11 de mai. de 2013

Review: Da Vinci’s Demons, 01x05 – The Tower

Tom-Riley-in-Da-Vincis-Demons-The-Tower

por Caio Coletti
(@EcoCaio)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Em “The Tower”, o que observamos é Da Vinci’s Demons indo mais fundo em seu próprio conceito central: o fato de que Leonardo e os Medici, para além das intrigas palacianas e dos atritos com Roma, são indivíduos a frente de seu tempo, o que implica o fato que, muitas e muitas vezes, eles serão mal-entendidos e até reprovados. Isso é algo que a série havia sugerido sutilmente nas quatro primeiras semanas, mas é aqui que o roteiro (assinado por Joe Ahearne, um dos responsáveis por Em Transe, novo filme de Danny Boyle) consegue reconhecer que essa questão deveria ser uma das protagonistas conceituais da série.

Com Da Vinci preso sob acusações de sodomia e os Medici recebendo a visita do rei e rainha espanhóis, interessados em usar a família de Florença como administradora de suas riquezas, mas com um pé atrás devido a recente má reputação dos mesmos em terras romanas, a única ajuda que o Maestro vai receber vai ser a do próprio pai, com quem vive em constante atrito, mas que é destacado pelos Medici para cuidar do caso por baixo dos panos. Tanto uma quanto outra storyline tocam na temática mencionada no parágrafo anterior, destacando tanto a orientação moral da série quanto o retrato de toda a Florença como uma cidade libertária em relação ao mundo de sua época.

Outro destaque do episódio é a interpretação de Tom Riley, que embora tenha se mostrado eficiente em momentos cruciais dos episódios anteriores, encontra seu ponto forte aqui, extrapolando as engrenagens da mente de Da Vinci quando este está trancafiado e, talvez, perdendo ainda mais a sanidade. E poucos intérpretes conseguem ser mais carismáticos e empolgantes que Riley na pele de um gênio desvairado fazendo monólogos sobre a moral de sua situação e, em escopo maior, a moral de toda uma população (“Lies, truth… It’s irrelevant. The best story wins”). Talvez seja um pouco demais dizer que a lógica de Da Vinci’s nesse episódio baseado em um julgamento seja parecida com a de Chicago, mas Leo com certeza sabe jogar seu razzle-dazzle.

A performance do Decameron encenada pelos florentinos para a realeza espanhola (e sua introdução carismática pelo cada vez mais fácil de amar Giuliano Medici de Tom Bateman) é outro deleitezinho moral-cômico que o episódio da semana proporciona, com um trecho final delicioso declamado pela ótima Hera Hilmar. E isso tudo sem se esquecer de desenvolver a trama de mistério maior sobre o Book of Leaves, com Leo tendo novas visões de sua aventura de infância em uma caverna. Da Vinci’s Demons raramente esquece-se de alguma coisa, e raramente erra em qualquer outra também.

***** (5/5)

DaVinci's Demons, 2013

Próximo Da Vinci’s Demons: 01x06 – The Devil (17/05)

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