17 de set. de 2013

Review: The Newsroom , 02x09 – Election Night, Part 2 (SEASON FINALE)

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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

“Exceto aquilo que nós fizemos de errado, nós fizemos tudo certo”. The Newsroom é, sempre foi, e sempre será um conto idealista focado em vários personagens excelentes em seus trabalhos, que decidiram fazê-lo da melhor forma possível. Está aí a resposta para uma das grandes críticas que surgiram lá no primeiro episódio da série, que, o espectador fiel deve se lembrar, terminava com Charlie dizendo a Will que naquela noite eles haviam feito bom jornalismo apenas “porque decidiram fazê-lo”. O ponto não é que só é preciso vontade para fazer bom jornalismo. O ponto é que muita gente que tem todo o talento para fazê-lo não o faz, simplesmente porque é muito mais confortável assim.

O fato de que a série se segurou a essa premissa simples mesmo com a chuva de críticas é louvável, porque ela mais do que aparece em “Election Night, Part 2”, essa segunda fatia do finale da temporada. Por outro lado, durante as últimas 9 horas o que The Newsroom tem mostrado é que, mesmo com todo o talento e a vontade trabalhando juntos, esses personagens também são humanos, e também estão suscetíveis a erros. Erros que, devido a responsabilidade atrelada ao trabalho deles, podem afetar milhares ou milhões de pessoas de formas imprevisíveis. Nesse segundo ano de sua série, Aaron Sorkin abriu um necessário espaço para que os jornalistas de The Newsroom fossem parecidos com os jornalistas de verdade, e errassem. Mesmo que estivessem fazendo todo o resto certo.

A última entrada da temporada é ao mesmo tempo uma narrativa bem mais natural e menos tensa do que se esperava e uma grande amarração de pontas nas jornadas de personagens e subtramas. Os três casais que a série juntou (Will & Mac, Jim & Maggie, Sloan & Don) tem finais bem pontuais e construídos sob medida para suas personalidades, enquanto o dilema moral com Leona e Reese Lansing fica em segundo plano, mas sublinha diversos momentos interessantes durante o episódio. O clímax é cuidadosamente manejado, e mesmo que a mão pese no sentimentalismo na longa montagem final com todos os personagens e pareça que Sorkin poderia usar mais tempo para lidar com algumas subtramas, as coisas são amarradas bem decentemente.

Se a grande cena romântica entre Will e Mac funciona, os créditos são exclusivamente de Emily Mortimer e Jeff Daniels. Os dois estebeleceram um jogo tão cristalizado de amargura e intimidade em todos os outros momentos desses dois anos que é um choque e ao mesmo tempo um prazer vê-los finalmente descobrirem também que os erros são pequenos em relação aos acertos. A linha mestra temática é bem desenhada de forma sutil por Sorkin, em pequenos momentos como a decisão de levar ao ar uma pequena história que pode afetar a decisão eleitoral ao invés de um grande furo que poderia reestabelecer a popularidade da ACN, ou Maggie lembrando do momento no primeiro episódio em que Jim escolhe não ignorar um alerta de notícia.

Esses momentos servem para lembrar que, mesmo que tomem a proverbial “high road” moral, esses personagens são insanamente bons e éticos no trabalho que fazem. Digam o que quiserem, mas essa é uma série que jamais esquece onde está o seu coração. E talvez o tema do episódio transcenda-o e sirva como um belíssimo resumo de The Newsroom: sem contar as pequenas coisas que ainda fez errado, a série fez tudo muito certo.

***** (4,5/5) – nota do finale
***** (5/5) – nota da temporada

maggie1

A HBO confirmou que The Newsroom terá uma 3ª temporada!

Caio

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