Review: Dirty Computer (álbum e filme)

Janelle Monáe cria a obra de arte do ano com um álbum visual espetacular - e que desafia descrições.

Os 15 melhores álbuns de 2017

Drake, Lorde e Goldfrapp são apenas três dos artistas que chegaram arrasando na nossa lista.

Review: Me Chame Pelo Seu Nome

Luca Guadagnino cria o filme mais sensual (e importante) do ano.

Review: Lady Bird: A Hora de Voar

Mais uma obra-prima da roteirista mais talentosa da nossa década.

Review: Liga da Justiça

É verdade: o novo filme da DC seria melhor se não tivesse uma Warner (e um Joss Whedon) no caminho.

31 de jan. de 2013

Você precisa conhecer: Lauriana Mae (e quem te apresenta é o Cee Lo Green!)

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por Caio Coletti
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Lauriana Mae deu as caras pela primeira vez no caminho musical deste que vos fala através de "Chandelier", parceria da cantora com o rapper B.o.B que esteve no setlist da última empreitada de estúdio do moço, o Strange Clouds, do ano passado. A voz dela, que se aproxima de companheiras de gênero como Duffy e Paloma Faith sem perder uma qualidade fundamentalmente própria, se destaca na primeira audição.

Agora, a parceria é com Cee Lo Green: “Only You”, primeiro single do vindouro novo álbum solo do cantor, tem Lauriana como artista convidada. E quase dá pra dizer que ela rouba a cena.

Antes de cantar com Cee Lo, a moça esteve tambem na canção da Coca Cola para o Natal de 2012, "Something in The Air". Embora não se saiba muito sobre o andamento de um possível (e devido!) álbum de estreia, tivemos uma ideia da direção mezzo-cabaré, mezzo-soul que a cantora pretente tomar no EP Love Mae, cujas canções podem ser ouvidas aí embaixo.

Estamos na fila: The Incredible Burt Wonderstone, com Steve Carell e Jim Carrey

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por Caio Coletti
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Mantendo-se na ativa, mas sem um grande sucesso desde Uma Noite fora de Série, de 2010, Steve Carell promete retomar a linha de frente da comédia com The incredible Burt Wonderstone, comédia de mágicos escrita por John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein (dupla de Quero Matar Meu Chefe). O astro de The Office ganha o apoio de um elenco de apoio de peso para a empreitada.

Na trama, Carell é o personagem título, mágico de Las Vegas que se apresenta com o parceiro de infância (Steve Buscemi), mas está em problemas financeiros graças a concorrência do modernoso Steve Gray (Jim Carrey). Como resposta, Burt vai atrás de seu ídolo de infância, o mágico das antigas Rance Holloway (Alan Arkin). Tudo isso acompanhado pela bela Jane de Olivia Wilde, que precisava de um bom papel de destaque depois do desastre chamado Cowboys & Aliens.

A comédia dirigida por Don Scardino, veterano de séries como 30 Rock, estreia no dia 15 de Março nos EUA.

30 de jan. de 2013

Review: The New Normal, 1x15 – Dairy Queen

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por Caio Coletti
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The New Normal pode não ser uma das melhores séries em exibição no momento, e pode também lidar de forma um pouco superficial com questões que poderiam levar a reflexões mais profundas, mas Ryan Muprhy e cia tem tido alguns méritos inegáveis com a condução dessa premissa. Primeiro, para uma série com o seu título, The New Normal não é tão absurdamente condescente com a realidade de “família alternativa” dos seus personagens quanto poderia cair na armadilha de ser. O ponto aqui é que sim, o século XXI apresenta moldes diferentes de família, pessoas e casais que lidam com seus problemas de forma distinta. No entanto, fazer esses moldes funcionarem exige, fundamentalmente, muita honestidade. E “Dairy Queen”, a sua própria forma, deixa isso bem claro.

O tema da vez é amamentação. Com o bebê carregado pela barriga de aluguel de Goldie (Georgia King) chegando, Bryan (Andrew Rannells) e David (Justin Bartha), após conversarem com um casal de amigos com uma filha recém-nascida, resolvem perguntar a moça se ela aceitaria ceder o leite materno para a criança do casal. Embora ela aceite de pronto, alguns problemas surgem: Bryan quer se conectar com o filho, o que o leva a comprar um colete feito para os homens poderem amamentar através de seios de plástico; enquanto isso, Shania (Bebe Wood) entra em parafuso quando Goldie confessa que não pôde a amamentar quando deveria.

The New Normal toma uma decisão discretamente ousada ao retratar o tal colete de amamentação masculina como a péssima ideia que ele realmente parece. Ou, ao menos, péssima ideia para os moldes de família de David e Bryan, como o final do episódio sugere, justamente porque eles não estariam sendo sinceros consigo mesmos se pensassem o contrário. A atuação de Andrew Rannells é aqui fundamental como poucas vezes foi no decorrer dessa primeira temporada da série, e é preciso apreciar o quanto ele construiu Bryan com cuidadoso timing cômico e fundamental sensibilidade. O momento de casal da noite não é exatamente tão comovente quanto já pôde ser, mas a narrativa embrulha o pacote todo com elegância que deve ser creditada a Mark J. Kunerth, na segunda incursão na série.

Claro, há a doce e engraçada storyline secundária envolvendo Jane (Ellen Barkin, cada vez melhor) e Bryce (John Stamos) saindo em seu primeiro encontro. É saboroso observar o arco de mudança mais significativo da série se desenhando em Jane, e sua improvável relação de confidência e amizade com Rocky (Nene Leakes). Com seus pequenos defeitos, The New Normal continua sendo absolutamente preciosa.

**** (4/5)

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Próximo The New Normal: 01x16 (19/02)

Estamos na fila: Upside Down, com Kirsten Dunst e Jim Sturgess

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por Caio Coletti
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Upside Down parece algo saído da mente de Arthur Clarke, Ray Bradbury, Isaac Asimov ou, no mínimo, de Andrew Niccol (Gattaca, O Preço do Amanhã). A história concebe um mundo, ou melhor, dois mundos, que são exatamente espelhados, um acima do outro, mas possuem gravidade inversa. Ou seja, as pessoas do mundo “de cima” estão grudadas ao “teto” e “de cabeça para baixo”, para as pessoas do mundo “de baixo”. E vice-versa.

Dessa brilhante confusão, é claro, emerge uma história de amor entre Adam (Jim Sturgess, de Um Dia), do mundo “de baixo”, e Eden (Kisten Dunst, afastada dos blockbusters desde Homem-Aranha 3), do mundo “de cima”. O roteiro e a direção ficaram por conta do argentino Juan Solanas, em sua estreia internacional, atraindo para o elenco também Timothy Spall, o Rabicho da série Harry Potter.

Upside Down, que apesar da premissa parece ter mais ação do que aparenta, estreia no próximo dia 15 de Março em terras americanas.

Robbie Williams e Ellie Goulding apostam em cenas de shows nos novos clipes

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por Caio Coletti
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Os astros britânicos Robbie Williams e Ellie Goulding lançaram hoje (30) os novos singles promocionais, ou seja, destinados quase exclusivamente às turnês de promoção dos respectivos discos, recebendo tratamento mais ou menos parecido com os dos singles de verdade. Ambos apostaram em boas canções e clipes com cenas de performances ao vivo para ilustrá-las.

“Be a Boy” é a aposta do veterano Williams. Canção que abre o ótimo Take The Crown, álbum do ano passado, a letra clama: “They say it was leaving me/ The magic was leaving me/ I don’t think so”. O tom de desafio acompanha a performance ainda magnética que Williams, quase aos 40 anos, entrega. A faixa é uma das poucas do álbum que não credita o companheiro de Take That de Williams, Gary Barlow, como co-compositor.

Já Ellie resolveu seguir o mais ou menos bem sucedido single “Figure 8” com outro pescado entre as melhores canções do seu Halcyon, do ano passado. “Explosions” é uma balada forte e cheia de punch, e tambem uma das performances vocais mais delicadas e bem balanceadas da moça. A mescla de cenas de performances ao vivo e outras do backstage da turnê formam saborosos 4 minutos em P&B.

29 de jan. de 2013

Review: Parks and Recreation, 05x11 – Women in Garbage

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por Sâmela Silva
(Twitter - Who's Thanny?)

A cada dia que passa me convenço mais de que Parks and Recreation não é só uma das melhores comédias da atualidade, e sim da história. A série pode ter tido um começo não muito promissor, mas a cada temporada sua já grande qualidade consegue aumentar, levando o que era apenas uma trama sobre um departamento "inútil" em uma cidade fictícia a um patamar impossível de se prever.

E é isso que faz Parks tão boa: o elemento da surpresa. No sensacional episódio da semana passada, “Two Parties”, tivemos o núcleo masculino obtendo maior destaque, onde o que era pra ser apenas a despedida de solteiro de Ben acabou se tornando a realização do que Tom, Jerry, Ron, Chris e Andy não puderam ter. Em “Women In Garbage”, porém, os holofotes ficam com Leslie, sua força de vontade e April. Mais uma vez lutando contra as loucas e machistas leis de Pawnee e buscando acabar com a desigualdade da peculiar cidade, a Vereadora Knope acaba no meio do lixo. Literalmente.

Que Leslie não mede esforços para conseguir o que quer, nós já sabemos. Mas quem imaginaria que ela aceitaria ser "lixeira por um dia" para provar um ponto? E, principalmente, quem diria que April fosse gostar tanto da tarefa? Sim, ela é April Ludgate, e nunca se sabe ao certo o que se passa dentro de sua cabeça, porém sua satisfação ao lidar com o lixo foi uma grande surpresa, ainda mais quando a mesma alega que aquele foi o melhor dia de sua vida. Leslie, por sua vez, mostrou a razão de ser uma das melhores personagens femininas já criadas, e provou que, sim, mulheres podem fazer o trabalho de homens tão bem quanto ou até melhor do que eles. Muito bacana foi como Knope mudou o quadro da situação e ainda conseguiu ajudar quem precisava. Dá até tristeza de saber que a vereadora é fictícia. De verdade.

Já no núcleo masculino, Tom demonstra que está cada vez mais maduro e disposto a se esforçar para seu negócio dar certo. Desta vez, Havenford pede ajuda a Ben e Andy, pois sente que precisa saber mais sobre basquete para se conectar melhor com os jovens clientes do Rent-A-Swag. Bom é ver que o investimento de Ron foi sábio, pois Tom realmente quer fazer de seu negócio um sucesso. E bom também foi ver que, mesmo assim, o pobre criador da Entertainment 720 continua péssimo no esporte, ainda que seus amigos tentem ajudá-lo. Andy foi ótimo, como sempre, e Ben expôs seus conhecimentos acerca do basquete. Sim, os nerds também entendem das coisas que envolvem mexer o corpo.

Esse episódio foi bom para o lado sentimental de alguns de seus personagens, também. Se distanciando um pouco de Leslie e Ben, o foco maior dessa semana foi Ron, que acaba tendo que tomar conta das filhas de Diane. Swanson buscou mostrar para sua namorada que é bom o suficiente para cuidar das duas crianças, mas as coisas dão errado assim que ele tenta descansar e deixa Ann encarregada das meninas. Porque o que parecia ir muito bem se tornou uma bagunça, onde as crianças acabaram cortando o cabelo usando o kit de enfermeira de Perkins. A sorte de Ron é que Diane foi compreensiva, além de ter admitido que o ama. Lindo foi o embaraço de Swanson ao dizer "eu te amo" para ela. Será que, desta vez, ele conseguirá ter um casamento não frustrante? Chris, por outro lado, parece ter achado outra mulher a quem dirigir sua afeição, e também dá sinais de estar melhorando. Sua confusão sobre o verdadeiro status de relacionamento com a jornalista Shauna Malwae-Tweep explanou mais da humanidade do personagem que, em sua primeira aparição na série, agia como uma espécie de robô. Acabar com as eternas questões de Chris chega na hora certa, já que ele estava meio deslocado na trama.

Donna e Jerry tiveram pouco destaque, fizeram falta e o episódio não foi tão engraçado, é verdade. Mas ainda assim Parks mantém sua qualidade e consegue fazer mais em 20 minutos de duração do que muitas séries conseguem fazer em 40. É uma delícia de assistir e perceber as mudanças que ocorrem com seus personagens a cada episódio, e é impossível não rir com as ótimas sacadas.

O que podemos tirar como lição de “Women in Garbage” é que: 1) Mulheres são poderosas, até mesmo numa cidade extremamente sexista, 2) nerds também entendem de esportes e 3) sempre, SEMPRE, pose quando estiver na rua, pois o Google Earth pode estar tirando fotos.

***** (4,5/5)

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Próximo Parks & Recreation: 05x12 – “Ann’s Decision” (07/02)

As febres de 2013

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por Vanessa Dias
(TwitterTumblr)

Todo ano começa da mesma forma deliciosa: Calor, praia, sorrisos, sem mencionar o sentimento gratificante de renovação. A vontade de repaginar acontece também, obviamente, nos guarda-roupas femininos. Mas não é preciso desembolsar todo o seu salário em roupas novas para estar na moda neste verão. Confira aqui o que já estava no seu guarda-roupa em 2012 e vai continuar em alta em 2013, assim como as novas tendências que prometem estar entre as melhores produções no começo do ano.

NEON VS. CANDY COLORS

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Verão pede cor. Nas roupas, nos acessórios e até nos esmaltes. Em 2013, duas fortes tendências de cores vão disputar espaço nos armários: De um lado, o candy que, como o nome propõe, é composto de tons clarinhos e românticos, que lembram cores de um algodão doce. Do extremo oposto, temos o neon, que já fora moda nos anos 80 e esta repaginado nesta estação. Divertido e jovial, a cor flúor faz a diferença em um simples acessório e tem tudo a ver com o calor. Apesar de serem extremamente diferentes, os dois tons são apostas certeiras para compor o visual nesta estação. Ainda é possível mesclar os dois, combinando uma peça candy com um maxicolar – mais uma tendência de 2012 que continua em alta – cítrico, contrastando-os.

TRANSPARÊNCIA

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A camisa transparente já era febre desde o verão passado e foi vista também no inverno, mas a chegada do verão deste ano fez a peça cair de vez no gosto feminino – de todas as idades e tipos físicos. Do transparente mais discreto ao colorido com brilho, o detalhe agrega opções para todas as preferências – da mais tímida a ousada – e faz a diferença em uma produção se usado da maneira correta. Combine peças pretas com sutiã rendado da mesma cor para a noite, e vá de nude para o dia-a-dia. O detalhe também é visto em saídas de praia e pode ser combinado com tops cropped. Se preferir, aposte no colorido ou combine com peças estampadas.

CROPPED TOP

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Cropped é aquele top que deixa aparecer mais ou menos dois dedos da barriga entre a blusa e a calça. A peça ousada veio chegando aos poucos, mas hoje invade as lojas brasileiras, e até as mais discretas estão aprendendo a aderir esta moda. O segredo para não errar na hora de usar o top é combiná-lo com calças, shorts e saias de cintura alta – sensual, sem mostrar pele demais. Pode ser combinado com a (também tendência) camisa transparente, ou sozinho. Aposte nos modelos com brilho e spykes para a noite e nos mais neutros para o dia-a-dia, com jeans.

ESTAMPAS ÉTNICAS

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Claudia Leitte e Sabrina Sato já foram vistas usando esta estampa, e elas certamente não serão as únicas referências. A estampa tem tudo a ver com o verão: Permite cores vibrantes, coloridas e misturas alegres e interessantes – bom para variar da tradicional estampa florida, por exemplo. As temáticas variam: Estampa peruana, animal print remetendo a África, motivos geométricos misturados e até grafismo. De qualquer forma, a estampa é linda desde os modelos coloridos até os tons mais terrosos, e deve ser combinada com acessórios neutros, artesanais. Uma boa opção é a bolsa de franja, outra tendência da estação.

Bon Jovi comemora 30 anos de carreira com disco novo e clipe para “Because We Can”

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Jon Bon Jovi, Richie Sambora, David Bryan e Tico Torres estão juntos a 30 anos. A longa carreira do Bon Jovi produziu hits que marcaram os anos 80 ("Livin on a Prayer"), 90 ("Bed of Roses"), e 2000 ("Misunderstood"). Programado para o próximo 26 de Março, o novo álbum, intitulado What About Now tem a responsabilidade de marcar as três décadas de existência da banda e provar que os agora cinquentões ainda são relevantes para a música dos anos 2010.

Lançado hoje, o clipe do primeiro single, “Because We Can”, talvez não ajude tanto na missão. A sonoridade da banda continua passeando entre o pop rock, a balada tradicional e o country, especialmente nos vocais. Se o refrão não pegar na primeira audição, dê mais uma chance a música: o clima Springsteen da letra, mais a contagiante percussão, fazem o feitiço funcionar com o tempo. Mas não é o que vai trazer o Bon Jovi aos novos tempos.

What About Now será o 12º álbum de estúdio da banda. The Circle, o bom último álbum, de 2009, vendeu baixas 3 milhões de cópias ao redor do mundo.

28 de jan. de 2013

Você precisa conhecer: Vanbot

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Apesar das comparações (e de algumas óbvias semelhanças) com a mais célebre Robyn, sua conterrânea sueca, Vanbot é uma artista própria. Nascida Ester Ideskog, a moça esteve em uma série de projetos eletrônicos antes de assumir o codinome e embarcar em carreira solo. A jornada vai chegar ao segundo álbum em 2013, sendo precedido pelo ótimo single “Hold This Moment”, cujo clipe foi lançado ontem (27) por um site sueco.

O refrão grudento e a abordagem mais crua, as vezes até fria do synthpop é a marca da artista, que lançou o álbum de estreia auto-intitulado em Abril de 2011. Da belíssima capa aí do lado a coleção de canções impecavelmente escritas e produzidas, esse é o álbum de estreia de uma artista que ainda vai trazer muita coisa boa para os mais atentos ao cenário pop mundial. O ano de 2012 foi um pouco menos movimentado para Ester, se concentrando na produção do segundo álbum e lançando apenas um novo single, a brilhante "Got to Get Out", que chamou a atenção da MTV, elegendo-a uma das “5 músicas pop obrigatórias da semana” em Fevereiro.

Abaixo, o vídeo de “Numb”, single do primeiro álbum que brinca com a aquarela da capa do disco e dá apoio a uma das melhores músicas da moça até hoje:

Review: Pretty Little Liars, 03x16 – Misery Loves Company

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por Gabis Paganotto
(Twitter)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Queridos, vocês realmente estão prontos pra esse review? Eu estou chocada com os acontecimentos desse último episódio (Ep 16 – Misery Loves Company). Bom, para começar, nós vimos no episódio passado que a Aria e a Meredith estavam finalmente começando a se entender, em prol de descobrir o que realmente aconteceu com a Alison no dia em que ela e o Byron (pai da Aria) se encontraram. O problema é que a Meredith de boazinha não tem nada, a quele chazinho para curar "tudo" que ela andava oferecendo pra Aria continha na verdade um medicamento que mantinha a menina dopada. Ou seja, a Aria, achando que estava doente, na verdade estava sendo dopada, e pra piorar a Meredith roubou o celular dela e a trancou no quarto. A Aria só se dá conta disso quando ela recebe uma "visita" da Alison, que dá a dica para ela parar de tomar o tal chazinho, e alerta Aria sobre o Toby e sobre Meredith estar a procura das cartas que Aria voltou a esconder.

Enquanto isso, Hannah foi chamada para uma entrevista com a estilista local mais requisitada, Corin. Porém, como A- não dorme no ponto, logo Hannah percebe que a entrevista não se tratava nada mais do que mais uma armação de A- , que deixa um recado nada agradável para Hannah, mas também deixa uma pista, uma chave com um chaveiro com a letra A e um número. Mais cedo no mesmo dia Hannah ouve uma conversa de Caleb com uma pessoa misteriosa, sobre Mona e algo do tipo como “estou dentro”. Ela pede então a Emily que siga o namorado (uma vez que ela não poderia faze-lo por conta da tal entrevista). Emily o segue até um café, onde o vê conversando com alguém que ela não consegue enxergar o rosto. Esse alguém era sua namorada Paige que junto com Caleb querem descobrir o covil de A- e acabar com todas as provas e segredos que A- (Mona) tem contra as meninas.

Bom, após comentarem o ataque de Hannah, Spencer deixa a casa da amiga e corre rumo a casa de Tobby para preparar a surpresa para o namorado.

Aria confronta Meredith sobre a madrasta a estar drogando e a megera confirma, e logo apaga Aria. Suas amigas, estranhando a ausência da amigas Hannah e Emily, decidem fazer uma visita, chegando lá são surpreendidas por Meredith que as tranca no porão da casa. Porém logo Byron chega, e as liberta, contando o que aconteceu na noite em que ele encontrou Alison. Após uma conversa pai e filha se entendem e Aria acaba queimando as páginas do diário.

Durante a preparação da surpresa para Toby, Spencer encontra nas coisas do namorado um cartão de acesso a Radley, o hospicio onde Mona estava internada, e logo saca quem realmente é seu namorado. Armando uma para ele, Spencer o flagra tentando recuperar a chave que A-, ou melhor, ele mesmo, havia perdido na armadilha para Hannah. Tadinha da Spencer né gente? Bom, nesse episódio foi isso que rolou galera, até semana que vem!

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Próximo Pretty Little Liars: 03x17 – Out of The Frying Pan, Into the Inferno (29/01)

26 de jan. de 2013

Review: Glee, 04x11 – Sadie Hawkins

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por Amanda Prates
(Twitter - O Que Vi Por Aí)

Glee está de volta, bitches, e numa oscilação entre decepção e surpresa a cada episódio. A série de Ryan Murphy – nome por trás dos sucessos The New Normal e American Horror Story – parece estar perdendo o foco, se desvencilhando da ideia de um grupo de adolescentes invisíveis do high school que busca um pouco de popularidade por meio do coral. A ideia de apresentar basicamente clones dos personagens que “saíram” da cena colegial foi um tanto desastrosa. O universo Rachel Berry, se graduando em NYADA, é bem mais interessante do que as idas e vindas do New Directions, mesmo sendo lento, esporádico e cheio de clichês.

Glee parecia ter começado bem, apesar dos pesares. E começou! O “The New Rachel” deu uma perfeita continuação à terceira temporada, sem fugir de muita coisa, e mostrou que os graduandos permaneceriam na série, mesmo em cenas diferentes dos novatos. Mas, bastou a iniciativa desastrosa de fazer uma segunda versão do “tributo” a Britney Spears para a coisa começar a perder o controle e entrar numa oscilação infinita entre o bom e o ruim. “Glee, Actually”, foi mais uma daquelas tentativas de Murphy em fazer um episódio voltado para o período de comemoração natalina, e tão mais hipócrita e incoerente quanto os outros. Mas, eis que vem um hiatus para acender a esperança de uma reviravolta digna na trama. Só ficou na esperança mesmo.

“Sadie Hawkins” era para ser um desses episódios que sucedem um que tenha decepcionado. Mas foi o contrário. A trama se desenvolveu no amor platônico não correspondido de Tina por Blaine e no deste por Sam, e consequentemente, num baile que ela criou, no qual as meninas quem escolheriam seus acompanhantes. Finn, por sua vez, sugeriu que elas fizessem o convite por meio de uma música, a oportunidade que Tina teve para também declarar camufladamente seu amor pelo ex-Warbler, o que resultou em um “não”. Concomitantemente, Sam buscava falhas nos Warblers para salvar o New Directions, o que pareceu hilário, e a saída um tanto exagerada: fazer com que um aluno da Dalton Academy e parte do coral confessasse o uso de anabolizante durante as preparações para as Sectionals. O resultado disso tudo, a gente confere no episódio da próxima semana, “Naked”, que parece que vai apelar além do normal.

Enquanto em Lima as meninas se preparam para o baile e Marley, finalmente, oficializa um relacionamento com Jake, em Nova York, Kurt, na tentativa de se entrosar mais com os alunos de NYADA, conhece Adam, líder do coral Adam’s Apple e, apenas o descrevendo como loiro, alto, magya e dono de um (lindo) sotaque britânico, já se pode imaginar o que tenha acontecido com os batimentos cardíacos de Hummel. Entre Rachel e Brody, as coisas parecem comecar a se firmar, ou não.

No baile, uma série de ótimas performances se sucedem: com “No Scrubs” (TLC) Artie, Sam, Ryder, Blaine e Joe enlouquecem as garotas que, logo após, dominam o palco com a interpretação da ótima “Locked Out Of Heaven”, hit de Bruno Mars. Ryder, que não-se-sabe-porque entrou pro cast pelo The Glee Project, encerrou com “I Only Have Eyes for You”, canção original de The Flamingos. Nessa história do baile, há um resgate da verdadeira essência da série, quando Beiste, a treinadora durona do time de futebol do McKinley High, mostra seu grande coração quando encorajam as meninas retraídas do baile por não terem um par, dizendo que uma mulher forte é aquela que sabe que o pior que ela pode ouvir ao convidar alguém para sair é um “não”.

Glee, nesta temporada tem tido mais erros do que acertos, e talvez isso possa justificar a baixa audiência que a série tem alcançado desde o fim da season three. “Sadie Hawkins”, no mais, não decepcionou tanto, mas foi colocado erroneamente como retorno de um hiatus. Só espero que isso seja apenas uma fase, já que esta é uma série que sempre começa bem e depois sobe triunfantemente, e que jamais perde sua mensagem inspiradora.

*** (3/5)

Próximo Glee: 4x12 – Naked (31/01)

The Strokes, falsete e sintetizadores (?) no novo single “One Way Trigger”

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Com mais de uma década de carreira e contando, o The Strokes ainda não perdeu a capacidade de surpreender. Como preparação para o quinto álbum da carreira, os nova-iorquinos que renovaram o indie-rock americano em 2001 lançaram hoje (26) o novo single, “One Way Trigger”. A canção veio recheada de sintetizadores e liderada pelo incrivelmente equilibrado falsete de Julian Casablancas.

Sobre o novo álbum, pouco ainda se sabe. A arte do novo single, aí em cima, dá uma dica que a identidade visual da banda ganha uma cara bem mais rústica do que no último álbum, o ótimo Angles de 2011. No último dia 17, uma estação de rádio clamou ter o novo single da banda, intitulado “All The Time”. A confirmação veio alguns dias depois, mas a canção ainda não foi revelada.

O The Strokes disponibilizou o download de “One Way Trigger” no site oficial da banda.

25 de jan. de 2013

Review: 30 Rock, 07x11 – A Goon’s Deed in A Weary World

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Dia 31 próximo, 30 Rock chega a seu último episódio. O especial de uma hora que vai encerrar a série deixa seus personagens em lugares bem diferentes de onde estavam quando os conhecemos, sete anos atrás. E é isso, talvez, que faça essa série algo tão absolutamente satisfatório: ao mesmo tempo que cada minuto dessa jornada que vem sendo a última temporada faça-nos lamentar por estarmos perdendo os vinte minutos semanais mais infalivelmente hilários da nossa grade de programação, ela também nos faz sorrir e sentir um arrepio subindo pela espinha devido a cada absurda, deliciosa e corajosa decisão de Tina Fey para completar o arco dos seus personagens.

Há um diálogo em “A Goon’s Deed in a Weary World”, entre Jack e Kenneth, que soa um pouco como um adeus (um “até logo”) contido de Tina para o próprio meio da televisão americana. “Diferente de qualquer lugar em que eu já trabalhei, esse ramo de negócios não faz nenhum sentido”, diz Jack, “e não importa se você foi para a faculdade de Harvard ou-“. “Ou se o mascote e o presidente de sua faculdade fosse um urso de chapéu”, completa Kenneth. “Exatamente”, retoma Jack, “essa indústria é totalmente sem sentido. Então, se todas as minhas credenciais e formações e experiências não importam, então a verdade é que a única qualificação para esse trabalho é… amar televisão”.

E isso ocorre logo antes de Jack, por motivos óbvios, entregar a presidência da NBC (cargo ocupado por ele antes de se tornar presidente da Kabletown) para Kenneth. Esse é um dos momentos infalivelmente tocantes e absolutamente realizadores que a série nos dá nesse penúltimo episódio. Esse tem sido o grande encanto que o final de 30 Rock tem tido, e que todo final de uma série de televisão deveria ter: ela completa o arco dos personagens de maneira surpreendente, mas ao mesmo tempo te faz pensar que aquilo é tão perfeitamente adequado que você deveria ter previsto. Como os filhos adotivos de Liz e Criss serem versões em miniatura de Tracy e Jenna, que, aliás, fazem a escritora desistir de salvar o TGS (“there’s no TGS to save”, diz Tracy, e um corte é feito no coração de todo e qualquer fã) para estar presente na chegada dos rebentos (“We knew you’d never give up, so, for once, let us step up and do what we do best… nothing”).

30 Rock por pouco não me fez chorar em “A Goon’s Deed in a Weary World”. Há algo na forma como Tina Fey está concluindo a jornada de sua Liz Lemon sem nunca se esquecer da de seus coadjuvantes que é simplesmente especial. Nesse penúltimo episódio de sua vida de sete temporadas na TV, a comédia mais espetacular, hilária, quebradora de regras, carismática e brilhante de televisão americana atinge seu ponto alto. E esse, com certeza, não é um páreo fácil.

Melhores quotes:
“How big’s an 8-year-old-head? I’m thinking like… a bowling ball?” “No, bowling ball is too small. It’s like a basketball. A small baskestball that you win at the fair” “You’re describing a bowling ball!” (Liz e Criss sobre o tamanho dos chapéus que vão comprar para as crianças)

◘ “Impossible? Would any of your female heroes say that? Would Amelia Earhart, or Dian Fosse, or Joan of Arc? Boy, women who try to do things sure get killed a lot” (Jack para Liz)

◘ “You’ve got Lemon. Make lemonade” (Liz atendendo o telefone e perpretando a piada que com certeza está guardada desde que 30 Rock começou)

◘ “I can’t say no to this colors. I bleed blue and gray. Well, specially when I stepped on that nail” (Kenneth sobre ter de volta o seu uniforme – e cargo – de page)

◘ “Well, Broseph…” “Sup” “I think TGS and Bro Body Douche would be tight” “Totes?” “Nah mean? No homo” “Mos def” “So… jeah?” (Liz argumenta com um potencial patrocinador)

◘ “We just need to have our next great roles lined up. Like how, after E.R., George Clooney had dumb, gay Batman” (Tracy sobre o futuro dele e de Jenna)

◘ “Did you know that every year, more people die from disease and accidents combined, than from just trampoline accidents?” (Criss tenta convencer Liz a comprar um trampolim)

◘ “What am I looking at? I’m just hair and eyes. It’s perfect” (classic Jenna)

***** (5/5)
e nem isso expressa o quanto esse episódio foi bom

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Próximo 30 Rock: Series Finale (31/01)

O OneRepublic se prepara para o novo álbum com o clipe de “If I Lose Myself”

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por Caio Coletti
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Quatro anos depois do não tão bem sucedido (comercial e artisticamente) Waking Up, o OneRepublic, banda pessoal do compositor e produtor Ryan Tedder, que aqui atua nos vocais e no piano, está de volta. “If I Lose Myself”, o novo single do grupo, ganhou um clipe hoje (25), com toda a cara de vídeo promocional para o novo álbum, que já tem título, capa de data de lançamento.

Native, o álbum, vai ter a linda capa aí do lado, e sai no dia 26 de Março (2 meses e 1 dia, a gente já tá fazendo a contagem regressiva). O que se sabe até agora: além de “If I Lose Myself”, os moços lançaram um single promocional a algum tempo, intitulado “Feel Again” (que também ganhou clipe), e revelaram mais alguns títulos de canções (“What  U Wanted”, “Burning Bridges”, “Let’s Get Lost”, “Counting Stars”, “Something’s Gotta Give”, “Preacher”). A se julgar pelas músicas que podem ser ouvidas até agora, o som da banda está mais pop eletrônico do que nunca.

No vídeo de “If I Lose Myself”, um grupo de jovens segue uma série de marcas feitas a tinta pela cidade para… se encontrarem no show da banda, em uma boate. O clima combina com a música, e é um bom buzzmaker para o álbum, que pode colocar o OneRepublic de volta no circuito dos sucessos mainstream.

24 de jan. de 2013

Review: Suburgatory, 02x10 – Chinese Chicken

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por Caio Coletti
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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Suburgatory é, atualmente, a melhor comédia em exibição na televisão americana. A segunda temporada do programa, garantida pela sólida base de fãs construida na primeira, vem entregando um capítulo brilhante atrás do outro, no delicado equilíbrio de comédia histérica (a série é frequentemente descrita como “um cartoon em live action”) e sensível drama de relacionamentos e desconstrução de personagens. Suburgatory, em última instância, ganha o jogo quando brinca habilidosamente com os estereótipos de seus personagens, mas acaba subvertendo-os, bem a maneira de sua protagonista, e tornando-os livres dessas próprias barreiras.

O comportamento de Fred (o absolutamente hilário Chris Parnell) em “Chinese Chicken”, esse décimo episódio, por exemplo, é um lembrete claro desse procedimento. Ele, George (Jeremy Sisto) e Noah (Alan Tudyk), cansados da pressão das respectivas companheiras para serem bem sucedidos, resolvem fazer algo por eles mesmos: montar uma banda. Depois de “Junior Secretary’s Day”, o episódio da última semana, quando Sheila (Ana Gasteyer) descobriu que Fred havia sido rebaixado de posição no emprego, essa é uma trama em que o personagem ganha uma faceta de frustração que não haviamos visto antes. Mas ainda é o mesmo Fred, que, ao sugerir um nome para a banda dos amigos, pensa em “Sheila’s Pets”.

As consequências desse plot musical são hilaria e docemente exploradas pelo roteirista Andrew Guest, em sua sexta incursão na série, que lida brilhantemente com a continuação dos eventos do último (e igualmente sensacional) episódio. Ao mesmo tempo em que a aventura de George, Fred e Noah como rockstars prossegue, Tessa (Jane Levy) tem que lidar com seu novo status de namorada de Ryan (Parker Young, cada vez melhor), o que a inclui no “nicho” das “namoradas de jogadores de futebol”, um grupo que desperta na moça uma faceta que não vemos, talvez, desde “The Witch of East Chatswin” (02x02): a garota revolucionária em uma cidade impensante. É um prazer ver Levy em sua zona de conforto, de pé em uma cadeira e liberando a individualidade das namoradas dos jogadores.

Suburgatory está nesse momento lidando maravilhosamente com três histórias principais, a longo prazo: George/Dallas, meu casal preferido na televisão nesse momento, ganham mais um momento delicioso nesse episódio; Tessa/Ryan é um achado; e a história de Fred e Sheila pode render os momentos mais hilários do ano. Aguardamos ansiosamente.

***** (4,5/5)

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Próximo Suburgatory: 02x11 – Yakult Leader (30/01)

Você precisa conhecer: Colette Carr

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por Caio Coletti
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Para uma garota descoberta quando um comediante chamou um fã para fazer rap freestyle no palco antes do show do Game, Colette Carr soube ir bem longe em sua carreira. A menina de 22 anos completados no último dia 6 de Janeiro prepara-se para nos dar sua gravação de estreia, intitulada Skitzo, no próximo dia 9 de Julho.

Antes da estreia, no entanto, a moça vai lançar 16 das 20 (!) canções a serem incluidas no álbum na forma de uma série de quatro EPs. As duas primeiras partes de Skitzo já foram reveladas ao mundo. Dá para ouvi-las aí embaixo:

A mistura de hip hop e pop não é novidade, mas Colette parece ser uma daquelas artistas que o faz com uma marca e uma personalidade própria. Há algo de Ke$ha em algumas faixas, mas ela é, na maior parte, muito particular como artista. Nossas preferidas pessoais são “Like I Got a Gun” e “F16”.

Por falar nisso, elas são duas das escolhidas de Carr até agora para compor sua coleção de singles. Tudo começou com a delicinha “We Do It (Primo)” (clipe aí embaixo), passando pelo lindamente irônico "Like I Got a Gun", uma canção hip hop para botar vergonha em Nicki Minaj e cia, e em seguida para a histérica "F16".

A última da moça é o primeiro single do Skitzo (Part 2), a romântica “Why Are You Leaving?”, balada em que a voz de Colette talvez apareça mais pura do que nos outros singles até agora. E primorosamente produzida e composta, como tudo que ela fez até agora. 9 de Julho vem aí.

Of Monsters and Men segue padrão visual incrível em King and Lionheart, seu novo single

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por Andreas Lieber
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Os islandeses do Of Monsters and Men lançaram seu álbum de estreia, My Head is an Animal, em 2011 e logo se tornaram referência no mundo musical ao consagrar sua mistura indie folk/pop/rock com gostinho de noites frias dos países nórdicos. Tendo sua frente formada pelo incrível duo vocal de Ragnar "Raggi" Þórhallsson e Nanna Bryndís Hilmarsdóttir, que balanceiam seus timbres vocais em uma harmonia perfeita, a banda  ganhou reconhecimento ao vencer a competição de bandas anual Músíktilraunir, na capital islandesa Reykjavík. Mais recentemente, o primeiro single do álbum, “Little Talks”, atingiu o #1 na US Alternative Songs e o Of Monsters and Men foi confirmado na edição brasileira do famoso festival de música Lollapalooza, em 2013.

A banda publicou hoje (24) o vídeo para seu terceiro single, “King and Lionheart”, onde utilizam-se do mesmo padrão estético e visual de tirar o fôlego de “Little Talks”. No vídeo, predominantemente preto e branco, um casal de irmãos ou mãe e filho (a história não deixa claro) é uma das poucas coisas coloridas no vídeo. Separados durante sua captura por gigantes sinistros e aprisionados em lugares diferentes, a garota (que em muito lembra a princesa Padmé Amidala, de Star Wars) é presa em um fundo poço e o menino em uma jaula suspensa. Enquanto os vocais de Ragnar e Nanna cantam “Howling ghost they reapper / In mountains that are stacked with fear / But you’re a kind and I’m a lion-heart”, os dois são visitados por entidades coloridas e flutuantes que os resgatam. Em um vídeo magicamente produzido, a letra da música se mistura à história visual proposta e arranca suspiros (e lágrimas) quando o garoto chega a um certo tipo de nave antiga de fuga e chora ao ver a menina, que ainda corre em terra para se salvar. A esperança de um final feliz reside na possível continuação da história em singles futuros.

Review: 2 Broke Girls, 2x14 – And Too Little Sleep

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por Andreas Lieber
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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Uma das características mais louváveis na surpreendente 2 Broke Girls é a capacidade, aparentemente infindável, de os criadores e roteiristas Whitney Cummings e Michael Patrick King manterem a graça nas falas de Max. Apesar de ser um show baseado quase que exclusivamente nos estereótipos, e em seus agravamentos, 2 Broke Girls os mantem em tal nível que a risada é inevitável, nos fazendo esquecer (ou subconscientemente endossar?) os mesmos. No episódio da semana passada, And the Bear Truth, a série acrescentou à sua lista o estereótipo do casal bear (super) gay aparentemente feliz e, por incrível que pareça, deu certo. As cenas de Max com eles, enquanto fugia de uma Caroline desesperada por reconquistar Andy foram, no mínimo, hilárias. O 13º episódio chegou a um final inesperado e triste, porém, quando Any decidiu realmente terminar com Caroline.

No episódio dessa semana, And Too Little Sleep, no entanto, a série tomou um rumo diferente e deu a parecer que os roteiristas estavam, de fato, muito cansados para escrever. Dessa vez, Max e Caroline começam a sentir o peso de dois empregos, bem evidenciado por Caroline caindo no sono em pé enquanto anotava um pedido no restaurante (ótima atuação de Behrs) e Max com um humor um pouco mais ácido. Para piorar um pouco a situação, Caroline ainda esquece de comentar que elas têm um pedido enoooorme de cupcakes para o outro dia quando, na verdade, tudo o que elas querem é chegar em casa e dormir. Com uma fuga premeditada do restaurante, as garotas correm para sua loja de cupcakes a fim de começar o pedido quando... Caroline chuta o calço no fogão e o mesmo desaba. Literalmente. Ele desaba.

O episódio progride com Max e Caroline correndo para o restaurante em busca de ajuda e Han permitindo que elas usem o fogão do lugar com a ajuda de todos. O cansaço das garotas atinge seu nível máximo quando Caroline se irrita com Max por ter perdido um brinco provavelmente adivinha aonde? Em um dos cupcakes, claro! Enquanto elas estraçalham um por um, fica claro que a irritação de Caroline é, por grande parte, devido ao fato de Max continuar trocando mensagens com Andy, o recente ex de Caroline. O episódio apresentou umas boas piadas, incrivelmente engraçadas até, com aquela qualidade de Max sempre conseguir fazer qualquer um rir, mas não foi um dos melhores da temporada. Eventualmente Max teve que “terminar” com Andy também para apoiar a amiga e descobriram que o brinco perdido estava, na verdade, no bolso do avental de Max. O episódio passa incrivelmente rádipo e nos deixa ansiosos pelo novo rumo que a série tomará, Andy continuará por perto ou dessa vez não tem jeito? No fim das contas, nossas falidas favoritas terminam mais um turno com uma conta bancária um pouco mais gorda (U$ 4.900,00).

O Anagrama separou as quotes mais engraçadas do episódio pra você rir com a gente:

 

◘ Max acena para Andy e Caroline fica nervosa, falando “See what you started with your hand?”, no que Max responde “My hand is friendly…just ask any guy from high school.”

◘ Han: “Max, I can’t explain something and I need you to help figure it out.”
   Max: “That’s hard to believe, since you’re 90% head.”
   Han: “It’s not a laughing matter. I broke my mother’s pelvis coming out!”
   Max: “At least you finally came out.”

◘ Caroline pergunta a Max sobre algo que viu no fogão e Max chama o objeto de “shim”: 
   Caroline: “I thought it was a cool word-blend. You know, like a she/him for a transsexual… a shim!”
   Max: “You thought a tiny transsexual was holding up our stove?”

◘ Han e Max sobre o segundo drink de Han:
   Han: “You don’t want to see me on two Sea Breezes.”
   Max: “What happens, you become Lindsay Lo-Han?”

◘ Caroline falando para Max enquanto procuram o brinco sumido: “Check your boobs… that’s where we found the remote.”

***(3,5/5)

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Próximo 2 Broke Girls: 2x15 - “And the Psychic Shakedown” (28/01)

23 de jan. de 2013

Review: The New Normal, 01x14 – Gaydar

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por Caio Coletti
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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Há uma dualidade constante em The New Normal, uma que as vezes entra no caminho de algumas das metas que a série tenta atingir. Como uma série sobre um casal gay que coopta uma mãe solteira para ser sua barriga de aluguel, sem saber que a reboque vem a mãe homofóbica da moça, esse é um programa essencialmente estereotipado na construção de seus personagens, como é, aliás, de costume do criador Ryan Murphy. Ao mesmo tempo, The New Normal tem feito do “estereótipos são ruins e não se aplicam ao mundo real” um de seus principais temas e uma de suas principais bandeiras morais.

Na maior parte do tempo, a tensão entre esses dois extremos se equilibra da seguinte forma: esses são personagens que agem como estereótipos quando é para a nossa diversão, mas na verdade são muito mais que isso. O conceito gerou belos momentos em “The XY Factor” (1x10) e até no último “Stay-At-Home-Dad” (1x13), ambos episódios que ajudaram a consolidar The New Normal como uma série que se dá bem tanto como uma comédia over-the-top ao gosto de Murphy quanto como um pequeno drama familiar com lições doces sobre aceitação e auto-aceitação. “Gaydar”, esse 14º episódio da temporada de estreia do programa, não se dá tão bem na missão.

A tensão “estou-agindo-como-um-estreótipo-mas-não-sou-somente-isso” é óbvia demais na trama de três vertentes: Bryan (Andrew Rannells) e David (Justin Bartha) tem um pequeno desentendimento, bem a sua forma passivo-agressiva, sobre a roupa que o rebento vai usar no batismo; Rocky (NeNe Leakes, que deve ter trocado de hairstylist – com péssimas consequencias) está encantada por um membro da equipe do programa de TV que ela e Bryan produzem, mas Shania (Bebe Wood) acha que o moço pode ser gay; por fim, Jane (Ellen Barkin, cuja mudança de visual, por outro lado, é sensacional) se envolve com um corretor de imóveis que quer mudar seu look e sua atitude. O problema é que o moço também age de forma bem suspeita.

The New Normal ganha pontos com a forma como as storylines se encontram no deliciosa e culpadamente hilário jantar que Bryan e David dão em sua casa para descobrir a orientação sexual dos moços, e coloca as coisas em ordem no campo moral e dramático com as últimas cenas. Mas esse não é o melhor truque que essa série pode apresentar.

*** (3/5)

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Próximo The New Normal: 1x15 - “Dairy Queen” (29/01)

Review: Argo, ou como o classicismo pode funcionar a favor de um bom filme

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por Caio Coletti
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Com a história que tem para contar, Argo seria um bom filme de qualquer forma – a não ser, é claro, se Uwe Boll ou Michael Bay fosse dirigi-lo. Mas o que faz do Argo de Ben Affleck algo além de bom, algo realmente especial, é justamente o fato de que não há nada de especial nele. Este é um filme que, como pouquíssimos nos últimos tempos, se apropria da estrutura clássica de narrativa e faz ela funcionar ao seu favor: como a produção primorosa nos detalhes que é, Argo funciona perfeitamente nos níveis que o bom cinema é feito para funcionar. Não quer desafiar ou intrigar o espectador. Quer apenas contar uma história. E não precisa dos artifícios que parecem estar no criado mudo de todo roteirista contemporâneo para tal.

A trama aqui acompanha Tony Mendez (Affleck), operativo da CIA que tem a ideia mais inusitada da história da agência: para retirar seis diplomatas americanos do Irã na época da revolução, ele recorre ao amigo maquiador de Hollywood, John Chambers (John Goodman), e ao produtor Lester Siegel (Alan Arkin) para criar todo o aparato de uma superprodução de ficção científica – que será usada apenas como desculpa para os americanos passarem por uma equipe de filmagens, e sair do país sem problemas.

O roteiro do estreante Chris Terrio, baseado em um livro e um artigo de revista sobre a operação que ficou conhecida como “Argo” (devido ao nome do filme falso), constrói um herói clássico na figura de Mendez, mas coloca-o na beira do precipício, arriscando sua vida em uma missão no mínimo inusitada e fazendo de sua vida pessoal uma verdadeira bagunça. Afora isso, sua execução é impecável dentro da estrutura de narrativa clássica: a tensão crescente e a decisão redentora do herói, a agonizante sequencia em que o plano é posto as últimas provas… um trabalho “redondo” que veleu ao moço a primeira indicação ao Oscar.

Melhor Roteiro Adaptado é uma das sete indicações de Argo ao prêmio da Academia, aliás. As outras lembranças foram em Melhor Edição, Melhor Trilha-Sonora, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin) e, claro, Melhor Filme. Em seu terceiro bom longa-metragem na direção, Affleck, que levou o Globo de Ouro na categoria esse ano, batendo Quentin Tarantino, Ang Lee e Steven Spielberg, entre outros, foi novamente esquecido pelo Oscar. Uma pena, porque, se tivesse sido lembrado, teria fácil o posto de nomeação mais merecida do filme. Seu trabalho por trás das câmeras é primoroso e, especialmente, primorosamente discreto.

A ambientação perfeita do filme, a harmoniosa relação entre fotografia e trilha-sonora, mais o trabalho naturalmente brilhante que faz com os atores mostram Affleck como uma espécie de jovem Spielberg, quando este ainda sabia tocar as cordas certas do espectador para causar comoção, investimento emocional e tensão palpável. O trabalho de elenco é notável principalmente com os seis atores escaladados para os papéis dos americanos refugiados. Tate Donovan (Damages), Clua DuVall (Heroes), Scoot McNairy (O Homem da Máfia), Rory Cochrane (O Homem Duplo), Christopher Denham (Ilha do Medo) e Kerry Bishé (Sex and The City – O Filme) incorporam seus personagens com perfeição e, mesmo em tempo limitado em tela, integram-se a narrativa e a tenção inerente a mesma de forma impecável.

Argo é um filme construído, em certos níveis, sobre constrastes. Durante a primeira parte, ele vem com a inteligente sobreposição de cenas de Mendez em Hollywood tentando levar adiante o plano e outras – entre reais e encenadas – dos reféns americanos na embaixada do país no Irã (os refugiados que Mendez resgata haviam escapado do ataque dos radicais iranianos a instituição e se abrigado na casa do embaixado canadense feito aqui por Victor Garber). Depois, pode ser visto como um cuidadoso estudo dos contrastes da frequente subjugação das vontades populares pelo governo do país. Esse não é um filme que levante a bandeira americana para abaixar a de outro país. Argo deixa muito claro que as barbaridades estão dos dois lados do conflito e, a bem da verdade, que está mais interessado em contar a história daquelas pessoas que a história de um conflito.

***** (4,5/5)

Argo(Da esq. para a dir.) John Goodman, Alan Arkin e Ben Affleck

Argo (EUA, 2012)
Direção: Ben Affleck
Roteiro: Chris Terrio
Elenco: Ben Affleck, Bryan Cranston, Alan Arkin, John Goodman, Victor Garber, Tate Donovan, Clea DuVall, Scoot McNairy, Rory Cochrane, Christopher Dunham, Kerry Bishé
120 minutos

22 de jan. de 2013

Passion Pit pra pista! Remix de “Carried Away” ganha clipe divertidíssimo

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por Caio Coletti
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Poucas vezes um trabalho de remixagem foi tão bem feito quanto em “Carried Away”, terceira faixa do Gossamer, segundo álbum da “banda”. O veterano Tiësto soube manter o cerne da canção e trazê-la para um ritmo mais acelerado com suas batidas trance e seus sintetizadores perfeitamente medidos para a pista de dança moderna. O videoclipe lançado hoje (22) da versão do DJ, no canal oficial da banda, dá a benção final para a chegada do PP às melhores pistas de dança indie por aí.

A canção escrita, gravada e produzida pelo vocalista Michael Angelakos (os outros músicos que “compõem” a Passion Pit trabalham apenas em turnês) ganhou vídeo em que um grupo de amigos parece encontrar um “pó mágico” – colorido, para não ser confundido com cocaína – que, ao ser comido, faz o indíviduo explodir em várias versões dele mesmo. O que resulta em um dos clipes mais bacanas do ano até agora. Sério, é melhor ver para crer.

Estamos na fila: Emperor, com Matthew Fox e Tommy Lee Jones

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por Caio Coletti
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Primeiro projeto pós quarta indicação ao Oscar para Tommy Lee Jones (a gente ainda aposta que ele vai sair vitorioso da cerimônia), Emperor foi filmado antes de Lincoln, e exibido no Festival de Cannes 2012, fora de competição, mas só estreia em solo americano no próximo dia 8 de Março. A produção de guerra, creditada como de nacionalidade japonesa, ganhou um belo trailer ontem (21) para o lançamento.

A trama conta a história do General Bonner Fellers (Matthew Fox, sumido desde Speed Racer), a quem é dada a missão de descobrir se o Imperador Hirohito, do Japão rendido após o final da Segunda Guerra, deve ou não ser condenado como um criminoso de guerra. Fellers responde diretamente ao General Douglas MacArthur (Tommy Lee Jones), e se envolve romanticamente com uma estudante japonesa (Eriko Hatsune).

Emperor tem direção de Peter Webber, que almeja recuperar a boa forma do bem recebido Moça com Brinco de Pérola. O roteiro ficou por conta de Vera Blasi (Sabor da Paixão) e David Klass (Com as Próprias Mãos).

Paramore divulga Now, primeiro single do aguardado self-titled album

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por Andreas Lieber
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Após quase quatro anos desde seu último álbum, Brand New Eyes, o Paramore cumpriu a promessa e divulgou em seu site ontem (21), o primeiro single do quarto e self-titled álbum, Paramore, que está marcado para lançamento dia 09 de abril. Esse é o primeiro trabalho completo da banda desde a saída dos irmãos Josh and Zac Farro em 2010. O álbum trará de novo, ainda, a participação especial do baterista Ilan Rubin, da americana Angels & Airwaves, e conta com a produção do ex-baixista do Nine Inch Nails, Justin Meldal-Johnsen. No dia 18 de janeiro a banda revelou no site da Alternative Press o tracklist completo de seu novo trabalho, incluindo músicas como o primeiro single “Now”, “Anklebiters” e “Daydreaming”, vocês podem conferir a lista completa aqui.

“Now” apresenta a nova direção proposta pela banda e não decepciona, em uma melodia mais frenética indo de encontro aos vocais rápidos e precisos de Hayley Williams, que grita frases determinadas como “If this is the future / We want it now-ow-ow-ow-ow-ow-ow” e “There’s a time and place to die / and this ain’t it”, enquanto o Paramore mostra que ainda é uma banda e está pronta, e ansiosa, para sair da zona de conforto. Um vídeo para o single já foi gravado (Hayley teve que usar até dublê!) e está previsto para sair ainda esse mês.

21 de jan. de 2013

Review: Cloud Atlas e a ligação cósmica entre passado, presente e futuro

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por Andreas Lieber
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O que um manuscrito escrito durante o século XIX em uma viagem no porão de um navio de volta a California tem a ver com um compositor clássico que tenta fugir do passado e criar sua obra prima enquanto troca cartas com seu amante, influenciando uma jornalista nos anos 70 a derrubar uma grande usina nuclear? De longe, nada; de perto, todo um universo. E o que acontece quando enquanto isso, em outros tempos, uma revolução está prestes a nascer nos porões da distópica e futurística Neo-Seoul e levará o mundo para um futuro ainda mais distante e apocalíptico? Em Cloud Atlas (no Brasil com o infeliz título de A Viagem), o mais recente projeto cinematográfico dos irmãos Wachowski (Matrix) em parceria com Tom Tykwer (Run Lola Run), aprendemos que nossas vidas não são apenas nossas e todas as ações que tomamos, por mais infímas que sejam, afetam o tempo, o espaço e o destino de todos.

Baseado no romance homônimo do inglês David Mitchell, a adaptação cinematográfica de Cloud Atlas tornou-se, instantaneamete, igualmente aclamada e odiada pela crítica. Acompanhando seis narrativas diferentes ao mesmo tempo e apresentando conexões entre elas que andam mais pelo campo da percepção do telespctador do que pelo concreto, Cloud Atlas é um filme que exige uma atenção brutalmente ferrenha para se tornar conexo em todos os níveis que apresenta. Para entendermos a narrativa agitada do filme, é preciso uma desconstrução primária da mesma e uma análise separada das personagens. Mas como fazer uma coisa dessas em uma história tão intrinsecamente ligada?

A história de Cloud Atlas inicia-se com a vigem do jovem Adam Ewing (Jim Sturgess), advogado americano que vai à uma ilha do Pacífico no século XIX fechar negócio em nome do sogro; lá, ele é testemunha do açoitamento de um dos nativos que, na volta, se infiltra no navio e acaba se tornando amigo de Ewing. Estando o jovem advogado contaminado por uma doença, ele é posto de quarentena no porão da embarcação, onde narra seus infortúneos por meio de escritos. Tais escritos se transfomaram em livro, que é lido ferozmente por Robert Frobisher (Ben Whishaw), compositor com um passado infame que tenta criar sua obra prima, The Atlas Cloud Sextet, ao morar com o renomado musicista Vyvyan Ayrs (Jim Broadbent) nos anos 30. Durante esse tempo, ele troca cartas com o amante, Rufus Sixmith (James D’arcy), que no futuro trabalha na construção de um reator nuclear comandada por Lloyd Hooks (Hugh Grant). Por um acaso do destino (ou não?), Sixmisth encontra a jornalista Luisa Rey (Halle Berry), que começa a investigar anomalias no funcionamento do reator e se encontra fascinada pelas cartas trocadas entre Frobisher e Sixsmith.

Em outro tempo, mais precisamente o ano de 2012, o editor de livros Timothy Cavendish (Jim Broadbent de novo!) é internado em uma clínica de repouso por seu irmão após mais uma de suas confusões. Lá, ele sofre as ações da tirana enfermeira Noakes (que eu não vou contar de quem é a personagem pra não quebrar o encanto, ahem) e narra sua permanência por lá e seu plano de fuga com alguns colegas também residentes. Tal narração, entende-se, virou um filme, que é visto em Neo-Seoul no ano de 2144 por Sonmi-451 (Doona Bae), uma garçonete clone criada especificamente para essa função.

Encontrando-se no meio de uma conspiração para a derrocada do atual governo, que domina um futuro distópico, Sonmi foge com Hae-Joo Chang (oi pra um Jim Sturgess meio japonês) e vira símbolo da Queda, uma revolução que dizimou grande parte da população. Em um futuro mais distante ainda, um ano 2321 com características apocalípticas, Sonmi virou uma deusa, representada na figura terrena de Abess (Susan Sarandon) para o povo da sociedade conhecida por The Valley, onde desembarca Meronym (Halle Berry novamente), uma Prescient – uma pequena parcela da populão que se agarrou à tecnologia dos antigos – que procura ajuda em Zachry (Tom Hanks) para chegar ao topo de uma montanha onde se encontra o Cloud Atlas, um sistema de comunicação para com as pessoas que abandonaram a Terra e agora vivem em outros planetas.

Sonmi-451 cita no filme que: “Our lives are not our own, we are bound to others, past and present. And by each crime and every kindness, we birth our future.”. Cloud Atlas é um filme que nos mostra a efemeridade das escolhas, dos atos corriqueiros e palavras que proferimos. Nos faz perguntar como seria nossas vidas na pele de outras pessoas, vivendo um outro tempo. Com um desenvolvimento sagaz e inteligente, cada cena dura exatamente o tempo certo para se desenvolver mas conter o clímax, nos deixando na ponta dos assentos com o cérebro fumengando ao trabalhar em ligações complexas. Para cada ação, há uma reação; para cada ato; há uma consequência; e para cada decisão que tomamos, uma teia enorme interliga o nosso passado ao presente e cria um futuro imediato.

Cloud Atlas está fadado a se tornar um clássico. Não pela direção (que é fantástica), a trilha sonora (que é incrível) ou ainda a maquiagem e fotografia (que são apenas… superlativas), não, ele se tornará um clássico por nos mostrar que o poder para uma revolução está em nós, em cada um de nós, que o amor não se limita à idade, sexo, raça ou condição social. Ele nos ensina que a ligação cósmica entre passado, presente e futuro está contida nas nossas decisões, nas nossas memórias, pensamentos e ações. Que nós, todos nós, somos o tempo.

****(4,5/5)


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Halle Berry como Meronym, Jocasta Ayrs e Luisa Rey (da esquerda para a direita)  e Tom Hanks como Isaac Sachs, Dermot Hoggins e Zachry (da esquerda para a direita)

O retorno de John Galliano à moda

02John Galliano, Anna Wintour e Oscar de La Renta

por Isabela Bez
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Após ser retirado da Dior por conta do vídeo no qual Galliano faz declarações antissemitas, o grande estilista finalmente está de volta. Só que não exatamente como estilista. Depois da polêmica, o mundo virou as costas para Galliano, e as únicas pessoas que ainda ficaram do seu lado (de um jeito nulo) foram seus velhos amigos Anna Wintour, que foi vista em um restaurante com ele, e Oscar de La Renta, que acabou de contratá-lo como assistente.

Sim, assistente. Pode já fazer dois anos desde o incidente, mas nesse tempo todo o único debut de Galliano foi o vestido de noiva da Kate Moss em 2011, que carregava seu nome. Oscar de La Renta provavelmente será quem irá tirá-lo das sombras, para voltar aos holofotes.

Enquanto de La Renta trabalha na preparação do seu desfile para o New York Fashion Week, Galliano será seu assistente por três semanas. “John e eu nos conhecemos por muitos anos e eu sou um grande admirador do seu talento,” declarou de La Renta. “Ele trabalhou muito duro na sua recuperação e eu estou feliz em lhe dar a oportunidade de voltar ao mundo da moda”.

01John Galliano e Kate Moss na Vogue americana com o vestido que ele desenhou

19 de jan. de 2013

Review: Espíritos de Gelo, de Raphael Draccon, apresenta ao leitor a arte da tortura

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por Andreas Lieber
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Chutes, murros com soco inglês, eletrochoques e queimaduras. Esses são apenas alguns dos métodos descritos por Raphael Draccon, aclamado escritor brasileiro da trilogia Dragões de Éter, em seu último romance, o sombrio Espíritos de Gelo. Baseando-se em uma antiga lenda urbana ao melhor estilo de terror old school e apresentando uma veia diferente de narrativa nas poucas 173 páginas de seu novo livro, Draccon nos leva ao soturno mundo da tortura não apenas física, mas bem como psicológica, ao narrar horas da vida de um personagem sem nome, preso a correntes enferrujadas em um porão úmido, vítima de três algozes sinistros e sem escrúpulos.

Em uma história não linear que vai, aos poucos, se auto-explicando, Raphael Draccon nos presenteia com uma trama bizarra contada por um personagem anônimo que acorda em uma sala de tortura, acorrentado e encarando um baixinho macilento, com cara de monstro de O Senhor dos Aneis, usando uma camisa do Black Sabath e dois verdugos ao seu lado, cada um com uma roupa de couro a là sadomasô. E o que eles querem? Lembranças.

No melhor estilo Dementador-tentando-sugar-lembranças, essas três figuras disformes informam ao nosso personagem, que poderia ser, na verdade, qualquer um – o típico garoto rico e esnobe, que morava com o pai divorciado e aprendeu a “pegar garotas” aos 10 anos estudando as que o pai levava pra casa, fez faculdade e herdaria a empresa do pai – que se ele quiser continuar a viver, terá de se lembrar o que aconteceu nas últimas horas, memórias essas que foram bloqueadas por ele devido a um trauma emocional sofrido no caminho.

Com o desenvolvimento da história, somos introduzidos a um loop permeado por tortura e lembranças fragmentadas que nos contam sobre uma quase tentativa de suícidio por parte do personagem e seu envolvimento com uma deusa em forma humana, Mariana Slaviero, que o inicia em um tipo de seita sexual aonde ele aprende a magia obscura que envolve o sexo e participa de orgias místicas em casas de ricaços. Mas nem tudo é o que parece, obviamente. Adentrando esse mundo, ele se depara com situações que o fazem perder a razão e, eventualmente, farão com que perca um rim, acordando em uma banheira de motel cheia de gelo.

Criando uma história de terror moderna e cheia de referências pop, Raphael Draccon viaja por uma mente conturbada e nos apresenta alguns sadismos enquanto entrelaça uma narrativa ágil e rápida que cita de O Senhor dos Aneis à Percy Jackson e os Olimpianos, passando por True Blood e analisando obras das mais diversas lendas do rock enquanto ajuda um subconsciente fechado a expurgar todos os seus segredos. Durante toda a história somos perseguidos pela angustia de um corpo e mente torturados e tentamos montar os pedaços do quebra cabeça juntamente com os fragmentos de memória do personagem: o que um culto ao sexo tem a ver com um roubo de orgãos que levou alguém a uma sala de tortura? Draccon não poupa suspense em Espíritos de Gelo e deixa o leitor pendurado na margem do que é real e do que não é até a última página.

**** (4/5)

Raphael Draccon
Raphael Draccon, autor de Dragões de Éter e Espíritos de Gelo