27 de ago. de 2013

Review: Under The Dome, 01x10 – Let The Games Begin

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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

A personagem de Natalie Zea é simultaneamente a melhor e a pior coisa que poderia ter acontecido a Under The Dome. Introduzida no episódio passado, a ótima atriz conhecida pelos papéis em Justified e The Following é a antagonista que a trama precisava para engatar numa base episódica e conduziu a trama a lugares bem interessantes nessa sua segunda semana em cena. No entanto, Maxine é muito mais uma ideia, um “plot point”, do que uma personagem, mal segurada pelos talentos e pela atuação elegantemente kitsch de Zea. Pelo menos um terço de “Let The Games Begin” é dedicado a conhecermos as raizes da personagem, mas nem isso previne-a de ser mais interessante como catalisadora de mudanças do que como uma entidade própria.

A fatia em que desvendamos o passado de Maxine é interessante por trazer para a cena a indicada ao Oscar Mare Winnigham (por Georgia, em 1996), que divide um par de cenas eletrizantes com Dean Norris e… é sumariamente assassinada pelo mesmo. Se como personagem Maxine é um ponto redundante, como antagonista ela empurra os personagens para lugares interessantes, principalmente o Barbie de Mike Vogel, que no episódio dessa semana é levado pela moça ao “clube da luta”/cassino que ela montou nas velhas fábricas de cimento de Chester’s Mill (uma das intervenções criativas à la pós-apocalipse mais legais da série). Coagido a lutar, Barbie termina o episódio física e psicologicamente exaurido, e decide que contar toda a verdade a Julia é melhor do que viver como escravo das vontades de Maxine, que vinha o ameaçando com o segredo de que ele era o responsável pela morte do marido da moça.

Claro, essa sendo Under The Dome, uma série que não tem o menor pudor de se afastar da realidade para atender as conveniências da narrativa (algo que é bom e ruim na mesma medida, diga-se de passagem), coinicidentemente Julia já estava sabendo do segredo de Barbie: ela e Linda vão ao banco abandonado de Chester’s Mill, na segunda sacada esperta desse episódio em relação a situação da cidade pós-domo, e abrem as caixas de depósito de Peter e do Xerife Duke. Nessa brincadeira, Julia descobre que Peter queria que Barbie o matasse, uma vez que assim o seu seguro de vida, o bastante para cobrir as dívidas, iria para Julia. E Linda acha uma carta-confissão de Duke sobre a produção da droga de Big Jim e Maxine, completa com justificativa nobre e tudo o que tem direito. Dêem-se méritos: Natalie Martinez e os roteiristas Andres Fisher-Centeno & Peter Calloway fazem o momento funcionar bem no âmbito emocional.

O que é o segundo ponto positivo do episódio nesse sentido também, uma vez que a penúltima cena documenta um dos diálogos mais sinceros e comoventes da série, em que Barbie e Julia lidam com seus problemas. Mike Vogel está especialmente ótimo nessa cena. Talvez por isso que, câmera corte dele para Joe, Norrie e Angie descobrindo que Junior é a “quarta mão” do mini-domo misterioso e vendo uma constelação de estrelas cor-de-rosa explodindo quando a “fechadura” se completa, fique tão claro que o elo mais fraco de Under The Dome ainda é sua mitologia. Principalmente porque, com  a exceção de Maxine, a série tem se mostrado brilhante na construção de personagens.

**** (4/5)

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Caio

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