esperada do ano. Para alguns, a concorrência da honrada estatueta; para nós, a grande briga de melhores e piores vestidos de alta-costura. Os nomes foram óbvios: Dior, Armani Privé, Oscar de la Renta… Mas e quando as atrizes escolhem um vestido ou penteado que não valorizam o que elas tem? Muito papo para pouca foto. Vamos lá:

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Jennifer Lawrence estava de (adivinhem!) Dior. A nova queridinha de Hollywood recentemente assinou um contrato com a grife para ser o novo rosto da Miss Dior, e desde então praticamente só tem sido vista com vestidos da marca, o que está lhe deixando mais elegante do que nunca. No Oscar, não iria ser diferente. Ela estava usando um vestido da alta-costura de verão da grife, que saiu da passarela há poucas semanas. Estava com um colar virado para trás, o que promete virar moda. Sua maquiagem era sutil e ela carregava uma clutch em suas mãos. Os sapatos eram Brian Atwood, mas o vestido é tão dramaticamente gigante que não foi possível vê-los. Numa entrevista no tapete vermelho, ela declarou que não havia comido o dia inteiro, pois não teve tempo, e ficou triste quando soube que teria que esperar a cerimônia inteira para comer, já que estava morrendo de fome. Ainda preciso dizer que ela ganhou o prêmio de melhor vestida? E também ganhou um Oscar? Estatueta nela! (PS: a estatueta na foto é completamente brincadeira, tentativa sem sucesso de fazer vocês rirem).

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Já em segundo lugar, Anne Hathaway estava gatona de Prada, mas numa entrevista no tapete vermelho declarou que tinha escolhido o vestido 3 horas antes da premiação. E, provavelmente, uma stylist (e não ela) escolheu. Mesmo assim, o vestido rosinha valorizava sua figura magra, e seu cabelo curtinho de franja encaixou perfeitamente no look. O vestido ainda tinha as costas abertas, e ela estava usando um colar puxado para trás, como Jennifer Lawrence. Não disse que a moda iria pegar? Sua maquiagem foi de boneca, com um delineador e batom clarinho. Um look maravilhoso, só não forte o bastante para o tapete vermelho do Oscar. Mas, talvez, forte o suficiente para um memorável primeiro prêmio. Totalmente merece o 2º lugar, já que estava brilhando no tapete vermelho em seu Prada (e, repetindo, ganhou um Oscar!).

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Jessica Chastain também brilhava no tapete vermelho em seu Armani Privé dourado e cabelo ruivo. Com um corpo perfeito e batom vermelho, ficou em 3º lugar. Halle Berry simplesmente detonou todo mundo com esse vestido maravilhoso da Versace. Acreditem, Versace não é para todas, por isso ela fica em 4º lugar.

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A modelo Olivia Munn estava em um Marchesa que não é alta-costura e foi desfilado há exatamente uma semana no NYFW. Amy Adams acertou em cheio com seu Oscar de la Renta (acreditam que ela tem 38 anos?). Charlize Theron também de Dior e maquiagem clarinha surpreendeu. É muito difícil arrasar num look de cabelo curtinho (perguntem para a Miley Cyrus). Amanda Seyfried roubou corações de Alexander McQueen clarinho, pouca maquiagem e coque.

Acham que não pode ficar melhor? Realmente, não pode mesmo. Jennifer Aniston mais uma vez não surpreendeu e estava de cabelo liso como sempre, o famoso “flat hair”. Usava um vestido vermelho que infelizmente também é conhecido como Valentino. Já a atriz Brandi Glanville jogou sujo com um vestido da sua própria marca Brand B. O que poderia sim ser um vestido maravilhoso, definitivamente não valorizou seu corpo. Pena, né?

Ainda não consegui decidir qual das duas foi mais desastre: a bagunça da Jennifer Aniston ou a exposição de corpo da Brandi Glanville. Sintam-se livres para fazer um comentário sobre qual foi a melhor da noite e a pior na opinião de vocês. E até a próxima premiação!

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22 de fev. de 2013

Review: The Following, 01x05 – The Siege

por Thiago Santos
(Tumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

O 5° episódio de The Following pode ser classificado como um dos episódios de mais ação da série até agora. Jacob, Paul e Emma engataram uma espécie de relacionamento a três, mas ainda sim nem todos estão felizes. O episódio mostra um Jacob bem depressivo e que questiona sua própria sexualidade, contudo isso parece ser apenas um pretexto para a insatisfação que o personagem sente por não conseguir matar ninguém ou todos esses sentimentos acumulados podem gerar certo surto no personagem nos próximos episódios. Emma está começando a ser um personagem meio fraco já que seu disfarce de garota ingênua acaba passando a ideia de que a personagem já deu tudo o que tinha que dar (sem considerar o ménage a trois é claro, hahaha).

Uma nova personagem é introduzida na trama e creio que ela aparecerá em mais alguns episódios. Olívia Warren, advogada de Carrol, se torna mais uma ferramenta nos planos do serial killer, há um contraste bem legal feito sobre a personagem, mostrando flashs de seu passado como uma advogada super confiante e momentos atuais onde ela não é mais do que uma mulher assustada e insegura que sofreu nas mãos de Carrol, o que garante que ela se torne mais uma das marionetes do vilão. É através da advogada que Joe manda uma mensagem e alerta mais dois de seus seguidores Hank Flynn e Roderick (que ao que tudo indica é o mais antigo seguidor de Joe), e também manda um recado para ex-esposa Claire. Tudo gira em torno da descoberta da fazenda onde o pequeno Joey é mantido em cativeiro, o garotinho está cada vez mais esperto e consegue fazer contato com a mãe e até fugir (alguém mais achou que o casal de idosos que Joey encontra em uma fazendo próxima também eram seguidores de Joe?), mas as suspeitas acabam com o fim tenso dos velhinhos.

Já entrando nos quadros finais do episódio temos mais ação para Claire, a mãe desesperada na esperança de ver seu filho consegue fugir da guarda do FBI (o truque da porta do banheiro foi bem simples, mas eu achei incrível), pena que isso resulta em seu sequestro. Ryan Hardy finalmente encontra o local onde estão mantendo Joey preso, mas é claro que a coisas não são tão fáceis assim para nosso herói. O episódio termina com Ryan com um revólver em sua nuca a mercê de Paul e seus comparsas o que com certeza indica muita tensão para o próximo/próximos episódios. E então será que Joey será resgatado? E o sequestro de Claire? Essa troca de “moedas” – mãe por filho – sempre esteve presente nos planos de Carrol? Só assistindo os próximos episódios de The Folowing.

Kevin Bacon continua sem decepcionar e entregando seu melhor para os espectadores da série, cada vez mais reforço que The Following é uma série que não tem formato de TV, tem uma qualidade cinematográfica. Semana que vem tem o review do 6° episódio, “The Fall” até lá então.

Próximo The Following: 01x06 – The Fall (25/02)

Review: Person of Interest, 02x16 – Relevance

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Jonathan Nolan nunca descuidou de Person of Interest. Uma parte do sucesso e da implacável consistência e inventividade da série deve ser com certeza creditada ao irmão menos famoso – e constante parceiro de roteiro – do diretor de O Cavaleiro das Trevas. Além do crédito permanente como criador da premissa da trama (o que já é bastante mérito, diga-se de passagem), Nolan escreveu diretamente quatro episódios: os dois primeiros da série e os que marcaram a passagem da primeira para a segunda temporada, com a trama de Finch sendo sequestrado pela rival Root. “Relevance” é a quinta investida direta do moço na série, e a estreia dele na direção. Não a toa, é também uma das melhores tramas de Person nessa segunda fase.

Nolan surpreende por trás das câmeras. Ele mostra segurança na hora de fazer tomadas com enquadramentos ousados, conduz a trama complexa sem confundir o espectador e sabe se mover pelo mundo que ele criou, trazendo personagens de volta e mexendo as peças com os usuais de forma que Person parece muito mais cool do que às vezes pode ser. A trama pela primeira vez não é protagonizada por Mr. Finch e Mr. Reese, e sim Sam Shaw (Sarah Shahi), agente de um programa secreto do governo que, fica claro no final da tensa cena de abertura, usa a máquina criada por Finch para o seu propósito inicial: parar terroristas. Acontece que o parceiro de Shaw vem fazendo perguntas por demais inconvenientes sobre a procedência e precisão dos números, e logo o chefe da dupla os monta uma armadilha para que eles sejam eliminados. A moça escapa, mas o parceiro não. E fica claro que ela quer vingança e a verdade.

A trama pode parecer clichê, mas inverte as expectativas de um episódio de Person e nos dá uma visão privilegiada do programa que controla as operações oficiais da máquina de Finch, algo que a série ainda estava por explorar. 16º episódio da temporada, “Relevance” também começa a montar a estrutura que vai estar mais clara no finale, e que começou a ser revelada na última cena do episódio passado, com um figurão do governo estando por trás da operação (ou quase isso, já que “Relevance” indica espertamente que ele não está ainda no topo da cadeia de poder), e tendo como assistente a própria Root. O roteiro de Nolan lida com isso magistralmente, ao mesmo tempo em que se diverte ao fazer de Reese e Finch coadjuvantes da história, tomando a visão da vítima/criminosa (outra grande virtude do episódio é não definir exatamente qual dos dois a moça é, embora a retrate sobre uma luz um pouco heróica).

“Relevance” está aqui para mostrar, primeiro, que Person ainda não terminou de tirar as cartas narrativas da manga, e promete um episódio final movimentado com participações de todas as peças que compuseram o tabuleiro da temporada (não é a toa que tem deixado tantas pequenas pontas soltas por aí). Segundo, que Jonathan Nolan pode ser um escritor e diretor de thrillers de ação tão bom quanto, ou ainda melhor, do que o seu irmão. Missão cumprida, meninos.

***** (4,5/5)

Person Of Interest

Próximo Person of Interest: 02x17 – Proteus (07/03)

Nelly Furtado e o amor acima de tudo no clipe de “Bucket List”

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Apesar das espetacularmente baixas vendas do The Spirit Indestructible, há de se concordar que, contando com a chancela do público ou não, Nelly Furtado fez um trabalho de escolha e apoio de singles excelentes do ano passado para cá. “Bucket List”, lançado hoje (22), é o quarto retirado do álbum, e ganhou um vídeo bonitinho e condizente com a letra. Mesmo que o ponto alto dessa fase da cantora continue com "Waiting for Tonight".

Na nova produção, Nelly tenta provar um ponto: o amor nunca deve estar no final de sua lista de desejos. A “bucket list” que os americanos tanto objetificam é um ranking de coisas que o autor quer fazer antes de morrer, e Nelly inverte as expectativas eu dizer que se apaixonar deve ser a prioridade, o topo, da lista de qualquer pessoa. As cenas com um grupo de atores com fotografia iluminada ajudam a provar o ponto.

21 de fev. de 2013

Review: “Struck By Lightning”, ou porque Chris Colfer pode ir muito além de Glee

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Eu tenho há tempos sido um apreciador de filmes como Struck By Lightning e, com toda a sinceridade e pouca modéstia, eu acho que o público talvez devesse apreciá-los mais também. São encantadores essas pequenas gemas contando pequenas histórias, tramas que na verdade não fazem diferença nenhuma no mundo fora da tela, mas que são capazes de divertir, envolver e, especialmente, inspirar. Posso contar nos dedos os que entraram na minha lista de favoritos seguindo mais ou menos essa fórmula: Dan in Real Life, Pequena Miss Sunshine, Um Beijo Roubado, Mais Estranho Que a Ficção. Vindo direto “da mente criativa de Chris Colfer”, como o poster define, Struck By Lightning acaba de discretamente cavar seu lugar nessa lista.

Vamos tirar o elefante branco da sala: há uma chance razoável de você, leitor, não gostar nem um pouco de Colfer. E realmente não é de se culpar, porque Glee faz um esforço enorme para fazer de seus personagens contínuos estereótipos, moldados a favor da trama, peões dos caprichos dos escritores. O Kurt Hummel de Colfer não é exceção e, embora o moço tenha ganho (com algum mérito, vamos conceder) o Globo de Ouro pelo extraordinário esforço interpretativo no papel, é aqui que conhecemos o que realmente se passa pela cabeça de Colfer, o artista. Ele escreve o roteiro e atua em Struck By Lightning, e eu desafio até os mais descrentes da capacidade do moço a passarem despercebidos por seu brilhantismo e sua voz original em ambos os campos.

Struck segue de perto o protagonista Carson Phillips (Colfer), um ambicioso estudante da high school americana, preso em uma cidade minúscula e tentando a todo custo dirigir o jornal da escola – que ele acaba tendo que escrever todo sozinho, mesmo que sua “redação” oficialmente tenha outros membros. Filho do casamento quebrado de Sheryl (Allison Janney) e Neal (Dermot Mulroney), ele tenta lidar com a amargura da mãe na mesma moeda, e caminha pelos corredores do colégio exibindo falsa confiança, mas interminável determinação. Ao ser informado pela conselheira profissional da escola (uma hilária Angela Kinsey) de que ele precisa de mais algo no currículo para entrar na faculdade dos seus sonhos, ele se concentra na missão de fundar uma revista literária. Nem que para isso tenha que chantagear todos que irão participar dela.

A primeira surpresa é que Colfer não segue o caminho esperado: Struck introduz a sua maior surpresa logo no início, revelando que o protagonista foi atingido por um raio e morto (isso não é um spoiler, really, essa é a primeira cena do filme). No caminho de recontar a história que levou até isso, o filme encontra-se como um pequeno e inesperado prazer, desenhando o arco de transformação de seu personagem de forma totalmente diversa do das dramédias por aí, retirando a mudança dramática e introduzindo o simples e claro objetivo de que não importa exatamente o que você alcança na sua vida, mas o que você mira alcançar. Esse desenho traçado por Colfer no roteiro é meticulosamente comedido, permitindo-se piadas sarcásticas em alguns momentos e estruturando a narrativa com cuidado e calma que a série da qual o moço faz parte nunca aprendeu a ter.

Poucos filmes são capazes fazer o espectador sair mais motivado e mais satisfeito do que entrou, especialmente um com um final tão anti-maniqueista quanto esse. Com um elenco todo afinadíssimo (e isso inclui o próprio Colfer!) e uma direção discreta e instintiva, Struck By Lightning vai fazer você se sentir estranhamente, deliciosamente e agridocemente bem. E se isso não é motivo para apreciá-lo, eu não sei o que é.

***** (5/5)

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Struck By Ligtning (EUA, 2012)
Direção: Brian Dannelly
Roteiro: Chris Colfer
Elenco: Chris Colfer, Rebel Wilson, Allie Grant, Christina Hendricks, Allison Janney, Dermot Mulroney, Sarah Hyland, Ashley Richards
90 minutos

Review: The Americans, 01x04 – In Control

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Uma das grandes virtudes de The Americans, e isso pode até soar clichê, é que essa é uma série que não toma o lado de ninguém. Ou, melhor dizendo, que toma o lado de todo mundo. Quando estreou na televisão americana, a trama criada por Joe Weisberg tinha um desafio dos mais espinhosos: fazer a audiência ianque comprar a história e, ainda mais, torcer, por um casal de soviéticos infiltrados em solo americano, que trabalham com a KGB para derrubar o adversário russo na Guerra Fria. Em “In Control”, o espectador vai se ver tão investido nessa trama bem urdida que não só vai acabar tomando o partido de Philip e Elizabeth, como também do Agente Beeman, vizinho do casal de operativo do FBI.

É nessa ambiguidade que a série segue seu caminho, e vai ser interessante observar como Weisberg (que retorna aqui ao roteiro, ao lado de Joel Fields, de Rizoli & Isles) e sua equipe de escritores vai resolver esse dilema nos momentos de maior tensão, que precisam existir nos finais de temporada. Para quem o espectador vai ser empurrado quando o jogo chegar perto demais do xeque-mate? Há de se apostar que a série vai encontrar exatamente o equilíbrio certo para nos deixar livre para escolher ou, ainda melhor, não escolher. A história dos indivíduos aqui retratados é interessante o bastante para que nós tenhamos o sentimento de que ver tudo de dentro é nada menos que um privilégio. The Americans está fazendo tudo absolutamente certo.

A trama da semana compreende a tentativa de assassinato do presidente Ronald Reagan pelo homem que, depois se descobriu, era um fã enlouquecido da atriz Jodie Foster que tentou atirar no comandante-em-chefe da nação para impressionar a moça. No entanto, no auge da Guerra Fria, é óbvio que muita tensão aconteceu entre os dois países até que todos concluíssem que as forças soviéticas nada tinham a ver com o acidente. O fato de isso ser uma história conhecida coloca The Americans num posto delicado: não pode banalizar a história de espionagem da semana dando aos Jennings papéis pouco influentes na barganha toda entre os dois países, e não pode esperar que o espectador se mantenha atento apenas por essa história (uma vez que ele, presumidadmente, já conhece o seu final).

The Americans escapa dessas duas armadilhas. Da primeira, colocando os Jennings como os responsáveis pela transmissão de mensagens a URSS confirmando que o FBI não mais via como uma possibilidade o envolvimento soviético no acontecido. Da segunda, fazendo com que o centro do episódio seja Philip e Elizabeth tentando se conectar de verdade depois de duas décadas de casamento arranjado, e vendo que ainda há diferenças ideológicas fundamentais entre os dois. Se não há nada de novo aqui, adicione a tensão multiplicada por dez graças a ameaça clara de uma guerra nada-fria (mesmo que saibamos que ela não vá acontecer, o episódio joga bem com o espectador nesse sentido), e também um retrato mais de perto, e naturalmente quebrado, do relacionamento do Agente Beeman com a esposa. O resultado é mais uma semana espetacular para The Americans.

***** (4,5/5)

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Próximo The Americans: 01x05 – Comint (27/02)

Review: Suburgatory, 02x14 – T-Ball and Sympathy

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Há algo que tem me incomodado constantemente sobre essa segunda temporada de Suburgatory, e que de certa forma ficou mais claro para mim em “T-Ball and Sympathy”, episódio dessa semana. Embora essa segunda temporada seja claramente tematizada como voltada para destrinchar relacionamentos e a forma com que eles fazem os dois lados envolvidos crescerem e mudarem os pontos de vista, é fonte de constante incômodo o fato que, para abordar isso, Suburgatory tenha jogado de escanteio quase tudo que a primeira temporada construiu. Se fosse apenas uma comédia sketchy, seria uma boa ideia construir temporadas com temas claros e isolados. Mas Suburgatory fez o espectador se importar com os personagens, em meio ao draminha familiar do seu primeiro ano, e não pode mais se dar ao luxo de apertar o botão de reset a cada nova fase.

Dito isso, “T-Ball and Sympathy” é mais um bom exemplar dessa segunda temporada do programa, engraçado de forma moderada e habilidoso o bastante para reverter alguns problemas que haviam sido criados pela repetição de premissas básicas. A começar por George e Dallas, que se envolvem em uma partida de basebol para que a briguinha entre a moça e Noah (que vem a ser melhor amigo de George, algo que Suburgatory se lembra depois de uns bons episódios “esquecendo”) seja resolvida de forma justa e esportiva. De início, parece que vai ser o de sempre, com Dallas se metendo em uma trapalhada e George tendo que salvá-la, mas dessa vez, na verdade, quem acaba errando é o moço, embora o roteiro não absolva Dallas. Mérito para a roteirista Patricia Breen, veterana de sete episódios na série, que parece conhecer o terreno em que está pisando.

A subtrama da vez envolve Tessa se tornando uma espécie de conselheira amorosa devido ao sucesso de seu relacionamento com Ryan (ausente no episódio, para o desespero dos fãs de Parker Young), e acabando por “ajudar” o conselheiro de sua escola, Mr. Wolfe (we love Rex Lee!), quando ele vê seu relacionamento com o cozinheiro Chef Alan ameaçado pelo retorno do primeiro amante do amado. Essa parte do episódio é especialmente engraçada, em contraste com a parte de Dallas e George, que parece confiar no fator irresistível de ter crianças pulando em uniformes rosas de basebol, por ordem de Dallas. Confiar em Jane Levy, Rex Lee e em Allie Grant (Lisa) é sempre uma boa ideia, e o desfecho da “Oscar party” do Chef Alan com o amante é hilário.

Suburgatory ainda é uma das melhores comédias (senão a melhor) em exibição na televisão americana. Sua habilidade de conjugar o engraçado e o doce de forma a nunca ser histérico nem piegas é única, e o retrato de relacionamentos e seus precalços continua sendo eficientíssimo. Mas talvez fosse interessante ver um episódio que juntasse novamente todos os personagens da série para que pudessemos ser lembrados que, além de namorados e namoradas, temos ali pais, mães, filhas e filhos, amigas e amigos, vizinhos. Para nos lembrar do porque, afinal, essa série escolheu ser tridimensional.

**** (3,5/5)

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Próximo Suburgatory: 02x15 – Hash and Eggs (27/02)

20 de fev. de 2013

As 6 maiores tendências de inverno do New York Fashion Week

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por Isabela Bez
(TwitterTumblr)

Oito dias com mais ou menos vinte desfiles cada. Faça as contas. Assim é um NYFW comum, e dessa vez não foi diferente. Grifes extremamente importantes do mundo da moda como Marc Jacobs, Marchesa, Michael Kors e Oscar de la Renta estavam por lá para nos apresentar o outono inverno 2014. Essas grifes gritavam em uníssono as mesmas tendências, e nós não somos bobos de ignorá-las. Então, fique atento para as 6 tendências que estavam em praticamente todos esses (você fez as contas?) aproximadamente 160 desfiles.

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Saia lápis

Não tenha dúvida: a saia lápis definitivamente voltou para ficar. Como o comprimento é um pouquinho abaixo do joelho e ela é bem justinha, é preciso de muito cuidado para usá-la. Sempre use salto alto como mostra Marc by Marc Jacobs, Oscar de la Renta e Badgley Mischka, da esquerda para a direita, mas evite-a se tiver quadris largos.

03

Fenda

Marc by Marc Jacobs foi o “rei das fendas” nessa temporada. Ela veio acompanhada da saia lápis para quem está cansado de não mostrar as coxas.

04

Paletó

Ele não quer mais deixar nossos guarda-roupas! Use-o como peça principal do look como o Theyskens Theory, ou como peça complementar como o 3.1 Phillip Lim.

05

Couro

Arrisque e vá de total couro, como no primeiro look, da esquerda para a direitra, do Reem Acra. Mas se faltar coragem, escolha uma peça que tenha um trabalho do tecido diferente como o Rag & Bone nos dois últimos looks, para cortar a mesmice.

06

Pele

O que além de nos proteger do frio, ainda dá um up de elegância no look? Vá de pele falsa! Ela dominou as grifes Marc Jacobs, Oscar de la Renta e Rachel Zoe.

07

Estampas gigantes

Após as listras, a nova aposta gigante do Marc by Marc Jacobs são as estampas. Além dele, Vera Wang e DKNY também apostaram na futura febre.

08

Lianne La Havas e sua história em duas partes nos clipes de “Elusive” e “Gone”

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Lianne La Havas destacou-se como mais uma de uma ótima safra de cantoras não-americanas apoiadas no R&B e no soul, que nos últimos anos têm criado um som único ao estilo de cada uma. Em meio a Kimbra, Selah Sue, Caro Emerald, Kiah Victoria e várias outras, Lianne destaca-se pela crueza da voz e das composições, pelos refrões bem compostos e pela variedade de estilos dentro do seu disco de estreia, Is Your Love Big Enough?. A úlitma da inglesa, no entanto, surpreendeu: nos dois últimos clipes, ela almejou contar uma história em duas partes.

“Elusive” abre essa pequena saga da moça. Retratada linda como nunca em um penteado glamuroso, ela é mostrada perseguindo um homem, que aparentemente é seu professor de dança, até uma boate. A narrativa lúdica junta os dois nas cenas finais, entremeando as cenas com outras de um casal homossexual na mesma boate. A segunda parte, “Gone”, mostra a queda desse mesmo relacionamento, com o homem que Lianne conquistou se transformando em alguém que ela não pode reconhecer.

Is Your Love Big Enough? chegou ao quarto posto da parada de álbuns britânica.

Review: Parks and Recreation, 05x12 – Ann’s Decision/05x13 – Emergency Response

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por Sâmela Silva
(Twitter)

E como já não acontecia há algum tempo, o destaque do 5x12 foi Ann Perkins. Desta vez, Ann decide ter um filho sozinha, ou "consigo mesma". Leslie surta, obviamente, e sentindo que a responsabilidade sobre o útero de Ann cabe a ela, Knope tenta a todo custo colocar algum senso na cabeça da amiga. O que acaba sendo muito complicado, e as coisas dão um pouco errado. No meio da coisa toda, Ann acaba decidindo querer o esperma do radialista "The Douche" (que aqui demonstra não ser tão babaca a todo tempo), e Leslie conta para ele os verdadeiros planos de Perkins. Howard faz sua personalidade de "Douche" vir à tona e envergonha Ann "na frente" dos cidadãos de Pawnee. Como é de praxe, porém, Knope faz uma espécie de sacrifício para a amiga, e tudo acaba bem no fim.

Para não deixar de lado as obrigações do departamento de Parques e Recreação, April precisa mediar uma Assembléia e, certa de que precisa ser uma Leslie Knope para conseguir passar por aquilo, se veste como a vereadora e age como ela (ou tenta). A sub-trama foi bem rápida, mais para lembrar de que o departamento ainda existe. Eventualmente April compreende que ela pode, sim, aguentar a Assembléia sendo seu normal eu, mal-humorada como é.

Apesar de Ann dever ter os holofotes desse episódio, não teve jeito: o núcleo masculino da série roubou a cena e arrancaram risadas escandalosas sem precisar de muito. Se preparando para o casamento com Leslie, Ben fica encarregado de decidir sobre as comidas; para ajudá-lo na tarefa, ele convoca Ron, Chris e Tom, cada um por uma razão especial. Tom serviu como uma crítica aos vícios tecnológicos, de novo, e, ao invés de comer as comidas, ele tirava fotos para postar no Instagram. Ben continua com seu amor eterno por calzones, e os escolhe para o cardápio do casório. Mal sabia ele que calzones são traidores, e no dia seguinte Ben, Chris e Ron estão com intoxicação alimentar. Impossível não rir do sofrimento dos três (principalmente de Ben discando com o nariz). Havenford, por sua vez, se deu bem na história, já que ele não tinha comido os malditos calzones. Pobre Ben. :(

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Já em “Emergency Response”, o sentimento de "volta às origens" é inevitável: a razão do começo da série, o Lote 48, está em pauta. Batalhando contra Jamm pelo direito de construir um parque no local, Leslie precisa de 50 mil dólares para fazer seu grande sonho virar realidade. A solução para o problema veio de Ben, e fica decidido que uma festa de gala vai servir para angariar fundos. Mas a sorte não parece estar do lado do Departamento, pois uma simulação de desastres foi marcada para o mesmo dia da festa. E lá se vai Knope, deixando tudo nas mãos de seus amigos.

E numa simulação louca como só, Leslie descobre que Jamm planejou marcar aquilo no dia da festa para que Knope não conseguisse construir o parque. Nada que nossa amada vereadora não possa resolver, todavia, e, matando todos os cidadãos da desastrosa Pawnee, ela consegue sair a tempo de contemplar a maravilha que seu noivo e seus amigos conseguiram montar. E saber que tudo que Leslie buscou vai acontecer depois de 5 temporadas de luta não tem preço.

Andy e April continuam apenas nas sub-tramas, sendo que aqui Andy está prestes a fazer seu teste para a Polícia. Infelizmente, ele não consegue passar no teste de personalidade, apesar de ter conseguido 100% no escrito. Mas esse arco não foi propriamente fechado, já que o sorriso sugestivo de Chris ao olhar para Andy pode significar muitas coisas.

E o final do episódio poderia ser explicado com gritos histéricos. Porque, SIM, o casamento do ano vai sair! A decisão espontânea de Ben e a aceitação de Leslie deduram que não falta muito para que os dois troquem alianças. Finalmente.

Legal foi ter Jerry voltando a funcionar como o melhor alívio cômico possível e Leslie sendo Leslie, inclusive fazendo referência a Missão: Impossível. Ron Swanson dando jeito e apresentando o programa de uma Joan Callamezzo com ressaca (uma sequência de cenas extremamente divertida) e Chris super animado com a simulação de desastres também merecem menção. E é sempre bom lembrar a técnica para saber se você está sonhando ou não: se você não conseguir voar, está na realidade.

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Próximo Parks and Recreation: 05x14 – Leslie and Ben (21/02)

Review: The New Normal, 01x16 – Dog Children

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Depois de um hiato de duas semanas, precedido pelo bom episódio “Dairy Queen”, The New Normal retorna tentando emular sua melhor forma em “Dog Children”. A premissa é esperta, as piadas são boas, e a lição aprendida pelos personagens no final chega a arranhar no tocante, mas essa é uma série que já conseguiu fazer melhor com a própria fórmula. Uma jogada sempre interessante é trazer de volta o Padre Michael de John Benjamin Hickey, que esteve em um dos melhores episódios da série até hoje, “The Godparent Trap”. O fato de que a cena de Hickey funciona apenas em partes aqui, em especial pela forma que o próprio ator a desempenha, é prova que “Dog Children” só é metade do bom episódio que poderia ser.

A trama pega uma premissa clichê e aplica uma pequena reviravolta no final. Bryan e David resolvem adotar um cachorro (que batizam de Harvey Milkbone, é claro) para, como manda a convenção de todos os bons dramas/comédias de família, ganhar alguma experiência em cuidar de um ser vivo que exige atenção e uma postura menos egoísta dos “pais”. Enquanto isso, Goldie se vê lidando com o excesso de hormônios da gravidez (o que leva a uma cena engraçadíssima no escritório do diretor-assistente da escola de Shania), com o retorno do ex-marido Clay à vida dela e de Shania, e com a obsessão da filha por Dame Maggie Smith, o que a meteu em encrencas na escola. Georgia King, que não tem a capacidade cômica tão frequentemente explorada nessa série, ganha um episódio que é um prato cheio para Goldie.

“Dog Children” é um dos episódios mais engraçados de The New Normal em um bom tempo. A storyline envolvendo Goldie, Shania e Clay, muito embora sintamos falta da Jane de Ellen Barkin nessa mistura, é hilária e adorável na medida certa, abrindo caminho para novas possibilidades nos próximos episódios. Bebe Wood continua absolutamente brilhante como Shania, seja fazendo sua imitação de Maggie Smith ou, convencida pelo pai, pegando um violão e trocando a atriz britânica por… Taylor Swift? As cenas de Bryan e David no consultório do veterinário também tem excelentes momentos, como a explosão de Bryan e as brincadeiras de David na balança. Até Nene Leakes, embora não tenha uma storyline para chamar de sua aqui, ganha uma fala engraçadíssima.

Essencialmente cômico com pequenas anedotas que nem mesmo se ligam a história principal, “Dog Children” funciona bem no nível de entretenimento, mas não dá a The New Normal o status quo de série bem desenvolvida em sua narrativa, como alguns episódios anteriores, não tão passados (“The Goldie Rush”, “Stay-at-Home-Dad”) fizeram.

**** (3,5/5)

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Próximo The New Normal: 01x17 – Rocky Bye Baby (26/02)

Review: Girls, 02x06 – Boys

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por Andreas Lieber
(Tumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Há quem siga a máxima de que toda mudança é bem vinda e necessária; outras pessoas, no entanto, preferem viver sob o regimento de que em time que está ganhando não se mexe. “Boys”, o sexto episódio da segunda temporada de Girls, nos entrega uma mistureba desses dois ditados e apresenta um episódio estranhamente mais amplo e deliciosamente random. A primeira mudança que temos nesse episódio é que Lena, pela primeira vez, não escreveu o roteiro, e sim Murray Miller (American Dad). A outra principal diferença é que… bem, como o título sugere, temos um enfoque bem maior nos garotos do que nas garotas dessa vez.

Trabalhando com um esquema de vários plots simultâneos, “Boys” inicia com talvez o mais repentino da série: John Cameron Mitchell, escritor norte-americano e admirado por Hannah, a “contrata” para escrever um e-book com uma deadline apertadíssima; enquanto isso, Ray descobre que Hannah deixou sua cópia de Mulherzinhas (o título um tanto quanto deplorável do romance Little Women, de Louisa May Alcott) na casa de Adam e, ao ir até lá para recuperá-lo, os dois embarcam em uma estranha jornada com o objetivo de devolver um cachorro roubado por Adam. Para completar a odisseia do episódio, temos uma Marnie iludida, uma Jessa deprimida e uma Shoshanna que deveria ter tido mais importância.

Enquanto Adam e Ray travam um início de amizade um tanto quanto inesperado, com várias revelações e um Adam que insiste em estar totalmente livre da influência de Hannah, Marnie acredita que é a namorada do artista Booth Jonathan que, na verdade, só a vê como uma diversão e, quando ele a pede pra ser a hostess de uma festa na sua casa, a verdade atinge Marnie de uma maneira avassaladora. Do outro lado da cidade Hannah luta com o seu aparente bloqueio criativo e sofre com o descaso de Marnie quanto a sua novidade, sendo vítima de uma Jessa incrívelmente dura que diz que nada, nada, do que qualquer um pode fazer jamais vai importar algo.

Em um episódio que, apesar de um tanto aleatório, apresenta a característica resiliente da série de ser brutalmente real e dura sobre a vida, Girls vai se encaminhando para um final de temporada bem mais triste do que o da primeira. Em uma ligação tristemente agridoce entre Marnie e Hannah, em que nenhuma das duas admite a verdadeira tristeza e nervosismo, a amizade delas permanece pendurada por um fio e ainda encontramos um Ray dolorosamente aberto ao final do episódio conversando com o cachorro (não retornado, by the way!), admitindo que sua vida é um caos muito bem orquestrado por detrás da sua máscara de sarcasmo. Girls nos entrega um episódio triste, que anseia e anda pelos meandros de uma catarse coletiva muito parecida com a que Hannah sofreu no episódio passado, “One Man’s Trash”, e mostra que nossos protagonistas amam estar em controle de suas vidas, mesmo quando tudo está indo ladeira abaixo.

***(3,5/5)

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Próximo Girls: 02x07 –  Video Games (24/02)

19 de fev. de 2013

Onde vivem os monstros da Bat For Lashes? No clipe de “Lillies”!

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Bat For Lashes lançou hoje o clipe para o quarto single do seu segundo álbum, The Haunted Man, lançado em meados do ano passado. Depois da lindíssima balada "Laura", da hermética "All Your Gold" e da sintetizada "A Wall", todas ganhando excelentes (e muito diversos) videoclipes, a moça resolveu lançar a bjorkiana “Lillies”, que ganhou um clipe a altura, misturando bonecos à la Onde Vivem os Monstros e animação stop motion que lembra a dos clipes dirigidos por Spike Jonze para a cantora islandesa.

O vídeo é um deleitezinho, na verdade. É a colisão do mundo preto e branco e um tanto opressivo do novo álbum com o da Bat For Lashes mais solar e natural do primeiro, Two Suns. A batida tribal e os acordes tocados por violão, mais o vocal em soprano da moça criam uma bela harmonia. “Lillies” é a faixa de abertura do The Haunted Man.

Review: O Lado Bom da Vida, ou quando o realismo não precisa ser pessimista

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Aos olhos treinados (ou aos de um espectador que esteja realmente prestando atenção, na verdade), quase todo filme tem um momento definidor em que pipoca na mente de quem o assiste qual é o ponto, o cerne, o significado mais intrincado daquela história. É como se o roteirista quisesse jogar isso na cara do público, na verdade, e é curioso como muitas pessoas acabam perdendo esse momento. Em O Lado Bom da Vida (título nacional mediano de Silver Linings Playbook, expressão esperta que, pra ser honesto, não tinha uma tradução literal possível), esse momento vem de forma curiosa. Após terminar um livro de Ernest Heminghway, o protagonista interpretado por Bradley Cooper se irrita com o desfecho trágico da história, explodindo com seus pais (as 4 da manhã): “Quer dizer, o mundo já é ruim o bastante. Alguém não pode dizer algo como ‘hey, vamos dar um final feliz para essa história’?”.

O Lado Bom da Vida é sobre finais felizes, sim, mas é principalmente sobre finais felizes serem possíveis na vida real. Pode soar piegas, mas se há um filme que é capaz de convencer os cínicos sobre isso, você está diante dele. A mágica de O Lado Bom da Vida consiste em montar uma estrutura típica de uma comédia romântica, temperada com pinceladas dramáticas mais realistas do que a maioria dos filmes do gênero costuma ter, e subverter pequenos detalhes da trama para que tudo possa parecer, bem… possível. Não há aqui uma grande maquinação, um momento em que o mocinho (ou a mocinha) descobre que esteve sendo enganado de alguma forma e toda a decepção e a raiva acabam por resultar em uma realização que concretiza o romance principal do filme. Não, de fato, O Lado Bom da Vida até ensaia isso em um momento, mas logo na mesma cena nos surpreende ao mostrar que as coisas não podem acontecer de forma tão brusca. Não na vida real.

Outro ponto interessante é que esse é um filme que retrata seres humanos com problemas de verdade, tragédias que aconteceram em suas vidas e com as quais eles não souberam lidar de uma forma saudável e esperada. Esse tampouco é um tomo de transformação. Não há um arco de mudança, aqui (algo que deixaria qualquer autor de manual de roteiro de cabelos arrepiados), mas uma história de encontro. O encontro entre Pat (Bradley Cooper) e Tiffany (Jennifer Lawerence). Ele acaba de sair de uma instituição psiquiátrica, onde foi internado após achar a ex-mulher traindo-o e quase ter espancado até a morte o amante da moça. Ela é uma recém-viuva que perde o emprego porque a única forma que encontrou para lidar com a morte do marido foi dormir com todos os empregados de seu escritório. Ele quer reconquistar a ex-esposa, ela quer ganhar um concurso de dança.

Esse é o momento em que o leitor já deduziu que eles se apaixonam e está gritando em protesto porque isso se parece exatamente com o clichê das comédias românticas. Talvez. Mas é a forma como O Lado Bom da Vida retrata isso que o faz especial: essas são pessoas perturbadas, marcadas por acontecimentos horríveis e consequencias ainda piores, em retrospecto. E nenhuma das duas partes do casal principal almeja mudar um ao outro. Eles simplesmente se encontram no meio dessa loucura toda, e é da forma mais natural e progressiva e bem desenvolvida que o gênero do romance viu em um tempo bem considerável. Parte da culpa, é claro, é de David O. Russell. O diretor de Três Reis e O Vencedor faz um filme quieto e discreto, mas absurdamente eficiente em nos envolver na história. Ele tem sob seu comando uma fotografia (assinada por Masanobu Takayanagi) que brinca de ballet com a encenação, uma boa história para contar e, é claro, um elenco brilhantemente guiado.

Bradley Cooper compõe seu Pat com a inteligência rápida de um comediante eventual, acertando em cheio na verborragia (a habilidade verbal do moço é impressionante, há de se dizer) e brincando com carisma e uma abordagem pouco sutil, mas bastante eficiente, da forma como seu personagem vê o mundo. Ele é balanceado, no entando, por toda a delicadeza e a mestria de Jennifer Lawrence. Não é exagero dizer que a moça faz trabalho digno de atrizes bem mais experientes que ela, jamais escondendo as sombras de sua Tiffany, e ao mesmo tempo lhe emprestando sensibilidade, integridade e determinação absolutamente cativantes. Se o Oscar acabar mesmo nas mãos dessa estrela de 22 anos, será mais do que merecido. No campo dos coadjuvantes, Robert DeNiro acerta a mão na sensibilidade contida, de uma forma como não acertava há algum tempo, na pele do pai de Pat. Indicação acertadíssima da Academia, primeira do ator desde Cabo do Medo, em 1992.

O Lado Bom da Vida é um filme sensível, mas jamais choroso. Por vezes engraçado, mas nunca histérico. E tem um final feliz, sim, mas não subestima nossa inteligência para chegar lá. E é a prova que o realismo não precisa ser pessimista, e o otimismo não precisa ser irreal. Take that, Heminghway!

***** (4,5/5)

O Lado Bom da Vida (SIlver Linings Playbook, EUA, 2012)
Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell, baseado na novela de Matthew Quick
Elenco: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert DeNiro, Jacki Weaver, Chris Tucker
122 minutos

18 de fev. de 2013

Review: Glee, 04x14 – I Do

primeira

por Amanda Prates
(Twitter - O Que Vi Por Aí)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Tudo pode acontecer e algumas coisas parecem fazer pouco sentido. Isso resume o último episódio de Glee, que não surpreendeu, mas cativou. Emma e Will não se casaram, Finn e Rachel deram sinais de uma possível volta, Blaine e Kurt se pegaram e decidiram manter uma “amizade com benefícios”, Tina vai desencanar no ex Warbler, surgiu a Quintana, Sue roubou a cena entrando na igreja vestida de noiva depois de Emma ter fugido e... Rachel pode estar grávida! Sim, isso tudo aconteceu em um único episódio de Glee (e com isso eu poderia parar por aqui). Afinal, a performance de “Anything Could Happen” não era para ser em vão!

O fato de o casamento não ter ocorrido já era algo para se esperar, depois do fatídico beijo entre Finn e Emma, não seria surpresa se desse a louca na ruivinha com TOC justo no último instante que antecederia o enlace. Mas, esse não foi o ponto destaque da trama, e sim os casais. Tio Ryan fez uma espécie de continuação ao “The Break-Up” (04x04) ao reunir para uma “rapidinha”, as relações que se destituíram logo no início da temporada e outras recém-formadas, afinal, “ninguém tá nem aí para a fuga da noiva, então bora curtir!”. Teve o mimimi na relação entre Jake (Jacob Artist) e Marley (Melissa Benoist, que eu só acho que eles estão usando-a num papel errado, e ridículo), as flertadas de Santana em Quinn, e a postura que Finn toma (dúvidas?) em relação aos sentimentos por Rachel, e a reciprocidade que ele afirma haver, protagonizando a melhor cena do episódio. E vale destacar ainda que até o Artie se deu bem com Betty (a nada suportável Ali Stroker do The Glee Project 2), sobrinha de Emma.

E, como o maior dilema da trama, o que foi a cena do teste de gravidez de Rachel? Titio quis surpreender, mas o máximo que conseguiu foi nos deixar com cara de “What the fuck???”. Enfim, as reviravoltas disso tudo a gente só vai conferir no próximo episódio, ou não, após o hiatus de três semanas a partir deste “I Do”. Em “Girl (and Boys) on Film” (04x15), os roteiristas darão uma “cara” mais cinéfila ao episódio, com covers de trilhas sonoras de filmes, que incluem Moulin Rouge! (por que será que eu me lembrei do Caio?), Ghost e Footloose.

Músicas do episódio:

◘ “You’re All I Need To Get By”, de Marvin Gaye, interpretada por Marley (Melissa Benoist) e Jake (Jacob Artist); veja aqui.

◘ “Getting Married Today”, do Company, interpretada por Emma (Jayma Mays), Will (Matthew Morrison) e Mercedes (Amber Riley); veja aqui.

◘ “Just Can’t Get Enough”, de Depeche Mode, interpretada por Blaine (Darren Criss) e Kurt (Chris Colfer); veja aqui.

◘ “We’ve Got Tonight”, de Bob Seger, interpretada por Rachel (Lea Michele), Finn (Cory Monteith, Blaine, Kurt, Quinn (Dianna Agron), Santana (Naya Rivera), Marley, Jake, Artie (Kevin McHale) e Betty (Ali Stroker); veja aqui.

◘ “Anything Could Happen”, de Ellie Goulding, interpretada por Marley, Artie e Jake, veja aqui.

segunda

Próximo Glee: 04x15 – Girls (and Boys) on Film (07/03)

TV: Atrizes de Ringer e Apt 23 em novos projetos

por Rubens Rodrigues
(Twitter)

Atriz de Buffy e Ringer já tem novo projeto

Sarah Michelle Gellar está oficialmente de emprego novo. Diferente do noticiado anteriormente, a atriz de RINGER foi confirmada no mais novo projeto de David E. Kelley (Ally McBeal).

Intitulada de Crazy Ones, a comédia vai focar na relação de uma pai e uma filha que trabalham juntos em um escritório de publicidade. O pai de Geller será interpretado por Robin Williams (que fez participações nas séries Louie e Wilfred em 2012). James Wolk, de Political Animals, também estará no elenco.

O episódio piloto será dirigido por Jason Winer (Modern Family). A notícia é do TV Line.

Protagonista de Apartment 23 estará em nova série da NBC

Segundo o mesmo portal, Krysten Ritter também já tem novo projeto. A protagonista de Don't Trust the B---- in Apartment 23 estará no elenco da nova comédia da NBC.

Assistance, produzida por Will Ferrell e Adam McKay (Funny or Die), é centrada em uma assistente idealista (Ritter) que fica dividida entre o desejo de produzir filmes e sua vida pessoal. A personagem se chamará Nora, uma workaholic com um apelo sexual notável, e que ao mesmo tempo sofre por causa da ansiedade.

Krysten estava no elenco da série Apartment 23, que foi retirada da programação da ABC sem aviso prévio e é considerada como cancelada, apesar da emissora não ter anunciado o cancelamento de forma oficial.

Duas opiniões sobre The Following, a super bem-sucedida série da Fox

por Thiago Santos
(Tumblr)

The Following sem dúvida era uma das grandes apostas para 2013, o episódio piloto se mostrou consistente mesclando uma qualidade de filme e um ritmo muito interessante, somos apresentados ao grande vilão da série, o serial killer (e professor de literatura) Joe Carroll, que usa dos seus conhecimentos de professor em seus assassinatos e através disso inspira pessoas a seguir seu ideal assassino. Em contra partida temos Kevin Bacon como o herói imperfeito da série, o agente do FBI Ryan Hardy, que no passado investigando assassinatos conhece Carroll e só descobre depois que ele é o seu serial killer, além do drama por trás dos assassinatos a relação entre vilão e herói se torna mais estreita e pessoal, pois nasce uma relação entre Ryan e a esposa de Carroll durante o processo de separação. O episódio gira todo em torno de uma sobrevivente de um dos ataques de Carroll que era constantemente vigiada por dois seguidores do vilão que fingiam ser um casal gay, além disso, o serial killer ainda manda uma de suas seguidoras, Emma, infiltrada como babá em sua casa sequestrar seu próprio filho. No fim do episódio temos Carroll deixando claro que mesmo na prisão vai começar a “escrever” uma nova obra.

O segundo episódio trás o desenvolvimento de personagens secundários que tem ligações diretas com Carroll, seguidores determinados a ajudar a escrever esse livro através de mortes e casos que colocam Ryan Hardy como protagonista do jogo de Carroll. Conhecemos por intermédio de flashs do passado a história dos seguidores de Carroll, o primeiro contato deles com o vilão e sua fascinação por ele. Descobrimos mais sobre Emma (a babá) que na verdade é namorada de Jacob (até então membro do casal gay) e percebemos que existe interesse amoroso de Paul (outro membro do casal gay) por seu colega Jacob. Há a surpresa do nosso vilão quando seu plano não sai exatamente como o planejado, pois Ryan não matou uma de suas peças como Carroll esperava.

O terceiro episódio mantem muito bem a linha dramática e o mesmo ritmo que conquistam em The Following desde seu piloto, além de flashs do passado dos protagonistas temos flashs que mostram conflitos entre os próprios seguidores de Carroll como é o caso do até então “falso casal gay” Paul e Jacob. Somos apresentados também a Rick e Maggie, outro casal seguidor de Carroll, contudo até alguns minutos do final do episódio pensamos que Maggie é apenas uma vitima, até que ela mata um dos policias do FBI. Em contrapartida Ryan mata o parceiro de Maggie, mas ela consegue fugir. Nos minutos finais do episódio percebemos que o “falso” casal gay, Paul e Jacob não é tão falso assim, que eles de fato se envolveram.

O quarto episódio confesso que para mim foi um dos mais mornos apesar de ainda sim ser bom, conhecemos mais do passado de Ryan Hardy, seu alcoolismo, seu relacionamento com a ex-esposa de Carroll, Claire Matthews, e sobre sua irmã, única família que ele possui, que acaba sendo vítima da fugitiva e furiosa Maggie, que depois de perder o parceiro pelas mãos de Ryan decide sequestrar a irmã dele e fazê-la ver a morte do próprio irmão. Há a impressão de que pequeno Joey já está desconfiando dessas “férias” com sua babá (Emma) e Paul e Jacob. Aliás nesse episódio fica claro que Jacob enganou os outros seguidores de Carroll pois ele é o único que nunca matou ninguém e quando se vê em uma situação em que tem que matar ele falha. No fim das contas acaba surgindo de vez um triangulo amoroso na série envolvendo Jacob, Paul e Emma.

The Following sempre deixa um gosto de quero mais, desperta e prende o espectador. Acredito que de fato a série está cumprindo as expectativas de grande promessa de 2013 e espero que continue assim.

**** (4/5)

SEGUNDA OPINIÃO

The Following, ou a arte de fazer uma trama promissora virar uma série mediana

por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Com números de audiência fenomenais para uma série estreante, The Following é o assunto do momento entre os que acompanham o mundo da televisão. As quatro primeiras semanas do programa dividiram opiniões. Os críticos a tacham de clichê e mal-conduzida, com situações ridículas e procurando chocar só por chocar. Os espectadores, ou pelo menos a maioria deles, comprou a história de um serial killer que formou um culto em torno de si mesmo e está arrastando o policial que o prendeu, uma década atrás, para o meio do plano que construiu com esses acólitos psicóticos. Eu, pessoalmente, preciso admitir que a queda por histórias de serial killers faz de The Following uma série bastante compulsiva de se assistir, mas isso não me impede de reconhecer as sérias falhas que existem em sua concepção.

Para começar, uma parte das reclamações dos críticos é justificada. Os dois primeiros episódios de The Following são escritos pelo criador, Kevin Williamson, o homem por trás da série Pânico e por pérolas da TV como The Vampire Diaries e Dawson’s Creek. Essa sua nova investida televisiva ressoa aos trabalhos noventistas de terror do moço, mas sem o fator auto-referente e ligeiramente satírico de Pânico, por exemplo. A criação de personagem segue um procedimento parecido, fazendo de cada indivíduo uma peça no tabuleiro cheio de reviravoltas e sacadas espertas de Williamson, mas esquecendo-se que, quando não se faz dos personagens metralhadoras simbólicas de cultura pop, a mágica não funciona. The Following tropeça demais no fato de que, por boa parte dos quatro primeiros episódios, pouco nos importamos com as pessoas que estão diante da câmera.

O outro Kevin envolvido no projeto, por sua vez, é o que mantem a narrativa funcionando nesse começo de série. Bacon entra em cena na pele do ex-agente do FBI que é chamado de volta a ativa (provavelmente o começo de plot mais usado da história da narrativa moderna) quando o serial killer feito por James Purefoy escapa da cadeia. No primeiro episódio, o psicopata vai atrás da única vítima que escapou de suas garras na última vez, uma participação curta de Maggie Grace. Quando seu nêmesis encontra seu esconderijo, no entanto, ele se rende ao FBI, voltando ao encarceramento, mas deixando claro que tem um exército de acólitos, conseguidos na internet, do lado de fora. Esse grupo inclui, como personagens regulares, os três assassinos de Nico Tortorella, Adan Canto e Valorie Curry.

Não que o elenco coadjuvante seja ruim, mas Bacon está um nível acima de boa parte de seus companheiros de cena. Vale crédito a agente Parker de Annie Parisse, que os espectadores de Person of Interest devem reconhecer, e os esforços do trio de jovens escalados como os principais seguidores do culto do serial killer. Nenhum deles empresta vibração e vida ao seus respectivos personagens da mesma forma que Bacon faz com o protagonista, no entanto. Ele é na verdade a única razão realmente boa para se assistir os três primeiros episódios de The Following. O restante funciona a meia engrenagem, esbarrando sempre na insistência dos escritores (Williamson nos dois primeiros, Adam Armus & Kay Foster no terceiro) em colocar as reviravoltas por segundo acima do desenvolvimento dos seus personagens.

É no quarto episódio que as coisas parecem começar a caminhar para o lado positivo. Essa é uma narrativa mais delicada, que mexe com o passado dos personagens de uma forma mais sutil e mais significativa do que os três anteriores, e que dá tanto a Bacon quanto a Tortorella, Canto e Curry um material decente para trabalhar. É uma surpresa que esse episódio seja novamente escrito por Williamson, com a ajuda de Andrew Wilder (Criminal Minds), mas o que parece é que a série encontrou a fórmula que vai poder usar para estabilizar-se narrativamente. Se seguir esse caminho, The Following pode acabar sendo pelo menos uma parte da série que foi aclamada como “a melhor da temporada” pelo Washington Post. Como está, é um rascunho de ousadia da Fox, canal aberto americano, que parece mais preocupado em se vangloriar de exibir a série mais violenta da programação atual, do que em produzir a melhor.

*** (3/5)

Próximo The Following: 01x05 – The Siege (18/02)

Você precisa conhecer: Caro Emerald

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

A “chocante Srta. Emerald” da foto acima é ninguém menos do que Caro Emerald, cantora holandesa de 31 anos que em 2013 parte para seu segundo álbum, três anos após a gravação de estreia. The Shocking Miss Emerald é justamente o título da nova pérola dessa primeira-dama do neo-jazz, que revelou hoje a capa acima, mesmo que o álbum não tenha ainda data de estreia.

Hoje também saiu o primeiro single da nova empreitada. “Tangled Up” tem o jeitão das músicas de Emerald, com uma mistura de elementos típicos do jazz tradicional, com acordes claros na produção e arranjos de cordas ditando a ambientação, e inovações discretas e elegantes, como a batida eletrônica e as intervenções delicadas de sintetizadores.

Caro fez algum barulho em 2010, quando estreou seu primeiro álbum, Deleted Scenes from The Cutting Room Floor. O álbum gerou quatro singles: "A Night Like This", "Stuck" e, merecedoras de mais destaque, as ótimas “That Man” e “Back it Up”, cujos clipes (abaixo) ganharam tratamento à la anos 50/60, com Caro estrelando uma montagem com cara de abertura de 007 no primeiro e uma série de cenas tiradas de programas luxuosos de auditório da época no segundo.

Destaque também para os covers que Caro frequentemente faz em seus shows. Os mais famosos são os de "Bad Romance" de Lady Gaga, "Mama Do (Uh Oh, Uh Oh)" de Pixie Lott, e "Price Tag" de Jessie J. Pra fechar com chave de ouro, por fim, a nossa preferida da Caro até agora, a fabulosa “The Other Woman”.

17 de fev. de 2013

Jogo Rápido: Os indicados a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2013

amourDa esquerda para a direita: o diretor Michael Haneke, e os protagonistas Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant no set de Amour, francês favorito ao prêmio

por Amanda Prates
(TwitterO Que Vi Por Aí)

Desde o anúncio do vencedor da Palma de Ouro em Cannes, já se poderia dizer que Amour seria um dos indicados pela Academia à categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, e os mais confiantes apostam (outros até afirmam com total convicção) que Michael Haneke já tem a estatueta garantida – e a indicação à categoria principal só eleva essas chances. O longa-metragem austríaco concorre com as produções de Joachim Ronning (Kon Tiki), Pablo Larraín (No), Nikolaj Arcel (En Kongelig Affære) e Kim Nguyen (Rebelle) e, com exceção de No, seriam fortes concorrentes à estatueta mais cobiçada do cinema, não fosse o favoritismo precoce.

Filmes estrangeiros sempre atraem menos a atenção do espectador, mas desde o início da década passada, a Academia tem se mostrado mais aberta às culturas estrangeiras e aceitado as produções legendadas. Foi a partir de O Tigre e O Dragão (Ang Lee) e Cartas a Iwo Jima (Clint Eastwood), filmados em japonês, que os eleitores dos Oscars se figuraram mais interessados no entretenimento estrangeiro, já que consideram que esses filmes têm uma forma peculiar de contar histórias. Neste ano, Dinamarca, Canadá, Chile, Noruega e Áustria formam a lista das superproduções legendadas, e mostram que eles podem fazer chorar, sorrir e sonhar tão bem quanto as produções hollywoodianas. Sendo assim, a gente analisa os nomes desta categoria (com exceção de Amour, que já fora resenhado aqui). Confira:

Rebelle 1

A Feiticeira da Guerra (Rebelle/War Witch, Canadá, 2012)
Direção e roteiro: Kim Nguyen
Elenco: Rachel Mwanza, Serge Kanyinda, Alain Lino Mic Eli Bastien
90 minutos

Um dos pontos louváveis de Rebelle é não contar uma história, mas sim, nos inserir nela. O espectador vive o sofrimento da personagem, mas não torce para que ela tenha um final feliz. Ele deseja seguir todos os passos de Komona, desde a mera apresentação pela mesma por narração em off, indo ao momento em que ela é recrutada como soldado para a guerrilha na África Subsaariana (o local em específico não importa), até o resultado de suas últimas decisões. Kim Nguyen em nenhum momento tenta emocionar seu espectador ou provocar sentimentos semelhantes, ele joga sobre seu público todo realismo miserável da África no momento da Guerra Civil, numa alternância entre o indigente e o idílico, com cenas em que a personagem principal é brutalizada, seguidas de momentos poéticos, o que talvez torne o filme tão impactante.

Mas, o foco em Komona do início ao fim da história é o que mais se nota. Há momentos maçantes, diálogos quase escassos e imprecisos – mas nada que nos faça querer desistir do filme. A partir do momento em que a personagem é forçada a fazer parte da guerrilha Grande Tigre Azul, toda a história de desenrola na trajetória dela em voltar à sua aldeia e enterrar seus pais, que a perseguem como fantasmas – outro destaque à produção. O diretor não destrincha os fatos, não ignora a inteligência de seu espectador e o deixa por entender alguns detalhes, mas peca na extensão de algumas cenas. Rachel Mwanza, atriz que dá vida a Komona, é a surpresa da vez pela capacidade com que ela mergulha no submundo da personagem, tornando seu sofrimento tão real e palpável. Rebelle quebra com a premissa de que produções deste tipo tendem a ser meramente documentais e denúncias sociais.

**** (4/5)

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A Royal Affair 1

O Amante da Rainha (En Kongelig Affære/A Royal Affair, Dinamarca/Suécia/República Tcheca, 2012)
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg
Elenco: Alicia Vikander, Mads Mikkelsen, Mikkel Boe Følsgaard, David Dencik, Trine Dyrholm, Cyron Melville, Laura Bro
137 minutos

Ao contar a história de Caroline Mathilde (Alicia Vikander), que, no auge da sua juventude, se vê rainha da Dinamarca, casada com um homem que ela não idealizara e presa a uma relação fadada ao sofrimento e aparências, o que a leva a um relacionamento extraconjugal, Nikolaj Arcel faz de O Amante da Rainha uma história com fatos reais, pincelada pela ficção e longe de ser um romance de época que se vale apenas pelo belo visual que proporciona. A partir da relação amorosa e intelectual desenvolvida entre Caroline e Johann Struensee (Mads Mikkelsen), ambos os roteiristas constroem um filme que nada deve ao seu espectador e é capaz de tratar de romance e história política com igual intensidade e verdade.

Somos inseridos dentro de uma Dinamarca que ainda muito relutava contra os ideais iluministas e onde nobreza e o clero detinha todo o poder de organização socioeconômica, até a personagem principal descobrir sua luz liberal em um alemão iluminista e contribuir significativamente para a saída do país das “trevas da Idade Média” (termo como é tratado preconceituosamente o período que antecede o Moderno). A dupla Arcel-Heisterberg dá uma verdadeira aula de história e filosofia que o público dificilmente se cansa de acompanhar.

Entretanto, os maiores destaques de O Amante da Rainha são mesmo os seus personagens e as composições que os encarnam. Caroline exala elegância e beleza, e se mostra uma mulher forte o bastante para tomar atitudes firmes frente às manias de seu marido. Alicia Vikander compõe seu papel sem se fazer do tom teatral que adotam muitos atores e atrizes, ela prefere encontrar em olhares, mínimos gestos e diálogos naturais a força de sua representação. Mads Mikkelsen dá a seu Johann toda intensidade e aspectos que o permitem ser admirado. Já o vencedor do Urso de Prata, Mikkel Boe Følsgaard, provou o quão merecedor era de tal reconhecimento, ao utilizar-se, invejavelmente, da doença de Christian VII para nos irritar e, gradualmente, nos conquistar com o jeito infantil como ele enxerga a vida, sem tornar-se mais uma caricatura, que ronda personagens tão enérgicos. No mais, o longa se provou eficiente, sem dever absolutamente nada às recriações de época hollywoodianas ao tratar da luta entre o conservadorismo e os ideais da “nova razão”, consciente de sua força.

***** (4,5/5)

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Kon-Tiki 1

Kon-Tiki (Kon-Tiki, Noruega, 2012)
Direção: Espen Sandberg, Joachim Roenning
Roteiro: Allan Scott, Petter Skavlan
Elenco: Pål Sverre Valheim Hagen, Anders Baasmo Christiansen, Gustaf Skarsgård, Odd Magnus Williamson, Agnes Kittelsen
118 minutos

Kon-Tiki poderia estar, facilmente, dentre os indicados à categoria de Melhor Filme no Oscar, ao lado do aclamado Amour, e não faltam motivos que comprovem isso. O que poderia ser mais uma tentativa desastrosa de recriar um documentário histórico da década de 40, acabou se tornando uma grande produção ao nível das hollywoodianas do gênero. A narrativa se centra na corajosa expedição liderada pelo explorador Thor Heyerdahl em tentar tornar verídica sua teoria de que a Polinésia fora povoada por uma antiga civilização peruana e não por asiáticos, como se acreditava até então, refazendo o trajeto de 8000 km dos “Tikis” do Peru à Polinésia em uma jangada rústica, similar à dos nativos.

Ao encarnar o explorador norueguês, Pål Sverre Valheim Hagen impressiona pela representação do herói sem superpoderes, homem que erra, mas audacioso e que se perpetuará na memória de um povo e, mesmo que caricata (o que neste caso, é impossível não ser), cativa por suas expressões dotadas de veracidade, porém não se pode dizer que ele tenha grande destaque entre os coadjuvantes, todos têm sua parcela de importância. A produção é luxuosa e os acontecimentos relativos à história e ao técnico são inteligíveis, coesos e bem arquitetados, sem exageros ou qualquer ensaio de elevar os personagens a um status de “herói destemido e maniqueísta”. Kon-Tiki é o típico filme que se destaca das produções nacionais e se aproxima da maneira mais tradicional americana ou britânica de se contar uma história com fundo verídico.

***** (4,5/5)

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NO 1

No (No, Chile, 2012)
Direção: Pablo Larraín
Roteiro: Pedro Peirano
Elenco: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers, Néstor Cantillana, Luis Gnecco, Alejandro Goic, Jaime Vadell
118 minutos

Mesmo sendo o filme mais fraco da categoria e longe de levar a estatueta, No não deixa de ser uma produção de destaque. Todo filmado em U-matic, formato de fita de vídeo analógico de gravação usado nos anos 80, a história se centra no plebiscito anunciado por Augusto Pinochet – quando pressionado pelo resto do mundo –, para decidir se ele continuaria no poder por mais 8 anos, o que perduraria a ditadura implantada durante seu governo, ou se o país adotaria uma política democrática. A partir daí, a publicidade assume toda a sua importância na missão de convencer o país a dizer “não” ao presidente ditador. E esse foi o grande acerto do diretor e roteirista: colocar a política como um produto para se chegar a uma democracia, e não como uma questão social. Talvez possa parecer contraditório, mas o filme que encerra a trilogia do diretor sobre a ditadura no Chile se foca em apenas descrever com fidelidade toda a corrida publicitária que se estabeleceu no país naquela época, sem envolver um cunho histórico mais detalhado.

Gael García Bernal encarna o personagem fictício René Saavedra, que se toma como a alma da luta pelo “não”. O elenco desempenharia seu papel com louvor, não fossem os diálogos imprecisos, confusos e outros muitos desnecessários que permeiam todo o filme, mas o retrato eficiente, inteligente e criativo da situação em que se encontrava o Chile no final da década de 80, foi a grande sacada de Larraín.

**** (4/5)