Review: Dirty Computer (álbum e filme)

Janelle Monáe cria a obra de arte do ano com um álbum visual espetacular - e que desafia descrições.

Os 15 melhores álbuns de 2017

Drake, Lorde e Goldfrapp são apenas três dos artistas que chegaram arrasando na nossa lista.

Review: Me Chame Pelo Seu Nome

Luca Guadagnino cria o filme mais sensual (e importante) do ano.

Review: Lady Bird: A Hora de Voar

Mais uma obra-prima da roteirista mais talentosa da nossa década.

Review: Liga da Justiça

É verdade: o novo filme da DC seria melhor se não tivesse uma Warner (e um Joss Whedon) no caminho.

29 de dez. de 2012

Estamos na Fila Especial: Os filmes mais esperados de 2013

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

A regra das sequências de blockbusters em Hollywood é: sempre faça maior, mais perigoso, mais impressionante, mais exagerado. As aventuras de Tony Stark, até agora, tem seguido essa progressão: Iron Man 2 e seus múltiplos vilões associados a derrocada da vida pessoal do herói, era uma narrativa de grandeza multiplicada se comparada ao primeiro filme da franquia. Iron Man 3, programado para 3 de Maio no Brasil, tem apenas um vilão, mas ainda parece representar mais perigo para Tony – e para sua companheira Pepper (Gwyneth Paltrow) – do que qualquer ameaça até agora. O Mandarim de Ben Kingsley pode se tornar o acontecimento nerd do ano, mas pode também colocar o Homem de Ferro abaixo.

A troca de comando na série levanta suspeitas… desnecessárias. Quem quer que conheça o currículo de Shane Black ou ao menos tenha visto o ótimo Beijos e Tiros, que refez a carreira de Robert Downey anos antes do próprio Iron Man, sabe que o moço é nome mais do que indicado e mais do que competente. No elenco, sai quase todo mundo que esteve na segunda aventura (as exceções são Downey, Paltrow, Don Cheadle e, er, Jon Favreau – que dirigiu os dois últimos filmes, passou a bastão para Black, mas continua atuando como o segurança pessoal de Stark, Happy Hogan), e entra gente do naipe de Guy Pearce na pele de um nanocientista e Rebecca Hall como uma bióloga e amiga de longa data do protagonista.

star-trek-into-darkness-poster-thumb-444x657-193086Quatro anos é um intervalo grande entre sequências para Hollywood. Ao passo em que Iron Man vai chegando a sua terceira aventura em meia década, o reboot de Star Trek comandado por J.J. Abrams em 2009 ganha continuação só agora. Marcada para 26 de Julho, Star Trek Into Darkness traz de volta toda a tripulação que fez do primeiro filme um inesperado sucesso para a franquia, à época parada por sete longos anos. Chris Pine, cada vez mais ator adulto e menos galãzinho juvenil, ainda é o Capitão Kirk nessa aventura que, segundo a sinopse, envolve “uma força invencível de terror vinda de dentro da organização da Enterprise”, “uma caçada humana em um planeta em guerra” e “uma arma de destruição em massa de um homem só”. No elenco a novidade é Benedict Cumberbatch, queridinho de toda uma geração de nerds por estrelar Sherlock, versão televisiva britânica do famoso detetive. Rumores dizem que o personagem do moço é Khan, lendário vilão da série de filmes originais. Karl Urban, Zoe Saldana, Zachary Quinto, Simon Pegg, Anton Yelchin e John Cho retornam na tripulação da nave espacial mais famosa da federação. O roteiro é comandado por Roberto Orci & Alex Kurtzman, dupla responsável por Transformers, e Damon Lindelof, um dos criadores de Lost.

manofsteelposter8888881999Bryan Singer não foi capaz de fazer um Superman que apele ao público do século XXI, como atesta a fraca bilheteria de Superman – O Retorno, de 2005, ainda que tenha conquistado a crítica com seu olhar nostálgico para a história de Clark Kent. A aposta da Warner Bros dessa vez é mais pontual, e mais segura: entregaram o roteiro a David Goyer e Christopher Nolan, parte da trupe responsável pela criação de um Batman mais realista e contemporâneo na nova trilogia do herói, e o resultado parece ter sido, pelo trailer lançado recentemente, um olhar humanizador sob Clark e seu alter-ego. Justamente o que o herói precisava, além de um diretor visualmente brilhante (Zack Snyder, de 300 e Sucker Punch) e um elenco matador (Amy Adams como Lois Lane, Russell Crowe como Jor-El, Michael Shannon como o vilão Zod, Kevin Costner e Diane Lane como Jon e Martha Kent, Laurence Fishburne como Perry White). Man of Steel está marcado para 12 de Julho. A capa do herói, aliás, será assumida por Henry Cavill, que já era um nome considerado para o papel em Superman – O Retorno. Trata-se do primeiro ator não-americano a interpretar o personagem.

a-good-day-die-hard-poster01Yippee ki-yay, mother Russia. Esse é o icônico slogan da quinta aventura de John McClane, com Bruce Willis do alto de seus 58 anos e Jai Courtney (Spartacus: Sangue e Areia) na pele de Jack, filho do personagem. Mary Elizabeth Winstead retorna como Lucy, a irmã de Jack que esteve em Duro de Matar 4.0, última investida do personagem nos cinemas, em 2007. No novo filme, John viaja para a Russia ajudar o filho, um operativo da CIA trabalhando para evitar um roubo de armas nucleares. Skip Woods (X-Men Origens: Wolverine) assume o roteiro, enquanto John Moore (Max Payne) senta-se na cadeira do diretor após Len Wiseman, ótimo diretor da aventura anterior, não ter aceitado se envolver na sequência. Novidades no elenco incluem, rumoradamente, a presença de Patrick Stewart (o próprio Professor X) como um general russo, além da confirmação de Cole Hauser (Separados Pelo Casamento) e do alemão Sebastian Koch (A Espiã). Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer, está marcado para 22 de Fevereiro no Brasil.

E para outros gostos…
Oz: Mágico e Poderoso – James Franco, Rachel Weisz – 8 de Março
Carrie, a Estranha – Chloe Moretz, Julianne Moore – 15 de Março
G.I. Joe: Retaliação – Channing Tatum, Bruce Willis, The Rock – 29 de Março
A Hospedeira – Saoirse Ronan, Diane Kruger – 29 de Março
Oblivion – Tom Cruise, Morgan Freeman – 12 de Abril
Todo Mundo em Pânico 5 – Lindsay Lohan, Charlie Sheen – 19 de Abril
Evil Dead – Jane Levy, Shiloh Fernandez – 19 de Abril
Velozes e Furiosos 6 – Vin Diesel, Paul Walker, The Rock – 24 de Maio
After Earth – Will Smith, Jaden Smith – 7 de Junho
The Great Gatsby – Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan – 14 de Junho
Universidade Monstros – Billy Crystal, John Goodman – 21 de Junho
World War Z
– Brad Pitt, Marc Forster – 28 de Junho
Meu Malvado Favorito 2 – Steve Carell, Al Pacino – 5 de Julho
Beautiful Creatures – Emmy Rossum, Emma Thompson – 12 de Julho
O Cavaleiro Solitário – Johnny Depp, Armie Hammer – 12 de Julho
The Wolverine – Hugh Jackman, James Mangold – 26 de Julho
Percy Jackson: Sea of Monsters – Logan Lerman, Stanley Tucci – 16 de agosto
Riddick – Vin Diesel, Karl Urban – 6 de Setembro
Mortal Instruments: City of Bones – Lily Collins, Jamie Campbell Bower – 6 de Setembro
Thor: The Dark World – Chris Hemsworth, Natalie Portman – 22 de Novembro
Jogos Vorazes: Em Chamas – Jennifel Lawrence, Josh Hutcherson – 22 de Novembro

28 de dez. de 2012

“Glen ou Glenda”, ou O que se pensava sobre transsexualidade em 1953, visto pelo pior diretor da história

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Eleito duas vezes como “o pior filme jamais feito”, Glen ou Glenda veio no ano de 1953, quando o primeiro caso de mudança de sexo a receber grande cobertura da mídia, o de George/Christine Jorgensen, chamou a atenção do público. A manchete mostrada no filme é: “Mudança de sexo choca país”, e foi mais ou menos esse o tratamento que Christine, operada na Dinamarca, recebeu da imprensa. O companheiro da moça, um estatístico nova-iorquino, foi demitido do trabalho após sua ligação ser descoberta, e o casal nunca foi permitido ao casamento, pois a certidão de nascimento de Christine ainda constava como do sexo masculino. Estimulado pela publicidade relacionada a esse caso, o produtor George Weiss queria um filme sobre mudança de sexo, e acabou entregando a missão à Edward D. Wood Jr, o Ed Wood, conhecido hoje como “o pior diretor de todos os tempos”, mas na época um aspirante de currículo modesto. Cross-dresser de longa data, o moço dirigiu, escreveu e estrelou essa história… sobre travestis.

Glen ou Glenda é um filme cheio de preconceitos. Mas você não pode esperar um filme LGBT ditado pelos ideais do movimento no século XXI, estamos falando de 1953. O movimento LGBT nem mesmo existia, e é verdade que o filme em grande parte encara o cross-dressing e a mudança de sexo ou como uma curiosidade científica bizarra ou como um distúrbio. Em certo ponto, a narração parece querer ser muito clara sobre o protagonista, Glen (o próprio Wood): “Glen não é um homossexual. Ele é um travesti, mas não é um homossexual”. Ao mesmo tempo, o segundo caso apresentado pelo filme mostra um homem que prefere assumir sua identidade feminina, troca de sexo e, segundo o narrador, vive feliz com essa escolha. Apenas a apresentação de tal premissa era muito provavelmente uma afronta a visão predominante dos leitores que entraram em contato com a história de Christine Jorgensen. Por baixo do tratamento de filme de terror B, aqui está uma história querendo mostrar que a visão do “consumidor de mídia” as vezes é incompleta e não se importa com o bem estar dos sujeitos sobre os quais se está lendo. Isso, é claro, à moda de Ed Wood.

Sim, Glen ou Glenda é um desastre, a começar pela narrativa. Wood adiciona dois narradores a sua história: o mais abstrato cientista interpretado por Bela Lugosi (o Conde Drácula clássico dos anos 30, resgatado pelo diretor da pobreza e do vício em drogas) e o Dr. Alton (Timothy Farrell), e em meio a essas duas vertentes, mais a encenação das duas histórias contadas pelo médico, se perde entre cenas dispensáveis e, especialmente, na longa sequência de delírio do protagonista que, a bem da verdade, não tem razão nenhuma de existir – a não ser, talvez, a aparição de uma divertida encarnação do Diabo. A edição cheia de falhas e a trilha-sonora exagerada são outros erros da produção, mas nao dá pra negar o charme involuntário de uma produção que é uma sequencia tão impressionante de equívocos que chega a ser divertida.

Eu não estou tentando dizer que Ed Wood era um diretor injustiçado, mas talvez esteja querendo dizer que era um ser humano subestimado. Seu esforço e sua paixão incondicional pelo cinema são um início para começar a entender porque sua obra, mesmo que reconhecidamente ruim, ainda diverte e fascina muita gente. Seus filmes não são cheios de sofisticação, e com certeza tem uma coleção de erros nada invejável. Eu não estou dizendo que vale a pena vê-los se você está atrás de um bom filme. Mas talvez eles valham, especialmente esse, se você quiser entrar em contato com um homem sem recurso, sem talento e sem apoio de ninguém, que persistiu por décadas em fazer aquilo que ele realmente amava: filmes. Mesmo que fossem os piores da história.

** (2/5)

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Glen ou Glenda (Glen or Glenda, EUA, 1953)
Direção e roteiro: Edward D. Wood Jr
Elenco: Edward D. Wood Jr, Bela Lugosi, Lyle Talbot, Dolores Fuller, Timothy Farrell.
68 minutos

Se eu fosse o Homem-Aranha…

ASM-700Capa da última edição de Amazing Spider-Man.

por Marlon Rosa
(Beco 203)

Peter e Otto são inimigos rotineiros, e deverás isso, protagonizam algumas brigas e discussões. O primeiro, super- herói, ex-fotógrafo do Clarim Diário e atual cientista na Horizon Labs. Já o segundo, super-vilão, físico nuclear, polvo mecânico e, atualmente, em estado terminal.

Após brigarem e discutirem, os dois começam estranhamente a falar as mesmas palavras juntos, e, na mesma hora, percebem que estão em corpos trocados: Peter está no corpo de Otto e vice-versa.

Tendo que enfrentar tal acontecimento inusitado e até então inédito para ambos, juntos terão que assumir a vida um do outro, e aprenderão a ver o ponto de vista de cada qual sob um novo ângulo, que até então fora superficialmente sentidos por eles, e que agora, são intensamente vividos.

Pode parecer piada, mas o que você acabou de ler foi a sinopse do filme Se Eu Fosse Você, só que adaptada para as edições finais de The Amazing Spider-Man, título mensal da Marvel Comics que chegou ao fim este mês, em sua edição de número 700.

Com a missão de explicar de forma clara e completa o que realmente aconteceu - diferentemente de grandes veículos que fazem a notícia parecer uma narrativa de filme da sessão da tarde -, segue nos parágrafos a seguir os fatos detalhados e repleto de spoilers, sobre o ocorrido.

Usando um Octo-bot modificado (essa criaturinha dourada), Octavius consegue transferir de forma esplendorosa sua consciência para o corpo de Peter Parker (mais comumente conhecido como Homem-Aranha), tomando posse das memórias e corpo de Peter, e este, com o corpo em estado terminal, do Dr. Octopus.

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Deixando Peter a beira da morte, Otto começa sua nova vida como Homem-Aranha à sua maneira. Porém, Peter Parker, no corpo de Doutor Octopus, faz uma última tentativa de reaver seu corpo. Com ajuda do Sexteto Sinistro, que liberta o corpo de Octopus da Balsa (uma prisão de segurança máxima) e o revive, o Peter real chega a Nova York e tenta colocar pra funcionar a máquina de troca de personalidades. Eles chegam ao prédio dos Vingadores, onde o Octopus real mantém os familiares de Peter escondidos.

Depois de uma briga entre os dois, á beira da morte e sem conseguir desfazer a transferência de mentes, o Peter real descobre que Octopus sempre quis ser um herói como o Aranha. Peter consegue fazer o vilão prometer que nunca mais vai ferir ninguém. Peter, no corpo de Octopus, morre. Octopus promete a si mesmo que será um Homem-Aranha melhor, um Homem-Aranha Superior.

As consequências desse acontecimento dão início e fazem parte da nova fase da editora Marvel Comics, intitulada de Marvel NOW!. As modificações por parte do editor Dan Slott foram tão drásticas, que causou revolta por parte de muitos fãs, resultando até mesmo em algumas ameaças de morte. Porém, o editor pede para que os leitores se mantenham calmos, e esperem pela primeira edição de Superior Spider-Man.

Bom, agora cabe ao resto de nós, esperar e ver qual será o final de toda essa história com roteiro de filme da Globo (não que isso seja ruim).

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27 de dez. de 2012

Os 15 melhores do semestre (escolhidos por vocês!)

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Dessa vez a gente deixou você meter o bico. Desde 28 de Novembro, quando a primeira enquete foi lançada lá no nosso Facebook, os álbuns que a gente ouviu esse semestre estiveram em votação para você decidir quais deles entrariam na nossa tradicional lista de melhores. Divididos em categorias (cada álbum estava presente em mais de uma), 49 concorrentes se transformaram em 12 álbuns vencedores – dois para cada uma das seis categorias. O número tradicional da lista é completado por 3 entre potenciais 40 melhores singles do semestre que a gente te apresentou nos últimos seis meses. Foram mais de 600 votos que decidiram o páreo. Tá curioso? A listá começa aí embaixo:

Indie/Alternativo

melhores do ano 2

Two Door Cinema Club – Beacon (22 votos)

por Caio Coletti

“I’m coming home”, canta o vocalista Alex Trimble, sob uma tonelada de filtros, na gigantesca canção-título (e também a última do setlist) de Beacon, segundo álbum dos norte-irlandeses do Two Door Cinema Club. Dois anos depois da estreia celebrada em Tourist History, eles se unem ao renomado produtor Jacknife Lee (U2, Snow Patrol) para expandir o leque de suas influências e experiências musicais. O resultado é uma viagem por vezes intensa e por vezes sutil, mas que cobre uma gama incrível de gostos, abordagens e temas. A constante entre as letras compostas por Trimble é a viagem, a jornada, a procura por algo distante. E talvez por isso o final com “Beacon” (em inglês, o nome dado a uma sinalização proposital que serve para se encontrar um lugar – como uma faixa estendida onde será realizada uma festa) seja tão contundente, estourando todas as características musicais das outras faixas e trazendo o Two Door Cinema Club (e o seu ouvinte) de volta para casa.

A primeira parte do álbum é a menos sutil, mas não deixa de ser eficiente: “Next Year” abre os trabalhos com um refrão cheio de punch e uma parede de guitarras; “Wake Up” ainda aumenta o tom; “Sleep Alone” sobrepõe elementos francamente eletrônicos/disco e guitarras riffadas no melhor estilo da banda enquanto Trimble canta sobre passear pelo mundo dos sonhos; “Sun”, o segundo single, é provavelmente a melhor canção do álbum, com seu refrão belissimamente melódico e sua linha de baixo que sintetiza todas as melhores linhas de baixo do Two Door (além do lindo piano base que acompanha toda a canção). A segunda metade do Beacon deixa as coisas desacelerarem e mostra o lado sutil da banda: “The World is Watching” é uma pérola pop eletrônica com uma levada desacelerada e uma bela letra; “Spring” joga um riff de violão acústico apropriadamente caloroso no meio da batida mais orgânica que ela e “Pyramid” dividem.

Beacon leva o ouvinte em uma viagem impressionante por batidas, riffs, sintetizadores e outros gracejos do Two Door e do produtor Lee. E, se você fechar os olhos e se deixar levar, essa é uma jornada deliciosa de se acompanhar.

 

A Fine Frenzy – Pines (8 votos)

por Andreas Lieber

Crescer é uma das verdades inquestionáveis da vida. Todos nós aprendemos nos primeiros anos de escola que todos os seres nascem, crescem e morrem; mas qual é o som do crescimento? Do amadurecimento? Das lembranças da infância que se torna adolescência? Em seu último álbum, Pines, a norte-americana Alison Sudol, o rosto do projeto A Fine Frenzy, nos presenteia com os sons dessas mudanças. Tendo sido todo gravado ao vivo em uma semana chuvosa antes do Natal de 2011 em Los Angeles, o álbum narra a história de um pinheiro que passa por essas transformações e quer se tornar importante na vida, funcionando como uma das mais belas metáforas dos últimos tempos para um álbum repleto de auto reflexão e conhecimento sobre si próprio.

Andando em caminhos que, às vezes, se cruzam com seus dois álbuns anteriores, a melancolia do A Cell in the Sea (2007) e a altivez do Bomb in a Birdcage (2009), Pines é construído como um sopro de ar fresco que nos transporta a uma floresta de pinheiros, cercados pela melodiosa e doce voz de Sudol, que mostra mais uma vez sua incrível aptidão como compositora. Traçando delicadamente uma atmosfera de calma e paz interior, Pines vai de músicas extremamente bucólicas, como a “Winds of Wander” que começa com o canto de pássaros ao fundo e o violão que acompanha a suavidade da voz da cantora, crescendo em uma melodia intrigante que guarda os segredos de uma floresta ao vento, a outras que mesclam a animação de uma conquista com a alegria que a segue em “Now Is The Start”, onde ela canta “Hey, do you hear, do you hear that sound? It’s sound of the lost gone found. It’s the sound of the mute gone loud. It’s the sound of the new start.”. Em seu caminho rumo ao coração da natureza, Pines passa ainda por montanhas (“Avalanches (Culla’s Song)”), rios (“Riversong”), baleias cinzas ( “Dance of the Gray Whale” ) e o próprio mar (“Sadseasong”).

Pines é um lullaby-album orquestrado magistralmente pela delicadeza de Alison Sudol. É um álbum que coloca para dormir os medos do passado e abraça calorosamente a coragem de um novo começo, da aceitação do mundo como ele é e da luta que nós enfrentamos todos os dias por um futuro feliz. Pines é um suspiro de paz que nos faz soltar vários “awns” despreocupados.

Mais dois….
Bat For Lashes – The Haunted Man (6 votos)
Angus Stone – Broken Brights (6 votos)

Eletrônica

melhores do ano 3

Ke$ha – Warrior (39 votos)

por iJunior

O segundo album da cantora americana Ke$ha realmente me surpreendeu. É impressionante como ela conseguiu fazer algo que, por mais diferente que seja do seu primeiro álbum Animal+Cannibal, manteve a “pegada $uja” e a qualidade, seja pelo chiclete dançante ou pelas letras muito bem cantadas e representadas. A música de abertura do álbum, que carrega o nome do próprio, o sela como um legado. É como uma declaração de quem ela é e quem é você ao dar play: um guerreiro. Warrior soou pra mim como um álbum bem de verão. Qualquer musica ali poderia servir de trilha sonora para um filme de romance juvenil de verão. E é muito fácil imaginar um videoclipe cheio de jovens felizes curtindo um dia ensolarado e, vindo da Ke$ha, cheio de glitter. E juvenil é uma das palavras que mais se encaixam nele, o Warrior tem uma pegada jovem do começo ao fim, aliás, nós vamos morrer jovens não é?

O álbum é alegre, agitado, um tanto pirado e até no seu lado mais sensível/sentimental conseguiu nos dar musicas pra ouvir até nos melhores momentos. É ímpar, único, seja pelo vocal único de Ke$ha ou pela produção, por mais que houvesse uma “Crazy Kids” a la “Like a G6” ou “Gold Trans Am” a la “Holliback Girl”, o álbum é sem igual e me pareceu ter sido realmente feito para os fãs, pra marcar uma geração.

 

Calvin Harris – 18 Months

por GuiAndroid

Há quem diga que Calvin Harris é o novo David Guetta, porém há divergências no estilo dos dois que só quem é adepto de longa data do gênero eletrônico sabe discernir. Eu não sou uma dessas pessoas. Confesso que nunca fui fã de eletrônica, mas comecei a ser agora, com essa nova leva de produções do meio; o novo álbum do D. Guetta, Nothing But the Beat 2.0, me animou bastante, há amigos meus que por razões exóticas dizem que “Titanium” é a "minha música", há controvérsias. Enfim, a minha review é sobre o 18 Months do jovem feat. bonito Calvin Harris, e confesso que não fiquei muito impressionado com “We Found Love” num primeiro momento, mas depois de alguns meses me peguei repetindo "we found love in a hopeless place... we found love tan tan tan", pois é. Então ouvi “Sweet Nothing” com a participação da Florence Welch, e fiquei maravilhado com o estilo dele, um trabalho bastante harmonioso entre a voz e a batida.

Okay, então entrei numa vibe (acho que não se fala mais assim hoje em dia, minha mente tem 60 anos) de Ellie Goulding, depois de muitos esforços de Sir Caio Coletti para me fazer gostar dela, decidi que era hora de alguém me mostrar as luzes que me impediriam de me tornar uma pedra (piada infame) e depois de um tempo me vi apaixonado e repetindo "I need your love, I need your time blablabla when everything's wrong you make it right" , e foi assim que “I Need Your Love” feat. Ellie Goulding se tornou #1 no meu top 10 por quase um mês. Graças às participações Calvin Harris se consolidou em 2012 com seu 18 Months como um ótimo DJ e com ótimas parcerias. Sinto que em breve “Drinking from the Bottle” feat. Tinie Tempah se tornará seu mais novo sucesso, a canção é perfeita para baladas e segue o estilo de música que tem feito sucesso nas massas atualmente. E ficam por aí os elogios. O resto não é lá tão louvável assim.

Mais dois…
Muse – The 2nd Law (15 votos)
Banda UÓ – Motel (10 votos)

Rock

melhores do ano 4

Muse – The 2nd Law (18 votos)

por Andreas Lieber

“Odisseia gangsta-rap-jazz cristã com um rebelde dubstep ambiente e um flamenco-metal-cowboy psicodélico de derreter o cérebro”. Foi assim que Matt Bellamy descreveu, brincando em seu Twitter, o sexto álbum da banda de rock britânica Muse, o The 2nd Law. Só que de brincadeira esse tweet não tinha nada. Que o Muse é uma das bandas mais versáteis e influentes no cenário da música atual não é novidade a ninguém, mas quando o projeto do The 2nd Law começou a ganhar corpo, muitos se perguntaram se essa mistura toda daria certo. Dubstep e rock? Synth e baladinhas? Qualquer grupo tremeria diante de tal proposta, mas acrescente aí uns agudos de Matt e a genialidade musical de todos os integrantes da banda e o resultado é que a única coisa que o Muse tremeu foi a poeira das bases de uma indústria amarrotada.

A constante capacidade de mudança do Muse faz com que o The 2nd Law seja construído em bases contraditórias, mas que se agrupam harmoniosamente. Continuando com um rock de riffs, solos de piano e influências clássicas como Queen e David Bowie como plano de fundo, as músicas se ramificam em faixas como “Madness” e “Follow Me”, que possuem letras bem elaboradas e melodias complexas, um funk rock presente em obras de Michael Jackson em “Panic Station” (que ganhou um selo explicit lyrics) e um diferencial eletrônico e de batida dubstep, influências de Skrillex, que rodeia todo o álbum e chega ao ápice nas duas faixas finais “The 2nd Law – Unsustainable” e “The 2nd Law – Isolated System”; o nome do álbum é explicado, inclusive, em passagem da penúltima, onde vozes eletrônicas explicam a segunda lei da termodinâmica (física, Muse?!). As faixas “Save Me” e “Liquid State” ganham destaque por terem sido escritas e gravadas pelo guitarrista da banda, Chris Wolstenholme, que narra sua luta contra o alcoolismo. Um estilo mais padrão da banda é encontrado em faixas como “Supremacy” (alô, James Bond!) e “Survival”, que foi o tema oficial dos Jogos Olímpicos de 2012.

Tema sempre presente nos álbuns do Muse, os padrões cerebrais e neurológicos se manifestam no The 2nd Law através da arte da capa. Retirada do Human Connectome Project, ela representa os caminhos do cérebro, como ele reconhece e armazena informações; são os circuitos do processo neural representados em um neon colorido e ácido. O Muse junta influências diversas à sua vontade e capacidade de continuar mudando e alterando seu estilo, criando um álbum que, com certeza, marcará um novo rumo para sua carreira e contribuirá para a perpetuação da banda no mundo musical.

 

The Killers – Battle Born (13 votos)

por Amanda Prates

Quase quatro anos desde o lançamento do Day & Age, parecia que a espera por um novo álbum se tornaria interminável, mas em setembro deste ano o The Killers surpreendeu com o anúncio de Battle Born, quarto trabalho da carreira de Brandon Flowers e companhia. Mas o que talvez eles não esperassem fosse a divisão da crítica, sejam dos fãs, admiradores ou apenas ouvintes. Uns dizem que este é o mais fraco e meloso dos álbuns da banda, outros afirmam o contrário. Eu prefiro ficar ao lado destes últimos. O que se percebe é que o Battle Born foi pensado minuciosamente, deste as composições até a capa. O The Killers pensou em inovar, apresentando canções mais lentas em relação aos trabalhos anteriores, e acertou.

Nele, Flowers canta como nunca, mais entusiasmado e melhor conduzido às notas, talvez. “Flesh and Bone” não poderia deixar de ser a melhor canção para abrir o disco, por seus ótimos arranjos e a mensagem que entoa. Em “Runaways” , Brandon canta “You gotta know that this is real, baby / Why you wanna fight it? / It's the one thing you can't do”, e dá a esta o rótulo de melhor canção do álbum. “Here With Me” foge um pouco do propósito e assusta quando o líder canta no refrão “Don’t want your picture on my cellphone / I want you here with me”. A faixa-título é a que fecha para reforçar, com seus sintetizadores, o recado dado em Sam’s Town de uma banda que, mesmo com poucos anos de carreira, já tenha se consolidado no meio musical mundial, fato que se reforça com a terceira posição nas paradas da Billboard 200, na primeira semana do lançamento.

Mais dois…
P!nk – The Truth About Love (12 votos)
No Doubt – Push and Shove (10 votos)

Divas

melhores do ano 5

P!nk – The Truth About Love (14 votos)

por Marlon Rosa

E eu, que sempre acreditei que o amor fosse um sentimento composto apenas por uma verdade? Eu, que sempre achei que houvesse uma definição clara, daquelas reduzidas a Dicionário Aurélio, sobre tal palavra. Aliás, pra esse tal de Aurélio, amor nada mais é do que um "1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa. 3. Inclinação ditada por laços de família. 4. Inclinação sexual forte por outra pessoa. 5. Afeição, amizade, simpatia. 6. Objeto do amor (1 a 5)." Mas será que é só isso? Será que dá pra colocar no papel de um dicionário a verdade sobre o amor?

O novo álbum da P!nk, The Truth About Love, me fez pensar exatamente sobre isso. Composto por 17 faixas, Alecia Beth Moore se predispõe a co(a)ntar toda a verdade sobre o amor. Com uma qualidade que já é padrão em seus álbuns, e uma diversão que só ela tem em contar sobre ilusões e desilusões, P!nk nos entrega um álbum digno de Grammy (prêmio que eu acho que ela até ganharia, se não fosse os outros player com quem ela está concorrendo na categoria). Seu álbum é estrelado por dois protagonistas: o amor proprio e o amor incondicional por alguém. Através desses dois pontos de vista, Alecia mostra ora com entusiasmo, ora com melancolia as dificuldades em bancar ambos os papéis, e consegue provar que a verdade sobre o amor, não é uma só, que o amor não tem nada de singular; amor é plural!


Taylor Swift – Red (13 votos)

por Leonardo Balducci

Apostando no pop, Taylor Swift dá um espaço maior para suas composições em Red, que continua a descrever suas experiências de vida – principalmente amorosas. No entanto, a cantora não deixa de lado suas origens no country, que ainda predominam o repertório do álbum, mas com batidas mais insistentes.

As parcerias com Ed Sheeran e Gary Lightbody apenas complementam um disco tão bem exposto por Swift, que não tem medo nenhum de empregar algumas indiretas nas faixas. Apesar de “We Are Never Ever Getting Back Together” e “I Knew You Were Trouble” serem as músicas mais populares, “Begin Again”, “Red”, “Holy Ground”, “Come Back... Be Here” e “State of Grace” conseguem transmitir a essência dos sentimentos de Taylor de maneira simples e ainda causar uma reflexão e identificação com o ouvinte.

Mais dois…
Ellie Goulding – Halcyon (15 votos)
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Ke$ha – Warrior (14 votos)
foi mais votada em outra categoria

Soul

melhores do ano 6

Joss Stone – The Soul Sessions Vol 2 (11 votos)

por Alex Grey

Enquanto alguns artistas seguem a moda de guiar suas carreiras mudando de estilos e sonoridade a cada álbum, Joss Stone mostra que encontrou sua melhor formula em suas origens musicais e retoma em The Soul Sessions Vol 2 o conceito de seu primeiro trabalho.

Em seu segundo álbum lançado por seu próprio selo, Stone constrói uma tracklist composta por regravações de seus clássicos favoritos do jazz, do soul e do blues do anos 70 e 80 como The Chi-Lites e Sylvia. Faixas como “For God’s Sake (Give More Power to The People)”, “Teardrops”, “While You're Out Looking For Sugar” e “Pillow Talk” podem ser destacadas como os pontos altos do álbum pelas extensas notas de umas (a abertura vocal da primeira faixa é impressionante) em contra partida com o controlado e baixo vocal de outras, demonstrando toda a diversidade sonora que a moça adquiriu e é mais que bem vinda.

Mesmo tão diversificado, The Soul Sessions Vol 2 está longe de ter o potencial comercial de Mind, Body and Soul e a grande graça em Joss Stone é isso ser proposital. E com a estréia no top 10 do charts do UK e Billboard, ela mostra que ter Number Ones nunca foi sinal de boa musica.

Leona Lewis – Glassheart (8 votos)

por Amanda Prates

Acusações de plágio, brigas judiciais e alguns adiamentos precederam o tão esperado terceiro álbum da vencedora do X Factor UK de 2006. Glassheart, se comparado aos trabalhos anteriores de Leona Lewis, é um disco mais maduro, mas que possui as mesmas fórmulas de sucesso usadas nos dois primeiros: baladas clássicas, pop e o dedo mágico de Ryan Tedder (OneRepublic). Há músicas melhor trabalhadas e que oscilam entre o pop excessivo e o R&B de Spirit e o pop mais soul de Echo, e a presença exclusiva do dubstep, elementos que denunciam claramente uma mudança, em termos de melodia e mensagem das letras, assumida por Leona.

"Trouble”, balada composta por Emeli Sandé, abre o disco com elementos trip hop, levada ao piano e um tanto incomum ao restante do álbum; sendo o primeiro single, com letra e clipe clichês, mas que conquistam numa primeira audição. “Lovebird”, single atual que ganhou clipe (lindo) recentemente, possui refrão grudento e te apaixona já nos primeiros versos. É em “Come Alive” que entra o tão invejável dubstep, com suas batidas animadas que dão um toque de vida ao disco. “I revive, I see you and I come alive / See you and I come alive” canta Leona e exagera no romantismo. O álbum não perde o ritmo com “Fireflies”, talvez uma das melhores faixas, mais uma baladinha que começa lenta e ganha força no refrão. Na faixa-título, ela está amando com seu coração de vidro, em contrapartida, é a faixa com maior presença do dubstep e este é melhor trabalhado do que em “Come Alive”, talvez esteja aí a “magia” que a faz ser a mais amada por quem ouve já na primeira vez.

Mais dois…
Alicia Keys – Girl on Fire (5 votos)
Lianne La Havas – Is Your Love Big Enough? (4 votos)

Pop

melhores do ano 7

Ellie Goulding – Halcyon (17 votos)

por iJunior

O segundo álbum de Ellie Goulding pra mim só carregou do primeiro álbum, Bright Lights, os vocais. Ele é incrível, e isso eu digo com muita certeza, mas é um daqueles álbuns que causam uma certa reflexão longa nos fãs quando se lança a pergunta “Bright Lights ou Halcyon?” pois cada um é único e nem devem ser comparados. A pegada do Halcyon é mitológica, e isso é facilmente notado, seja pelos corais, harpas, pela pegada angelical e figurativa, ou pelas letras que envolvem essa mitologia com assuntos múltiplos que fazem parte da vida de qualquer pessoa. É como atuar uma história real readaptada e somada com uma estilização de um período histórico.

O Halcyon traz aquela discussão, aquele momento apaixonante, aquele sorriso abobado de felicidade ou quaisquer outros acontecimentos diários através de uma certa analogia temática muito bem construída. O álbum é superestruturado com uma musicalidade que foge completamente da homogeneidade que a atinge muitos álbuns atuais. Cada faixa é única por si. Além de trazer consigo diversas influencias musicais, como soul, eletrônico, pop, dubstep e R&B. O álbum me eleva a sentimentos diversos como se provocasse forçados déja-vus a cada faixa. É dançante, é contagiante, é viciante, é sentimental, é único, é marcante. É com certeza absoluta um dos melhores álbuns do ano.

 

Banda UÓ – Motel (12 votos)

por Felipe Cifarelli

“Vem pra Banda Uó / O som do brega eu quero ver o DJ tocar”. Engana-se quem acredita na letra do primeiro single do álbum de estréia da Banda Uó, “Faz Uó”. Recheado de batidas pop e eletrônicas, Motel vai muito além do ritmo brega que levou a banda ao reconhecimento em 2011. Em meio a um cenário escasso de música pop brasileira, o álbum traz uma opção de qualidade e que logo no primeiro momento já agrada aos ouvidos daqueles que apreciam uma música para se divertir.

Produzido pelo próprio membro da banda Davi Sabbag, com a colaboração do Bonde do Rolê e do DJ e produtor norte-americano Diplo, músicas como “Gringo”, que é o segundo single a ser lançado e “Malandro”, ainda não lançada, já são sucesso nas festas alternativas pelo Brasil. Além disso, o álbum traz influências de diversos outros ritmos brasileiros, como o sertanejo em “Cowboy” e o forró em “Chorei”. Vale destacar os ritmos de axé pop, pelas faixas “I <3 Cafuçú” e “Nêga Samurai”, com a participação da cantora Preta Gil. Ainda importadas da primeira fase da banda, com batidas de tecnobrega, “Vânia” e a faixa bônus “Shake de Amor” dão um embalo no cd. Classificado como “O disco mais ousado do ano”, o álbum ganhou ★★★★ (4/5) na crítica da Rolling Stone de dezembro, mostrando que o trio goiano veio para ficar.

Mais dois…
Ke$ha – Warrior (16 votos)
foi mais votada em outra categoria
P!nk – The Truth About Love (13 votos)
foi mais votada em outra categoria

Singles

ISLAND DEF JAM DIAMONDS DIAMONDS

Rihanna – “Diamonds” (12 votos)

por Caio Coletti

Segundo a crítica da revista Veja, Carol Nogueira, no Unapologetic, sétimo álbum de Rihanna e quarto a ser lançado em Novembros consecutivos, “tudo – até Chris Brown – é dispensável”. Ela diminui, em seu texto, o single “Diamonds” a uma canção com “grande potencial chiclete”. Esquece de fazer o seu trabalho, no entanto, e dizer que a balada é escrita pela cantora Sia – e não exclusivamente por StarGate e Benny Blanco, como escreve ela –, além de ser, francamente, uma canção que vai muito além do “potencial chiclete”. Saudada por sua melodia forte, bem ao estilo da cantora australiana, “Diamonds” cunha a premissa pop mais acertada do ano (“we’re beautiful like diamonds in the sky”) e ainda conta com um vocal no mínimo poderoso.

Aqui, Rihanna aparece com sua voz de verdade, muito mais do que em muitos dos singles dance aos quais sua carreira se limitou após o Loud. A decisão de mostrar a performance da barbadiana de forma mais crua é só uma das muitas acertadas dela e do time StarGate e Benny Blanco – agora sim – na produção. A batida criativa e as mudanças de levada da música ganham força também com a abordagem suave dos sintetizadores, a mesma usada no ótimo “Te Amo” e no ainda melhor “Drunk on Love” (que deveria ter sido o lead single do Talk That Talk, vamos ser sinceros). Apoteótica, a música foi mais bem representada pelas performances ao vivo (a do X Factor UK sendo a melhor) do que pelo clipe pouco desenvolvido.

 

P!nk – “Try” (11 votos)

por Marlon Rosa

"Tenho uma visão bem específica sobre o amor. Ao contrário do que muita gente pensa, não o vejo como um sentimento, mas como uma ação." - Frederico Mattos (Papo de Homem).

Eu não consigo pensar em outra palavra pra explicar tanto a música como clipe de "Try", terceira faixa do novo álbum de P!nk, The Truth About Love. Se existe alguma verdade sobre o amor, "ação" é com certeza uma delas, afinal, não há amor que dure apenas com juras e dizeres, tem que mostrar, tem que provar o quão forte e verdadeiro ele é.

"Try" soa como um consolo para aqueles que terminaram um relacionamento de uma forma ruim e conturbada, mas que de certa forma ainda sentem algo um pelo outro. A música diz pra cada uma dessas pessoas que elas devem largar mão dessa forma passiva de vida, deixar de aceitar e abaixar a cabeça pra todo e qualquer obstáculo que a vida coloca no caminho. E, diferentemente da opinião do Frederico, ao meu ver, amor é um sentimento sim, mas é um sentimento que só se mantém vivo através de ações. Se alguma vez, elas deixarem de existir e esse amor esfriar, a única forma de reanimá-lo, vai ser tentar!

 

Ke$ha – “Die Young” (11 votos)

por Isabela Bez

Sim, crianças, Ke$ha finalmente está de volta. Com um dente de ouro e uma pegada cool, “Die Young” foi número dois nas paradas, graças ao beat atraente e ao clipe condenado à ousadia. Depois de dois teasers mostrando Ke$ha cantando o refrão pegajoso de “Die Young”, o clipe surpreendeu, já que trouxe um cenário totalmente diferente. Ela faz o papel de uma provável líder satânica, arrisca alguns passos de dança e (novamente) é detida por policiais. De roupas curtíssimas, o objetivo é “morrer jovem, aproveitando o máximo à noite”, letras escritas por Ke$ha, Dr. Luke, Benny Blanco, Cirkut e Nate Ruess (vocalista da banda fun.).

A música e as letras são como a Ke$ha de sempre: pop eletrônico, mas dessa vez com um violão acompanhando atrás. Você entende de cara que o objetivo mesmo era chegar ao número um, o que só não aconteceu por conta de “Diamonds” da Rihanna. “Die Young” foi feito para se acabar na pista de dança – como todo pop por aí. A novidade mesmo é que ela veio mais limpa e arrumada dessa vez. Infelizmente, depois do massacre que aconteceu nos EUA, a música foi retirada das rádios americanas por alguns dias, decisão que foi retratada há pouco tempo.

25 de dez. de 2012

AV#19: As novidades que não podem passar em branco.

Skylar-Grey-feat.-Eminem-Cmon-Let-Me-Ride-iTunes

Holly Brook já tentou ser trovadora acústica no álbum Like Blood Like Honey, lançado sob o nome de batismo, e anos depois retornou como Skylar Grey, uma princesa do pop sombrio nos singles "Dance Without You" e "Invisible". A nova face da moça, no entanto, é a mais surpreendente: em “C’Mon Let Me Ride”, ela se transforma em uma improvável sex queen, com a ajuda de Eminem (que a deve uma, afinal, ela escreveu “Love the Way You Lie”). Agora, pelo menos, parece que o álbum dela, Don’t Look Down, sai em breve.

Se você tem algum preconceito com música pop latina, Julieta Venegas está aqui para te fazer perdê-lo. “Tuve Para Dar”, primeiro single do sexto álbum dessa mexicana que tem realizado um bom trabalho há algum tempo, é uma pérola pop com toques eletrônicos e uma melodia deliciosa, se tornando talvez a melhor música de trabalho da moça desde a excelente "Lento". A nova gravação de estúdio é intitulada Los Momentos, e chega às lojas em Março do próximo ano, três anos depois de Otra Cosa.

Terceiro videoclipe tirado das canções do The Haunted Man, terceiro álbum de estúdio da britânica Natasha Khan, conhecida pelo nome de palco de Bat for Lashes. A moça aposta em um caminho mais eletrônico/alternativo depois de deixar o lado Joni Mitchell/Fiona Apple florescer nos dois singles anteriores, "Laura" e "All Your Gold". O clipe tem Bat em uma peruca loira à la Marina Diamandis em “Radioactive”, e seu par romântico hipster vestido de urso (?) se esbaldando em uma house party.

Álbum do momento:

Utopia (Kerli)

Kerli é a protagonista de um caso extremo da nova dinâmica do mercado musical. Utopia, o novo álbum da estoniana, chega cinco anos depois do de estréia, Love is Dead, e vazou online antes mesmo da data de lançamento oficial ser definida (as informações de limitam a “início de 2013”). Em relação ao primeiro trabalho de cantora e compositora, esse Utopia segue um caminho mais eletrônico (ao passo que o Love is Dead encontrava sua casa num lusco-fusco entre o pop e o rock). Os singles pré-lançamento, como "Zero Gravity" e a ótima "The Lucky Ones", mostram essa mudança de direção, mas é preciso notar que a cantora também investe no soft pop, lembrando a Madonna do começo do século XXI, em faixas como “Candy”. Como tudo que Kerli faz, a nova direção musical soa legítima, levando-se em consideração, especialmente, que a cantora escreve todas as faixas do álbum.

23 de dez. de 2012

Três álbuns/EPs de Natal para ouvir nos próximos dias

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por Vanessa Dias
(TwitterTumblr)

As festas de fim de ano parecem prósperas para os artistas do mundo da música. Entre os meses de outubro e dezembro, cantores dos mais variados estilos resolveram entrar no clima natalino, produzindo seus próprios álbuns/EPs de Natal para o feriado deste ano. Partindo de jingles clássicos de Natal, produções com clima tropical ou até mesmo com um tom mais humorístico de celebrar a data, uma coisa é clara: Todos os artistas foram unanimes ao comentarem em entrevistas sobre a satisfação que sentiram ao produzirem seus EPs, que contam – sem exceção – com a participação especial de outros grandes nomes da música.

CeeLo's Magic Moment (CeeLo Green) – 29 de outubro, Elektra Records.

Ao ouvir o álbum de CeeLo Green, não é difícil fechar os olhos e imaginar-se a beira de uma lareira em uma típica noite natalina norte-americana, coberta por cookies e neve. Contando com quatorze faixas ao todo, o álbum de Green reproduziu e atualizou clássicos do Natal americano – como as faixas “Baby, It’s Cold Outside”, em parceria com Christina Aguilera, e “All I want for Christmas” – de forma tão espirituosa que é como se o cantor tivesse esperado o ano todo para prender as pessoas sob um visco e transportá-las para o clima natalino. Apesar de haver momentos mais sóbrios, como a melancólica “River”, as músicas são em geral embaladas por um jazz descontraído, e contam com participações especiais de nomes como Rod Stewart, Straight No Chaser, Trombone Shorty, além da já citada Aguilera. Outro ponto que merece destaque é a música “All I Need Is Love”, em uma parceria curiosa com ninguém menos que Muppets, remixada com a amada “Mahna Mahna”. É um álbum que vale a pena ser ouvido, especialmente para os amantes dos padrões de Natal.

A Very Merry Perri Christmas (Christina Perri) – 16 de Outubro, Atlantic Records.

Cristina Perri incorporou o classicismo natalino em seu novo EP, que conta com seis faixas ao todo. Os apreciadores de canções serenas e típicas desta data vão adorar saber que músicas como “Please Come Home For Christmas” e “Merry Christmas Darling” estão deliciosamente prazerosas de se ouvir na voz de Perri. A cantora se aprofundou tanto nos clássicos de Natal que seu EP conta até com versões de “Happy Xmas (War Is Over)” e “Ave Maria”. Perri admitiu em entrevista que quis produzir o EP à vida inteira, já que cantava estas músicas desde os três anos de idade: “Este EP é uma coleção das minhas canções favoritas de Natal de todos os tempos (...) eu e meu irmão escrevemos sobre encontrar o Natal onde estiver no mundo, porque ele vive em seu coração”. O álbum conta com participações especiais de Michelle Branch, LP, Bushwalla e Boys Like Girls.

Christmas in the Sand (Colbie Caillat) – 23 de Outubro, Republic Records.

Músicas que combinam Natal com sol e água salgada: só podia ser um álbum de Colbie Caillat. A californiana inovou-se entre os EPs de Natal com seu álbum – com doze faixas no total – com temática ensolarada e praiana (uma característica marcante da cantora e de suas músicas). Ela, que produziu o álbum junto com o pai (Ken Caillat) explica a escolha do tema: “Eu tenho tantas memórias quentes e ensolaradas do Natal, literal e figurativamente. Natal significa família, tradição e espírito de dar e partilhar, mas quando você cresce na Califórnia, também significa um dia de sol e praia!”. Convenhamos que muitos brasileiros também se identificarão com este clima no feriado do bom velhinho – o que só torna o álbum ainda mais legal de ouvir. O álbum de Colbie conta com quatro canções originais, incluindo a divertida faixa-título. A californiana também se aventurou em alguns clássicos, como “Santa Claus It’s Coming to Town” e “Baby, It’s Cold Outside”, em parceria com Gavin DeGraw, e surpreendeu ao colocar mesmo nos clássicos seu típico timbre de areia e férias.

22 de dez. de 2012

Top 05: As melhores músicas pop para pista de dança de 2012

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

No nosso post de 15 bons álbuns do primeiro semestre, a gente deixou um desafio no review do MDNA, álbum desse ano de Madonna: “tente achar alguma canção que te faça dançar mais que “Girl Gone Wild” em 2012”. Aparentemente, alguns artistas ouviram o chamado, e deram alguma competição de respeito para a rainha do pop. Não que ela tenha perdido essa majestade, claro. “Girl Gone Wild” é tão antêmica que até "Não Para de Rodar", paródia da artista pop pastiche Ximbica, virou hit.

Os cinco selecionados abaixo podem se curvar a rainha, mas também vão fazer você botar fogo na pista de dança:

1ª posição – “Doin’ Dirt” – Maroon 5

Os hits do Maroon 5 podem até ter chegado as casas noturnas mais alternativas algumas vezes (sem contar remixes, por favor), mas até pouco tempo atrás era dificil imaginar os californianos fazendo uma música pronta para a pista de dança. “Doin’ Dirt” é a prova de que eles não passam nem perto de serem limitados em sua musicalidade. A influência disco que permeia o Overexposed encontra o ápice aqui, com um refrão matador e um espírito que só podia vir deles: diversão com um toquezinho mínimo de coração partido.

2ª posição – “Fuck U Betta” – Neon Hitch

A moça não chegou a lançar álbum, mas quem precisa disso quando se tem um single como “Fuck U Betta”? A gente ainda quer a estreia oficial da Neon, mas a verdade é que ela já roubou um pedacinho do ano com essa canção co-escrita com um trio de amigos e produzida por Benny Blanco, um dos destaques da área em 2012. A premissa do refrão é de puro brilhantismo pop. Neon explica: “eu escrevi depois de terminar com um namorado que estava saindo com uma supermodelo. eu disse: ‘ela é mais bonita do que eu jamais serei, mas ela faz tão bem quanto eu?’”. A gente duvida, Neon.

3ª posição – “Let There Be Love” – Christina Aguilera

A parceria Aguilera-Max Martin rendeu um dos melhores singles do ano, "Your Body", mas é nessa “Let There Be Love” que os dois encontram a sintonia certa. Christina entra em cena como uma diva da dance music já pronta, praticando o que um crítico chamou de “seu habitual bullying vocal” e abatendo cada nota com a garra e o alcance que são só dela. Já o produtor sueco, conhecido por comandar o pop dos anos 90 (leia-se Backstreet Boys, Britney Spears e afins), capricha nos sintetizadores à la Ibiza.

4ª posição – “Heartbreak on Hold” – Alexandra Burke

Alexandra Burke é a quinta ganhadora do X Factor britânico, e já está no segundo álbum da carreira. Adiado, mudado e exaustivamente trabalhado, Heartbreak on Hold mesmo assiim não conseguiu levantar a carreira da moça. Pelo menos ela pode se vangloriar de ter uma das melhores músicas para pista de dança do ano com essa faixa-titulo, escrita e produzida por David Gamson, que tem no currículo trabalhos com Ke$ha, Kelly Clarkson, Adam Lambert e Diana Vickers. O refrão é daqueles que não dá pra resistir.

5ª posição – “Pop That Lock” – Adam Lambert

Um toque de dubstep e um vocal absolutamente matador para uma produção brilhante são o que fazem “Pop That Lock” a canção definitiva do popstar definitivo de 2012. Lambert alcança as notas com facilidade impressionante, os sintetizadores e baixos distorcidos dos produtores Robert Marvin e Josh Crosby fazem o trabalho de manter a pista de dança acesa e o breakdown no meio da canção se molda como uma das mais simples e mais interessantes abordagens do dubstep no ano (e não foram poucas!).

Alanis do preto e branco ao colorido no lindo clipe de “Receive”

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Alanis Morissette está no melhor momento de sua carreira. O clamor crítico dos seus dois últimos álbuns, o Flavors of Entanglement de 2008 e o Havoc and Bright Lights desse ano, fizeram a canadense ser redescoberta por toda uma geração. “Receive” é o segundo single do Havoc, sucedendo "Guardian", uma das melhores canções pop rock do ano, e ganhou videoclipe ontem (21). Para quem já está no oitavo álbum da carreira, nada mal.

“Receive” é uma balada de força melódica impressionante, com um refrão deliciosamente pegajoso e uma linda letra sobre tirar um tempo para “aprender a receber” em vez de servir o tempo todo. Composta pela cantora e pelo parceiro mais-do-que-frequente Guy Sigsworth (o moço já trabalhou com Madonna, Bjork, Britney, Seal e até com a brasileira Bebel Gilberto), a canção tem produção de Sigsworth e Joe Chiccarelli, cujos créditos incluem Elton John, U2, Beck, Etta James, The Strokes e Christina Perri.

Veja Alanis e seus convidados de clipe passando do preto-e-branco para as tintas coloridas no clipe, aí embaixo:

20 de dez. de 2012

Direto do backstage: O que esperar do Victoria’s Secret Fashion Show

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por Isabela Bez
(TwitterTumblr)

Após mais um ano esperando, finalmente chegou! A passarela com as mulheres mais desejadas do momento mais uma vez não decepcionou. O trabalho das angels é ser sexy, e acreditem, elas não falham nisso.

Essas modelos passam o ano inteiro em biquínis e lingeries gravando comerciais, dando entrevistas e promovendo a marca Victoria’s Secret. E no fim do ano, um grande desfile (mais para show) é feito, e junto de grandes cantores e minúsculos lingeries-figurinos, nosso trabalho é simplesmente acompanhar tudo de pertinho, diretamente do backstage.

02 - Candice Swanepoel, Alessandra Ambrosio, Miranda Kerr e Izabel GoulartCandice Swanepoel, Alessandra Ambrósio, Miranda Kerr e Izabel Goulart

Tudo acontece assim: as angels provam seus figurinos, têm seus cabelos ondulados e seus rostos maravilhosos maquiados, gravam duas vezes o desfile (uma para a imprensa e outra para os convidados), e enfim tudo é mostrado para nós na TV. Ah, elas usam muita extensão no cabelo, uma maquiagem bem natural e pouca roupa. E nós agradecemos por isso.

Alguns rostos novos surgiram: Karlie Kloss (que começou ano passado), Barbara Palvin, Frida Gustavsson e Cara Delevingne, que apesar de serem adolescentes, não poupam flashes na passarela.

03 - Doutzen Kroes e Rihanna de vestido Vivienne Westwood e óculos ChanelDoutzen Kroes e Rihanna (de vestido Vivienne Westwood e óculos Chanel)

Os convidados especiais desse ano foram Bruno Mars, Justin Bieber e Rihanna, que até acompanhou de mãos dadas a brasileira Isabeli Fontana desfilar, usando um vestido preto Vivienne Westwood e óculos Chanel.

04 - Adriana LimaAdriana Lima

Outra brasileira em destaque foi Adriana Lima que desfilou dois meses após ter dado à luz sua segunda filha. Ela estava um pouco acima do peso, mas não fez feio: abriu o desfile com um figurino do tema “circo” e com uma aparência mais confiante do que nunca. Ou seja: sexy!

05 - Karlie KlossKarlie Kloss

Já a Karlie Kloss, que usou três figurinos, teve um deles cortado da transmissão do show. Sim, ela desfilou com os três, mas após as fotos saírem, as pessoas acharam o figurino indígena que ela usou rude e racista, então ele foi retirado do show. Coitada.

06 - Doutzen Kroes, Miranda Kerr e Alessandra Ambrosio com o Fantasy BraDoutzen Kroes, Miranda Kerr e Alessandra Ambrósio (com o Fantasy Bra)

Alessandra Ambrosio foi a escolhida desse ano para usar o Fantasy Bra, do valor de 2,5 milhões de dólares.

07 - Candice SwanepoelCandice Swanepoel

Mesmo sem nenhum grande papel no desfile (o Fantasy Bra ficou para Alessandra), Candice Swanepoel foi a “honrada” desse ano. Ninguém conseguiu tirar os olhos dela, e até Justin Bieber ficou louco quando a viu pela primeira vez. Ela foi homenageada como uma das maiores modelos atuais pelos produtores do desfile. E eles estavam sendo totalmente modestos.

08 - Miranda KerrMiranda Kerr

É tanta informação que só dá para pegar tudo assistindo. Então não percam hoje, dia 21, às 22h no TNT o desfile completo. E para quem não consegue esperar ou não tem TNT, o desfile completinho no youtube, olha esse link. Já podem me agradecer!

Apostas para o Oscar 2013 – Review: Moonrise Kingdom

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por Andreas Lieber
(Tumblr)

Em seu famoso poema “Childhood is the Kingdom Where Nobody Dies”, a poetisa norte-americana Edna St. Vincent Millay narra que a infância se caracteriza por ser um reino onde ninguém morre. Wes Anderson, em seu último projeto, Moonrise Kingdom, certamente tinha esse poema em mente e o resultado foi uma paráfrase do texto de Millay, soando algo como: “Moonrise Kingdom é o reino onde a infância não morre”. Contando com um roteiro do próprio Anderson em parceria com Roman Coppola (parceiro do diretor também em Viagem a Darjeeling), o filme, que foi recentemente indicado ao Golden Globe na categoria de Melhor Filme – Musical ou Comédia, constrói uma história de amor que grita uma inocência infantil e suspira os últimos anos de tranquilidade do Sonho Americano.

O filme acompanha a investida amorosa de dois pré-adolescentes, Sam (Jared Gilman) e Suzy (Kara Hayward), que em 1965 se correspondem por cartas e decidem fugir de casa juntos e percorrer o caminho da colheita anual dos indígenas que habitavam a ilha de New Penzance, New England, onde eles moram. Ele, um projeto romântico byroniano de doze anos, em pleno treinamento para se tornar um Escoteiro Khaki, lidera a peregrinação levando no rosto uma orgulhosa sombra de bigode e prepara refeições para Ela, a garota-problema de uma família tradicional do interior da ilha, com pais advogados e três irmãos pequenos, que carrega com si um par de binóculos, uma mala repleta de seus livros favoritos, seu gato e um tocador de LPs (que ela se orgulha de ter pegado do irmão e toca constantemente Françoise Hardy). O filme progride com a direção bem estruturada de Anderson, que utiliza com Robert D. Yeoman, responsável pela incrível fotografia do filme, de um filtro que concede a filmagem um aspecto da antiga câmera Super 8 e completa esse clima de amores antigos com um figuro digno de meados da década de 70, atingindo seu clímax narrativo quando uma verdadeira comissão de habitantes da ilha sai em encalço dos enamorados sonhadores.

Outro grande trunfo do caloroso Moonrise Kingdom é a excelência do elenco e a construção de personagens linda e absurdamente naturais na pele de um engraçado Edward Norton no papel de Chefe-Escoteiro, um paternal Bruce Willis encarnando o policial da ilha e uma (falsamente) austera Tilda Swinton na pele da assistente social. Bill Murray e Frances McDormand dão vida ao casal de advogados em um casamento divertidamente quase falido e pais de Suzy, e o filme ainda conta com a espirituosa presença de Jason Schwatzman como membro de outro acampamento de escoteiros (e “casamenteiro” nas horas livres). Gilman e Hayward, responsáveis pelas atuações principais, mostram que de principiantes possuem apenas os nomes, concedendo uma cadencia genial e bem construída ao filme.

Moonrise Kingdom é um filme sobre a inocência do primeiro amor, sobre o reino infantil onde guardamos as memórias das primeiras experiências, as mais (agri)doces e ingênuas, embora estranhas, que nos ajudam a formar quem somos. Wes Anderson dirigiu um filme utilizando o coração, diferentemente de seus projetos anteriores, que brincam com a mente. A familiaridade causada no telespectador é devida ao reconhecimento das estranhas situações por quais todos passamos para crescer: o amor, o primeiro beijo, a primeira ereção presenciada por alguém (sim, cenas constrangedoras, mas estranhamente gostosas de serem assistidas nesse filme) e a esperança de um futuro feliz. De uma estranheza deliciosa, o filme encanta e é complementado por uma melodiosa trilha sonora de Alexandre Desplat, construída de forma intricada mas musicalmente delicada, que acompanha o clima inocente e, as vezes, bizarro do filme.

***** (5/5)
a must see, really

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Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom, EUA, 2012)
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Roman Coppola
Elenco: Jared Gilman, Kara Hayward, Bruce Willis, Edward Norton, Bill Murray, Frances McDormand, Tilda Swinton, Jason Schwartzman
94 minutos

19 de dez. de 2012

Review: Leona Lewis é frágil, mas nem tanto, em seu Glassheart

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por Amanda Prates
(TwitterTumblr)

Parece que Leona Lewis tem dado passos não muito largos em sua discografia, seja na qualidade dos discos, seja nos intervalos de lançamento entre um e outro. Spirit, álbum de estreia lançado em 2007, veio sem grandes surpresas (apesar de ter liderado as primeiras posições de importantes charts em alguns países), de um modo geral, mas revelou destaques como “Bleeding Love”, com seu refrão melodramático e chiclete, o que fazia-nos repetir sempre “Keep bleeding/Keep, keep bleeding love/I keep bleeding/I keep, keep bleeding love”. Basicamente Pop/R&B, da primeira à última música, com traços da musicalidade anos 90 de cantoras como Mariah Carey e Whitney Houston e que reuniu baladas criadas com todo um cuidado.

Com a mesma essência melódica e romântica do primeiro, em Echo, Lewis apostou mais no soul e dividiu a crítica. “Happy” foi uma das canções que surpreendeu pelo bom desenvolvimento da voz inquestionavelmente privilegiada da moça. Um álbum quase que regido por baladas, com exceção de “Outta My Head”, música que transita pelo universo pop dance, que não surpreende pelas melodias nem pelas letras.

Dois anos tinham passado desde o lançamento de Echo, e parecia que a espera pelo anúncio de um novo sucessor perduraria por mais algum tempo. Mas depois de acusações de plágio, brigas judiciais e alguns adiamentos, finalmente o terceiro da britânica foi oficialmente lançado. Glassheart possui as mesmas fórmulas usadas nos primeiros trabalhos: pop, baladas clássicas e, até mesmo, o dedo mágico de Ryan Tedder (OneRepublic). Músicas melhor trabalhadas e que oscilam entre o pop excessivo e R&B de Spirit e o pop mais soul de Echo, e a presença exclusiva do dubstep, que denunciam claramente uma mudança, em termos de melodia e mensagem das letras, assumida por Leona.

“Trouble”, balada composta por Emeli Sandé, abre o disco com elementos trip hop, levada ao piano e um tanto incomum ao restante do álbum; sendo o primeiro single, com letra e clipe clichês, mas que conquistam numa primeira audição. “Un Love Me”, faixa que se segue, é também uma balada “embalada” pelo piano, de letra sombria e sofrimento do início ao fim – nada que já não se tenha ouvido em trabalhos anteriores – em que Leona insiste para que seu amor não a ame mais. “Lovebird”, single atual que ganhou clipe (lindo) recentemente, possui refrão grudento e te apaixona já nos primeiros versos. Nesta canção, Leona se toma, como um pássaro aprisionado em uma gaiola, referindo-se metaforicamente a um amor vicioso e inútil que não a permite seguir em frente.

É em “Come Alive” que entra o tão invejável dubstep, com suas batidas animadas que dão um toque de vida ao disco. “I revive, I see you and I come alive / See you and I come alive” canta Leona e exagera no romantismo. O álbum não perde o ritmo com “Fireflies”, talvez uma das melhores faixas, mais uma baladinha que começa lenta, mas ganha força no refrão; em que Leona causa inveja no final com seu coro repetindo constantemente “Fire / It's only fire / It's only fire / It's only fireflies”. “Shake Up You” nos tira do coma melancólico das primeiras faixas, e Leona declara “I wanna shake, wanna shake, I wanna shake you up!”. É faixa mais incomum e inesperada, com seu ritmo anos 80, e que não decepciona! A seguinte, “Stop The Clocks”, resume-se em uma única palavra e não merece mais nenhum comentário: chorável.

Nunca, em fases anteriores da moça, uma canção foi tão almejada a ser single como “Glassheart”. Aqui ela está amando com seu coração de vidro, em contrapartida, é a faixa com maior presença do dubstep e este é melhor trabalhado do que em “Come Alive”, talvez esteja aí a “magia” que a faz ser a mais amada por quem ouve já na primeira vez, sem deixar de ressaltar sua produção pela ótima junção Fraser T. Smith-Ryan Tedder. Todas essas pequenas mudanças assumidas por Leona desde seu Echo, têm feito com que ela se desafaça do rótulo não tão agradável de ex vencedora do X Factor 2006, e talvez ela consiga isso definitivamente com Glassheart, que não surpreendeu, mas muito agradou.

**** (4/5)

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Glassheart
Lançamento: 12 de outubro de 2012.
Selo: Syco, RCA.
Produção: Josh Abraham, Ammo, DJ Frank E, Craigie Dodds, Rodney Jerkins, Naughty Boy, Chris Loco, Oligee, Al Shux, Fraser T Smith, Ryan Tedder, Sandy Vee, Youngboyz, Noel Zancanella
Duração: 48m51s