3 de abr. de 2013

Review: The New Normal, Season Finale (01x21/01x22)

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por Caio Coletti
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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Foi um prazer accompanhar The New Normal nesse primeiro ano de vida da série, e se há um motivo particular para isso, talvez ele seja a fidelidade ferrenha que a trama manteve, durante seus 22 episódios, à missão de retratar uma família contemporânea da forma que ela deveria ser retratada: sem se render às convenções da sociedade, mas sem ignorar que elas existam, resolvendo cada empasse colocado no caminho dos personagens com bom senso e uma direção que pode até ser utópica, mas jamais é ingênua.

“Finding Name-o” e “The Big Day”, assim como boa parte dos episódios dessa primeira temporada, mostrma alguns conflitos que só se desembaraçam quando os personagens abraçam completamente as particularidades de quem eles são e, especialmente nesse final de ciclo para a série, de quem eles se tornaram. Isso fica claro no subplot de Goldie, que ao final do penúltimo episódio é surpreendida pelo ex-marido Clay que, tendo tentado se redimir nos últimos tempos, pede para a moça casar-se com ele (de novo). “Nós fomos embora justamente pelo jeito que as coisas eram”, dispara Shania quando a mãe lhe pergunta se não seria bom ser uma família completa de novo. Por mais que esse que vos fala tenha adquirido simpatia pelo personagem do sempre ótimo Jayson Blair, é preciso dar os méritos a Murphy, que escreve o último episódio da temporada, por ter reconhecido que voltar com Clay seria um empecilho para o desenvolvimento de Goldie.

Outra boa sacada do roteiro foi colocar um ponto final (embora nem tão final) na evolução do personagem de Jane durante a temporada. O último diálogo dela com a neta Goldie é saboroso para quem acompanhou sua transformação, e o toque do “abrace o seu potencial, e não o seu passado” talvez seja a melhor forma de resumir o ponto de The New Normal durante todos esses 22 episódios. Seus personagens são pessoas que estão constantemente abraçando o que está a frente deles, e as resoluções dos conflitos dessa temporada sempre apontaram nessa direção. Ao mesmo tempo, The New Normal não é bobo o bastante para negar que o passado ainda assombra e atormenta esses neófitos futuristas. Embora um pouco apressada, essa é uma série que sempre soube o que estava fazendo.

Entre “Finding Name-o” e “The Big Day”, David e Bryan escolher o nome de seu filho (um toque engraçadinho e doce do roteiro), se vêem perdidos entre as tradições familiares e as vontades próprias no dia de seu casamento, assistem ao nascimento de seu filho, e até conseguem um fechamento, talvez um pouco otimista demais, de sua relação com o adorável Padre Michael. John Benjamin Hickey, aliás, é um retorno bem-vindo, assim como o de Jakcie Hoffman como a mãe de David. Mas eles são coadjuvantes para que possa brilhar o elenco fixo da série, e o destaque aqui precisa ir para Georgia King e Andrew Rannell, que fecham com chave de ouro uma temporada de atuação perfeita.

The New Normal pode ter muita coisa passível de crítica em sua execução, e os detratores cegos de Ryan Murphy certamente deram conta disso, mas essa é uma série que passou por 22 episódios sem, em nenhum momento, se permitir ser maniqueista ou irrealista. Quantas mais podem dizer o mesmo?

***** (4,5/5)

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Uma segunda temporada de The New Normal ainda não foi confirmada pela NBC

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