11 de mai. de 2013

Review: Person of Interest, Season Finale (02x22)

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por Caio Coletti
(@EcoCaio)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

“God Mode”, finale dessa segunda temporada de Person of Interest, é o pedaço de entretenimento mais perfeito da temporada da televisão americana. Pode ser que não seja a peça de drama mais profunda ou mesmo a mais inteligente, e pode ser que perpetue alguns vícios de roteiro que são capazes de provocar irritação constante no espectador, mas não dá pra negar que se trata de uma hora sólida e excepcionalmente bem tecida e equilibrada de televisão. O mesmo pode ser dito, é claro, sobre a temporada toda de Person, uma série incansável na missão de ser original, surpreendente, tocante, divertida e excitante, tudo ao mesmo tempo. E que sempre o consegue.

Seguindo os eventos do quase-tão-bom penúltimo episódio da semana passada, “God Mode” mostra Finch mais uma vez sequestrado por Root, dessa vez com a moça tendo acesso de administradora à máquina enquanto ela se reestrutura. O plano da quase-antiheroína da deliciosamente enlouquecida Amy Acker é encontrar o local onde o governo escondeu a estrutura da criação de Mr. Finch e “libertá-la” das restrições que o próprio impôs a ela (graças ao estranho comportamento, quase de ser vivo, da máquina, Finch achou melhor programá-la para deletar todos os dados irrelevantes todos os dias à meia noite). No rastro de Finch e Root estão, claro, Mr. Reese e Shaw, uma dupla que a série com certeza deveria explorar mais.

O roteiro de Patrick Harbison (sexta colaboração na série) em parceria com o criador Jonathan Nolan consegue brincar com as possibilidades da premissa de Person de uma forma que poucas séries são capazes hoje: tecendo uma história essencialmente tensa e reveladora e fazendo-a correr ao lado de uma narrativa que expõe mais uma vez que essa é uma série sobre pessoas que cometeram erros fatais no passado, e levam sua vida de forma a tentar repará-los. De certa forma, o título “God Mode” abre um paralelo entre a onipresença da máquina e a ideia de uma consciência divina que nos observa e nos encaminha para um “julgamento final”. Não que eu proponha ler Person como uma alegoria religiosa (o mais pretensioso seria eu o Sr. Nolan, se fosse o caso?), mas é interessante observar como a série sempre se esforçou com sua linguagem visual para nos colocar no lugar da máquina e nos fazer, portanto, observadores e de certa forma “juizes” (bastante parciais) dos protagonistas.

Sem contar que a história contada em flashback nesse finale é de quebrar corações. Assistimos a morte do parceiro de Harold, o Nathan Ingram do excelente Brett Cullen, e ainda a separação definitiva do Mr. Finch de sua então noiva, a Grace da adorável Carrie Preston. Se os dois forem se tornar figurinhas mais raras na série agora, vão fazer falta. E mais uma vez é preciso entregar os louros a Michael Emerson, que faz um trabalho excepcional na storyline do passado. Sua atuação já a dois anos pede por algum reconhecimento (mas, para todos os efeitos, ele passou três temporadas em Lost sem ser dado a devida atenção). Excelente também está Sarah Shahi como Shaw, uma personagem que boa parte dos espectadores, com certeza, espera que se torne regular, tão bem construída e usada que foi até o momento.

Enfim, Person fecha os trabalhos da segunda temporada com elegância e apresentando uma história medida perfeitamente para provocar as reações certas no público. Desgaste ainda é uma palavra que passa longe da série do Sr. Nolan.

***** (5/5)

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Uma terceira temporada de Person of Interest já foi confirmada!

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