28 de set. de 2013

Review: Person of Interest, 03x01 – Liberty

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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Person of Interest está de volta com a classe de uma série que entra em sua terceira temproada sabendo qual é o campo em que faz suas melhores jogadas. “Liberty”, o episódio de estreia desse terceiro ano da criação de Jonathan Nolan, não perde tempo com reapresentações ou stunts narrativos para colocar o público no clima da trama. Pelo contrário, somos logo jogados um mais um dos criativos cenários típicos de Person, enquanto acompanhamos em que ponto andam os personagens depois dos momentos finais da temporada passada. Com dois roteiristas e um diretor com experiência já extensa na série, é uma reestreia desenhada para matar as saudades e estabelecer o tom, mas não perde tempo para isso.

Está aí justamente o triunfo de “Liberty”: reconhecer que o melhor aspecto de Person é o quão bem lida com as tramas confinadas semanais, que sempre trazem uma perspectiva inédita na premissa, sem deixar de desenvolver os arcos paralelos que desenham a figura maior da temporada. Aqui, Reese e Finch (agora com a adição de Shaw à equipe de “ajudantes” que já contava com Carter e Fusco, claro) recebem o número de um recruta da Marinha, justamente no dia em que todos os marinheiros aportam em New York e tem seu dia de folga para aproveitar a cidade. O moço entra em apuros ao tentar defender um amigo sem saber exatamente o quão envolvido em um esquema de contrabando de diamantes ele está.

Nessa trama semanal, Person assume o seu caráter de entretenimento puro, não se investindo muito emocionalmente no guest star da semana (talvez também porque o jovem Rey Valentin não é exatamente material de primeira) e atirando algumas das frases de efeito mais divertidas da série até hoje. Desnecessário dizer que Jim Caviezel se diverte a beça, e aos poucos Sarah Shahi está deixando uma personificação inescrutavelmente série de Shaw em favor de uma abordagem mais leve. Toda essa brincadeira faz bem e suaviza os vícios sempre irritantes de Person, especialmente o diálogo expositivo que diz exatamente aquilo que o espectador com certeza deduziu sozinho.

O mais bacana é que tudo isso é só distração para Person se deliciar com o material importante de verdade, que inclui: entregar linhas de diálogo que só Michael Emerson seria capaz de entregar com a convicção e a verbalidade certas; nos atualizar sobre os dramas de Taraji P. Henson, uma das melhores atrizes que esse programa usa mal, o que dessa vez inclui a sempre bem vinda aparição do Elias do ótimo Enrio Colantoni; e acompanhar a Root de uma maravilhosa Amy Acker enquanto ela discute com um psicólogo questões que dialogam com o próprio conceito e lógica da série (a tecnologia como divindade, a paranóia justificada, a “vastidão” da verdade).

O ponto de Person of Interest, afinal, sempre foi que este é um mundo muito grande, muito perverso e muito complexo. Não é a filosofia mais profunda, mas que Acker a vende com prestatividade exemplar, isso não dá para negar.

**** (4/5)

rooot

Próximo Person of Interest: 03x02 – Nothing to Hide (01/10)

Caio

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