por Caio Coletti
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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
Na semana passada, a gente aqui n’O Anagrama destacou a estreia da série The Americans, do canal americano FX, em um artigo especial que vendia a trama do casal de agentes soviéticos infiltrados nos EUA em plena década de 80 como uma eficiente mistura de thriller político e drama familiar. Os paralelos continuam nessa segunda entrada da temporada, também escrita pelo criador da série, Joseph Weisberg. A diferença é que aqui o moço amarra melhor as pontas e traça melhor as linhas que ligam a vida pessoal dos Jennings com suas missões secretas, e tudo isso com o jogo político dentro do quartel-general da KGB, dos escalões do poder americano e de uma força-tarefa do FBI.
The Americans é uma série que mira em muitos alvos ao mesmo tempo, mas até agora é impossível negar que ela tenha acertado em cheio todos os tiros. “The Clock” faz os Jennings provarem suas habilidades de espiões ao serem encarregados de colocar uma escuta dentro da casa do Secretário de Defesa americano. A forma como a trama parece se divertir com as possibilidades da espionagem lo-tech dos anos 80 faz o espectador perceber que, sem todos os apetrechos digitais, aquele era um trabalho muito mais perigoso e, principalmente, muito mais excitante de se acompanhar.
Na frente do FBI, o Agente Beeman, vizinho dos Jennings, segue uma empregada da embaixada russa para tentar conseguir uma forma de torná-la uma agente dupla. O conflito que a série está lentamente construindo entre um universo e o outro, e a forma como os dois entram em colapso quando as câmeras se voltam para o ambiente doméstico (a cena de camaragem entre Beeman e Philip é uma das melhores coisas do episódio, cheia de subtons e entrelinhas) é um tempero a mais para uma trama absolutamente bem construída, mas que ganha o jogo onde qualquer série precisa ganhar: fazendo o espectador se importar com seus protagonistas.
Parte desse trabalho é feito por Keri Russell e Matthew Rhys, ela extremamente eficiente, ainda por mostrar seu melhor para as câmeras, e ele absolutamente superlativo no papel de Philip. “The Clock” implanta nos personagens o medo de que suas vidas fabricadas um dia se prove tão fugaz quanto a vida de verdade de cada um. E isso não é só ótimo entretenimento e grande oportunidade para Russell e Rhys brilharem: é, acima de tudo, algo com o que é surpreendentemente fácil se identificar.
**** (4/5)
Próximo The Americans: 01x03 – Gregory (13/02)
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