20 de abr. de 2013

Review: Doctor Who, 07x10–Hide

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por Andreas Lieber
(Tumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Vindo de um episódio (“Cold War”) que enfrentou uma bruta dualidade de opiniões entre a crítica e os fãs, Doctor Who nos entrega essa semana um que dificilmente receberá uma crítica menos do que: excelente. É isso, Neil Cross did it again! O novato roteirista de Doctor Who, que teve sua estreia com “The Rings of Akhaten”, reaparece no décimo episódio da sétima temporada com o assustador, ainda que lindo, “Hide”. Quando foi anunciado o cartaz do episódio e, logo depois, a preview no fim de “Cold War”, muitos ficaram com um pé atrás: após alguns episódios passados com o tema fantasma/assombração (um deles, inclusive, considerado um dos melhores de Doctor Who, “Blink”, da terceira temporada), será que a série conseguiria produzir mais um de maneira satisfatória? Sim, a resposta é sim! Conseguiu, e foi muito mais do que o esperado.

Quando o Doctor e Clara estacionam a TARDIS em pleno anos 70 na  famosa Caliburn House, uma mansão que tem a fama de ser assombrada – isso mesmo antes de ter sido contruída; o terreno já tinha histórias –, eles se deparam com um veterano de guerra convertido em caçador de fantasmas, o professor Alec Palmer (Dougray Scott), e sua ajudante psíquico-empática, Emma Grayling (Jessica Raine, cuja atuação foi brilhante ao extremo) na tentativa de ajudar a fantasma residente no local, conhecida por Witch of the Well (A Bruxa do Poço).

Trabalhando muito bem com o elemento medo, Cross escreve um roteiro fantástico ao entremear o Doctor e seus companions pelos corredores escuros da enorme casa à luz de candelabros. Para ajudar esse clima de mistério, a fotografia em sépia foi absolutamente perfeita, conferindo um ar clássico aos lustres de vidro e a mobília da década do exagero, nos fazendo dar pulos e gritinhos junto aos personagens. Não perdendo a essência da série, esse terror clássico se mistura ao sci-fi quando a verdadeira identidade da aparição milenar é revelada e o Doctor e Clara viajam da criação da Terra ao seu fim com uma máquina fotográfica registrando o mesmo lugar em diferente tempos.

Perseguidos ainda por uma criatura sem nome que faz até o Doctor admitir que está com medo, “Hide” também nos transporta para uma floresta assombrada em um pocket universe, onde a fotografia foi também muito bem trabalhada. Momentos de humor permearam a história, como Clara sofrendo bullying da TARDIS, o que dará um segmento interessante no próximo episódio, e as caras do Doctor andando pela casa assombrada. Neil Cross mostra que mais uma vez está afiadíssimo para escrever episódios de Doctor Who e, mais uma vez, temos uma companion duvidando das razões do Doctor e ficando angustiada com a percepção de que ela é um fantasma para o Doctor, assim como todos nós. “Hide” é um exemplo das boas histórias que Doctor Who ainda tem pra contar, aquelas que nos lembram que o medo coexiste, e muitas vezes se mistura, com o amor, a coragem, a bravura e o inesperado. E isso, nós, “somos o único mistério que vale a pena ser solucionado”, como diz o Doctor.

5/5(*****)

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Próximo Doctor Who: 07x11 – Journey to the Centre of the TARDIS (27/04)

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