por Caio Coletti
(@EcoCaio)
ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
Kevin Chapman é um ótimo ator. E talvez sua performance como o Detetive Fusco em Person seja servida com o menor dos papéis quase em todas as oportunidades, mas em “In Extremis”, seu personagem está no centro do palco. Não é possível dizer que a fase menos brilhante que Person tem passado nas últimas semanas tenha sido completamente superada, mas esse 20º episódio da temporada, que antecipa os dois capítulos de fechamento da mesma, é uma evolução e tanto.
Para começar, apesar de alguns diálogos superficiais, Chapman é servido com um prato cheio, e se serve dele com brilhantismo. Na trama, Fusco vê os fantasmas de seu passado como um policial sujo virem a tona quando um dos ex-companheiros de HR, preso, resolve abrir o bico. O roteiro de Greg Plageman (5ª colaboração na série) e Tony Camerino (estreante) não acerta o ponto do personagem o tempo inteiro, principalmente ao lançar mão de flashbacks pouco úteis, mas Chapman mostra que essas duas temporadas fizeram de Fusco uma figura sólida o bastante para se sustentar em um episódio em que é protagonista. A atuação na cena do banheiro com Carter é digna de Emmy.
Ainda na trama de Fusco, a série encontra tempo para levantar uma questão no mínimo interessante: até quando a moralidade pode ser pura? Fazer a Detetive Carter da sempre ótima Taraji P. Henson duvidar dos próprios preceitos ao se confrontar com o fato de que seu parceiro já foi um policial sujo é uma sacada brilhante, e que o desenlace do roteiro sela com precisão (o último take de Henson é espetacular). Por suas vezes, Finch e Reese são movidos para segundo plano: o número da semana é o de um cirurgião renomeado que pode estar sendo envenenado por uma empresa farmacêutica após vazar para um investidor da bolsa de valores que os testes de um novo remédio falhariam (o que fez as ações da empresa cairem, é claro).
É interessante a forma como o roteiro enlaça essa trama com a de Fusco. Primeiro, porque Dennis Boutsikaris se mostra um guest star dos melhores até hoje na série, com uma interpretação sensível e marcante. Segundo, porque ambas as histórias são sobre homens que erraram muito em suas vidas e, quando confrontados com isso, se vêem diante da pergunta fundamental: o que eu fiz de mal me pune, ou o que eu fiz de bem me absolve? Person ainda não acabou com seu estoque de cartas na manga.
**** (4/5)
Próximo Person of Interest: 02x21 – Zero Day (02/05)
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