ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
Um pode reclamar que Sleepy Hollow é uma mistura sem sentido de mitologias, alguns plot holes, um cidadão usando as mesmas roupas por 200 anos... mas convenhamos, é isso que faz a série tão boa. Ela é completamente doida. Cucko bananas! E vocês estão aí assistindo séries de vampiros, lobisomens, bruxas, fofocas e vingança infinitas, então Sleepy Hollow está muito bem entre os candidatos de mais um dia normal nos Estados Unidos. Essa semana a série pareceu ouvir sobre os problemas que estávamos sentindo e se abriu um pouco mais para seus personagens – embora não todos – e definiu um caminho firme para sua mitologia.
Enquanto Jenny fugia da instituição e Ichabod nos entregava uma das cenas mais engraçadas da série até então – dando conselhos amorosos pelo telefone para um chorosa atendente da NorthStar, companhia de auxílio de veículos –, um culto antigo e alemão se torna visível novamente, atrás do que não conseguiram da última vez. Em mais um episódio com flashbacks, vemos Ichabod no século XVIII encabeçando nada mais, nada menos que a própria Boston Tea Party* que, segundo a série, teve objetivos mais obscuros: salvar um objeto misterioso da seita alemã demoníaca que o queria para trazer à Terra os 72 demônios que Solomon aprisionou no inferno, segundo a lenda.
Em uma reviravolta de roteiro impressionante, Sleepy Hollow evitou todo o drama de uma temporada que poderia se arrastar e encher o saco entre Jenny e Abbie e, aparentemente, resolveu a situação entre as irmãs pelo menos o suficiente para que possam trabalhar juntas – e assim formar o começo de uma Scooby Gang, yay! No momento “wow” do episódio descobrimos que Jenny era também protégée do xerife Corbin, sendo mandada em busca de artefatos sobrenaturais em todo o mundo. Quando ao objeto misterioso, esse era um sextante, um objeto para medir e corrigir distâncias na navegação, modificado para reproduzir um mapa antigo de Sleepy Hollow: onde encontrar a arca perdida que Ichabod salvou na Boston Tea Party.
No fim descobrimos que a arca guardava o próprio livro de Solomon, escrito em sangue e a chave para a invocação dos demônios. Os alemães bem que tentaram, mas ninguém se mete com (nenhuma) Scooby Gang. Saldo do episódio: agora podemos chamar o demônio branco da floresta pelo seu verdadeiro nome, Moloch. O problema é que ele não é realmente um demônio, se ignorarmos a cristandade humana. Antigo deus dos amonitas, um povo já extinto da atual região da Jordânia, ele é usualmente referido pelos sacrifícios infantis. Claro que ninguém sabe realmente como as práticas eram conduzidas na Antiguidade para com esse deus em particular, mas na série ele é pintado como alguém não muito agradável. Vamos nessa corrente também.
Se Sleepy Hollow não descer para o Inferno, o Inferno sobe para Sleepy Hollow, e isso ficou bem claro nesse episódio. Jenny chegou trazendo o pacote “badass” para o grupo, enquanto Ichabod e Abbie mativeram a boa química entre os dois. Os outros personagens ainda estão esquecidos, mas ao menos pudemos ver o comandante Irving em uma cena de crime com direito à corpos decapitados pela seita alemã e percebendo que não, esses não perderam a cabeça nas mão do Cavaleiro.
Observações adicionais:
- Momento História do dia: a Boston Tea Party foi um ataque dos Sons of Liberty, de Boston, em 1773 para destruir todo o chá de importação da cidade, já que esse era controlado e taxado pela Inglaterra e pela Companhia das Índias.
***** (4,5/5)
Próximo Sleepy Hollow: 01x05 – John Doe (14/10)
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