11 de ago. de 2013

Os 15 melhores (álbuns e singles) do semestre

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O Facebook nos boicotou. O sucesso das enquetes para escolher os melhores do semestre no final do ano passado fez a gente tentar fazer a mesma coisa com essa primeira metade de 2013, mas eis que Mark Zuckenberg e companhia tirou o direito das páginas de fazer enquetes para seus curtidores. As votações já tinham começado, passando por pop e rock. Os vencedores desses enquetes estão aí embaixo, embora alguns deles tenham sido mudados de categoria, só pra manter a supresa. A gente fez o máximo pra escolher os álbuns mais diferentes e mais interessantes do semestre, e a nossa equipe nos diz porque optamos por esses. Esperamos que gostem!

POP

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The 20/20 Experience (Justin Timberlake)

por Clara Montanhez
colaboradora convidada

Shopping no sábado à noite. Lotado, como sempre, e eu com vontade de tomar algo específico: frapuccino do Starbucks. Mas para chegar até o glorioso refresh, tinha que passar por um lugar não menos delicioso, onde encontro guloseimas de diferentes gêneros e um lugar onde eu passaria facilmente o dia inteiro. Foi na Saraiva MegaStore, enquanto aguardava na fila do Starbucks, que vi a irresistível bagatela de R$25,90 do álbum deluxe do meu querido Justin Timblerlake. Paixão antiga minha, de desde 2006, quando lançou o melhor álbum do ano e de sua carreira (na minha opinião). Eu não pude resistir e comprei sem pensar duas vezes. Ao colocá-lo para tocar no carro na volta para casa, porque não podia espera mais um minuto, tive uma agradável surpresa que fez a minha semana: das 12 músicas do CD, 10 são ótimas! E olha que pra mim um CD que tenha 3 músicas “ouvíveis” já é sucesso.

Com faixas que vão desde os habituais 3 minutos até as mais compridas de 8 minutos, com direito a interludes (já feitos nos seus álbum anterior), o CD é completo, com músicas que nos lembram a saudosa era do jazz mas que não perderam a contemporaneidade. Essa atualidade é repetidamente marcada pelas não muito sutis declarações que Justin faz a sua não tão nova amada, mas recente esposa Jesica Biel (uma das mulheres mais felizes do mundo, só por ter “Mirrors” escrita para/sobre ela). Sim, “Mirrors” é a minha faixa favorita do álbum, não só por ter a batida típica de Justin, mas por ter uma letra muito bonita e cantada “com vontade” por ele. Esse álbum, apesar de ter sido “feito” em 20 dias, marca o retorno de Justin – e dessa vez ele está trazendo muito mais do que o sexy de volta.

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Paramore (Paramore)

Andreas

A mudança vem para todos e é inevitável. É com essa visão que o Paramore lança seu quarto e self-titled álbum de estúdio, o Paramore. Depois da saída dos irmãos Josh e Zac Farro e de duras críticas por parte de alguns fãs, a banda liderada por Hayley Williams lança um álbum que retrata a importância de continuar caminhando para a frente, não importa o quão difícil isso possa parecer. Com uma melodia em grande parte bem distante de seus primeiros trabalhos, como o All We Know is Falling, de 2005, Paramore chega às lojas com batidas pop e bem pop, com pequenas sombras do antigo rock aqui e ali apenas.

Em meio a refrões como “If there's a future, we want it no-o-o-oo-o-o-ow” e “Try to remember how it felt to just make up your own steps and let the anklebiters chew up, spit out someone else”, o novo Paramore mostra que está pronto para o que der e vier, sem medo de sair da sombra do passado. Destaque para os adoráveis interlúdios havainos durante o álbum e ainda “Ain’t it Fun”, Still Into You , Anklebiters e “Hate to See Your Heart Break” , além da inteligentissima e bem escrita “Part II”, que faz referência a “Let the Flames Begins”, do live álbum de 2008, The Final Riot!.

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Girl Who Got Away (Dido)

Caio

O amadurecimento de Dido como compositora aconteceu há uma década, com o Life For Rent, e depois de se aventurar por um disco intimista como o Safe Trip Home, a pergunta que ficava sobre a bissexta britânica era: o que mais restava provar? Girl Who Got Away chegou em Março para mostrar que, estabelecida e do alto de seus 40 anos, Florian Cloud de Bounevialle O’Malley Armstrong (o nome verdadeiro da moça) ainda é uma artista pop de respeito. Enquanto cada disco de sua carreira era motivado por um acontecimento especial em sua vida pessoal, Girl Who Got Away parece ser movido somente e apenas pelo prazer de se expressar em música.

Talvez seja por isso que tome alguns riscos muito bem-vindos: a identidade mais eletrônica é um distanciamento da estética do Safe Trip Home, como a lindíssima faixa-título “Girl Who Got Away”, um dream-pop de bela melodia e letra, deixa claro. O retorno ao hip hop com o single promocional “Let Us Move On”, completo com participação matadora de Kendrick Lamar (feat bem escolhido, Mrs. Armstrong), mostra que Dido ainda é uma compositora de refrões enormes e poderosos, assim como “End of Night”, uma gema synthpop criminosamente subestimada. “Blackbird” e suas quebras de ritmo, a simplicidade de “Sitting on The Roof of The World”, e a melancolia do trio que finaliza o disco (“Happy New Year” é a nossa preferida) são testemunhos de uma mulher extraordinária, e de uma artista no controle de seus próprios recursos. A Dido segura de si mesmo, quem diria, é ainda melhor do que aquela que fazia do auto-questionamento sua matéria prima.

ROCK

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Girl Talk (Kate Nash)

Andreas

Falando em mudanças, a adorável e carregada de sotaque Kate Nash abandonou sua franja ruiva, sardas e aquele folk indie gostosinho para aderir a cabelos pretos e mechas brancas, rock e garage punk com guitarras pesadas e gritos no diferente, mas não menos adorável, Girl Talk. Chegando e botando para quebrar, Nash chega com letras feministas e canta sobre o poder feminino e de como praticá-lo. Literalmente uma girl talk.

Dividindo a crítica e os fãs em dois lados extremos, Kate Nash agradou alguns e foi crucificada por outros; não há como não admitir, é verdade: as mudanças foram radicais demais e rápidas demais. No entanto, a adorável Kate Nash ainda pode ser encontrada durante todo o álbum, em pequenos segundos sussurrados e falados aqui, melodias encantadas ali. Talvez Girl Talk fosse algo que Kate Nash precisasse fazer para, além do público, ela mesma. Ouvido atento para “Fri-end?”“OMYGOD!”, “3AM”, “You're So Cool, I'm So Freaky” e, claro, fechando com chave de ouro o álbum, Lullaby for an Insomniac.

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Native (OneRepublic)

Amanda

Pouquíssimos artistas conseguem permanecer fiéis ao seu som característico, enquanto evoluem por três, quatro ou mais anos de carreira. O OneRepublic é uma dessas pouquíssimas bandas que, além de manter-se fiel à sua essência pop-rock, consegue inovar a cada novo trabalho, passeando facilmente por outros estilos. Com o Native não foi diferente, pelo contrário, foi nele que Ryan Tedder e companhia fizeram o que só uma em cada dez bandas consegue fazer: reunir em catorze canções um pouco significativo de cada um dos dois antigos álbuns (Dreaming Out Loud e Waking Up) com maestria. Numa primeira audição, Native pode parecer uma das melhores coisas que você já ouviu do OneRepublic até então, mas quando seus ouvidos se acostumam às batidas pop-rock flertando com o folk (e até com o soul), o disco pode ir ao status de carreira-triunfal-da-banda-resumida-em-um-disco-e-a-melhor-fase-criativa-e-inovadora-de-Ryan-Tedder.

O álbum resgata a sonoridade pop-rock e ainda consegue flertar com o folk e soul e traz um OneRepublic mais pop do que nunca. “Counting Stars” é um pop bem animadinho e bem conceitual, que abre incrivelmente o disco e já define sua cara. “Au Revoir”, uma das canções que mais se destaca, conquista por sua abertura com uma belíssima orquestra e pelo clima de mistério na sonoridade embalada por um piano (sem contar os vocais extremamente suaves de Tedder). Outras como “Preacher”, “Something I Need” e “Life in Color” são tesouros que provam que a genialidade de seu vocalista não tem limites. Native é a prova concreta de que quatro anos de hiato não é capaz de abalar as estruturas da boa música.

ALTERNATIVO/FOLK

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Bad Blood (Bastille)

Marlon

Sabe quando você ouve um banda tão boa, mas tão boa que a sua vontade é sair gritando para o mundo e forçar todos a ouvirem? Surge uma certa necessidade de dizer para as pessoas que elas não podem morrer sem ouvir àquela música, sem saber mais sobre aquele artista. Bom, foi exatamente assim que eu me senti quando ouvi o EP Flaws do Bastille pela primeira vez. Logo abri umas 15 janelas no chat do Facebook e metralhei os sortudos com o link do canal da banda no Youtube. Foi batata, dos 15 que receberam o link, TODOS gostaram e logo postaram em suas timelines, provavelmente com a mesma euforia que eu narrei ali no começo.

A banda ainda pouco conhecida na minha roda de amigos foi tomando seu espaço e crescendo cada vez mais. Em questão de dias vi vários blogs e sites com notícias sobre o trabalho do quarteto londrino, afinal, como não noticiar algo tão bom?

Bad Blood é composto por 13 músicas em sua versão normal e por 18 na deluxe, entre elas destacam-se a música de abertura "Pompeii", a ÓTIMA (e minha preferida) "Things We Lost in the Fire", "Bad Blood" , que dá nome ao álbum e "Flaws".

Sério, se você nunca ouviu falar nos caras, corre para o YouTube, Vevo, Rdio, torrent ou pede pra mãe colocar o álbum pra tocar, as chances de você não curtir são quase inexistentes.

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Modern Vampires of The City (Vampire Weekend)

Andreas

Indie, indie rock, indie pop, alternative rock, afrobeat, baroque pop… para qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo uma junção entre todos esses estilos seria algo impossível e resultaria, com certeza, em uma cacofonia estridente. Mas certas leis não se aplicam para a banda norte-americana (mas com alma britânica) Vampire Weekend. Dotados de uma fascinante capacidade de transformar ritmos, alternar instrumentos e escrever brilhantemente, os garotos do Vampire Weekend fazem da aparente cacofonia em suas músicas algo tão mágico quanto as melodias saídas de Lothlórien, a floresta dos elfos de O Senhor dos Aneis.

Com dóis álbuns já nas costas, Vampire Weekend (2008) e Contra (2010), esse ano foi ano de Modern Vampires of the City, a mais recente coletânea de infusões musicais que se completam com os falsetes do vocalista Ezra Koenig para formar algo ainda mais único. Uma jornada completa que perpassa cômodos franceses de Versailles saídos diretamente de Marie Antoinette (aquele mesmo de Sofia Coppola) e chegando a movimentadas avenidas de New York, o Vampire Weekend se consolida no mercado cada vez mais com sua proposta única para a música. Atenção para as preciosidades “Step”, “Don’t Lie”, “Diane Young”, “Worship You” e Ya Hey. Como eles cantam nessa primeira destacada: “The gloves are off, the wisdom teeth are out / What you on about? I feel it in my bones, I feel it in my bones / I'm stronger now, I'm ready for the house”. E eles estão mesmo.

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Once I Was an Eagle (Laura Marling)

Andreas

E é nessas horas em que a gente se pergunta: Laura Marling consegue errar? Até que se prove o contrário, e quatro álbuns deram chances o suficiente para isso, continuo a acreditar que não, ela não consegue, e nem sabe, errar. Com dois álbuns magnificamente escritos e cantados – Alas, I Cannot Swim (2008) e I Speak Because I Can (2010) –, Laura nos entregou em 2011 mais uma de suas pérolas, A Creature I Don’t Know, e atingiu, agora em 2013, o ápice de sua genialidade com o sublime Once I Was an Eagle.

Forte, único, pessoal e universal ao mesmo tempo, esse estranhamente longo álbum (16 faixas), mostra Marling falando da vida, de relacionamentos, de expectativas, tudo vindo direto do fundo de sua alma. Acrescentando tambores e orgãos e sempre fazendo uso extensivo de seu violão, Laura Marling marca esse como um dos melhores álbuns folk de todos os tempos, elevando a si mesma ao patamar de musos e divas do folk como PJ Harvey e Joni Mitchell. Em um álbum que se traduz em uma jornada completa tanto dentro quanto fora de nossos anseios, Marling faz um trabalho universal, mas pessoal e único para cada ouvinte. “Breathe”, “Devil’s Resting Place”, “Little Bird” e “Once I was an Eagle” formam os elos mais fortes dessa ligação.

“When Brave Bird Saved” é um curta produzido por Marling que conta com suas músicas como plano de fundo (incluindo duas das três destacadas aí em cima) e encontra em suas interpretações outra forma de poesia.

JAZZ/BLUES/SOUL

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Sentimental Journey (Emmy Rossum)

Caio

Difícil colocar em palavras o que diferencia Sentimental Journey, segundo álbum da atriz Emmy Rossum e primeiro em que ela interpreta canções do standard pop (e isso significa o tipo de coisa interpretado por Frank Sinatra, Cole Porter e Tony Bennet, se alguém tiver alguma dúvida), de uma investida como o Except Sometimes, da também atriz por profissão Molly Ringwald. Embora a estrela oitentista ruiva tenha cravado um bom disco, não tem a voz e o carisma com os quais Emmy impregna Sentimental Journey. Talvez o grande triunfo do álbum seja não se limitar a regravar as pérolas escolhidas, mas dar a elas um tratamento realmente carinhoso, arranjos sofisticados para além do padrão jazz-pop e a interpretação sempre deliciosamente elástica de uma das artistas mais completas de sua geração.

Outro ás na manga do álbum é passear com tranquilidade e personalidade por climas bem distintos. A melancolia é bem vinda em “I’ll Be With You In Apple Blossom Time”, “Pretty Paper” e “These Foolish Things (Remind me of You)”, tratada como deve ser, com o garbo e a elegância das intérpretes de outros tempos, os arranjos simples e eficientes, e a alma que transborda de cada nota como se desmanchasse diretamente de um LP. Quando chega a vez de investidas mais animadas, Emmy não decepciona e entrega entusiasmo quase campestre, como nas deliciosas “The Object of My Affection”, “I’m Looking Over a Four Leaf Clover” e “Many Tears Ago”. Nessas, a banda que acompanha Emmy faz a festa, trazendo o espírito das festas de arromba animadas pelo jazz dos anos 50/60.

Sentimental Journey é brilhante porque é justamente o que sugere no título: uma jornada por sentimentos, da forma que eles eram cantados, tocados e sentidos em outros tempos.

ESTREIA

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Secondhand Rapture (MS MR)

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Há quem diga que o Secondhand Rapture é o resultado da mistura de Florence + The Machine com uma boa dose de açúcar num caldeirão forrado por uma estampa vintage e bem colorida. De fato, entre os lançamentos de musica alternativa do semestre o album tem um destaque absurdo. A dupla que vêm divulgando seu trabalho já há um bom tempo conseguiu obter maior destaque neste ano de 2013 com musicas em séries famosas como Pretty Little Liars e principalmente com o trailer da terceira temporada de Game Of Thrones, com a faixa “Bones”, além da abertura de shows da cantora Marina & The Diamonds, que impulsionou bastante a divulgação deles. O atual album de trabalho e primeiro da dupla veio logo após o lançamento do EP Candy Bar Creep Show de 2012 que se incorporou completamente no album final.

Seu destaque não vêm apenas da musica, que por mais que traga algumas semelhanças com outros artistas consegue uma identidade unica da banda, seja pela voz da Lizzy e pela produção de Max ou pelas composições com letras sombrias e sensíveis em boa parte das faixas. Vale a pena também ressaltar que os dois trazem consigo um trabalho visual incrível que pode ser notado facilmente em sua videografia, e o estilo de suas roupas. Em suma, o Secondhand Rapture é apaixonante e trouxe pra muita gente uma nova experiência auditiva que conquistou até quem não tem tanta experiência ou gosto por musica alternativa. É sensível, é delicado, é sombrio, intenso e dançante.

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True Romance (Charli XCX)

Caio

Charli XCX surgiu no repertório musical deste que vos fala em Novembro de 2011, quase dois anos atrás, com o single “Nuclear Seasons”. Então ancorada ao que os blogueiros de música chamavam de gothic-dream-pop, a estética da britânica nascida Charlotte Emma Aitchinson era de tons mais sombrios e produção ainda mais empurrada para o lado do trash. Não havia nada de amador, no entanto, no som da moça, que misturava dream pop de artistas alternativos como Purity Ring, GusGus e The Sound of Arrows e inseria a agressividade talhada para o mainstream. A composição melódica era brilhante, a voz da moça, ainda mais na até hoje insuperável versão ao vivo de “Stay Away”, tinha tons e subtons interessantes de interpretação.

Por uma série de mixtapes lançadas algum tempo depois, Charli mostrou que não tem medo de incorporar tendências atuais a sua visão de pop, especialmente o movimento crescente do novo hip hop (“Cloud Aura”), e toques de renascimento dos anos 90 (“Take My Hand”, “What I Like”). Super Ultra Mixtape e Heartbreaks and Earthquakes foram aquecimentos para o álbum de estreia, mas formam também a espinha vertebral do disco, com canções emprestadas, repaginadas e relançadas. O resultado é um dos mais certeiros, bem polidos e autênticos registros de música pop do ano até agora. Um amálgama lindo de referências explodindo com a personalidade de uma artista única que, ousamos dizer, sintetiza a própria identidade da geração que cria o pop nos anos 2010.

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Monomania (Clarice Falcão)

Vanessa

Conhecida por seus trabalhos espalhados no YouTube, a atriz, cantora e compositora Clarice Falcão lançou recentemente seu primeiro projeto musical, o álbum virtual Monomania. A cantora de 23 anos começou a ganhar reconhecimento no mundo virtual em 2007, com o vídeo finalista “Laços (Ties)”, passando posteriormente pelos canais de humor Parafernalha e Porta dos Fundos.

Dosando uma quantidade exata de humor e romantismo, Clarice inovou em suas composições e conquistou fãs pela internet. Monomania conta com 14 faixas no total, todas compostas por ela. Algumas das já conhecidas no YouTube foram regravadas para o álbum de estreia, como “Macaé”, “O Que eu Bebi” e a conhecida “8º Andar”.

Em suas composições mais populares, Clarice trata com leveza e comédia um romance possessivo, às vezes até psicótico. Além disso, a cantora também mostra neste CD um pouco de seu lado pessoal, como em “Capitão Gancho” e “De Todos Os Loucos do Mundo”, que escreveu para seu parceiro de trabalho no canal Porta dos Fundos e namorado, Gregório Duvivier. Entre outras novidades, o álbum também conta com a faixa “Eu Me Lembro”, com a participação do cantor Silva, e a versão em inglês da faixa “Fred Astaire”.

SINGLE

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“Still Into You” (Paramore)

Amanda

Quando do anúncio de um álbum de retorno e o quarto da carreira, muito se especulou sobre a nova sonoridade que a banda Paramore pretendia trazer. O som mais pop atrelado ao velho e bom rock não esteve presente em boa parte das faixas, como se esperava. “Now”, o primeiro single de trabalho, não foi lá das melhores representações dessa veia pop almejada, já que ainda estava muito arraigada ao frenesi das guitarras pesadas. Mas, num passeio rápido pelo disco homônimo, “Still Into You” talvez possa ser o conceito de “sonoridade mais pop” que a banda anunciou lá no início.

Apesar do tom muito animado, “Still Into You” é, claramente, uma das canções de amor divertidas que a banda declarou que estariam presente no álbum. Paixão, dificuldades em se manter uma relação, apoio mútuo, tudo é cantado num tom alegre, e vezes frenético. Os vocais de Hayley Williams estão agradáveis ao seu modo, mas não é uma coisa que logo chama atenção. O segundo single do Paramore é, em quase todos os aspectos, o inverso do primeiro, “Now”, e representa a ponte de separação que certas canções podem estabelecer dentro de um único disco.

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“Just Give Me a Reason” (P!nk feat. Nate Ruess)

Marlon

Tenho pra mim que o termo feat sempre esteve presente nos álbuns de vários artistas ao redor do mundo, desde que música se tornou algo rentável. Na maioria das vezes em que me deparava com essa palavra empregada em um novo disco era uma faixa sem muita importância, boa, mas longe de ter forças para se tornar um single e render milhões aos artistas envolvidos.

Foi em 2011 que eu experimentei o poder de um feat, tanto em capacidade econômica quanto em qualidade musical. A música em questão era "Somebody That I Used to Know" com os fofos da Kimbra e do Gotye. Depois desse fato eu estava crente de que seria difícil uma outra dupla realizar uma parceria tão relevante quanto a deles, que tivesse a força de um single e também tanta harmonia sonora. Porém, (e ainda bem) eu estava enganado, logo em dezembro de 2011 surgem Fun. e Janelle Monáe com a perfeita "We Are Young". A partir daí era só questão de tempo de vários outros artistas se aventurarem nesse hype.

E é aí que surge P!nk e o anúncio de que em seu novo álbum haveria uma faixa com a participação de Nate Ruess, sim, o vocalista do Fun. Se alguém tinha dúvidas de que a música seria um sucesso, provavelmente se enganou. Embora, na minha opinião, “Try” ainda seja a melhor faixa do The Truth About Love, "Just Give Me a Reason" não fica muito atrás, aliás, fica até à frente, chegando a alcançar a primeira posição na chart Billboard Hot 100, se tornando a terceira faixa de P!nk a alcançar tal posto depois de "So What" e "Fuckin' Perfect".

Well done, Alecia!

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“I Need Your Love” (Calvin Harris feat. Ellie Goulding)

Caio

Ellie Goulding é o nome do momento. Não há Azaelia Banks, Charli XCX, Icona Pop ou Macklemore que a tire do trono definitivo de dona do pop-cool com cara de alternativo da segunda década dos anos 2000. Até Calvin Harris, um veterano de guerra da música eletrônica que se viu obrigado a repetir as próprias fórmulas ao entrar na mira do mainstream depois de uma colaboração com Rihanna, se deu bem ao emprestar a refrescante abordagem de Ellie a qualquer canção que conte com ela nos vocais. “I Need Your Love” é tanto o melhor single do 18 Months quanto é um dos melhores do semestre.

A grande conquista da faixa é o sentimento de autenticidade e garra que Ellie passa nos vocais, trazendo o eurodance noventista-futurista de Harris para firmar os dois pés na Terra, e inspirando o moço a quebrar algumas das próprias convenções. Os teclados importados direto dos anos 90 estão aqui, construindo a própria fundação do refrão, mas Harris brinca com a estrutura crescente de suas últimas canções e cria quatro minutos flutuantes que fazem subir arrepios pela espinha quando explodem em frenesi eletrônico. Musa inspiradora e mestre inspirado, Ellie e Calvin são a dupla perfeita em “I Need Your Love”.

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