23 de mai. de 2013

Cannes 2013: Dia 08 – Robert Redford, amor lésbico e candidatos ao Oscar 2014

robert-redford-cannes-2013-10918766ehced_1713Robert Redford divulga o seu All is Lost em Cannes

por Caio Coletti

Aos 76 anos, Robert Redford segura sozinho All is Lost, que estreou na noite de ontem (22) em Cannes, fora de competição. Sozinho literalmente, já que o ator intepreta o protagonista e único personagem do drama de sobrevivência sobre um homem perdido no meio do oceano tentando sobreviver. Na coletiva de imprensa, Redford, que atua sem ser sob sua própria direção pela primeira vez desde 2005, e que já esta em processo de produção do seu próximo filme atrás das câmeras, declarou: “A pressão de ser diretor e ator ao mesmo tempo é enorme e me encanta, mas também gosto de vez em quando de só atuar”. Aqui, o ator é guiado por J.C. Chandor, conhecido pelo complexo drama financeiro Margin Call.

Enquanto isso, nos cofres de Cannes…

Depois do roubo estimado em US$ 1 milhão em um dos primeiros dias do Festival, mais uma vez a segurança da riviera francesa foi testada hoje pela manhã. A joalheria suiça De Grisogono, que fica nos arredores de onde ocorrem alguns eventos do Festival, reportou o roubo de um colar de pedras preciosas avaliado em US$ 6 milhões. A polícia francesa ainda investiga a primeira ocorrência, tendo determinado que três ladrões executaram o roubo. “Pelo menos três homens entraram no quarto de uma funcionária da empresa quando ela não estava no hotel, passando pelo quarto contíguo, que ao que parece estava vazio”, foi a declaração oficial.

2305cannes-540x403As protagonistas Adèle Exarchopoulus (esquerda) e Lea Seydoux (direita) posam com o diretor Abdellatif Kechiche

Mais competição séria para Le Passé, La Grande Bellezza e Inside Llewyn Davis em Cannes: produto da casa, mas do gênio do diretor turco Abdellatif Kechiche (um dos destaques em Veneza alguns anos atrás com seu Vênus Negra), La Vie d’Adèle conquistou o público na sua primeira exibição hoje no Festival. O principal burburinho é que a atuação da jovem e quase novata Adèle Exarchopoulus como a personagem título homônima a ela pode lhe render a Palma de Melhor Atriz. No filme, que tira sua trama de uma história em quadrinhos francesa, a jovem Adèle se apaixona pela garota de cabelos azuis interpretada por Léa Seydoux (Bastardos Inglórios).

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Cena de Nebraska, de Alexander Payne

Concorrendo pela segunda vez a Palma de Ouro (a primeira foi em 2002, por As Confissões de Schmidt), Alexander Payne foi aplaudido com entusiasmo por seu modesto e agridoce Nebraska, que estreia em Novembro nos EUA e, portanto, já é um pré candidato forte ao Oscar 2014. Filmado em preto-e-branco e cobrindo a viagem de pai e filho em busca de um prêmio de loteria que provavelmente nem é real (o pai resolve acreditar num daqueles SMS promocionais) que passam pela cidade de onde vieram e começam uma pequena confusão, Nebraska é o tipo dramédia simples e comovente que Cannes às vezes gosta de premiar.

Bruce Dern, que interpreta o pai, foi o foco das atenções na coletiva de imprensa do filme. Com 76 anos, meio século de carreira e quase 150 filmes no currículo, Dern ainda é mais conhecido por Amargo Regresso, sua única indicação ao Oscar, e por ser pai da atriz Laura Dern, que hoje brilha na série Enlightened. Graciosa, Laura foi prestigiar o pai e até sentou em meio aos jornalistas para ouvi-lo durante a coletiva, na qual Bruce e o diretor Alexander Payne, que pela primeira vez dirige sem um roteiro próprio, trocaram elogios: “Ao longo da minha carreira, eu trabalhei com seis gênios: (Elia) Kazan, Hitchcock, Dalton Trumbo, Coppola, Tarantino e agora Alexander Payne”, disse Dern. “A melhor coisa de Bruce é que ele é um grande ser humano. Qualquer um pode aprender a atuar, mas é o ser humano que faz o ator se destacar”, respondeu o diretor.

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