7 de mai. de 2013

Review: Bates Motel, 01x08 – A Boy and His Dog

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por Caio Coletti
(@EcoCaio)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

É interessante como, nas últimas semanas, Bates Motel tem mutado e moldado sua própria intenção. Se nos primeiros episódios da trama o tom era sério e a execução era bastante integrada com esse contexto, após a revelação de “The Truth” duas semanas atrás e depois de alguns percalços típicos de primeira temproada, Bates aos poucos se desenha como uma série que passeia na tênue linha entre o kitsch, o camp e o suspense de verdade. Talvez tenha sido a fabulosa atuação de Vera Farmiga que tenha levado a série para esse caminho, ou apenas a combinação de prequel com mistério de cidade pequena que a trama se tornou. Mas o fato é que aos poucos Bates caminha para se tornar um guilty pleasure dos bons.

Tome como exemplo o “momento Farmiga da semana”: preocupada com a construção de uma rodovia que tiraria seu motel da rota principal dos viajantes (um subplot que Bates ressucita depois de algumas semanas), Norma vai até o escritório do Xerife Romero para lhe pedir o favor político de indicar ela ao comitê de planejamento urbano de Whipe Pine Bay. A série tem o bom senso de deixar no ar os motivos do personagem de Nestor Carbonell para salvar a pele da família Bates no episódio anterior, mas não resiste à oportunidade de dar ao ator um discurso ameaçador e direto a fazer. E então a câmera corta para Farmiga e a linguagem corporal da atriz, recuando e encolhendo na cadeira, é mais uma pequena pérola de atuação kitsch.

Além dessa pequena preciosidade, Bates parece ter perdido o pudor de jogar cenas e plots inteiros na trama pelo simples prazer de vê-los se desenvolver, e como recompensa temos Emma dando um choque de realidade nas amigas de Bradley no banheiro feminino, por exemplo. Essa storyline ainda abre espaço para Olivia Cooke brilhar na cena em que explica para Norman exatamente seus sentimentos em relação a ele. A moça, em seu primeiro papel de destaque na TV americana, vem se provando a peça mais comovente da série, especialmente por sua confiança cega em Norman. Freddie Highmore também está ótimo na cena, awkward na medida certa.

No entanto, apesar de toda essa condução de trama camp, Bates também encontra tempo para criar um pouco de tensão palpável nas interações entre Norma e o personagem de Jere Burns, que aliás tem entrado no rastro de Farmiga e arquivado mais uma interpretação puramente cartunesca para a série. E, finalmente, também consegue nos mostrar mais uma vez que Norma não é muito mais do que uma mãe que foi levada pelas circunstâncias a desenvolver uma patológica superproteção em relação ao filho. E, até acima disso, uma mulher que nunca se permite (nem é permitida) um segundo de paz. Com tudo isso condensado em um episódio só, nós somos da opinião que Bill Balas, que assina seu primeiro roteiro para a série aqui, é um nome para se manter por perto.

**** (4/5)

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Próximo Bates Motel: 01x09 – Underwater (13/05)

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