4 de set. de 2013

iTunes Festival 2013: The Lumineers, os showmen do folk (+ Poliça e Sigur Rós)

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Em certo ponto do show de mais de uma hora e meia do The Lumineers no iTunes Festival nessa terça feira (03), os cinco integrantes de tour do grupo saíram do palco principal da Roundhouse Arena e, cortando pelo meio do público que acompanhava o espetáculo, foram parar em um palanque improvisado no meio da platéia, onde cantaram “Darlene” e “Elouise”, duas das faixas bônus do álbum de estreia auto-intitulado. Nesse momento, vendo os celulares na platéia prontos e apontando para a banda, o vocalista, compositor e multiinstrumentista Wesley Schultz, que serve de frontman para o grupo, pediu: “nós adoraríamos se todo mundo abaixasse seus telefones e simplesmente estivesse aqui, nesse momento, conosco”. Em muitos shows, soaria arrogante. No do Lumineers, foi mesmo uma dica de como entrar melhor no clima da banda.

O Lumineers é uma junção de músicos absurdamente talentosos e absurdamente diferentes: Wesley e o parceiro de longa data Jeremiah Frates são a fundação da banda, colaborando em composições desde 2005, boa meia década antes da violoncelista e vocalista Neyla Pakarek se juntar ao trio que posa oficialmente como a cara dos Lumineers. O pianista e faz-tudo Stelth Ulvang e o baixista Ben Wahamaki entram por trás das cortinas para garantir a consistência intrumental do som bastante acústico e climático pelo qual a banda ficou conhecida. O hit “Ho Hey”, que rendeu uma das partes mais arrepiantes do show no iTunes Festival, projetou-os de bandinha de bar em Denver, Colorado para o sucesso internacional. E não foi a toa.

O quinteto tocou a totalidade do álbum de estúdio na Roundhouse Arena, incluindo as canções da edição deluxe. Um total de 15 faixas, só aí, e ainda sobrou tempo para duas inéditas: o doce dueto não-intitulado com cara de valsinha entre Wesley e Neyla (os fãs estão chamando a música de “Falling”) e a flamejante “Gun Song”. Abriu com a ótima “Submarines”, mas mostrou energia mesmo na segunda canção, “Ain’t Nobody’s Problem”, que colocou a plateia para cantar. As lindíssimas “Flowers in Your Hair”, “Classy Girls” e “Dead Sea” ganharam tratamento de gala com performance contida e deliciosa, e o refrão sensível de “Slow it Down” emocionou. Trocando de instrumentos o tempo todo e arrasando na execução de canções que soam até melhor ao vivo do que nas limitações de um álbum, o Lumineers mostrou que ainda tem a mesma energia e bom espírito de quando tocava para um público de no máximo 100 pessoas em Colorado.

A exaustão no longo encore de três músicas não impediu a fantástica “The Big Parade” de brilhar, e nem os integrantes de fazerem a festa no palco entre si depois. Com o The Lumineers, os showmen do folk, é assim: a diversão entre eles mesmos é tanta que dá mesmo vontade de abaixar o celular e entrar na brincadeira.

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O que mais rolou no iTunes Festival?

Na segunda feira quem fez a festa foram os alternativos: os americanos do Poliça chegaram com seu synthpop funkeado e sua formação inusitada (uma vocalista/tecladista, um baixista e dois bateristas) e mostraram porque são os queridinhos da cena indie desde o ano passado; mas eles foram atos de abertura para os experientes islandeses do Sigur Rós, liderados por Jónsi, que aproveitaram para divulgar o álbum novo, Kveikur, que saiu no último dia 12 de Junho. Já é o sétimo de uma carreira que começou lá nos anos 1990 e ganhou muita gente.

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