O primeiro semestre de 2013 foi bom para a música (a quantidade de bons novos artistas fazendo sua estreia é testemunha disso), para o cinema (Gatsby, alguém?) e, claro, para a televisão. A quantidade de boas séries novas foi tão grande que nós d’O Anagrama reunimos cinco dos nossos colaboradores para apontar a melhor estreante da temporada 2012/2013, além de eleger suas veteranas preferidas, claro. O resultado final foram as 10 escolhidas aí embaixo, todas obrigatórias para você que, como a gente, ama TV.
Estreante: Vicious (ITV)
Não há palavra que melhor defina Vicious do que "refrescante". Em meio a inúmeras sitcoms genéricas que vivem batendo na mesma tecla, a comédia estrelando os incríveis Ian McKellen e Derek Jacobi faz diferente ao colocar um casal homossexual de terceira idade como protagonista. As insistentes brigas e insultos sensacionais entre Freddie e Stuart moldam a série, apesar do desagrado de muitos com o teor "sujo" de algumas piadas. Mas na tela fica claro que Ian e Derek se divertem imensamente com seus personagens. A curta temporada de estreia pode não ter sido a oitava maravilha do mundo, porém suas tramas simples têm potencial. As participações da também veterana Frances de la Tour e do adorável Iwan Rheon adicionam ainda mais graça a essa delícia televisiva, mesmo que Ash seja um pouco deslocado no meio dos experientes. Quem procura uma comédia que faça gargalhar histericamente a cada piada, por mais simples que seja, vai se esbaldar com os seis episódios de 20 minutos. Agora só resta a ITV confirmar uma nova temporada, porque, na verdade, precisamos de mais Freddie e Stuart em nossas vidas.
Veterana: Miranda (BBC) – Series 3
Miranda Hart já tinha acertado ao levar seu "eu" desastrado e exagerado para a TV, conquistando pessoas que se identificavam com a personagem e outras que buscavam uma boa comédia. A primeira temporada mostrou bem a que veio, e o segundo ano da série foi impecável. A season 3 começou confusa, mas os 6 episódios que a compuseram não poderiam ter sido melhores ou mais imprevisíveis. Você ainda ri dos tombos da personagem principal, da relação complicada que ela tem com a mãe, dos momentos com Stevie e outros trunfos que a sitcom sabe usar com maestria. Porém, desta vez, as reviravoltas da vida de Miranda foram palco de situações absurdas, constrangedoras e, principalmente, engraçadas, da mesma forma que a pitada de drama adicionada à narrativa toma proporções ainda maiores do que antes, envolvendo os personagens em dilemas e grandes confusões. A situação da protagonista com Gary Preston se abalou com a chegada de novos interesses românticos na vida de ambos, muito aconteceu, e tudo levou ao agonizante cliffhanger no fim da temporada. A história de Miranda e Gary está longe de terminar, e as esperanças aqui são de que a BBC renove uma das melhores comédias do mundo – e a melhor da atualidade.
Veterana: American Horror Story: Asylum (FX) – Season 2
Se alguém tinha dúvidas do talento de Ryan Murphy pra contar uma boa história de terror, além de também produzir uma boa série, com certeza esses temores foram amaciados no primeiro ano de American Horror Story, e se concretizaram em sua segunda temporada.
Apesar da proposta de contar uma nova história e com personagens diferentes inicialmente desagradar um pouco os fãs, essa insegurança foi logo sanada nos primeiros episódios da 2ª temporada, afinal, a série ainda tinha entre os principais personagens alguns rostos conhecidos como Jessica Lange (que interpretou a Constance Langdon na primeira temporada e a INCRÍVEL Irmã Jude na segunda), Evan Peters (que fez o Tate ♥ na primeira temporada e Kit Walker na segunda) e Sarah Paulson (a inexpressiva médium da primeira temporada, e que na segunda ganhou destaque com sua ótima atuação como a repórter e escritora Lana Winters), mas também contava com um novo elenco e seus respectivos personagens, dentre elas Naomi Grossman, atuando como a singular, única (e até fofa) Pepper e James Cromwell, como o perverso Dr. Arden.
A trama, que recebeu o nome de American Horror Story: Asylum, tem como foco principal saúde mental, o que permite a Ryan Murphy trabalhar subtramas como possessão, óvnis e extraterrestres e até nazismo. Afinal, colar tantos gêneros misturados em uma única série, e ainda conseguir um roteiro consistente, só sendo coisa de louco mesmo! O mais interessante, é que isso faz com que o próprio expectador se pergunte se tudo aquilo realmente está acontecendo ou se é tudo fruto da imaginação e das loucuras de cada personagem.
American Horror Story já ganhou um Globo de Ouro, outros 12 prêmios além de ser indicada 37 vezes em variadas premiações (aqui tem a lista completa). A terceira temporada, intitulada de American Horror Story: Coven, estreia em outubro desse ano.
Estreia: House of Cards (Netflix)
No dia 1º de fevereiro de 2013 chegava ao Netflix não apenas uma nova série sobre um drama político norte- americano, mas também a promessa de uma nova forma de se assistir a um seriado, no qual todos os episódios da temporada são liberados de uma única vez, ao invés do costume televisivo de 1 por semana.
Se em Lylihammer – primeira série original da Netflix lançada em 2011 - o único nome de peso era do protagonista feito por Steven Van Zandt (The Sopranos, HBO); em House of Cards, o site de streamming decidiu investir por volta de $ 100 milhões para fazer com que as pessoas acreditassem de vez, no futuro das séries de TV.
O investimento parece ter dado resultado, uma vez que a série foi sucesso de crítica, sendo até nomeada ao 'The TCA Award' nas categorias de Melhor Estréia do Ano e também como Série do Ano. Entretanto, tamanho um investimento não é sinônimo de sucesso (John Carter e Disney que o digam). O sucesso da série, além de um ótimo roteiro de Beau Willimon, já indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado em 2012 por Tudo Pelo Poder, e do produtor David Fincher (Clube da Luta, O Curioso Caso de Benjamin Button), também é derivado de um outro produtor e também protagonista da série: Kevin Spacey, que faz o papel de Frank Underwood, um deputado e também o Corregedor da Maioria da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pela Carolina do Sul que, após não receber o cargo de Secretário de Estado, arma um plano contra o novo presidente. Spacey é sem dúvidas a maior estrela da série, conseguindo atingir o equilíbrio entre um homem explosivo mas que também precisa de serenidade e paciência.
Os personagens secundários também não ficam atrás, principalmente os femininos! Destaques para as atuações de Kate Mara, que faz Zoe Barnes, uma uma repórter que busca desesperadamente por uma ascensão profissional, e também da ótima química que Robin Wright tem, atuando como Claire Underwood, esposa de Frank.
E se essa coletânea de grandes nomes, premiações e elogios não foram suficientes pra te convencer, leia o review d'O Anagrama e corre logo pra aproveitar que o Netflix ainda tem o 1º mês gratuito; dá tempo de sobra pra ver a 1ª temporada :D
Estreante: The Americans (FX)
Poucas séries hoje em dia tomam o tempo necessário para acumular tensão para os grandes desenvolvimentos de trama, muito menos para a construção devida de personagens. The Americans bravamente insiste em fazer ambos, e o resultado é uma série de espionagem quase enervante, que por vezes não é fácil de assistir, mas que sempre recompensa os espectadores com os momentos decisivos mais bem trabalhados da televisão americana. A primeira temporada foi uma pérola de narrativa, que passeou por conceitos paralelos com desenvoltura: a Guerra Fria, na qual o casal Jennings se mostrou pivotal, emprestou a série o clima de suspense e incerteza eterno; e o relacionamento único dos protagonistas lhe deu o centro dramático. O elenco ajuda, afinadíssimo: Keri Russell é desde já candidata forte ao Emmy, emprestando determinação e fragilidade a uma Elizabeth cativante; Matthew Rhys acertou o tom do personagem desde o primeiro episódio, e não deixou o desempenho cair, especialmente no ótimo “Duty and Honor”, focado em seu Philip; Noah Emmerich, Annet Mahendru, Susan Misner e Margo Martindale não deixam por menos no campo dos coadjuvantes; e Derek Luke já pode se preparar para sua indicação ao Emmy pela performance de alguns episódios como Gregory.
Veterana: 30 Rock (NBC) – Season 7
Eu simplesmente seria incapaz de escolher qualquer outra série para colocar nessa categoria. Mas, além disso, o fato é que a temporada derradeira da comédia de Tina Fey foi absolutamente genial (como sua criadora, aliás). Poucas séries tiveram a oportunidade de um final tão bem amarrado e planejado quanto 30 Rock, e não tem só a ver com o fato de que Tina foi dada o deadline para a sua série antes mesmo dessa sétima temporada começar. Tem a ver, principalmente, com o delicado equilíbrio de narrativa que Tina e seu grupo de roteiristas conseguiu arquivar aqui, provocando aquela deliciosa sensação de surpresa que vem inevitavelmente acompanhada de uma exclamação de “eu deveria saber que ia terminar assim!”. Tina entende seus personagens de maneira fenomenal, e a liberdade que teve para fechar suas jornadas foi o melhor que poderia ter acontecido para uma das mais sensacionais comédias de todos os tempos. Fey e os igualmente geniais Alec Baldwin, Jenna Krakowski, Jack McBrayer, Scott Adsit e Tracy Morgan terminaram uma fabulosa corrida de sete anos no topo de seu jogo, e isso não é algo de que muitas séries podem se vangloriar.
Veterana: Game of Thrones (HBO) – Season 3
Uma das qualidades da HBO é praticamente nunca errar quando se trata de suas produções originais. Games of Thrones, obviamente, seguiu esse padrão e fez uma das temporadas mais emocionantes do ano, até agora. Adaptação do enorme sucesso, e enorme no número de página também, Crônicas de Gelo e Fogo, do americano George R.R. Martin, vimos apenas metade do terceiro livro nessa temporada, mas foi uma metade de tirar o fôlego. Com seus episódios de uma hora (como é costume da HBO), na terceira temporada fomos apresentados a novos personagens e cenários e que viviam na nossa imaginação das páginas, mas que foram construídos sem defeito.
Intrigas, guerras, dragões, inverno, neve, sexo, mágica… tudo o que uma história precisa está presente em Game of Thrones e a cada episódio a série se firma como uma das melhores da história. Com um elenco gigantesco entremeado por histórias que se entrelaçam e se complementam, o vasto mundo de Martin ganhou vida e nos conquistou a todos com uma direção impecável, história satisfatoriamente bem adaptada e uma míriade de atores – embora a maioria esteja desempregada agora devido a falta de coração e gosto pela morte de Martin – espetaculares. Long live the king, long live Game of Thrones.
Quando anunciaram uma nova adaptação televisiva em forma de série para Hannibal, ouve uma certa dose de apreensão entre os fãs e naqueles que apenas gostam das histórias envolvendo o famoso canibal. Afinal de contas, sem contar os livros, sir Anthony Hopkins já o fizera, Jodie Foster já estrelara, Julianne Moore também… e todos sublimes. Mas talvez tenha sido justamente por esse motivo que Hannibal teve uma temporada de estreia tão marcante: não havia a necessidade de introduzir um elemento novo, nem o desejo de superar todas as outras adaptações já feitas. A série de Bryan Fuller tentou apenas, e com sucesso, uma nova visão – artística e rebuscada, mas mesmo assim perigosa – do tão celebre assassino.
Em meio a floreios e borrões cinematográficos, fotografia que faria qualquer um chorar e locações que se entremeavam intimamente aos seus personagens e trama, Hannibal se construiu passo a passo em seus treze episódios, se mostrando um dos thrillers psicológicos mais bem-sucedidos da televisão nos últimos tempos. Aliando roteiros fortes à atuações incrivelmente maravilhosas, foi acrescentado uma pitada do necessário gore e da psicológica “folie a deux” para que Hannibal desse vida à famosa frase de Nietzsche: “Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.”.
Estreante: The Following (Fox)
The Following com certeza entra no top de séries boas que estrearam no primeiro semestre de 2013. A primeira temporada foi marcada por um ritmo e um visual mais semelhante ao dos filmes. A série apresentou uma brilhante interpretação por parte de Kevin Bacon, seu personagem Ryan Murphy trouxe uma carga de problemas psicológicos que o ligavam intimamente ao antagonista Joe Carroll, o que o fez um herói mais humano e também foi responsável por trazer ação à todos os episódios da primeira temporada.
Diferente da maioria das séries policiais, os casos todos tinham ligação e tudo fazia parte de um grande plano, tudo era pauta do livro de Joe e esse era o interessante: mesmo com pequenas coisas dando errado o vilão ainda sim conseguia fazer as coisas seguirem para o rumo que queria. O último episódio dá temporada surpreendeu, chocou, deixou dúvidas e criou mais expectativas para a próxima temporada e todo bom fã de série sabe que essa sensação de mistério que algumas séries conseguem alcançar e deixar no ar é uma delicia mas também é uma tortura.
Veterana: Revenge (ABC) – Season 2
A saga da vingativa Emily Thorne os Grayson (família que usou o pai dela como bode expiatório para lavar dinheiro depois de um atentado) teve uma segunda temporada tão boa quanto à primeira, e por isso entra na nossa lista de melhores séries do primeiro semestre de 2013. Além de um ritmo cada vez mais eletrizante e cada vez mais descobertas a série está tão famosa que dizem que já inspirou uma novela brasileira (que todo mundo sabe qual é e que na minha opinião não chegou nem aos pés do que é Revenge), já tem até gente dizendo que está aprendendo a se vingar com a protagonista. (Hahahahahha!)
Nessa temporada tivemos novos personagens, conhecemos melhor os antigos da trama e descobrimos mais sobre “A Iniciativa” e sobre o passado de Emily, aliás vale ressaltar que Emily VanCamp vem se mostrando uma atriz fantástica, mudando completamente aquela imagem que ela deixou em personagens bem sem sal, como a Amy de Everwood. Revenge trouxe aqueles episódios cheios de angústia, mistério e aflição, o final da temporada não podia ser menor que tudo isso e deixou todos os fãs da série desnorteados com tanta coisa acontecendo em 42 minutos de episódio. Se a série continuar seguindo esse ritmo a tendência é uma melhora constante, então assim como a 2ª temporada conseguiu ser tão boa quanto à primeira já se cria uma grande expectativa a cerca da 3ª que está por vir. Enquanto ela não chega nós ficamos aqui arrancando os cabelos e esperando para saber qual vai ser o desfecho daquela última cena. (E QUE CENA. *SURTANDO*)
1 comentários:
Eu AMO revenge de todo o coração mas a 2ª temporada foi muito chata!!!
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