Só um ano atrás eles estavam dividindo uma noite com Gabrielle Aplin para abrir o show da atração principal, Emeli Sandé, no iTunes Festival. Agora, eles são a atração principal. O prestígio é resultado das ótimas vendas do álbum de estreia, Bad Blood, na Inglaterra: o disco chegou ao #1 das paradas por lá, e o lead single, “Pompeii”, que fechou o setlist da banda esse ano na Roundhouse Arena, teve seu pico no #2. É consequencia também, é claro, da qualidade da música do quarteto liderado por Dan Smith com seu topete inconfundível (ainda que ande um pouco mais domesticado do que um tempo atrás), e o show de ontem (08) tratou de provar isso.
Ao vivo, algumas das influências do Bastille ficam mais claras do que em estúdio, vide o reggae latente de “Bad Blood”, que abriu o show, e de “Flaws”, que levou o vocalista a passear pelo meio do público com seu capuz cinza, dando uma tremenda dor de cabeça para os técnicos que tentavam levar seu microfone com fio junto com ele. Quanto ao capuz, aliás: outra influência clara do Bastille é o R&B. Tanto que teve cover do quase-rap “What Would You Do?”, gravado originalmente pelo trio de hip hop City High em 2001. Outro cover/sample inesperado foi “Of The Night”, faixa do EP Other People’s Heartache que chupa o refrão do clássico do dance noventista “The Rhythm of the Night”, do Corona.
Como dá para perceber, as influências e referências do Bastille não acabam nunca, e mesmo com uma energia de palco pouco exemplar, o show consegue prender o público na base das melodias fortes (os singles “Things We Lost in The Fire” e “Laura Palmer” merecem destaque nesse sentido) e da voz profunda, quase de tenor, do vocalista Smith (vá para a triste “Oblivion” se quiser ouvir o melhor dele). De resto, sobraram canções dos dois EPs e duas mixtapes da banda, para os aficcionados de plantão e os que querem ir além do excelente álbum de estreia. Definitivamente vale a pena manter um olho nesses londrinos.
PS: Se alguém souber onde comprar uma camiseta do David Lynch igual a que o senhor Dan Smith usou para o show, me avisem!
Antes do Bastille entrar no palco foi a vez dos estreantes do The 1975 mostrarem o quanto são promissores. Alguns leitores d’O Anagrama vão lembrar que nós detsacamos o quarteto de Manchester aqui. Pois o álbum dos moços estreou e foi logo parar no topo das paradas britânicas, derrubando o novo do Nine Inch Nails, e isso só incluindo o single de cada um dos quatro EPs lançados nos últimos 12 meses. As outras 12 músicas do disco são inéditas, e muitas delas figuraram na pequena apresentação dos talentos dos moços na Roundhouse Arena.
Eles abriram com uma faixa do EP Music For Cars, “Head.Cars.Bending”, e seguiram com um dos hits, “The City”, que veio do EP homônimo e está incluída no álbum. “Settle Down”, “Heart Out”, “Girls” e “Robbers” já são inclusões inéditas do disco de estreia, e a força do rock de arena com toques de synthpop e um clima indie garantido pelos vocais meio gemidos do estranhamente carismático Matthew Healy falou alto. Em “Robbers” especialmente, introduzida pelo moço como “uma canção de amor”. Só não é a melhor da banda porque eles ainda são os autores de “Sex”, que ajudou a fechar a apresentação, com os também singles “Chocolate” e “You”. Quem ainda não conhece está perdendo.
Nós não achamos o show dos garotos no Youtube, mas dá pra ver, pra quem tem iTunes, aqui nesse link. É só ir em “line-up” e procurar o nome do The 1975.
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