29 de set. de 2013

Descobrindo livros: “Cira e o Velho”, de Walter Tierno

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Olá galerinha do mal!

Pra quem ama livros e acompanha o lindo d’O Anagrama, aqui vai uma pequena, porém espirituosa NOVIDADE: vou iniciar uma espécie de coluna literária (a pedidos do meu querido amigo Caio Coletti). Poucos sabem, mas eu leio muita coisa, de tudo (até bula de remédio), mas não porque quero ser cult ou coisa do tipo, simplesmente porque não tenho muito o que fazer e acho que ler é uma forma, no mínimo, interessante de se gastar o tempo livre.

De antemão se tem alguém que se interessa também por livros e gostaria de alguma indicação ou resenha específica, eu peço que comentem. Se eu já tiver lido eu faço um review, caso não, eu vou atrás do título, leio e faço aqui para vocês, sem problemas. Enfim, ajudem com temas etc. Acho que estes textos não vão ter muita periodicidade, mas tentarei fazer um por semana ou até 15 dias. Depende de como estiver as coisas na minha vida acadêmica (AI GOSH).

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Livro: Cira e o Velho
Autor: Walter Tierno
Editora: Giz Editorial

Para abrir os trabalhos dessa coluna literária, quero deixar claro que não vou falar só de livros que eu gosto ou de autores internacionais, pelo contrário, vou tentar mesclar tudo e tentar agradar a maioria dos gostos. Resolvi começar então com “Cira e o Velho”, que é um livro de fantasia NACIONAL, sim minha gente! Eu sei que tem pessoas que não gostam de fantasia, outros não gostam de livros nacionais, mas, e se misturar tudo? Bom, não custa dar uma chance, eu mesmo fiquei meio assim no começo, mas acabei queimando a língua.

Quando pensamos em fantasia nacional, logo vem à cabeça o famoso Folclore; Mula-sem-cabeça, Curupira etc. Acreditem vocês ou não, mas é isso mesmo que Walter decidiu colocar no seu livro. A premissa da história é o seguinte: Cira é filha de uma feiticeira com a Cobra Norato (é, você vai ter que ler para saber que rolo é esse e o que é a Cira), ela é uma figura bem mística e desconhecida, o que me faz pensar que ela então seria uma criação do autor?

Anyway, um garoto brincava de bater figurinhas quando acaba ganhando a da Cira, ele por sua vez fica fascinado por aquela figura e cresce querendo saber quem é esse tal personagem folclórico. Ele cresce então desbravando o Brasil atrás de pessoas e personagens que teriam convivido com essa tal Cira ou que saibam alguma informação atual. Então sim, personagens famosos do folclore brasileiro, vão aparecer de formas inusitadas e dar seus depoimentos sobre a tal personagem misteriosa.

Em paralelo, o livro vai alternando entre a busca atual do rapaz e também conta a história da Cira no passado, muito sofrida por sinal, se passa na época do Brasil colônia, os portugueses perseguiram sua mãe feiticeira e coisas do tipo.

O começo do livro se passa em primeira pessoa, deixando parecer que o próprio autor conversa com quem está lendo. O livro tem uma história muito interessante e muito boa de se ler, o final é MUITO surpreendente (tanto é que não vou contar, porque sério, é demais). O autor propõe uma discussão mesmo que bem sutil afirmando de que antigamente as pessoas falavam muito sobre essas lendas folclóricas como se elas tivessem vivido ou visto, a mula-sem-cabeça etc. E ainda em certo momento ele diz que talvez hoje nós de fato ainda vemos tais figuras, mas de tanta coisa ruim no mundo nós nos recusamos a acreditar e acabamos achando que é outra coisa.

As ilustrações e a capa são feitas pelo próprio autor, o que é bem legal e vou deixar aqui o link em que o Walter fala sobre seu livro; a criação e ele mesmo vende os livros, então caso não acharem para comprar, é só entrar em contato com ele. O livro custa em média R$ 29,90, pelo menos estava na época em que eu li. Espero que tenham gostado, e que alguém tenha se interessado pela tema. O livro vai agradar com facilidade amantes da cultura brasileira, folclore e claro, fantasias em geral.

**** (3,5/5)

Você pode entrar em contato com o autor através deste e-mail:
waltertierno@gmail.com

Gabryel

1 comentários:

Anônimo disse...

Quer o "Oceano no fim do caminho", por favor, amei o texto!