por Isabela Bez
(Twitter – Tumblr)
Entre tantos desfiles de primavera verão 2013 em Paris, foram Chanel e Dior que chamaram mais atenção por conta de um simples detalhe em comum. Exibindo suas coleções no Grand Palais e Paris’ Tuileries, respectivamente, as duas grandes grifes apostaram no tema floresta encantada, que, como declarou Raf Simons “existe uma grande diferença entre flora e jardins”, já que no primeiro não há interferência do homem. E, de fato, o atual diretor criativo da Dior não só estava certo, como também não fez feio: provou com todas as palavras que realmente sabia o que estava fazendo, e nos proporcionou um desfile ímpar.
Em clima de Alice no País das Maravilhas, as modelos literalmente saiam de um buraco e andavam em torno de arbustos, passeando delicadamente em seus vestidos. Seus cabelos eram curtinhos e escuros, suas maquiagens eram pesadas e seus rostos eram sombrios. Simons quis refletir em sua coleção a pureza da natureza e a evolução da primavera para o verão.
As silhuetas eram delicadas e flores se tornaram parte de vários looks. “É a própria ideia da primavera”, declarou Simons. Ele também não deixou faltar traços de Christian Dior, com o terninho de cinturas bem finas denominado Bar Jacket, criado em 1947 pelo mesmo. Vestidos no formato de sino e com bolsos foram as apostas de Simons. Sem contar as calças cigarette.
Com localização no Grand Palais, um dos lugares mais lindos de Paris, Chanel já começou acertando. No interior do edifício, o sol entrava pelo teto de vidro e iluminava o salão que foi cercado de árvores gigantes, fazendo-o parecer uma imensa floresta. Mais do que isso, uma floresta encantada, onde as modelos quase que flutuavam como fadas. A Vogue britânica nomeou a coleção de Karl Lagerfeld um gótico “Sonho de uma Noite de Verão”, peça escrita por Shakespeare.
O consagrado tweed foi deixado de lado para dar lugar a um tecido feito à mão de tons dourado e off-white, a princípio confundido pelo próprio tweed. Apesar de parecerem ser calças, botas até os joelhos fizeram parte da maioria dos looks. Discretos paetês eram vistos em saias e vestidos. Também houve espaço para a gravata borboleta.
Sem dúvidas uma coleção digna de carregar o nome Chanel. Como Simons, Karl também usou vestidos em forma de sino e muita estampa floral. Mas ele se limitou na escolha de cores, ficando entre o preto, azul e branco. Além desses tons, o desfile da Dior também apresentou cores fortes como o vermelho e o amarelo. Para Karl Lagerfeld, a coleção da Chanel foi “sofisticada, mas gosto da ideia de loucura sendo a disciplina”.
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