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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
Há poucas semanas atrás, esse espaço dedicado ao review de Person of Interest foi ocupado por uma extensa discussão sobre o que fazia a série de Mr. Reese e Mr. Finch um procedural tão diferente, parte pivotal da lenta revolução que a CBS, emissora americana, está fazendo em sua programação. Embora a nossa conclusão naquela ocasião ainda seja bem precisa (“dá para contar nos dedos o número de procedurals que realizam um retrato tão contundente, ainda que fabulado, da atualidade”), “The Perfect Mark” demonstra que, como trama inserida no mesmo gênero de CSI e Criminal Minds, para citar duas mega-uber-bem-sucedidas, Person por vezes sofre do mesmo mal que pregueja essas séries: nem sempre a trama da semana (e, aliás, a exigência de se haver uma) está a altura da premissa da série em uma visão mais ampla.
O sétimo episódio da terceira temporada nos apresenta Hayden Price (um ótimo Aaron Stanton, famoso pelo papel em Mad Men), psicólogo que usa técnicas de hipnotismo largamente para roubar de seus clientes ricos e poderosos senhas de bancos e respostas para perguntas de segurança. O trapaceiro aparece nos radas de Reese e Finch, e logo se descobre o porquê: um desses pacientes, um negociador de antiguidades sueco, está envolvido com lavagem de dinheiro para o grupo de policiais corruptos HR. Como o psicólogo andava retirando dinheiro da conta do paciente, na verdade estava mesmo é roubando os cofres da organização clandestina que Carter vem investigando. Assim, de maneira similar a de “Razgovor”, duas semanas atrás, as tramas dos dois núcleos protagonistas de Person convergem em uma só.
O pequeno problema em “The Perfect Mark” (e não é tão grande mesmo, não me entendam mal) é que o roteiro do veterano da série Sean Hennen se atrapalha um pouco com uma trama que envolve ao mesmo tempo tantos personagens, simultaneamente vítimas e criminosos. O roteirista se embrenha nesse labirinto e por um momento parece perdido lá dentro, até achar uma abençoada saída que poderia muito bem ser chamada de: “Não sabe o que fazer com sua trama? Aplique uma reviravolta completamente absurda há minutos do final, não dê tempo para o seu espectador pensar muito nela e observe enquanto eles acabam concluindo que a coisa toda foi uma tremenda diversão”. Não que não tenha sido, é claro. Uma grande virtude de “The Perect Mark” é aceitar a comédia e o pulp como parte integrante do universo da série – e é preciso conceder que mesmo com uma trama tão complicada, Hennen recorre relativamente pouco a exposição e repetição de informações.
À parte da trama da semana, no entanto, Person continua sendo uma das séries mais brilhantes conceitual e dramaticamente da atualidade. A essa altura, esses personagens e a relação entre eles está tão cristalizada (mesmo Shaw, que tem um comportamento peculiar perto de Reese e outro perto de Carter, por exemplo) que é fácil se deliciar com as pequenas coisas, seja o toque de mãos entre Jim Caviezel e Taraji Henson na única cena que dividem essa semana, os conselhos de Sarah Shahi para a mesma ao se preparar para nocautear Laskey, ou a eletrizante química e compreensão mútua que dois grandes atores como Michael Emerson e Amy Ackers tem juntos em cena. Essas cenas isoladas da trama principal, com dois personagens ou mais interajindo, fazem mais por Person do que se dá crédito.
Observações adicionais:
- “Mr. Reese is upstairs with an unhealthy number of firearms”
- Stephen Surjik, diretor em seu segundo crédito na série, faz um trabalho perfeito. O trabalho de câmera essa semana é sofisticado e criativo como Person merece. O take de Mr. Reese passando pelo psicólogo de Stanton e a namorada na rua é downright brilliant.
- So, Fusco is back para a sua maior participação na temporada até agora! Nós sentimos falta de Kevin Chapman nessa série.
- Taraji Henson está fazendo um trabalho absolutamente sólido como Carter esse ano. Num mundo perfeito, o Emmy de 2014 já estaria nas mãos dela.
**** (4/5)
Próximo Person of Interest: 03x08 – Endgame (12/11)
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