1 de out. de 2012

Conhecendo a Equipe #2: Músicas que marcam momentos/lembranças.

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Pra quem não acompanhou o mês passado, a coluna Conhecendo a Equipe (de nome auto-explicativo, mas vamos re-explicá-lo) coloca todos os colunistas, colaboradores e construtores, enfim, todo mundo que faz O Anagrama, para responder uma mesma pergunta (que você, leitor, também pode responder nos comentários!).

A pergunta de Outubro é:

Qual música te marcou? Cite uma canção que te remeta a um momento de sua vida.

por Caio Coletti – editor
A música chama “Sereia”, mas pra mim ela não tem cheiro de mar: tem cheiro de infância. Eu não sei como é com vocês, mas sabe aquela música que simplesmente te leva pra um outro lugar, um outro dia, uma outra época, com outras pessoas na sua vida? Conta a minha mãe que essa música do Lulu Santos era a única que me fazia dormir quando eu estava em meus tenros primeiros anos, quando meu pai me pegava no colo, cantava e ficava, nas palavras dela, “sambando pela casa”.

Minha memória dessa música, é claro, vem de algum tempo depois. Minha mãe tinha um CD (*cof cof* pirata *cof cof*) do Acústico MTV do Lulu Santos, e eu me lembro de ficar voltando e repetindo essa música o tempo todo, com o meu pai na sala, tentando decorar a letra. É uma lembrança bem boba na verdade, mas isso faz com que todas as vezes que eu ouça essa música eu me sinta num clima mais simples, num ambiente que pra mim parece mais iluminado e menos tirbulado pelas preocupações que chegaram uns anos depois. Há uma parte amarga, uma saudade que bate com essa música, mas é um amargo que está menos para a pura melancolia e mais para a agridoce nostalgia.

por iJuniordesigner – (todo dia 01) - veja os textos dele aqui
Pra mim, musica é uma das maiores riquezas da vida, uma arte que "entra" em nós, um pedaço de algo feito por alguém que sempre fica conosco, a vida toda, e obviamente algumas delas acabam nos marcando; um relacionamento mal acabado; uma grande paixão; um período de sucesso na vida, uma fase de desapego e etc, e assim sendo, acabam se tornando apenas musicas "registro" que se tornam responsáveis por nos relembrar momentos e impulsionar sentimentos, mas se eu posso falar sobre uma musica que mudou a minha vida, falarei sobre uma que não apenas registrou um momento, mas sim de uma que foi responsável por mudar - e pra melhor - tudo, tudo aqui que hoje faz parte de mim, foi um simples momento porém responsável por uma vida.

A musica que falo se chama “Don't Let It Go To Your Head”, originalmente da banda Fefe Dobson, mas nesse caso a gravada pela cantora americana de R&B Jordin Sparks. O porquê? graças a um trecho dela eu acabei conhecendo uma das pessoas mais importantes da minha vida: meu melhor amigo. Mais que irmão, mais que necessário, depois dele nós crescemos muito um com o outro. Foi um simples trecho jogado ao vento e completado ao acaso que fez um notar melhor o outro no meio de tanta gente. Hoje é uma musica que não deixo de ouvir, e é impossível ser grato pela enorme oportunidade que ganhei com ela.

por Marlon Rosa – (todos os dias 04 e 16) - veja os textos dele aqui
Se eu pudesse separar todos os amores e paixões da minha vida em algum lugar, esse lugar seria um arquivo morto cujas gavetas teriam nomes de chuvas. Existiriam os casos alocados na gaveta Chuvas Frontais, causados pelo encontro de uma massa fria e seca (a pessoa), com outra quente e úmida (eu). É o tipo de caso que apresenta uma intensidade baixa e moderada, porém abrange uma grande área. A maioria das “preciptações” estariam na gaveta Chuvas Convectivas, mais conhecidas como chuvas de verão ou torós. Sabe aquelas pessoas que chegam na sua vida e bagunçam tudo com a velocidade de uma rapidinha deixando um estrago enorme pra trás? É bem isso.

Na última gaveta estariam os casos pertencentes às Chuvas Orográficas, que acontecem quando uma camada quente e úmida (a pessoa) encontra uma barreira montanhosa (eu). É o contrário dos casos da primeira gaveta, aqui, ficam as pessoas fofas que tentaram passar por cima dessa tal barreira, mas que foram obrigadas a chover em outro molhado. O arquivo morto com todos esses fenômenos receberia o nome de “Santa Chuva”, e daria acesso a todos os momentos da minha vida.

por Andreas Lieber – (todos os dias 05 e 20) - veja os textos dele aqui
Saí de casa aos 16 anos... e parece que do jeito que eu falei me expulsaram ou eu fugi, mas na verdade só passei no vestibular e tive que mudar de estado e morar (quase) só. Eu nunca fui uma pessoa de ficar fazendo muito drama depois de tomar uma decisão, sofro e faço muito escândalo antes e durante, mas depois que chuto o balde, realmente não choro pelo leite derramado (dig din dig din, clichê da semana!). De modo que também não sou muito sentimental quanto a sentir falta dos pais, da antiga casa, dos amigos, da cidade e tudo o mais. Sinto falta, sim, e as coisas eram bem mais fáceis, mas nada de exagero.

De qualquer jeito, eu lembro que passei o dia antes da mudança e os últimos momentos na minha casa antiga escutando “Home”, da Ellie Goulding. A voz dela é tão doce, tão adorável, que era a única coisa que me acalmava e me dava certeza de que aquela ia, de certo modo, “sempre ser minha casa”. Fiz toda aquela coisa filme-adolescente-americano e andei pela casa de manhã cedinho escutando a música e dando tchau e tudo muito cafona. Acontece que no final desse ano agora eu talvez vá mudar de novo e eu tava pensando se também vou ficar escutando “Home”? Acho que dessa vez vai tá mais pra algo como o coro clássico de “Aleluia! Aleluia! Aleluia!” no fundo ou algo como... “What You Know”, do Two Door Cinema Club.

por Isabela Bez – (todo dia 06 e 21) - veja os textos dela aqui
Em meados de 2008, um amigo muito querido me mandou um cover no Youtube de “Everytime I Close My Eyes”, do Babyface com Mariah Carey. Naquela época, eu nunca havia escutado a versão original, e se tivesse posso garantir que não teria me apaixonado tanto pela música.

Três garotos normais sentados com dois violões gravando um vídeo caseiro. Foi de tudo que precisou, e mais as vozes encantadoras, para eu me apaixonar pela música. Sim, a música é maravilhosa, mas o motivo pelo qual depois de 4 anos eu ainda esteja escutando ela é que essa mesma pessoa muito querida na minha vida que me mandou “Everytime I Close My Eyes” já não tem mais contato comigo, e essa música é a única coisa que me faz lembrar dela e voltar no tempo.

por GuiAndroid – (todos os dias 11 e 28) - veja os textos dele aqui
Meu ano de 2012, até agora, foi basicamente resumido por músicas, um album na verdade, mas não um album qualquer. Born to Die. Mas como a pergunta não é qual album que te marcou e sim música, a resposta é: “Lucky Ones”. Ok, por mais que seja estranho ser uma faixa bônus da versão deluxe do album, foi essa música a que mais me marcou, porque quando eu me sentia vivendo a mais profunda depressão amorosa que eu já vivi, foi “Lucky Ones” que me tirou do fundo do poço e me deu forças para lutar mais uma vez.

E eu lutei, consegui, vivi novamente e por mais que esse período de "vacas gordas sentimental" não tenha durado tanto quanto eu queria, foi o suficiente para ter sido uma das melhores experiências da minha vida. Uma experiência romântica e ilusória regada pela doce e nostálgica voz de Lana Del Rey em “Lucky Ones”. Como a própria diz: "everybody told me love was blind". E eu provei pela primeira vez de fato, o quão cego o amor é.

por Fernanda Martins – (todo dia 13) - veja os textos dela aqui
“Slow Dancing in a Burning Room” é um sussurro de lembranças no ouvido de quem já, no meio de um relacionamento, conseguiu vê-lo se desfazendo aos poucos. Escutar John Mayer cantando “we’re going down and you can see it too” com certeza te faz sentir um incapaz e te faz ver o quanto você fracassou, ou o quanto vocês fracassaram. O solo de guitarra que introduz a música é um convite para que você, antes da música começar, comece a repensar em tudo que vocês passaram antes de tudo terminar; pensar em que momento tudo aquilo se perdeu. E a música é exatamente isso, é um verbo em ação, é um relacionamento que está terminando, naquela hora e naquele momento; eu posso sentir e, confesso que toda a vez que ouço, tenho vontade de impedí-los.

A música é atormentadoramente brilhante, ela não tem pressa de acabar, e o que eu percebo é que eles também não, apesar de saberem o fim de tudo aquilo que um dia fez parte da vida deles. Eles estão dançando lentamente em um salão em chamas, como se soubessem do final e mesmo assim aproveitassem até o último momento, com amor, porém, fracassados.

Gabis Paganotto – (todo dia 15) - veja os textos dela aqui
A música que mais me marcou na vida foi “Tell Me” do SOJA. Me marcou porque foi uma época, que eu conheci o doce e o amargo do amor. Essa música me lembra vários fatos que me fizeram criar a definição de amor que eu tenho hoje, me lembra cada lágrima, cada sorriso que tive durante a lição de 'o que é amar' e me lembra também quem foi o responsável de tudo isso, Sr. Pedro Augusto, meu namorado, que apesar dos pesares e das brigas e de tudo tá sempre do meu lado pro que der e vier. É isso aê.

por Amanda Prates – (todo dia 18) - veja os textos dela aqui
“Una Canción” (RBD) marcou a melhor fase da minha vida: a infância. É difícil explicar a forte ligação com essa música que, por alguma razão, eu e minha melhor amiga, naquela época, a escolhemos como favorita.  Passávamos horas em frente a TV vendo os shows ao vivo, analisávamos cada detalhe, cada movimento do grupo, tentando imitar  as coreografias.  E tudo isso me vêm como boas lembranças quando ouço a “Una Canción”. A letra é aparentemente simples, mas a forma como ela me toca é inexplicável.

por Isabella Ribeiro – (todo dia 19) - veja os textos dela aqui
Quem me conhece, mesmo que só por redes sociais, de uma coisa sabe muito bem: sou TOTALMENTE fã de Michael, ops, MAICU. Obviamente, uma música que tenha me marcado, é dele, se bem que não foi apenas uma, mas várias, quem sabe TODAS. Mas como só posso eleger uma, a escolhida foi “Hollywood Tonight”. Este hit foi lançado após sua morte através do álbum que também foi lançado na mesma época intitulado Michael. É a segunda faixa do cd e sem sombra de dúvidas, a mais dançante.  A música narra a história de uma jovem dançarina que sonha estrelar em Hollywood e os altos e baixos que ela precisa passar para chegar a fama. E essa narração é verídica, Michael escreveu ela baseada na história de um de seus amigos, PORÉM, creio eu que MJ era vidente e escreveu meu futuro sem me conhecer.

Por mais infantil que pareça ser, o meu maior sonho é vencer na vida dançando, cantando e atuando em HOLLYWOOD. E o mais engraçado é que todos os meus amigos e familiares que já assistiram ao clipe ou ouviram a música falam que na hora lembram de mim, porém não pelo fato de ser o Maicu cantando, mas sim, pelo refrão : "She's going Hollywood, She's going Hollywood tonight"  e no caso do clipe, tanto a atriz/dançarina quanto a história que ele mostra são bem semelhantes a mim. É uma carreira difícil, sim. Porém a vontade e o sonho são muito maiores do que qualquer barreira. Sei que preciso melhorar e MUITO e se tiver que realizar meu sonho só com 70 anos de idade, não ligo. Minhas aulas de pilates, ballet, jazz, teatro, dança contemporânea, street dance e canto vão dar resultado até lá e ainda vou poder dançar e cantar na calçada da fama com toda a força possível a minha música, a música que meu ídolo escreveu pra mim.

por Gabryel Previtale – (todo dia 24) - veja os textos dele aqui
Deixando claro que não é minha música preferida, nem a que eu mais ouço, até por não ser uma canção animada ou com mensagem “positiva”. Porém foi a primeira música que escutei d’A Banda Mais Bonita da Cidade, e me fez me apaixonar pela banda no ano de 2011, pela veia poética e o forte malabarismo de palavras e gramática que é a marca registrada do grupo nas letras. “Nunca” é a 7ª faixa do CD lançado pela banda em dezembro do ano passado, com arranjo e harmonias que lembram uma canção de ninar, de fato o embalo/ritmo não é o que chama atenção na minha escolha. Já a letra, a simplicidade carregada de sentimento, faz qualquer um parar de sentir e fazer o que está fazendo e refletir sobre a vida, sobre o amor, sobre o que é um término e se existe mesmo e se é necessário um “adeus”. Por ironia do destino, na época, eu estava em uma situação desgostosa na minha vida amorosa, muito inquieto e tenso, procurando entender se amava ou não ainda, se queria ou não, e a música trata basicamente disso, “deixar rolar”/ ”é amor até deixar de ser”, sem pressa, sem caos. Pelo menos pra mim foi essa a interpretação obtida, claro que a obra tem reflexos diferentes nas pessoas, pois depende de um vivencia prévia para gerar o resultado final. A canção é bem simples, sem palavras muito “cult” ou um sentimentalismo exagerado, porém quando interpretada pela voz da vocalista Uyara Torrente, com seu timbre forte, que corta o silêncio, faz bater nas dúvidas e acalmá-las. Principalmente se você é uma daquelas pessoas que ficam pensando muito e martelando mil coisas na cabeça quando se está gostando de alguém ou acabando algo.

Lembrando que a música é de autoria do Vitor Paiva, foi bastante divulgada no Tumblr durante uma época, antes do sucesso de “Oração” que lançou o grupo e o fez ser conhecido na internet e logo apareceu no programa Fantástico, da rede Globo. Depois do lançamento do álbum a banda continuou a fazer shows pelo Brasil, Portugal e França. Quem não conhece o trabalho destes curitibanos e gosta de MPB está perdendo muita coisa, o grupo não se resume em um só sucesso, pelo contrário, há vários em seu disco. Se eu pudesse resumir “Nunca” em algumas palavras com certeza seriam: calma, quietude, paz, serenidade. Que eram as coisas que eu mais precisava naquele momento, e acredito-me que muitos também precisarão um dia.

por Vanessa Dias – (todo dia 28) - veja os textos dela aqui 
Desde Ocean Avenue, quarto álbum lançado pela banda em meados de 2004, eu já me entendia por uma fã – na época com apenas onze anos, mas ainda sim uma fã – de Yellowcard. O sétimo álbum da banda, When You’re Through Thinking, Say Yes foi lançado em 2011 e eu, claro, não via a hora de colocar todas as novas músicas no meu top 10 mais ouvido. Bom, eis que no final de 2010 a vida resolveu me pregar uma pequena peça: recebi a notícia que uma pessoa muito querida para mim estava presente no desastre do Rio de Janeiro no começo daquele ano e havia falecido. Acho que meu estado emocional nos próximos meses dispensa comentários, qualquer um que já sofreu uma perda, por mínima que fosse, já faz alguma ideia.

E foi aí que eu, passando os dedos por meus álbuns em um dia qualquer, parei para prestar atenção na letra de “Sing for Me”, faixa presente no sétimo e até então último álbum da banda. Embalada por frases como “Diga amanhã/ Eu posso segui-la até lá/ Apenas feche os olhos e cante para mim”, essa música definitivamente me ajudou a passar por tudo isto. Qual não foi a minha surpresa quando, em 31 de julho, em cima do palco do Carioca Club, Ryan Key (vocalista) disse ao microfone “Esta próxima canção é para todos aqueles que já perderam alguém que amavam mais que a própria vida”, antes de começar a dançar a palheta pelo violão e tocar a minha – a nossa – música.

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