4 de set. de 2013

iTunes Festival 2013: Paramore pós-crise, we’re still into you!

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Hayley Williams faz 25 anos em Dezembro próximo. São oito deles já a frente do Paramore, que acumula quatro álbuns de estúdio (o último, auto-intitulado, se tornou o primeiro da banda a assumir o #1 do Billboard 200) e 16 singles. Com esse repertório mais do que respeitável para uma banda de integrantes tão jovens, o agora trio Paramore subiu ao palco da Roundhouse Arena no iTunes Festival ontem (04), consagrando uma nova era para a banda que começou com a traumática saída dos irmãos Farro da formação, logo após o último álbum, Brand New Eyes, de 2009. O sucesso do Paramore e a ótima repercussão crítica do álbum mostraram que Hayley, com o baixista Jeremy Davis e o guitarrista-baterista Taylor York, soube se reinventar, fazendo música de uma forma mais relaxada, passeando por gêneros e influências sem medo de perder os fãs do rock n’ roll.

A ousadia musical se traduz também no show: apesar da energia crua ainda vir da própria identidade do rock, a apresentação do grupo tem espaço para baladinhas pop, momentos dançantes, teclados e synths, além do momento glorioso de soul com “Ain’t It Fun”, indisputadamente a melhor canção do álbum. Tudo levado no carisma de Hayley, confortável no palco, onde passou a última década a frente do Paramore, e eternamente animada e carinhosa com os fãs. A voz demorou um pouco para esquentar, mas produziu maravilhas da metade do show para a frente. A banda abriu com as pesadas “Grow Up” e “Fast in My Car”, e depois mandou três dos grandes hits da carreira, recebidos com empolgação pelo público: “That’s What You Get”, “Decode” e “Ignorance”.

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Luzes abaixadas, foco em Hayley e no baixista Davis empunhando um ukelele. O interlúdio “I’m Not Angy Anymore” anunciou o retorno ao repertório do novo álbum: interessante citar que, em entrevista, Hayley apontou para os interlúdios do álbum como os momentos em que a banda mais diretamente lida com a mágoa em relação aos Farro. O single “Now” e o rock de arena “Daydreming” se seguiram, abrindo caminho para Hayley trazer o teclado laranja para o palco e usá-lo em duas canções mais lentas, “When it Rains” (resgatada do Riot!) e “Last Hope”, tirada do novo álbum. O hit “Brick By Boring Brick”, talvez um dos melhores singles da carreira da banda, coroou a sequencia.

O segundo interlúdio, o gostosinho e descompromissado “Holiday”, abriu caminho para uma das favoritas dos fãs, “Crush Crush Crush”. A histeria continuou, com Hayley pedindo para a plateia dançar com ela na já mencionada “Ain’t it Fun”, com direito a coral gospel no backtrack e bridge levada pelas palminhas do público. A dance party foi tão boa que a banda a engatou a um momento mais calmo, com a inesquecível “The Only Exception” e a lindíssima “In The Mourning”, uma faixa que não entrou em nenhum dos álbuns, mas que o Paramore tem o costume de apresentar nos shows.

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“Pressure” apelou para os fãs mais antigos da banda, e o mega-hit “Misery Business” proveu o ponto alto do show, com Hayley chamando uma fã para o palco e dando-a um microfone. A moça, Alice, comandou o show ajudada pela vocalista, numa das canções mais energéticas e duradouras da banda.

O encore começou com “Part II”, elaborada canção do Paramore, e desaguou no último interlúdio apresentado no show: “Moving On”. Nada mais apropriado para uma banda que parece já estar bem longe de considerar a saída dos irmãos Farro um problema. O ato de fechamento foi com o hit “Still Into You”, também do novo álbum, com direito a papel picado na plateia e clima geral de alegria. O novo Paramore é assim, muito mais fácil de amar.

Caio

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