31 de mai. de 2013

Review: Hannibal, 01x10 – Buffet Froid

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por Andreas Lieber

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

O inglês tem uma expressão, “gone berserk”, que significa que algo, antes puro, se contaminou do mais profundo sentido malévolo de destruição. Do dicionário, “berserk” quer dizer possuído, endemoniado, mas sua origem remonta os Berserkers, guerreiros nórdicos com juramento à Odin que entravam em fúria assassina antes das batalhas. No décimo episódio de Hannibal, “Buffet Froid”, – que dispensa explicações de sua origem francesa, sendo apenas um bufê frio – temos justamente um contos de fadas “gone berserk” quando Beth LeBeau é atacada por algo embaixo de sua cama em sua casa na floresta e afastada da cidade.

Aprofundando-se ainda mais em Will e seu estado mental cada vez mais precário, nesse episódio o temos atingindo o seu extremo ao perder horas de consciência e acordar enquanto faz a reconstrução do assassinato no quarto da moça. O único problema é que ele acorda em cima dela, contaminando assim a cena do crime. Após falhar em um teste cognitivo feito por Hannibal (Teste do Relógio), Will é encaminhado para um neurologista amigo do Dr. Lecter, Dr. Sutcliff (John Benjamin Hickey, da já finalizada The Big C) a fim de ser realizada uma ressonância magnética. Após análises, conclui-se que Will sofre de encefalite, uma inflamação aguda no cérebro.

Outro fator intessante em “Buffet Froid” é mais uma vez as veias manipuladoras de Hannibal: convencendo o neurologista a não contar a ninguém e mentir sobre os resultados de Will, vemos um Dr. Lecter empurrando e esticando as barreiras mentais de Will ao limite. Quando o próprio Dr. Sutcliff é encontrado morto de modo semelhante ao de Beth LeBeau – com o famoso “Glasgow smile” –, somos apresentados ao monstro do contos de fadas: Georgia Madchen (Ellen Muth). Sofrendo de uma rara doença mental, Síndrome de Cotard, a moça acredita que está morta e que seus órgãos internos estão em estado de putrefação, além de perder a capacidade de reconhecer as feições de pessoas e se encontrar em um estado de depressão psicótica.

Quando descobrimos, em instantes finais, que na verdade o assassino do Dr. Stucliff é Hannibal tentando fazer com que a culpa recaia sobre Georgia, uma vez que ela seguia Will, percebemos a que ponto o Dr. Lecter pode chegar para continuar seus planos; o que não fica claro, no entanto, é quais são esses planos em relação a Will. Em uma das cenas finais, que começa digna de filme de terror com Will encontrando uma Georgia catatônica embaixo de sua cama, termina com uma ternura inesperada quando o mesmo busca pela mão da garota-zombie, dizendo que ela não está só. Talvez em um de seus episódios mais densos e pertubadores, Hannibal mostra ao público o porquê mereceu ser renovada. E como merecia! Um viva para a NBC!

Em última nota, vale ressaltar um interessante easter egg em “Buffet Froid”: Ellen Muth, que viveu Georgia Madchen nesse episódio, foi a estrela de Dead Like Me, antiga série da Showtime do mesmo criador de Hannibal, Bryan Fuller. Em Dead Like Me, Ellen também se chamava Georgia, só que com o sobrenome Lass… e onde já vimos uma Lass? Isso mesmo, Miriam, a trainée morta de Jack.

5/5(*****)

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Próximo Hannibal: 01x11 – Rôti (06/06)

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