ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
“So if you’re gonna kill my inside man, the least you could do is thank him first”. Em um mundo de espionagem pulp e agentes do FBI que precisam da ajuda de um notório criminoso para fazer seu trabalho, The Blacklist navegou nas águas leves de sua premissa pelas três semanas de estreia, mostrando o quão potencialmente divertida ela pode ser. Em “The Stewmaker”, quarta entrada da temporada, começamos a conhecer o lado sombrio de Red e dos integrantes de sua temida lista negra, e o fato de que a série lida muito bem com esse novo tom prova a sua competência e auto-consciência, duas qualidades que tem sido chaves para essa fase inicial da trama.
O “blacklister” da semana é o Stewmaker, interpretado pelo character actor Tom Noonan, um assassino de aluguel que é conhecido por se livrar dos corpos de maneira absolutamente confiável, derretendo-os em produtos químicos de modo a não deixar nenhum rastro. A oportunidade de pegá-lo surge quando uma testemunha do caso contra o chefão das drogas Hector Lorca (Clifton Collins Jr) desaparece exatamente dessa forma. Quando a Agente Keen, que também iria testemunhar contra o réu, é sequestrada pelo mesmo, Red e o FBI correm contra o tempo para não deixá-la cair nas mãos do Stewmaker.
O roteiro do episódio é assinado por Patrick Massett e John Zinman, dupla responsável por vários capítulos da elogiada Friday Night Lights, e talvez por essa verve dramática o tom da narrativa ganhe mais peso. É uma bem-vinda forma de mostrar mais dos personagens sem comprometer totalmente o entretenimento, uma vez que Massett e Zinman criam um vilão genuinamente intrigante, com uma história genuinamente trágica. Ajuda que Tom Noonan encarne esse espírito tão bem, naquela que provavelmente é a atuação de guest star mais memorável da série até agora.
Como de costume, o outro destaque do episódio é a relação entre a Agente Keen e Red, que trocam menos diálogos do que o costume em “The Stewmaker”, mas se digladiam em uma armadilha moral no final do episódio. “How can you live with that?”, pergunta uma Megan Boone esgotada, frustrada e transparente como em cada minuto de The Blacklist até agora. “By saving your life”, responde James Spader, que está sem dúvida arquivando uma das melhores atuações da televisão americana no momento. Seu monólogo frente a frente com o Stewmaker perto do final é visceral, cheio de floreios, e arrepiante.
“The Stewmaker” prova que The Blacklist continua boa mesmo quando se leva a sério, e ainda que determinadas partes da narrativa caminhem aos trancos e barrancos. Ao voltar sempre a relação central entre os seus dois protagonistas, no entanto, a série salva-se de quaisquer pecados. É um porto seguro que a série precisa guardar com afinco.
Observações adicionais:
- O lentíssimo mistério em torno do marido de Elizabeth está ficando cansativo. Não pelo ritmo ou pelas pistas cada vez mais bizarras, mas simplesmente porque parece cada vez mais removido do centro da série. Tanto que poderia muito bem nem estar presente.
**** (4/5)
Próximo The Blacklist: 01x05 – The Courier (21/10)
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