por Caio Coletti
(@EcoCaio)
ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
É difícil eleger o melhor aspecto de “The Prisoner”, esse excepcional terceiro episódio da até agora excelente Da Vinci’s Demons, mas se for possível fazer uma lista, um dos itens certamente sará Lara Pulver. Depois de desempenhar um papel pequeno nos dois primeiros episódios, a atriz britânica conhecida do grande público por uma participação de seis episódios em True Blood tem a chance de se mostrar uma das melhores intérpretes da série. Sua Clarice, esposa de Lorenzo de Medici, ganha contornos de uma mulher forte, prática e poderosa como as personagens femininas desse tipo de narrativa. E Pulver é um bom contraponto a também ótima atuação de Laura Haddock como a desorientada e frágil (ainda que manipuladora) Lucrezia Donati, amante de Lorenzo (e de Da Vinci).
Clarice confronta Lucrezia em “The Prisoner”, em uma das melhores cenas do episódio, na capela especial dos Medici. As intrigas palacianas por essa semana ficam na busca de Lorenzo pelo espião dentro de sua Corte, o que leva Lucrezia a armar um plano complexo para não ser exposta. No outro extremo da trama, uma onda de possessões demoníacas em um convento perto de Florença pede pela intervenção dos Medici, enquanto Da Vinci é levado a reboque por seu assistente Nico para tentar salvar uma das freiras, a modelo que vimos no primeiro episódio, interpretada pela lindíssima Hera Hilmar. O confronto entre Florença e Roma se acirra quando guardas de Roma, junto com um exorcista, chegam ao local para expulsar os demônios que Da Vinci está convencido de que não existem.
É preciso dizer que Tom Riley está ótimo aqui, se adaptando ao personagem cada vez melhore, e que a direção de Jamie Payne ajuda bastante. Um preferido recente da televisão britânica (ele dirigiu o episódio “Hide”, de Doctor Who), Payne sabe como conduzir uma trama de mistério, mesmo que os “casos da semana” de Da Vinci’s ainda incomodem um pouco a proogressão geral da história maior. A impressão que fica, as vezes, é que se trata apenas de uma conveniência da serialização, e não uma exigência da narração. O roteiro de David Goyer e Scott Gimple acerta em cheio, no entanto, na missão de fazer essa história ser interessante o bastante para não nos fazer perceber essa falha.
Quem continua roubando a cena, no entanto, é Blake Ritson, magnético a cada segundo em cena, mesmo tendo pouco a fazer como aqui. Seu Conde Riario é odioso e fascinante a um único tempo, como todos os grandes vilões costumam ser. A melhor parte, no entanto, é que ele é só a engrenagem mais azeitada de uma máquina que está funcionando a pleno vapor: Da Vinci’s Demons pode rapidamente se tornar a melhor série da temporada.
***** (4,5/5)
Próximo Da Vinci’s Demons: 01x04 – The Magician (03/05)
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