8 de fev. de 2013

Review: Person of Interest, 02x14 – One Percent

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Person of Interest tem a habilidade única de entregar episódios regulares, com pouco ou nenhum desenvolvimento de mitologia, que são tão interessantes quanto os capítulos mais delicados para a trama geral da série. “One Percent” comete alguns deslizes pelo caminho, mas entrega mais uma peça de entretenimento perfeitamente atraente, com tempo de sobra para introduzir um personagem bom o bastante para se tornar regular, e ainda provar que os roteiristas não se cansam mesmo de explorar as pequenas subversões da própria fórmula que só Person sabe produzir.

Nessa 14ª entrada da segunda temporada, Finch e Reese, reunidos após os tensos acontecimentos dos últimos três episódios, tem de lidar com o novo número entrgue pela máquina, o bilionário Logan Pierce (Jimmi Simpson). Dono de um império construído sobre um site de relacionamentos (uma cutucada bem óbvia a Mark Zuckenberg), o jovem é excêntrico, imprevisível e “curioso o bastante para ser perigoso”, como Finch define no final do episódio. Dessa vez, ele é a vítima, mas Person subverte o jogo ao nos apresentar um “bom moço” que pode representar uma ameaça futura para a anonimidade de Finch e Reese.

Agora, nomeando os “deslizes pelo caminho”: essa é uma série que raramente comete o erro de subestimar a inteligência do seu espectador, mas aqui temos Reese se limitando a frases óbvias como “como acompanhamos um cara que quebra todas as regras?” e “talvez Pierce e seu parceiro tenham algo a ver com o desparecimento da moça”, quando, nesse último caso, Finch acaba de dizer a mesma coisa, de sua maneira mais complexa. Eu não sou desses fãs de Person que acham que Reese é só o músculo da dupla. Na verdade, o ex-agente da CIA de Jim Caviezel mostrou-se muito astuto uma dezena de vezes, antecipando planos, segurando as pontas quando preso em Riker’s Island, etc etc. O programa diminuir ele a um stalker com falas óbvias não faz bem nem ao personagem e nem a Caviezel, que é mais ator que isso.

Finch, por outro lado, brilha aqui. E Michael Emerson também. Seja tentando animar o cachorro da dupla, Bear, ou passando por empregado de uma lavanderia que o bilionário frequenta uma vez por semana (e, especialmente, em um monólogo em flashback, um show-off de toda a facilidade verbal sempre impressionante de Emerson), Finch parece estar mais dentro do jogo que o seu próprio parceiro. Por fim, a trama entre Carter e Fusco na delegacia soa como a preparação para um conflito grande perto do final da temporada. “One Percent” não é um episódio de definitivos, mas de entremeios. E, mesmo assim, Person encontra uma forma de fazê-lo entretenimento de primeira.

**** (3,5/5)

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Próximo Person of Interest: 02x15 – Broken Solid (14/02)

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