por Caio Coletti
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ATENÇÃO: esse artigo contem spoilers!
Cult, com estreia marcada para o próximo dia 19 de Fevereiro no canal americano CW (o primeiro episódio vazou alguns dias atrás) é um tipo de série que, nos conta a história da televisão, pode dar muito certo ou muito errado. O título esperto indica um aspecto do plot do programa, mas aponta também para a ambição que Cult tem a longo prazo. Essa é uma série que quer ser Arquivo X e Lost, mas é também uma série que pode acabar se tornando Flashforward (não lembra? pois é). Pode até ficar no meio do caminho e acabar como Heroes e Fringe, séries que terminaram com alguma dignidade mas não necessariamente se fixaram no imaginário coletivo como gostariam. Cult é uma série que quer ser justamente o que o título diz: cult. E tem uma ideia razoável de como fazê-lo.
O plot é um deleitezinho metalinguistico: Cult é o nome da série-dentro-da-série, sobre uma seita religiosa-criminosa liderada por Billy Grimm (Robert Knepper, sempre ótimo em ser creepy as hell). Nate (James Pizzinato) é um fã hardcore dessa série, algo que não anima muito o seu irmão mais velho, o repórter Jeff (Matt Davis, de The Vampire Diaries). Isso até Nate desaparecer do mapa, deixando uma mancha de sangue consideravel na cadeira da sala de estar. Jeff acaba se juntando a uma estagiária curiosa da produção do programa, Skye (Jessica Lucas, de Cloverfield), e os dois descobrem que a tal seita da série pode ser um pouco mais que rescurso ficcional.
Cult acerta muita coisa no caminho para o seu objetivo. São os pequenos detalhes que fazem uma série cult angariar fãs: coisas como o café que Jeff e Skye visitam em suas investigações, chamado “Fan Domain”, um aceno para a mania das fandoms. Fazer do cenário um recurso recorrente da série pode ser uma decisão mais do que acertada. Outra boa jogada é colocar o criador da série-dentro-da-série, Steven Rae, como um completo mistério, ao menos pelo começo da primeira temporada. Ter um “homem por trás das cortinas” é uma constante em séries como Lost e Arquivo X, e as séries que revelaram demais sobre ele logo no início não chegaram a empolgar.
O criador da série de verdade, por sua vez, assina como Steven Rae, o que adiciona uma cereja no bolo. Ele é na verdade Rockne S. O’Bannon, que comandou a elogiadíssima Farscape, e faz um trabalho bastante decente como escritor principal desse primeiro episódio. Ele conduz um piloto com cara de piloto, mas deixa os personagens chegarem até o espectador já semi-formados. Não é um trabalho primoroso como a estreia de The Americans, para citar um exemplo recente, mas funciona bem e deixa espaço para os personagens crescerem no decorrer dos episódios.
É cedo para dizer se Cult vai ser uma grande série, especialmente por sua estrutura e direcionamento. Tudo vai depender da forma que O’Bannon e sua equipe de escritores vão lidar com a mitologia e com a relação entre os personagens, algo para o qual não temos muito tempo nesse primeiro episódio que procura deixar as coisas engatilhadas para uma serialização clara e precisa. E consegue, o que faz de Cult mais promissora do que muitas séries que estreiaram esse ano.
**** (4/5)
Próximo Cult: 01x02 – In The Blood (26/02)
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