Abdellatif Kechiche entre Adèle Exarchopoulous (esquerda), Lea Seydeux (direita), suas estrelas em La Vie d’Adèle, e sua Palma de Ouro
por Caio Coletti
Pela primeira vez em cinco anos, um filme francês foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes. La Vie d’Adèle, também chamado Blue is The Warmest Color, era o preferido de boa parte das revistas e críticas que acompanharam o Festival, e venceu também o prêmio da crítica estrangeira (FIPRESCI Award) e o do Júri Ecumênico, que dá o troféu para filmes que reforçam causas sociais. O conto de amor entre duas mulheres do diretor Abdellatif Kechiche, em sua primeira seleção para o Festival, foi recebido calorosamente pelo público no nono dia de Cannes, mesmo com as cenas sexuais gráficas adaptadas da graphic novel de Julie Maroh. O filme é estrelado pela surpreendente Adèle Exarchopoulus e por Lea Seydoux (A Bela Junie), com os cabelos pintados de azul.
O júri de Steven Spielberg distribuiu os prêmios restantes da seguinte forma: Bruce Dern, desde já uma das apostas certas para o Oscar 2014, venceu Melhor Ator por Nebraska, de Alexander Payne; Berenice Bejo ficou com Melhor Atriz por Le Passé, de Asghar Farhadi.; Melhor Roteiro foi para A Touch of Sin, de Zhangke Jia; e Melhor Direção caiu nas mãos do mexicano Amat Escalante, pelo ultra-violento Heli. O filme dos irmãos Coen, Inside Llewyn Davis, ficou com o famoso “prêmio de segundo lugar” de Cannes, o Grand Prix do Júri.
O diretor cambojano Rithy Pahn vence a mostra Un Certain Regard
Veterano de quase 20 títulos lançados, o cambojano Rithy Panh levou o prêmio máximo da mostra paralela mais importante de Cannes, a Un Certain Regard. Anunciada um pouco antes da Palma de Ouro, a premiação da mostra que incluia em sua competição As I Lay Dying de James Franco e The Bling Ring de Sofia Coppola é conhecida por premiar diretores emergentes com ideias revolucionárias. L’Image Manquante, filme de Panh, é encenado com pequenos bonecos de barro em forma de stop motion, e conta como a família do próprio diretor sucumbiu ao regime totalitário cambojano do Khmer Vermelho. O presidente do júri da mostra, o diretor dinamarquês Thomas Vinterberg, declarou que a escolha foi unânime.
A segunda colocação do Un Certain Regard ficou com o israelense Hany Abu-Assad e seu Omar, um thriller romântico ambientado na linha de fogo entre Palestina e Israel. O prêmio de melhor direção foi para o francês Alain Guiraudie, pelo drama gay L’Inconnu du Lac. Já no elenco, o vencedor foi La Jaula de Oro, filme mexicano estrelado por atores amadores.
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