Review: Dirty Computer (álbum e filme)

Janelle Monáe cria a obra de arte do ano com um álbum visual espetacular - e que desafia descrições.

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Review: Me Chame Pelo Seu Nome

Luca Guadagnino cria o filme mais sensual (e importante) do ano.

Review: Lady Bird: A Hora de Voar

Mais uma obra-prima da roteirista mais talentosa da nossa década.

Review: Liga da Justiça

É verdade: o novo filme da DC seria melhor se não tivesse uma Warner (e um Joss Whedon) no caminho.

30 de jun. de 2015

Diário de filmes do mês: Junho/2015

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por Caio Coletti

Nem todos os filmes merecem (ou pedem) uma análise complexa como a que fazemos com alguns dos lançamentos mais “quentes” ou filmes que descobrimos e nos surpreendem positivamente. Particularmente, eu não me dou a escrever críticas grandes de filmes que considero ruins ou irrelevantes, porque não vejo sentido em remoer demais os erros de uma produção cinematográfica. É levando em consideração a função da crítica e da resenha como uma orientação do público em relação ao que vai ser visto em determinado filme que eu resolvi criar essa coluna, que visa falar brevemente dos filmes que não ganharam review completo no site. Vamos lá:

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Chef (EUA, 2014)
Direção e roteiro: Jon Favreau
Elenco: Jon Favreau, John Leguizamo, Bobby Cannavale, Emjay Anthony, Scarlett Johansson, Dustin Hoffman, Sofia Vergara, Oliver Platt, Robert Downey Jr
114 minutos

Chef é, para quem conhece bem carreira de Jon Favreau, talvez o projeto mais pessoal que o ator/diretor/roteirista já fez. Celebrado pelas duas primeiras comédias que dirigiu (Crime Desorganizado e Um Duende em Nova York), o cineasta foi recrutado por Hollywood e comandou os dois primeiros Homem de Ferro, além do equivocado Cowboys & Aliens, de 2011. De certa forma, ainda que contando com um elenco estrelado e um “final feliz” hollywoodiano, Chef é o retorno de Favreau não só ao gênero que o consagrou como também ao tipo de história e valor de produção que o tornou um dos queridinhos da crítica no começo da carreira. Como tal, no entanto, o filme ousa ser também uma crítica mordaz às engrenagens da indústria, usando a frustração do personagem principal, um chef de cozinha apaixonado que é pressionado pelo dono do restaurante (Dustin Hoffman, ótimo) a cozinhar “o mesmo menu de sempre” como metáfora para as pressões da indústria cinematográfica sobre um autor como Favreau, que escolheu se aventurar por blockbusters tão cedo na carreira.

O mais bacana de Chef, no entanto, é que o diretor não quer realizar uma fábula amarga contra Hollywood, e sim um estudo de personagem e uma “dramédia” familiar que expressa algumas das frustrações que carrega como artista. Daí a importância do conflito com o crítico gastronômico interpretado por Oliver Platt, e o destaque dado à relação do personagem principal (que Favreau também interpreta, e com excelência) com o filho (Emjay Anthony), com a ex-mulher (Sofia Vergara) e com o melhor amigo (John Leguizamo). O elenco ajuda a abrilhantar o roteiro, que se estrutura de forma bem desenhada e segue sem derrapar até o final, quando um flashforward é inserido para nos mostrar a felicidade utópica do protagonista. É cruel dizer que Chef peca por ser idealista demais, principalmente em se tratando de um projeto tão pessoal para Favreau – a impressão que fica é que o diretor fez o filme para respirar o ar puro de fora da máquina hollywoodiana, e que o final feliz meio Sessão da Tarde, de pouca sutileza, faz parte desse respiro. Com um elenco brilhante e momentos genuinamente tocantes, Chef é um filme que faz por merecer a boa vontade do espectador para lidar com os poucos erros que ele comete.

✰✰✰✰ (3,5/5)

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Sem Limites (Limitless, EUA, 2011)
Direção: Neil Burger
Roteiro: Leslie Dixon, baseada na novela de Alan Glynn
Elenco: Bradley Cooper, Robert De Niro, Abbie Cornish, Andrew Howard, Anna Friel
105 minutos

Histórias de ascensão ao poder e desilusão idealista com os meandros do mesmo já foram contadas inúmeras vezes por Hollywod, em quase todos os cenários imagináveis. Esse arco narrativo particular foi o cerne de O Poderoso Chefão, e mais recentemente a política moderna ganhou sua própria versão da história em Tudo Pelo Poder, um grande filme que foi tragicamente ignorado pela temporada de premiações à época. Sem Limites, de certa forma, é uma variação dessa mesma trama – a diferença é que inclui elementos de ficção científica na mistura, produzindo um conto esperto sobre a inevitável corrupção daqueles que desejam o poder. A fábula de Eddie Morra (Bradley Cooper) e sua vida meteórica e perigosa depois de descobrir uma droga que o permite utilizar 100% das capacidades cerebrais não é um aviso anti-narcóticos, como muita gente interpretou – é uma condenação da ambição desmedida, uma análise fria e pessimista da pouca consideração que temos pela vida humana quando nossa felicidade (mesmo que seja uma felicidade artificial) está em jogo.

Curiosamente, o roteiro de Leslie Dixon (Hairspray) não hesita em herdar da novela de Alan Glynn esses dois clichezões (o da história de ascensão ao poder e o da questão “do que seríamos capazes com 100% do nosso cérebro?”), principalmente porque sabe que a força da trama está no discurso político e moral que tece ao misturar essas duas coisas. Há algo de novo e refrescante em Sem Limites, mesmo que haja muito pouco de original nele – parte da culpa, é claro, é do diretor Neil Burger (O Ilusionista), um dos mais eficientes “diretores-por-contrato” de Hollywood hoje e um esteticista com o olho certeiro para expressar as emoções da trama. Ele faz também um bom trabalho de direção de atores, orientando Cooper e Abbie Cornish, o casal principal, a trazer gravitas a seus papéis ao mesmo tempo em que se aproveita da verborragia e do carisma natural de seu protagonista. Sem Limites convence o espectador de sua própria inteligência até certo ponto, principalmente porque se mantem um passo a frente de nós, meros mortais, o tempo todo – e o resultado é um dos blockbusters mais interessantes dos últimos tempos.

✰✰✰✰ (4/5)

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Terremoto: A Falha de San Andreas (San Andreas, EUA/Austrália, 2015)
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Carlton Cuse
Elenco: Dwayne Johnson, Carla Gugino, Alexandra Daddario, Ioan Gruffudd, Archie Panjabi, Paul Giamatti, Kylie Minogue, Colton Haynes
114 minutos

O cineasta canadense Brad Peyton tem um dos currículos menos auspiciosos de Hollywood atualmente. Para além de curtas-metragens e episódios do procedural Republic of Doyle, o diretor só assinou as sequências Como Cães e Gatos 2 e Viagem 2: A Ilha Misteriosa. O novo Terremoto: A Falha de San Andreas até herda desse último o seu astro, o ex-campeão de luta livre Dwayne “The Rock” Johnson, um ator surpreendentemente carismático para suas origens. Ele é o ponto fundamental de Terremoto, e faz seu trabalho de forma bastante decente como um piloto do corpo de bombeiros de Los Angeles, recém-divorciado, que se vê na obrigação de resgatar a ex e a filha quando um tremor de proporções mastodônticas atinge a Costa Oeste americana. O problema aqui não é o elenco, que é completado por um time surpreendente de nomes famosos (e atores competentes) que inclui Carla Gugino, Paul Giamatti e até a jovem Alexandra Daddario. Todos eles lutam contra os clichêzões dos seus personagens, criando seres humanos que seriam bastante envolventes em tela caso o filme ao redor deles fosse outro.

Sim, porque Reed e o roteirista Carlton Cuse (Lost, Bates Motel) moldam o seu filme-desastre para espelhar aqueles famosos feitos cinematográficos do diretor alemão Roland Emmerich, que destruiu o planeta em O Dia Depois do Amanhã e 2012. Da história da família que foi separada por uma tragédia do passado e as consequências emocionais dela até a fotografia de Steve Yedlin (Carrie), que tenta criar imagens genuinamente impressionantes nas sequências carregadas de CGI, tudo é um reflexo do estilo de Emmerich dirigir. O problema é que Reed não tem o senso de escala e a capacidade de conversar com o espectador no sentido de localizar seus personagens dentro da catástrofe que assistimos em takes abertos e generosos. O problema de San Andreas não é sua falta de surpresas, mas a pouca habilidade de seu diretor de criar tensão genuína mesmo que o espectador já saiba, no fundo, o destino dos personagens. O resultado é um filme morno, que falha em divertir ou emocionar de qualquer maneira o espectador.

✰✰ (2/5)

29 de jun. de 2015

Nossos 12 personagens LGBT favoritos da TV e porque eles merecem destaque

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por Caio Coletti

Séries de TV não são só a maior mania do momento: são também um indicador impressionantemente preciso (se você conseguir lê-lo corretamente) do ambiente cultural da nossa época. É a mídia mais massivamente acessível tanto aqui quanto nos EUA, e as redes sociais (e o Netflix) só fazem aumentar ainda mais esse alcance e a quantidade de discussões sobre as obras de ficção produzidas na TV. Bacana notar, portanto, que os personagens LGBT vistos sob uma luz simpática (ou, ao menos, bastante humana) são presença antiga nas séries, especialmente à luz da recente onda de apoio e comemorações graças a aprovação do casamento gay nos EUA. Aqui vai uma lista de 12 dos(as) nossos(as) preferidos(as) para refletir o tamanho da influência do showbusiness sobre o comportamento de todos nós.

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Lana Winters (Sarah Paulson) em American Horror Story: Asylum

Nós já falamos bastante da Lana aqui n’O Anagrama, especialmente na nossa lista de bons personagens de AHS que não foram feitos por Jessica Lange, mas seria omisso da nossa parte não incluir a feroz repórter interpretada por Sarah Paulson no hall da fama queer da televisão. Ainda que tenhamos passado só 12 episódios com ela, Lana foi importante porque Asylum usou-a para expor a forma brutal como muitos pacientes de sanatórios foram “tratados” da homossexualidade – a cena da terapia de aversão/conversão, em que Lana é induzida a passar mal enquanto olha para fotos de mulheres nuas, é particularmente marcante. A série não permitiu que a personagem fosse quebrada pelas tribulações que passou, embora Paulson carregue bem, na atuação, as cicatrizes e lembranças da Lana “do futuro” nas últimas cenas do finale. O ponto maior, no final das contas, foi mostrar que qualquer tipo de intolerância e preconceito tem raízes culturais profundas, e contestar até que ponto a forma como vemos o mundo é condicionada pela época em que vivemos.

#LoveWins: Vemos a Lana com duas mulheres lindas durante a série – primeiro com Wendy Peyser, a professora feita pela maravilhosa da Clea DuVall; e depois, quando já mais velha, com a Marion, feita em uma pequena participação pela Joan Severance.

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Jamal Lyon (Jussie Smollett) em Empire

O fenômeno cultural que foi a primeira temporada de Empire abriu várias discussões e colocou uma série feita e protagonizada por negros (e falando sobre hip hop) numa posição de destaque dentro da programação de uma emissora de TV aberta americana. Correndo por fora desse feito já bastante impressionante, a trama criada por Lee Daniels e Danny Strong (que, aliás, formam um casal fofíssimo) enfrentou sem medo uma das questões mais polêmicas dentro da comunidade do hip hop: a homossexualidade. A trajetória do personagem de Jussie Smollett para enfrentar o preconceito do pai e as pressões que o começo de sua própria carreira musical trazem no sentido de “se assumir” para o público foi tratada pela série com a mesma sensibilidade novelesca que as outras storylines da temporada, o que significa também que a história de Jamal foi passada de forma acessível e com muita credibilidade. Sem contar que ter um ator assumidamente gay no papel ajuda na identificação com o público e traz peso à história de combate à intolerância dentro do hip hop.

#LoveWins: Jamal começou a história com o namorado latino Michael, interpretado pelo Rafael de la Fuente. Depois da separação, no entanto, ele se arranjou bem com Ryan, o documentarista interpretado pelo Eka Darville.

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Amy Raudenfeld (Rita Volk) em Faking It

Uma das séries mais bacanas da MTV atualmente, Faking It se prepara para a terceira temporada bem estabelecida como uma história bonita sobre amizade e o processo de auto-descobrimento. Amy e Karma são o “casal” principal da série, uma dupla de melhores amigas que, na escola ultra-liberal em que estudam, tem a ideia de se passar por um casal lésbico para se tornarem mais populares. Acontece que Amy, interpretada pela ex-modelo (e natural do Uzbequistão!) Rita Volk, acaba descobrindo que sente mesmo atração pela BFF – e, com o tempo, que é bissexual. As revelações e mal-entendidos vão se acumulando nas duas temporadas que a série apresentou até agora, equilibrando bem comédia e drama e explorando as mudanças na relação das duas protagonistas ao mesmo tempo que traz uma visão bem-humorada e inteligente de uma história de auto-conhecimento. Ajuda o fato de que Volk é uma atriz surpreendentemente carismática, e que a série explore todos os lados do espectro de reações que uma descoberta de sexualidade pode provocar ao redor de alguém.

#LoveWins: Demorou para Amy superar a paixonite pela melhor amiga (a relação das duas continua complicada, na verdade), mas no final da segunda temporada ela se juntou à estilosa Reagan, interpretada pela Yvette Monreal.

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Robert Hanson (Martin Sheen) em Grace and Frankie

Apesar de dever seu título a dupla de divas feitas por Jane Fonda e Lily Tomlin, a comédia do Netflix sobre dois casais que se separam porque os maridos revelam ter um caso extra-conjugal (um com o outro) é tanto sobre a adaptação enfrentada por Robert e Sol quanto sobre o recomeço da vida das personagens-títulos. Só de mostrar (e sem muitos pudores) o relacionamento de um casal gay mais velho e ousar não julgá-los por se revelarem mais tarde na vida e prejudicarem as ex-esposas no processo Grace and Frankie já merece destaque, mas o mais legal é que a série ainda constrói personalidades nada estereotípicas para os dois, para a relação que eles tem e para as dificuldades que enfrentam com a família e fora dela quando finalmente se assumem. Escolhemos o Robert em especial porque ele é nosso preferido, e porque Martin Sheen o interpreta sem medo de fazê-lo terrivelmente falho (o protótipo do business man americano de gerações passadas), abrindo espaço para que ele se torne um personagem muito mais complexo do que poderia ser nas mãos de outro ator.

#LoveWins: Até onde sabemos, o grande amor da vida de Robert é mesmo Sol, interpretado pelo Sam Waterson, mas ele confessou já ter ficado também com um amigo do casal, feito pelo Michael Gross.

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Mitchell Pritchett (Jesse Tyler Ferguson) em Modern Family

Sim, o beijo demorou bastante, e Modern Family ainda é muito reservada quanto aos momentos de afeição entre Mitch e Cam, mas não dá para subestimar o valor de ter um casal gay no centro de uma das séries mais populares e vistas do nosso século. O que muita gente parece perder também, enquanto reclama da suposta timidez da ABC quanto ao romance homossexual (algumas outras séries da emissora foram acusadas do mesmo crime), é que a série faz um trabalho perfeito em caracterizar os dois da mesma forma como faz com todos os outros personagens: cheios de defeitos que nem sempre são “adoráveis” ou “bonitinhos”, e que causam conflitos que, embora usados como munição para o humor da série, refletem também o quanto o cotidiano e a navegação de relacionamento do casal gay é semelhante àquela do casal heterossexual. Interpretado por um ator abertamente gay, Mitchell foi o nosso escolhido porque desafia os estereótipos gays (e, ao mesmo tempo, mostra que não há nada de errado com eles) e porque protagonizou, nesses seis anos, algumas das tramas mais pungentes sobre a relação de um filho gay com o pai.

#LoveWins: É claro que Mitchell é metade do gay power couple mais maravilhoso da TV americana, mas conhecemos, na quarta temporada, o que Cam disse ser “o único ex-namorado importante” do parceiro – Dr. Teddy, interpretado pelo Larry Sullivan.

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Josh (Josh Thomas) em Please Like Me

É fácil dizer que Looking é o Girls para homens gays – mesma emissora, mesmo horário de exibição nos EUA, mesmo gênero meio-comédia-meio-drama. Conforme as duas séries foram progredindo, no entanto, ficou claro que elas tinham muito pouco em comum além dessas características básicas, e quem assiste a australiana Please Like Me sabe que a criação de Josh Thomas tem muito mais a ver com a de Lena Dunham do que Looking. Para começar, no centro de Please Like Me está o personagem do criador, criado com uma série de problemas parecidos com aqueles enfrentados por Hannah em Girls; além disso, o humor de Thomas nos roteiros faz pelo mundo gay o mesmo que Dunham fez pelo mundo de garotas excêntricas de classe média. Josh, o personagem, é uma criatura de hábitos e vícios, mas é essencialmente alguém com quem qualquer pessoa pode se identificar, uma celebração ambulante da diferença que navega as pequenas tragédias da vida com um toque de bom humor (mas nem por isso passa incólume por ela).

#LoveWins: A vida sexual movimentada do protagonista nessas duas temporadas incluiu Geoffrey, personagem feito pelo lindinho do Wade Briggs; Patrick, feito pelo Charles Cottier; e Arnold, interpretado pelo maravilhoso Keegan Joyce.

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Nomi Marks (Jamie Clayton) em Sense8

Não faz muito tempo que Sense8 estreou, mas a trama dos Wachowski chamou a atenção graças ao seu inclusivo espectro de personagens. A série tem um casal gay (os latinos Lito e Hernando) que usa para discutir preconceito no mundo do entretenimento, personagens de um leque amplo de etnias e a transsexual Nomi, interpretada pela Jamie Clayton, que havia estado em Hung, da HBO. A série já ganha muitos pontos de credibilidade por escalar uma atriz realmente transsex para fazer a personagem, e o mais legal é que essa sintonia funciona no sentido de que Clayton traz para Nomi uma camada a mais de sinceridade do que qualquer outro ator ou atriz cisgênero conseguiria. A personagem é portadora de discursos e mensagens poderosas durante o curso da primeira temporada, e Clayton faz esse peso parecer um fardo natural para se carregar – há algo de mais verdadeiro em seu orgulho, em sua dúvida, em sua mágoa da família e em sua afeição pela namorada Amanita. Em tempos que inclusão é um assunto discutido mais largamente do que jamais foi, Nomi é um sinal que estamos definitivamente no caminho certo.

#LoveWins: Nomi e a namorada Amanita, feita pela linda da Freema Agyeman, são um dos casais mais legais da TV atualmente.

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Danny Mehealani (Keahu Kahuani) em Teen Wolf

Já no segundo episódio da primeira temporada de Teen Wolf conhecemos Danny, colega de escola dos protagonistas da série da MTV. E de fato a primeira informação que aprendemos sobre o personagem de Keahu Kahuani é que ele é gay – e que isso não parece ser nenhum grande problema na escola onde se passa a trama. Conforme o personagem foi ganhando a preferência dos fãs, os roteiristas deram mais espaço para Danny crescer e se desenvolver tanto na questão da sua sexualidade quanto na relação bem-humorada que tem com os amigos. Como o outro personagem homossexual relevante da série (o lobisomem Ethan), Danny é apresentado como um atleta que não tem nada do estereótipo gay – é bacana ver que a televisão tem espaço para um personagem interessante não por sua sexualidade, mas por sua função na dinâmica da trama. Durante as 4 temporadas da série até agora, Stiles (Dylan O’Brien) foi presenteado com uma série de quotes questionadores sobre expressão de sexualidade, mas foi Danny que esteve lá representando de verdade a comunidade gay em uma das séries adolescentes do momento.

#LoveWins: Apesar de termos visto o ex-namorado de Danny só brevemente no episódio “Formality”, da primeira temporada, no terceiro ano da série ele engatou um relacionamento com Ethan, um dos gêmeos-alfas, interpretado pelo Charlie Carver.

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Stuart Bixby (Derek Jacobi) em Vicious

A relação venenosa/amorosa do casal gay interpretado pelos veteranos Derek Jacobi e Ian McKellen na série britânica Vicious não é só a matéria-prima para a melhor sitcom no ar atualmente, mas também um retrato esperto e necessário da forma como o amor homossexual amadurece de forma muito parecida com o amor hétero. O fato de que ambos os atores escalados estão entre os mais proeminentes e antigos ativistas da causa gay dentro do mundo do entretenimento só ajuda a tornar Vicious uma peça que precisa ser prestigiada e celebrada muito mais do que é atualmente, meio escondida na ITV (talvez a emissora britânica menos conhecida fora da Inglaterra). Escolhemos Stuart principalmente porque não conseguimos resistir a um underdog – enquanto Freddie (e Ian) é naturalmente o destaque da série, com sua personalidade maior-que-a-vida, Stuart (e Derek) equilibra as coisas com um humor mais sutil, responsivo e igualmente ácido. Sem contar que, vamos ser sinceros, é por causa de Stuart que o apartamento do casal sempre parece tão gloriosamente decadent.

#LoveWins: Não chegamos a conhecer nenhum dos ex-namorados de Stuart na série, se é que ele teve algum antes de Freddie, interpretado, é claro, pelo Ian McKellen.

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Max Blum (Adam Pally) em Happy Endings

Poucas séries com cancelamentos prematuros foram mais lamentadas do que Happy Endings, comédia da ABC que estreou como azarão na mid-season de 2011 e atraiu críticas para lá de positivas, o que influenciou a emissora a pedir mais duas temporadas – mas não foi o bastante para segurar a baixa audiência, levando ao cancelamento no terceiro ano. Um dos aspectos mais bacanas da série, que subvertia a fórmula de Friends ao mostrar seis amigos de humor bem particular que vivem em Chicago, era a construção do personagem Max Blum, interpretado pelo Adam Pally. Apresentado logo no início da série como “um cara hétero que gosta de homens”, Max é refrescante como personagem pelo mesmíssimo motivo que seus amigos: há algo de claramente errado na forma como ele leva a sua vida, e Happy Endings se recusa a consertá-lo. Desempregado, bagunceiro e com alarmante falta de higiene, Max não é só um dos personagens gays mais anti-estereótipo da memória recente, mas um dos elementos mais engraçados de uma sitcom notavelmente hilária.

#LoveWins: A maioria dos “relacionamentos” de Max não dura mais do que um episódio, mas um arco maior foi dedicado à Grant, interpretado pelo James Wolk, um ex com o qual o personagem se reconectou em determinado ponto da segunda temporada.

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Eddie (Daniel Franzese) em Looking

Looking não era uma série perfeita. A criação de Andrew Haigh e Michael Lannan tinha falhas de sobra, seja na sua trama romântica convoluta ou na construção limitante de seus personagens, que em grande parte permaneciam confinados a um punhado de características básicas. Ela era também, no entanto, um espaço importante de representatividade dentro da TV americana, uma série que escalava apenas atores gays ou (no caso do veterano Scott Bakula) apoiadores de longa data do movimento LGBT, e que trazia, querendo ou não, o cotidiano de personagens homossexuais para um contexto de “dramédia” muito identificável e envolvente. Ótimo exemplo disso é o personagem Eddie, interpretado pelo Daniel Franzese, conhecido de longa data dos espectadores gays por seu papel no cult Meninas Malvadas – o personagem representava uma parcela da comunidade gay poucas vezes trazida para a ficção (os “bears”), fugia do padrão de beleza que a TV parece impor a todos os seus personagens e ainda trazia a discussão do HIV para dentro de uma série que não podia nem devia mais fugir desse assunto (Eddie era HIV positivo).

#LoveWins: Visto que só tivemos alguns episódios para conhecer Eddie, por hora o único relacionamento que ele engatou foi com Agustín, feito pelo Frankie J. Alvarez.

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Captain Jack Harkness (John Barrowman) em Doctor Who/Torchwood

Atualmente empregado em Arrow, John Barrowman teve o auge da sua carreira (e não aceitamos discussão quanto a isso) quando marcou o personagem do Capitão Jack Harkness, primeiro em alguns episódios de Doctor Who e depois no spin-off Torchwood, no qual ganhou o papel protagonista. Além de ser um homem imortal que é capaz de viajar no tempo e combater alienígenas com muito estilo (!), Jack é notavelmente o personagem mais panssexual da televisão. Humanos (homens e mulheres), time lords e qualquer outra espécie maluca que saia da mente dos produtores da série são prontamente flertadas pelo Capitão, mesmo quando ele está engatado num romance com a sua alma gêmea seu colega de trabalho Ianto Jones. O fato que Barrowman carrega esse lado da personalidade do personagem para as suas aparições públicas também ajuda a construir o carisma e a influência de Jack, um dos heróis mais falhos e bacanas da TV de ficção científica.

#LoveWins: As conquistas do Capitão Jack são tantas que fica difícil contar – ele beijou o Nono Doctor (Christopher Eccleston), a companheira de Torchwood Gwen Cooper (Eve Myles), engatou relacionamento com o italiano Angelo (Daniele Favilli) em um flashback de 1927, e com o também colega de trabalho Ianto (Gareth David-Lloyd).

24 de jun. de 2015

Review: O terror de “O Congresso Futurista” está na vitória do individualismo

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por Caio Coletti

Alguns dos melhores dramas tem em comum a característica de encontrar na rotina humana um elemento natural e extrapolá-lo de uma forma que não ultrapasse o realismo, mas cause no espectador uma sensação de agouro, de profundo desapontamento com a natureza humana. Em outras palavras, alguns dos melhores dramas do cinema são, na verdade, terrivelmente assustadores – veja o diabólico O Abutre, por exemplo, um thriller de diálogos muito mais do que ações, que distorce o sonho americano e, ao mesmo tempo, o mostra da forma como ele realmente é. O Congresso Futurista também é assim, embora não pareça em uma avaliação superficial – é um drama profundamente humano, que se segura à sua concepção visual absurdista para se dizer ficção científica, mas essencialmente retrata, e dá várias dicas disso nas 2h de metragem do filme, uma realidade muito mais próxima de nós do que parece. Talvez por isso, em seu resoluto pessimismo, O Congresso Futurista seja também tão assustador: nos oferece em tela um destino melancólico para o qual talvez já estejamos nos dirigindo.

Para não correr o risco de ser entendido mal, é preciso dizer que sim, O Congresso Futurista é um dos filmes mais cheios de reentrâncias subjetivas e surreais, mais visualmente lisérgicos e agarrados a possibilidades nem sempre lógicas, dos últimos anos. É notável, no entanto, que o filme conte uma história essencialmente linear, e se concentre tanto em entregar a mensagem para o espectador, jamais buscando aliená-lo da forma como alguns reviews o acusaram. O caminho pelo qual o roteiro do também diretor Ari Folman (Valsa com Bashir) nos conduz é conturbado e cheio de delicadezas, mas o cineasta nunca se deixa perder em extravagâncias visuais, usando o estilo da animação belíssima que preenche metade do filme para expressar diferentes características da narrativa ao invés de fazer dessa beleza visual um instrumento em si. O Congresso Futurista é um filme preocupado com a percepção e a emoção dos personagens, como deveria ser, e isso o dota de uma linha narrativa firme e compreensível.

A protagonista é Robin Wright (interpretando a si mesma), e a conhecemos quando o showbusiness está passando por uma revolução – a estrela de A Princesa Prometida e Forrest Gump é retratada aqui como uma atriz-problema (o que nunca realmente foi) que fez “as escolhas erradas” para alguém que quer seguir empregada em Hollywood. A falta de ofertas segue até o momento em que a Miramount Studios (we see what you did there!) se oferece para “escaneá-la”, ou seja, capturar em um dia de filmagens todo o espectro de emoções e movimentos de Robin, pagá-la uma quantia considerável pelo trabalho, e então dispensar seus serviços. A partir do “escaneamento”, Robin passaria a ser digitalmente incluída nos filmes que o estúdio quisesse fazer com ela. Feito o processo, pulamos 20 anos para o futuro e encontramos Robin no congresso do título, onde pessoas intoxicadas com drogas que as fazem imaginar um mundo em animação (é mais complexo que isso, mas enfim) esperam pelo novo lançamento da Miramount. A partir daí, a coisa só fica mais complicada – o mais impressionante, no entanto, é que nunca fica implausível.

Pode parecer ridículo dizer isso de um filme que se passa por um considerável espaço de tempo dentro da alucinação coletiva da humanidade afetada pelo uso de drogas químicas, mas a verdade é que, como o personagem de Paul Giamatti bem observa em certo momento, estamos constantemente, no mundo contemporâneo, nos recolhendo em nossas conchas e em nossas percepções do mundo. O que O Congresso Futurista faz é nos apresentar um cenário em que a ciência evoluiu o bastante para que, em nosso discurso febril de liberdade de escolha, escolhamos escapar da realidade. Escolhamos ser quem quisermos ser, ao invés de aceitar a beleza e as rachaduras de sermos quem realmente somos. Como o personagem do jovem Kodi Smit-McPhee (o filho de Robin no filme, que tem uma síndrome que causa perda gradativa da audição e visão), estamos todos lentamente nos tornando surdos e cegos. O Congresso Futurista é absolutamente aterrorizante porque não se intimida de mostrar as consequências desse processo.

É claro que a atuação de Wright é essencial nesse sentido, carregando o filme durante as cenas live action, quando o espetáculo visual do diretor Folman não aparece com tanta força. Os primeiros 45 minutos são um tour de force da atriz, deixando mais do que algumas frestas de sua própria personalidade e suas próprias frustrações aparecerem pelos cantos da personagem que interpreta, uma versão tão mudada de si mesma que a linha entre realidade e ficção é ainda mais borrada do que seria numa encarnação mais exata. O trabalho culmina, é claro, na cena em que Wright é “escaneada” pelo estúdio, um dueto impressionante de atuações entre ela e Harvey Keitel que ressoa às emoções mais profundamente humanas de O Congresso Futurista, e as contrapõe à artificialidade do processo ao qual a atriz está sendo submetida. Em meio a uma história em que o individualismo dita a forma do mundo, Wright (a personagem e a atriz) emerge como uma verdadeira heroína graças a uma característica que seria considerada falha em tantos outros contextos: o quanto a sua constituição como ser humano reside na ligação com aqueles a sua volta.

Seja no amor amargo (não são todos?) que inspira no agente e, mais tarde, no rebelde dublado por Jon Hamm, ou na incansável busca pelo filho que move a parte final do filme (e sua belíssima última sequência), a existência da Robin Wright de O Congresso Futurista faz sentido pelas vidas nas quais ela tocou. Presos dentro de suas próprias mentes em alucinação coletiva, o mundo (nem-tão-)ficcional a sua volta não é capaz de tocar nada que não seja, essencialmente, artificial.

✰✰✰✰✰ (4,5/5)

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O Congresso Futurista (The Congress, Israel/Alemanha/Polônia/Luxemburgo/Bélgica/França, 2013)
Direção: Ari Folman
Roteiro: Ari Folman, baseado na novela de Stanislaw Lem
Elenco: Robin Wright, Harvey Keitel, Jon Hamm, Kodi Smit-McPhee, Danny Huston, Sami Gayle, Michael Stahl-David, Paul Giamatti
122 minutos

21 de jun. de 2015

Review: Uma lição de empatia com “Sense8”

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por Caio Coletti

Quando os irmãos Wachowski apareceram nos cinemas com O Destino de Júpiter, no comecinho desse ano, a impressão era que Hollywood havia ficado pequena demais para as mentes criativas de Andy e Lana, a dupla nativa de Chicago que havia conseguido fama depois do sucesso sem precedentes de Matrix, em 1999. Acomodada no template hollywoodiano de construção de personagem e trama, a ópera especial dos Wachowski sofria de uma atitude condescendente em relação a sua protagonista feminina, de um excesso de elementos atirados em direção à história e recortados dentro de um filme de duas horas, e de uma direção de arte/maquiagem/efeitos especiais sem muita criatividade. Cinco meses depois do fiasco, Andy e Lana se juntaram ao roteirista de quadrinhos J. Michael Straczynski e aportaram no Netflix com Sense8, uma obra que não só faz jus aos temas e ambições dos Wachowski como se recusa a “caber” em qualquer caixinha hollywoodiana, consolidando a plataforma do Netflix como um desafiante natural do status quo da indústria.

Isso não quer dizer que o serviço de streaming escape, por exemplo, da influência da crítica especializada sob a opinião do espectador (entre outros vícios e virtudes do esquema de indústria de entretenimento com o qual estamos acostumados), mas é impossível negar que sem a liberdade de uma plataforma que produz conteúdo direcionado a um público que consegue se fazer ouvir com mais facilidade, Sense8 nunca teria sido concebida e viabilizada do jeito que foi. Cada vez mais, o Netflix se torna um recanto para produções que atendem uma demanda “invísível” aos grandes estúdios e emissoras, afogados na prepotência de quem se acostumou a ditar as tendências e preferências do próprio público. Mais bacana ainda é perceber que, desse novo processo de criação representado pelo Netflix, surgiu uma narrativa tão humana quanto Sense8 – a série dos Wachowski e de Straczynski é uma tour de force de empatia, nos obrigando a enxergar a glória e a derrocada que existe dentro de cada um de seus personagens, que variam de uma mulher transsexual a uma executiva coreana (entre os protagonistas), de um gângster queniano a um policial conservador aposentado (entre os coadjuvantes).

O escopo da produção e da história é gigantesco, talvez até mais do que aquele apresentado no subestimado A Viagem, que os Wachowski dirigiram ao lado de Tom Tykwer (que também assina alguns episódios dessa primeira temporada) em 2012. Enquanto naquele filme, estrelado por Tom Hanks e Halle Berry, entre outros nomes estrelados, em vários papéis diferentes que cobriam desde o século XIX até o futuro longínquo da Terra, a repetição dos membros do elenco auxiliava em uma interpretação conjunta do que cada história significava em contexto, costurando destinos e criando uma poderosa mensagem sobre aceitação e rebeldia, em Sense8 a linearidade quase imperturbável da trama (são só alguns flashbacks durante a temporada) torna ainda mais espetacular o feito dos roteiristas em conjugar essas oito narrativas numa única direção. Sense8, com sua produção internacional, seu elenco absurdamente diverso e sua edição sutilmente brilhante, cria uma espécie de magia cinematográfica que vemos muito raramente na produção contemporânea: aquela que aparece quando um cineasta ousa ser ambicioso para além das medidas recomendadas, e espetacularmente faz tudo funcionar pelo caminho. Testemunhar as cenas de ação que integram os oito protagonistas “sensitivos” da trama é uma experiência imersiva que nos lembra da capacidade fantástica da ficção de desfilar o impossível diante de nossos não-mais-tão-incrédulos olhos.

Como não deve ser novidade para ninguém, a trama cobre a história de oito pessoas ao redor do mundo que, depois do ato desesperado de uma misteriosa mulher (Daryl Hannah), descobrem ter uma conexão única. Eles são sensate, e fazem parte de um mesmo grupo, o que significa que todos dividem pensamentos, sensações, habilidades e conhecimentos entre eles, e podem acessá-los quando bem entenderem (ou quase isso, uma vez que nossos heróis não exatamente dominam suas habilidades ainda). Diminuir cada um desses personagens a um estereótipo é não fazer jus ao que cada um deles representa, então é melhor não listá-los nesse review – um dos maiores prazeres de Sense8 é descobrí-los por tudo o que eles são e tudo o que têm para acrescentar à experiência dos outros. Isso não vale só para as cenas de ação, citadas ali em cima, mas principalmente para os diálogos que transcorrem quanto um dos oito faz uma “visita” ao outro durante um momento crucial. O que os Wachowski e Straczynski fazem aqui é, essencialmente, nos mostrar o quanto somos mais fortes juntos, e o quanto somos mais belos quando nos permitimos ser humanos e falhos. Poucas vezes a plataforma da ficção científica foi usada para sublinhar um tema tão fundamental, e de uma forma tão comovente.

De certa forma, Sense8 é parecido com A Viagem no sentido de querer conversar com o espectador sobre aceitação. Não só aceitação do outro por aquilo que ele tem diferente de nós, mas aceitação de nós mesmos pelo que temos de diferente do resto do mundo – é na peculiaridade de cada um de seus personagens, e no olhar profundo de solidariedade que lança a cada um deles (até aqueles que talvez não mereçam tanto) que Sense8 encontra aquilo que a faz mais do que uma série notável pelo que arquiva tecnicamente. A força da narrativa está em cada uma das atuações, com destaque especial para a atriz transsexual Jamie Clayton (que interpreta a também transsex Nomi), a ótima Doona Bae (Sun), Tuppence Middleton (Riley) e Aml Ameen (Capheus/Van Damme). Em certo ponto da série, a hacker Nomi expressa o medo que sente, ao começar a ter experiências sensoriais conectadas aos outros sensate, de que lentamente sua individualidade, seu eu, possa sumir em meio à identidade coletiva. A beleza da série dos Wachowski é mostrar que não precisa ser assim – que o eu pode existir, da mesma forma que sempre existiu, dentro de um nós muito maior que ele.

✰✰✰✰✰ (5/5)

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Sense8 (EUA, 2015)
Direção: The Wachowskis, James McTeigue, Tom Tykwer, Dan Glass
Roteiro: J. Michael Staczynski & The Wachowskis
Elenco: Aml Ameen, Doona Bae, Jamie Clayton, Tina Desai, Tuppence Middleton, Miguel Ángel Silvestre, Max Riemelt, Brian J. Smith, Freema Agyeman, Daryl Hannah, Alfonso Herrera, Erendira Ibarra, Terrence Mann, Naveen Andrews
1ª temporada - 12 episódios

19 de jun. de 2015

Review: “Jurassic World” não reinventa a roda, mas tem o bastante para divertir

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por Caio Coletti

No ano passado, mesmo com todas as latentes falhas no roteiro de seu Godzilla, o diretor Gareth Edwards fez jus ao seu status de cineasta surgido do cinema independente e distorceu o mito de um dos maiores símbolos da indústria do entretenimento (no Japão e nos EUA) em um filme que se importava com construção de personagem e suspense, preferindo sugerir ameaça, atiçar o espectador quanto a dimensão do seu monstro, do que mostrá-lo. Jurassic World chegou aos cinemas no último dia 11 com a assinatura de outro diretor vindo do cenário indie (Colin Trevorrow, cujo único filme anterior foi a ficção científica lo-fi Sem Segurança Nenhuma) e um fardo pesado de expectativas. Jurassic World, no entanto, não é nenhum Godzilla – no final das contas, é mais fácil para Hollywood mexer em um ícone que não é essencialmente seu do que subverter as expectativas em uma série de filmes criada pelo grande cineasta de blockbusters da história da indústria, que repetiu a fórmula em duas continuações e continuou atraindo um público considerável.

O roteiro confeccionado à oito mãos por Rick Jaffa e Amanda Silver (Planeta dos Macacos: A Origem) em parceria com Trevorrow e Derek Connolly, que também escreveram Sem Segurança Nenhuma, ganha alguns pontos por estar plenamente consciente de que não está reinventando a roda. Pelo contrário, muito de Jurassic World é uma tremendamente reverente homenagem ao cânone do blockbuster hollywoodiano, seja nas insistentes referências que faz ao filme original ou nos seus elementos emocionais mais eficientes,  que residem na relação entre os irmãos interpretados por Ty Simpkins (Homem de Ferro 3) e Nick Robinson (Melissa & Joey). O filme confia muito na eficácia de determinados clichês estabelecidos pela indústria, e em grande parte pelo próprio Spielberg, e o resultado nesses momentos é, obviamente, tão misto quanto a legitimidade dos clichês em si.

Enquanto os diálogos entre os irmãos funcionam, por exemplo, a relação entre a personagem de Bryce Dallas Howard e o de Chris Pratt afunda tanto na caracterização dele, um machão sabe-tudo de quem é praticamente impossível gostar (não que Pratt não tente!), quanto no desprezo mal-disfarçado que nutre pela moça, uma mulher de carreira resoluta que é constantemente deslegitimada pelo roteiro por “querer estar no controle” – o filme só se salva dessa atitude misógina lá no final, quando são dadas algumas atitudes heroicas para a personagem de Howard, e a atriz sem dúvida faz o seu melhor para humanizá-la além dos limites e piadas de mau-gosto que o roteiro dispensa à figura dela. Para além dessa construção de personagens, Jurassic World repete muitas das mensagens e metáforas dos três filmes que o antecederam, tocando no assunto da presunção de controle que o homem sente sobre a natureza e criando mais algumas figuras que, conforme o filme passa, são obrigadas a encarar que trazer dinossauros de volta da extinção significa criar vida, não apenas atrações para um parque temático (ou armas, aliás) – e vida não se permite estar sob o controle de ninguém.

O melhor parte do filme é que o diretor Trevorrow empresta da cartilha de Spielberg também a forma de dirigir as cenas de ação, uma mais impressionante do que a outra. Jurassic World faz cara feia para as aventuras de hoje em dia que se apoiam no caos visual (câmeras trepidantes, borrões de violência), preferindo usar o som para sugerir aquilo que a exigência etária não deixa mostrar e estabelecer para o espectador com exatidão cada desenvolvimento das sequências. Em nenhum momento, em Jurassic World, aquela sensação desesperadora de não saber exatamente o que está acontecendo toma conta do espectador – pelo contrário, o suspense e a angústia vem dessa precisão, dessa vontade de nos mostrar exatamente onde estamos, e em que cantos da câmera estão as ameaças. Há muito tempo um blockbuster não usa a limitação da visão cinematográfica para causar suspense e adrenalina como Jurassic World. Uma pena que essa realização esteja à serviço de um roteiro tão pouco imaginativo.

✰✰✰ (3/5)

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Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World, EUA/China, 2015)
Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver, Colin Trevorrow, Derek Connolly
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D’Onofrio, Ty Simpkins, Irrfan Khan, Nick Robinson, Jake Johnson, Omar Sy, BD Wong, Judy Greer, Katie McGrath, Jimmy Fallon
124 minutos

17 de jun. de 2015

Review: “The Honourable Woman” é uma história amarga que precisava ser contada

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por Caio Coletti

De todas as decisões corajosas tomadas pela SundanceTV, uma emissora de séries e minisséries prestigiadas e frequentemente polêmicas, exibir The Honourable Woman, uma produção britânica, nos EUA talvez tenha sido a mais afrontosa. A minissérie em oito partes (nove no Netflix, sabe-se lá porque) dirigida, escrita e produzida por Hugo Blick é, entre tantas outras coisas que se propõe a ser, uma condenação convicta da política externa americana e do uso dos conflitos no Oriente Médio como parte de uma negociação por prestígio internacional, pela manutenção da imagem do país do Tio Sam como um salvador universal e uma autoridade justa e confiável no campo político intercontinental. E essa condenação é só uma pequena parte de tudo o que The Honourable Woman abraça em sua narrativa monumental, que engloba um determinado espaço de tempo mas não se esquece de apresentá-lo como uma consequência de atos cometidos muito antes e que reverberarão muito depois.

Quem melhor pega essa dica do roteiro é Maggie Gyllenhaal, é claro, e ela é o centro nervoso de The Honourable Woman. A atriz americana emerge dentro da persona de Nessa Stein, uma empresária judia que acaba de ser apontada para integrar o poder legislativo britânico, e transformou a empresa construída pelo seu pai para inicialmente prover armas de guerra para o povo israelense em uma das maiores negociadoras de paz e oportunidade igual entre Israel e Palestina. Na atuação de Gyllenhaal, no entanto, Stein nunca é exatamente essa cifra que o roteiro nos apresenta no início, esse mistério de intenções que aos poucos vai se desenrolando e passamos a conhecer – desde o primeiro episódio, Nessa é uma mulher completa, com inseguranças e dissimulações, nervosismos e segredos escondidos no mais profundo âmago de seu ser. Há algo de assombroso até na voz que Maggie escolhe para a personagem, no sotaque sutil e no tom grave e distante de sua Nessa, parte integral da história e peso que a atriz lhe empresta de forma profundamente dedicada. O resultado é uma protagonista que, assim como a trama de The Honourable Woman, vive e respira para muito além do que nos é mostrado em tela.

Isso não quer dizer que Hugo Blick não amarre bem sua trama – pelo contrário, o episódio final é pragmático em juntar as pontas da narrativa e finalizar o discurso de The Honourable Woman com uma declaração forte e coerente sobre a forma como o ciclo de violência torna impossível a elaboração de algum tipo de paz entre esses dois povos. A história humana da família Stein e da misteriosa Atika (Lubna Azabal, igualmente espetacular em sua sutileza) reflete à perfeição a visão amarga que Blick quer nos mostrar, através da ficção, dessa situação muito real. A minissérie produzida pela BBC é o melhor tipo de thriller político: aquele que não apaga as reverberações emocionais da sua história em favor de um discurso puramente prático, mas as usa para emprestar profundidade e pathos a ele. The Honourable Woman é uma história de resignação, culpa, desconfiança e segredos, que é brutal ao retratar o interminável ciclo de ódio e vingança que existe naquela região do mundo, a viciosa disputa entre dois povos cujo passado impede uma reconciliação. Em um conflito onde todo mundo teve suas famílias e vidas despedaçadas por alguém do outro lado da fronteira, que esperança existe de reconciliação? The Honourable Woman quer nos dizer que promover a paz em um campo de batalha tão injusto e antigo é uma missão tão fútil quanto os cabos de comunicação que Nessa e sua empresa estão tentando instalar na Cisjordânia.

O estilo de direção de Blick, assim como sua escrita, é dado à imagens fortes e marcantes. Sua câmera brinca com iluminação, slow-motion, ângulos improváveis e formatações diferentes de encenação dentro dos cenários que tem disponíveis. A abertura da minissérie dá dicas de alguns desses momentos, provendo ao espectador um fascinante quebra-cabeças para montar entre os muitos oferecidos por The Honourable Woman. A labiríntica trama de espionagem protagonizada pelos ótimos Stephen Rea e Janet McTeer também é assim, ajudando e confundindo o espectador ao mesmo tempo, fornecendo pequenas doses de informação e escondendo outros aspectos dela que serão revelados só depois, mesmo que tenham sido discretamente plantados muito antes. Com estilo e muita coisa a dizer, The Honourable Woman discursa não só sobre Oriente Médio como também sobre confiança, a naturalidade do ser humano em mentir e enganar, o descaso com a vida que alguns aspectos da política implicam (para algumas pessoas), a relação de gênero entre homem e mulher, a posição na qual a mulher é colocada na sociedade, e alguns outros temas menores. É uma obra ambiciosa e vasta, executada com as doses certas de precisão cirúrgica e paixão pelos temas e personagens – e é uma das minisséries mais corajosas, inteligentes e brilhantes em muitos anos.

✰✰✰✰✰ (4,5/5)

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The Honourable Woman (Inglaterra/EUA, 2014)
Direção e roteiro: Hugo Blick
Elenco: Maggie Gyllenhaal, Stephen Rea, Lubna Azabal, Katherine Parkinson, Andrew Buchan, Janet McTeer, Eve Best, Igal Naor, Lindsay Duncan
8/9 episódios

Emmy watch – possíveis indicações:
Melhor Minissérie
Melhor Atriz em Minissérie ou Filme (Maggie Gyllenhaal)
Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie ou Filme (Janet McTeer)
Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie ou Filme (Lubna Azabal)
Melhor Direção em Minissérie ou Filme (Hugo Blick)
Melhor Roteiro em Minissérie ou Filme (Hugo Blick)

14 de jun. de 2015

Review: Com “Ex Machina”, a ficção científica finalmente entende a matéria-prima da humanidade



por Caio Coletti

Em certo momento de Ex Machina, ficção científica comandada por Alex Garland (Sunshine, Extermínio, Dredd), os dois protagonistas masculinos dialogam em frente a um quadro do pintor americano Jackson Pollock, conhecido pelas obras abstratas e geralmente feitas em telas gigantescas, nas quais deixava respingar tinta da forma que sua mente sentisse ser a certa no momento. Durante o diálogo, Nathan (Oscar Isaac) descreve o processo de Pollock como “arte automática”, e pergunta ao colega Caleb (Domhnall Gleeson) o que teria acontecido se Pollock tivesse decidido o contrário, ou seja: que não pintaria nada que não fosse provido de intenção. O jovem programador não hesita: “Ele não teria feito uma marca sequer na tela”. Ex Machina, em muitos sentidos, é um filme sobre intenção – sobre premeditação e sobre a construção de uma narrativa emocional que, na cabeça de cada personagem, envolve a relação com aqueles ao seu redor e os motivos que existem por trás delas. Garland não escreveu um filme otimista sobre a natureza humana, como é costume de seus colegas de ficção científica, mas talvez, ao não fazê-lo, tenha escrito o retrato mais claro dela que já tivemos no gênero.

Conhecemos Caleb como apenas mais um programador da Blue Book, empresa gigantesca comandada por Nathan cujo principal produto é o serviço de busca online mais acessado do mundo (o Google da realidade do filme, digamos assim). Ele é inesperadamente convocado para o retiro recluso do seu patrão, um bunker ultramoderno isolado do mundo e cheio de medidas de segurança que só fazem deixar o moço mais tenso, e conhece Ava (Alicia Vikander), uma inteligência artificial moldada na forma de mulher que Nathan criou e quer que Caleb teste. A ideia principal é que nas interações com Caleb a androide mostre não apenas domínio perfeito da linguagem e da simulação do que é ser humano, muito menos consciência de si própria, mas intenção (ela de novo) na construção de um relacionamento específico com o programador. Muito cedo no filme, Caleb contesta se Nathan programou Ava para flertar com ele, e a questão de repente se torna mais complexa: Ava está fingindo gostar do personagem de Gleeson para arquivar algum objetivo (o que a faria um ser dotado de intenção, sem dúvida), está de fato apaixonada por ele, ou foi criada para fazer isso?


O roteiro de Garland deixa o espectador no suspense até o final, mas nem por isso se torna maçante no miolo. Há uma multidão de coisas acontecendo e sendo discutidas no limitado cenário do filme, seja na relação antagônica mal-disfarçada entre Nathan e Caleb, na ironia de que Garland usa para retratar esses dois homens quebrados de maneiras diferentes, no cuidadoso estudo da relação entre masculino e feminino na estrutura social (dentro e fora do bunker de Nathan), na discussão da possibilidade e da significância de uma inteligência artificial para a história da humanidade. Ex Machina, como todo grande filme, é uma história cheia de significados que se desenrolam com elegância pelo roteiro de Garland, mas é firmemente no retrato da intenção de cada personagem que ele se coloca. E há algo de puro, algo de bonito, algo de egoísta e algo de feio em todos eles – com a ajuda de um elenco pequeno, mas brutalmente eficiente, o resultado é uma fábula com pulso dramático retumbante.

Isaac e Vikander estão especialmente excepcionais, apesar de Gleeson segurar a estrutura do filme nas costas com a facilidade de quem nasceu para ser astro. Talvez justamente por isso ele dê mais espaço para os outros dois brilharem, especialmente a sueca Vikander em um papel tão intrigante que fica difícil não se pendurar em cada palavra e expressão da moça. Ela não decepciona os espectadores ávidos, abraçando o espírito do filme e criando uma interpretação que passeia confortavelmente na linha da ambiguidade, usando o rosto e a linguagem corporal (sim) de maneira espetacular para transmitir emoções e, ao mesmo tempo, nos deixar buscando pelo significado de cada uma delas nas entrelinhas. Sua Ava é simulação e intenção ao mesmo tempo, e dado o desenvolvimento final da trama, não há nada mais adequado do que isso. Isaac, por outro lado, consolida seu nome como um dos mais interessantes jovens astros de Hollywood na composição de um Nathan intenso, que conscientemente desafia os estereótipos do nerd mas eventualmente sucumbe a vícios e desejos terrivelmente humanos. Não é um personagem simpático, e Isaac não o interpreta assim, mas lhe injeta uma dimensão emocional grandiosa, exagerada, para que o espectador entenda suas ações – funciona, e muito.

O que esses dois atores entendem em meio ao mundo lindamente filmado de Ex Machina é que esse é um film noir disfarçado de ficção científica, completo com sua própria femme fatale, envolvida com um protagonista supostamente abusivo e enlaçada pelo salvador em seu cavalo branco. Ou quase isso, porque Ex Machina é também uma subversão de ambos os gêneros (noir e sci-fi), nos presenteando enfim com um filme capaz de mostrar o lado mais manipulador e patético da natureza humana sem perder de vista o fato de que a artificialidade, por toda a sua ostentosa beleza fria de aço e circuitos eletrônicos, não é nem um pouco mais bonita, no final das contas.

✰✰✰✰✰ (5/5)












Ex Machina (Inglaterra, 2015)
Direção e roteiro: Alex Garland
Elenco: Doomhnall Gleeson, Oscar Isaac, Alicia Vikander
108 minutos

11 de jun. de 2015

Completando o álbum: Mais 10 ótimos “guest stars” que vimos em mais de uma série


por Caio Coletti

Para os apreciadores realmente ávidos de séries de TV, algumas das categorias mais bacanas de se acompanhar nos Emmys são aquelas que premiam os atores e atrizes convidados. São quatro estatuetas que são distribuídas nesse filão, duas para homens e duas para mulheres (uma para os/as melhores em comédia, e outra para drama), e por lá passam desde os astros e estrelas de cinema que fizeram aparições especiais em títulos da televisão americana até os celebrados character actors da indústria. Esses últimos nomes, especialmente, ganham o carinho dos que acompanham uma grande quantidade de séries, uma vez que se tornam presenças familiares, mesmo que apareçam em apenas um par de episódios por série. Além de aparecerem recorrentemente na nossa rotina de seriadores, no entanto, o mais bacana é ver como esses profissionais injetam vida em tipos bem diferentes, provando sua versatilidade e valor.

Já listamos 10 desses maravilhosos aqui, e agora reunimos outros 10 só para completar:


 Bianca Lawson

A californiana Bianca Jasmine Lawson está com 36 anos, completados no último dia 20 de Março. No entanto, pelo menos até 2012, a moça ainda interpretava uma estudante de colegial em Pretty Little Liars, a ultra-bem-sucedida teia de intrigas da ABC Family. A adolescência eterna dessa atriz cheia de recursos e sempre certeira no tom talvez seja herança do papel que a fez famosa, a Megan Jones de Saved by the Bell: The New Class, série na qual esteve entre 1993 e 1994. A partir daí ela engatou participações em tantas séries que fica difícil contar, seja em episódios isolados de procedurals (Bones, Nikita) ou em papéis mais destacados em séries geralmente dirigidas ao público jovem. A gente tem um carinho especial pela personagem dela em Teen Wolf, da MTV, a misteriosa conselheira da Beacon Hills High School – principalmente porque o papel a permitiu “virar a casaca” e se tornar a adulta da história.

Vimos em: American Horror Story (2011, 1 episódio); Witches of East End (2014, 10 episódios); Teen Wolf (2012-2015, 16 episódios)

Também esteve em: Saved by the Bell: The New Class (1993-1994, 39 episódios); Sister Sister (1995-1996, 7 episódios); Buffy the Vampire Slayer (1997-1998, 3 episódios); Dawson's Creek (1999-2000, 4 episódios); Strong Medicine (2001, 1 episódio); The Cleaner (2008, 2 episódios); Bones (2009, 1 episódio); The Secret Life of the American Teenager (2009, 6 episódios); Nikita (2010, 1 episódio); Pretty Little Liars (2010-2012, 22 episódios); Beauty and the Beast (2012, 1 episódio); 2 Broke Girls (2012, 1 episódio); The Vampire Diaries (2009-2014, 6 episódios); Chicago P.D. (2015, 1 episódio)

No cinema: O primeiro papel significativo de Lawson no cinema foi sob o comando de Mike Nichols (Closer), na dramédia política Segredos do Poder, em 1998. O começo auspicioso, no entanto, não rendeu muito: a atriz fez o hit adolescente No Balanço do Amor, em 2001; o terror Bones, ao lado de Snoop Dogg; e as comédias Quebrando as Regras (com Jamie Foxx) e Universidade do Prazer (com Paris Hilton).


Mark Pellegrino

Do magnânimo Jacob de Lost ao próprio príncipe do inferno em Supernatural, Mark Pellegrino já interpretou (literalmente) os dois opostos da balança celestial. Ele também tem uma coleção invejável de tipos humanos, no entanto, com uma carreira de guest star que vem desde o final dos anos 80 e atravessou vários marcos da televisão americana, da comédia Doogie Howser M.D. (que, para quem não sabe, lançou a estrela de Neil Patrick Harris), passando por The Unit, Grey’s Anatomy, Dexter, Prison Break e a versão americana de Being Human, na qual interpretou um policial vampiro (sim!). Recentemente o ator tem conseguido se firmar em papéis mais destacados, aparecendo na cancelada The Tomorrow People como um cientista e na nova The Returned – a adaptação da série francesa Les Revenants já está com segunda temporada quase garantida pelo Netflix e pela A&E.

Vimos em: The X Files (1999, 1 episódio); Ghost Whisperer (2009, 1 episódio); Lost (2009-2010, 7 episódios); Person of Interest (2012, 1 episódio)

Também esteve em: L.A. Law (1987, 1 episódio); Doogie Howser M.D. (1989, 1 episódio); Tales from the Crypt (1990, 1 episódio); Northern Exposure (1992, 1 episódio); Renegade (1995, 1 episódio); E.R. (1996, 1 episódio); Nash Bridges (1996, 1 episódio); The Sentinel (1996, 1 episódio); Crossing Jordan (2002, 1 episódio); NYPD Blue (1997-2002, 4 episódios); The Unit (2006, 1 episódio); Without a Trace (2006, 2 episódios); Burn Notice (2007, 1 episódio); Grey's Anatomy (2007, 1 episódio); Dexter (2006-2007, 8 episódios); Numb3rs (2008, 1 episódio), Prison Break (2008, 1 episódio), Criminal Minds (2008, 1 episódio); CSI (2005-2009, 2 episódios); The Mentalist (2009, 1 episódio); CSI: Miami (2003-2011, 2 episódios); Breakout Kings (2011, 1 episódio); The Closer (2011, 6 episódios); Chuck (2008-2012, 2 episódios); Castle (2012, 1 episódio); Supernatural (2009-2012, 10 episódios); Grimm (2012, 1 episódio); Revolution (2012-2013, 4 episódios); Being Human (2011-2014, 15 episódios); The Tomorrow People (2013-2014, 22 episódios); Chicago P.D. (2015, 1 episódio); The Returned (2015, 10 episódios)

No cinema: Apesar de não ser um rosto muito conhecido, Pellegrino foi requisitado por diretores de calibre como Richard Donner (Máquina Mortífera 3); os Irmãos Coen (O Grande Lebowski); David Lynch (Cidade dos Sonhos); William Friedkin (Caçado); David Mamet (Spartan) e Phillip Kauffman (A Marca). Esteve também em A Lenda do Tesouro Perdido e O Número 23.



Joe Morton

O veteraníssimo Joe Morton é um dos atores mais respeitados da sua geração hoje em dia. Depois de vencer o tão esperado Emmy, pela atuação em Scandal, no ano passado, a carreira desse nova-iorquino só promete mais grandes coisas para os próximos anos. A escalação para o drama Proof, novo procedural da TNT, só prova a popularidade do ator, que atua na TV desde o comecinho dos anos 70, tendo passado por clássicos como Mission Impossible e Miami Vice. Os papéis mais conhecidos, no entanto, vieram mais tarde na carreira, especialmente depois das cinco temporadas que passou na comédia Eureka, da SyFy, uma das séries mais subestimadas da década passada. Desde então, as participações em The Good Wife e na própria Scandal mantiveram o rosto do ator na mídia, e ele pôde ser visto em um pequeno papel em Grace and Frankie, comédia do Netflix capitaneada por Jane Fonda e Lily Tomlin.

Vimos em: The X Files (2000, 1 episódio); House M.D. (2005, 1 episódio); Numb3rs (2007, 1 episódio); The Good Wife (2009-2011, 11 episódios); Eureka (2006-2012, 76 episódios); Grace and Frankie (2015, 1 episódio)

Também esteve em: Mission Impossible (1970, 1 episódio); M*A*S*H (1976, 1 episódio); Miami Vice (1985, 1 episódio); Who’s the Boss (1986, 1 episódio); The Equalizer (1987-1989, 4 episódios); A Different World (1992, 7 episódios), Homicide: Life on the Street (1994, 2 episódios); The Practice (2002, 1 episódio); Touched by an Angel (1996-2002, 2 episódios); Smallville (2001-2002, 4 episódios); Law & Order: SVU (2003, 1 episódio); Law & Order (1992-2005, 5 episódios); JAG (2005, 1 episódio); CSI: NY (2005, 2 episódios); Boston Legal (2008, 1 episódio); Warehouse 13 (2009, 1 episódio); Brothers & Sisters (2009, 2 episódios); White Collar (2010, 1 episódio); Scandal (2013-2015, 38 episódios)

No cinema: Morton ficou famoso pelo papel em O Exterminador do Futuro 2, em que interpretou o inventor do processador que permitiu a ascensão da Skynet. Também esteve em Velocidade Máxima, O Aprendiz, Enigma do Espaço, Ali, O Mistério da Libélula, O Pagamento, Stealth – Ameaça Invisível e O Gângster.


Aisha Hinds

Uma ex-dançarina de sapateado (!) que foi aconselhada por seu professor à procurar uma forma de expressão “mais completa”, Hinds não começou cedo em Hollywood, arquivando a primeira participação na TV aos 28 anos, em NYPD Blue. Mesmo assim, o look inconfundível da atriz nova-iorquina foi ganhando espaço na plataforma, especialmente depois do papel maior em The Shield, aclamado drama policial da FX. O sucesso a fez ser frequentemente escalada como figura de autoridade, especialmente membro da força policial – foi assim em Invasion, em Prison Break e em Detroit 1-8-7. Ela quebrou o paradigma ao ser escalada como uma exorcista em True Blood, e como a mãe de uma das protagonistas de Under the Dome, a bagunçadíssima adaptação de Stephen King empreendida pela CBS. No thriller Cult, que infelizmente teve vida curta na CW, ela mostrou potencial dramático e versatilidade como a detetive que tem um passado misterioso conectado ao culto do título.

Vimos em: Medium (2005, 1 episódio); Lost (2006, 1 episódio); Cult (2013, 7 episódios); Under the Dome (2013-2015, 13 episódios)

Também esteve em: NYPD Blue (2003, 2 episódios); E.R. (2004, 1 episódio); The Shield (2004, 8 episódios); Boston Legal (2004, 1 episódio); Crossing Jordan (2004, 1 episódio); CSI: NY (2005, 1 episódio); Judging Amy (2005, 1 episódio); Invasion (2005-2006, 15 episódios); It's Always Sunny in Philadelphia (2006, 1 episódio); Stargate SG-1 (2006, 1 episódio); Cold Case (2007, 1 episódio); Bones (2008, 1 episódio); Law & Order: SVU (2009, 1 episódio); Prison Break (2009, 2 episódios); Dollhouse (2009, 1 episódio); Desperate Housewives (2009, 1 episódio); Hawthorne (2009-2010, 8 episódios); True Blood (2008-2010, 8 episódios); Weeds (2010, 3 episódios); CSI: Miami (2011, 1 episódio); NCIS: Los Angeles (2014, 3 episódios)

No cinema: A maioria do trabalho de Hinds se concentra na TV, mas vale registrar os papéis em Assalto à 13ª Delegacia, com Ethan Hawke; Instinto Secreto, com Kevin Costner; Incontrolável, de Tony Scott; 72 Horas, de Paul Haggis; Além da Escuridão - Star Trek, de J.J. Abrams; Se Eu Ficar, com Chloe Grace Moretz; e Nos Bastidores da Fama, de Gina Prince-Bythenwood.


Nestor Carbonell

Os olhos profundos desse outro nova-iorquino causaram comoção quando ele ganhou destaque no elenco de Lost, interpretando o misteriosamente (ah, vá!) imortal Richard Alpert. Acontece que, com seus cílios negríssimos como os cabelos, Carbonell parece estar sempre com os olhos maquiados – e o mais legal é que ele usa esse destaque chamativo do rosto para adicionar intensidade a suas interpretações, que já passaram pelos tipos mais diversos antes e depois da aparição em Lost. Exemplos diametralmente opostos: em Wilfred, a surreal comédia da FX, ele interpretou um médico casado que tem um caso com a irmã do protagonista (Elijah Wood) e a abandona quando descobre que ela está grávida; já em Person of Interest, ele foi um simpático número-da-semana em uma trama envolvendo uma reunião de classe 10 anos depois da formatura. Atualmente Carbonell aparece como o xerife de White Pine Bay, que tem uma complicada relação com Norma Bates (Vera Farmiga), em Bates Motel.

Vimos em: House M.D. (2005, 1 episódio); Lost (2007-2010, 37 episódios); Person of Interest (2014, 1 episódio); The Good Wife (2014, 1 episódio); Wilfred (2011-2014, 3 episódios); Bates Motel (2013-2015, 27 episódios)

Também esteve em: Law & Order (1991, 1 episódio); Melrose Place (1992, 1 episódio); A Different World (1992, 2 episódios); The John Larroquette Show (1996, 1 episódio); Resurrection Blvd. (2000, 6 episódios); Ally McBeal (2002, 1 episódio); Monk (2004, 1 episódio); Scrubs (2004, 1 episódio); Strong Medicine (2004-2006, 11 episódios); Commander in Chief (2006, 1 episódio); Cold Case (2006, 3 episódios); Psych (2010, 2 episódios); Ringer (2011-2012, 22 episódios); State of Affairs (2014-2015, 7 episódios)

No cinema: Você provavelmente se lembra dele como o prefeito de Gotham City em O Cavaleiro das Trevas e O Cavaleiro das Trevas Ressurge, os dois últimos filmes da trilogia Batman de Christopher Nolan. Atuou também sob o comando de Andy Garcia em A Cidade Perdida.


Peter Scolari

Geralmente, quando se fala de Peter Scolari, cita-se o fato de que o ator é um dos melhores amigos do astro Tom Hanks em Hollywood – os dois dividiram uma sitcom de vida curta no comecinho dos anos 80, chamada Bosom Buddies. Enquanto o colega engatou carreira cinematográfica e acabou ganhando um par de Oscar pelo caminho, no entanto, Scolari continua como um dos talentos mais subestimados de Hollywood – e, agora aos 60 anos, se tornou uma lenda viva da televisão. Indicado três vezes ao Emmy pelo trabalho na sitcom Newheart, entre 1984 e 1990, o ator hoje se destaca em dois papéis recorrentes bem distintos para duas emissoras. Na HBO ele interpreta o pai da protagonista Lena Dunham em Girls, um personagem que ganhou uma storyline curiosa na quarta temporada, abrindo espaço para uma ótima atuação de Scolari. Já na Fox ele faz o inescrupuloso comissário de Gotham City (antes de Gordon, que na história é apenas detetive) em Gotham.

Vimos em: Girls (2012-2015, 15 episódios); Gotham (2015, 4 episódios)

Também esteve em: Bosom Buddies (1980-1982, 37 episódios); Remington Steele (1982, 1 episódio); Happy Days (1983, 1 episódio); Hotel (1986, 1 episódio); Family Ties (1986, 1 episódio); The Love Boat (1986, 3 episódios); The Twilight Zone (1988, 1 episódio); Newhart (1984-1990, 142 episódios); Empty Nest (1994, 1 episódio); Lois & Clark: The New Adventures of Superman (1994, 1 episódio); Dave's World (1994-1995, 2 episódios); The Drew Carey Show (1996, 1 episódio); The Nanny (1997, 1 episódio); Honey, I Shrunk the Kids: The TV Show (1997-2000, 66 episódios); Touched by an Angel (1994-2001, 2 episódios); Ally McBeal (2001, 1 episódio); Reba (2002, 1 episódio); King of Queens (2002, 1 episódio); E.R. (2002, 1 episódio); The West Wing (2002, 1 episódio); What I Like About You (2002, 1 episódio); Sabrina the Teenage Witch (2003, 1 episódio); Big Love (2006, 1 episódio); White Collar (2013, 1 episódio)

No cinema: A amizade com Tom Hanks rendeu as duas maiores aparições cinematográficas da carreira de Scolari: no musical The Wonders, dirigido pelo próprio Hanks; e na animação por-captura-de-performance O Expresso Polar.

Fiona Gubelmann

A doce e linda Fiona Gubelmann vem lentamente cavando seu espaço na televisão na última década. Desde a estreia em 2004, em um episódio do procedural Cold Case, ela engatou uma série de outras participações ínfimas em séries de sucesso e tom bastante variável, se firmando como uma character actress importante da nova geração. Foi com a escalação para o papel de principal interesse romântico do protagonista Elijah Wood em Wilfred que a loira começou a chamar mais atenção, e desde então os convites, especialmente das séries cômicas, começaram a pipocar. A sensibilidade e timing que Fiona mostrou por quatro temporadas na comédia da FX foi requisitada por Modern Family, New Girl, Mad Men e Melissa & Joey, isso tudo só no último ano desde o final de Wilfred.

Vimos em: Don't Trust the B---- in Apartment 23 (2013, 1 episódio); Wilfred (2011-2014, 35 episódios); Modern Family (2014, 1 episódio);

Também esteve em: Cold Case (2004, 1 episódio); Joey (2005, 1 episódio); CSI: NY (2007, 1 episódio); My Name is Earl (2007, 1 episódio); The Closer (2009, 1 episódio); Californication (2009, 1 episódio); Parenthood (2011, 2 episódios); Criminal Minds (2012, 1 episódio); Friends With Better Lives (2014, 1 episódio); Key and Peele (2014, 1 episódio); New Girl (2015, 1 episódio); Mad Men (2015, 1 episódio); Melissa & Joey (2015, 1 episódio)

No cinema: O papel cinematográfico de maior destaque na carreira da jovem Fiona foi em Escorregando Para a Glória, como coadjuvante de Will Ferrell e Jon Heder. No entanto, ela tem dois filmes engatilhados para os próximos anos, ambos trazendo-a no papel principal: o thriller Dispatch e a comédia The Way We Weren't.


Victor Garber

O canadense Victor Garber é um daqueles atores que fez a transição (e continua equilibrando) a Broadway com os papeis na televisão – outros que andam nessa linha junto com Garber são Jane Krakowski, Alan Cumming e Kristin Chenoweth, por exemplo. Ao contrário dos colegas citados, no entanto, Garber segue sendo primariamente coadjuvante em todos os seus papeis na TV e no cinema, e habilidosamente rouba a cena em quase todos eles. Nas duas temporadas da precocemente cancelada Eli Stone, ele interpretou o chefão de uma firma de advogados que, durante a série, mostra um lado sensível e musical – e é fanzoca do George Michael, é claro. Indicado seis vezes ao Emmy, Garber nunca venceu um prêmio da academia da televisão, mas desde o sucesso do seu papel em Alias, de J.J. Abrams, as escalações só aumentaram.

Vimos em: Eli Stone (2008-2009, 26 episódios); Glee (2009, 1 episódio); 30 Rock (2011, 1 episódio); The Good Wife (2014, 1 episódio); Sleepy Hollow (2014, 1 episódio); Web Therapy (2009-2014, 8 episódios)

Também esteve em: Tales from the Darkside (1985, 1 episódio); The Twilight Zone (1986, 1 episódio); E.N.G. (1991-1993, 10 episódios); Kung Fu: The Legend Continues (1994, 1 episódio); Law & Order (1995, 1 episódio); The Outer Limits (1996-2000, 2 episódios); Frasier (2000, 1 episódio); Will & Grace (2004, 1 episódio); Alias (2001-2006, 105 episódios); Ugly Betty (2007, 1 episódio); ReGenesis (2007-2008, 5 episódios); Nurse Jackie (2009, 2 episódios); Murdoch Mysteries (2011, 1 episódio); SGU Stargate Universe (2011, 1 episódio); Suits (2011, 1 episódio); Flashpoint (2011, 3 episódios); The Big C (2012, 1 episódio); Damages (2012, 1 episódio); Republic of Doyle (2010-2013, 4 episódios); Louie (2014, 1 episódio); Blue Bloods (2014, 1 episódio); Power (2014, 7 episódios); Motive (2015, 4 episódios); Flash (2015, 5 episódios)

No cinema: Garber ficou marcado, no cinema, pelo personagem que interpretou em Titanic. No entanto, esteve também na clássica comédia romântica Sintonia do Amor; no misterioso Exótica (do diretor Atom Egoyan); na comédia Clube das Desquitadas; e no vencedor do Oscar Argo, no papel do embaixador canadense.

Alan Tudyk

A bem da verdade, Alan Tudyk é um dos character actors mais importantes da indústria americana não só por suas participações na TV, mas também pela atuação no teatro e no cinema, em que vive surpreendendo o público com os tipos diferentes que consegue encarnar. Na telinha o sucesso veio depois de Firefly, ficção científica de Joss Whedon (Os Vingadores) que foi cancelada após só uma temporada, mas ganhou status de cult e continuação em forma de filme, o ótimo Serenity. Desde então, Tudyk foi escalado para outras ficções (V e Dollhouse, essa última também sob o comando de Whedon), para papéis mais dramáticos (Justified) e para personagems cômicos, nos quais mostrou particular destreza. Apesar dele estar na insuperável Arrested Development, nosso Tudyk preferido ainda é o de Suburgatory, série da ABC na qual ele interpretou o hilário Noah.

Vimos em: Arrested Development (2005-2013, 3 episódios); Suburgatory (2011-2014, 47 episódios)

Também esteve em: Strangers with Candy (2000, 2 episódios); Frasier (2000, 1 episódio); Firefly (2002-2003, 14 episódios); CSI (2006, 1 episódio); V (2009, 3 episódios); Dollhouse (2009-2010, 4 episódios); Justified (2014, 1 episódios); Newsreaders (2014-2015, 14 episódios)

No cinema: O ator marcou presença em inúmeros coadjuvantes, como o Wat de Coração de Cavaleiro e (sim!) o Sonny de Eu, Robô. Outro destaque na enormemente variada filmografia de Tudyk são os trabalhos de dublagem para A Era do Gelo (com vários personagens nos 4 filmes!), Detona Ralph e Frozen.


Amy Sedaris

Das poucas comediantes americanas que não surgiram no Saturday Night Live, Amy Sedaris fez seu nome primeiro com uma série própria, a nem tão bem-sucedida mas muito celebrada Strangers With Candy, e depois como uma presença marcante em várias das melhores séries cômicas da sua época. Ela esteve em Sex and the City, My Name is Earl, The New Adventures of Old Christine, The Middle, 30 Rock, Hot in Cleveland e Raising Hope, sendo especialmente marcante nessa última, como a prima invejosa da protagonista feita pela fabulosa Martha Plimpton. Nos papéis em séries dramáticas, engatou três episódios em The Good Wife, e ainda esteve em Rescue Me e The Closer. É difícil dissociar o rosto de Sedaris do mundo das séries atualmente, e isso é testemunha de quase duas décadas de trabalho duro e presença marcante em todos esses títulos.

Vimos em: The New Adventures of Old Christine (2009, 1 episódio); The Good Wife (2011-2012, 3 episódios); 30 Rock (2012, 1 episódio); Raising Hope (2011-2014, 3 episódios); Unbreakable Kimmy Schmidt (2015, 1 episódio)

Também esteve em: Strangers With Candy (1999-2000, 30 episódios); Just Shoot Me! (2001, 2 episódios); Sex and the City (2002-2003, 4 episódios); Monk (2002-2003, 2 episódios); Ed (2004, 2 episódios); Law & Order: SVU (2004, 1 episódio); My Name is Earl (2006, 1 episódio); Rescue Me (2007, 2 episódios); The Closer (2009, 2 episódios); The Middle (2010, 1 episódio); Royal Pains (2011, 1 episódio); Hot in Cleveland (2011, 2 episódios); Necessary Roughness (2012, 1 episódio); Broad City (2014, 1 episódio); Alpha House (2013-2014, 14 episódios); The Heart She Hollers (2013-2014, 22 episódios)

No cinema: Sedaris roubou a cena em papéis coadjuvantes em Sete Dias Sete Noites, Encontro de Amor, Escola de Rock, Um Duende em Nova York, A Feiticeira, Garota Infernal e Surpresa em Dobro. Também fez memoráveis trabalhos de dublagem em O Galinho Chicken Little, Shrek Terceiro e Gato de Botas.