21 de jul. de 2012

Moda reciclável.

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por Isabela Bez
(TwitterTumblr)

Enquanto revia alguns desfiles da década de 90, algo me chamou a atenção: o inverno Versace de 1994. Se olharmos 20 anos atrás, podemos ver que a moda é exatamente a mesma. Couro, botas acima dos joelhos, comprimento mini, roupas largas, recortes, estampas, mistura de tecidos… Até os cabelos continuam os mesmos. Até o bom e velho casaquinho de tweed, as luvas de couro, o cinto marcando as cinturas perfeitamente finas, a bolsa carteiro tão gloriada hoje em dia. O único detalhe que deu a falhar foi o saltinho das botas, mas os bicos finos delas as entregam novamente. Oras, é tudo a mesma coisa. Adicione uma qualidade HD e mude as modelos: ninguém irá notar a mínima diferença. Na verdade, quando a Kate Moss entra na passarela, parece que voltamos a 2012 de novo.

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É tão engraçado ver que as mesmas ideias futuristas da década de 90 são as nossas hoje em dia. E tudo parece tão novo no mundo da moda que às vezes nem percebemos. É claro, sabemos que a moda é antiga, e cada tendência é transformada para ser usada nos dias de hoje. Mas as roupas estão parecendo cada vez mais como cópias do passado do que recriações.

Afinal, os estilistas não estão aí para nos mostrarem algo original? Uma ideia nova? Algo que nos surpreenda a ponto de não nos contentarmos até que tenhamos aquela peça it no nosso guarda-roupa?

Por que ninguém consegue ser tão original como antes? Será que não existem mais ideias para serem criadas? Será que o ser humano chegou num ponto final? Eu duvido. E duvido mesmo.

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Sim, é legal usar o que minha avó já usou um dia, mas até quando? Se hoje temos influências (e grandes) das décadas de 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90, o que acontecerá quando a nossa década de 20 chegar? Não haverá mais moda?

Do ponto de vista atual, onde vemos o futuro como algo totalmente fora do nosso comum, todas as pessoas irão usar a mesma cor, o mesmo tecido e o mesmo corte de roupa. Não é a coisa mais chata e sem sentido que você já ouviu falar?

Alguém consegue imaginar um mundo sem moda, sem arte, sem aquela sensação na barriga de quando uma nova tendência acaba de sair quentinha do forno? Pois é, eu não. Só espero que venha logo uma nova geração de mentes brilhantes que mudem essa mesmice. Porque, sim, nós amamos vestir o que Gianni Versace criou décadas atrás. É icônico, é glamouroso, é deslumbrante. Mas até quando?

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Isabela Bez escreve todo dia 21.

1 comentários:

Anônimo disse...

arrasou Bez!