por Caio Coletti
(Twitter – Tumblr)
The New Normal pode não ser uma das melhores séries em exibição no momento, e pode também lidar de forma um pouco superficial com questões que poderiam levar a reflexões mais profundas, mas Ryan Muprhy e cia tem tido alguns méritos inegáveis com a condução dessa premissa. Primeiro, para uma série com o seu título, The New Normal não é tão absurdamente condescente com a realidade de “família alternativa” dos seus personagens quanto poderia cair na armadilha de ser. O ponto aqui é que sim, o século XXI apresenta moldes diferentes de família, pessoas e casais que lidam com seus problemas de forma distinta. No entanto, fazer esses moldes funcionarem exige, fundamentalmente, muita honestidade. E “Dairy Queen”, a sua própria forma, deixa isso bem claro.
O tema da vez é amamentação. Com o bebê carregado pela barriga de aluguel de Goldie (Georgia King) chegando, Bryan (Andrew Rannells) e David (Justin Bartha), após conversarem com um casal de amigos com uma filha recém-nascida, resolvem perguntar a moça se ela aceitaria ceder o leite materno para a criança do casal. Embora ela aceite de pronto, alguns problemas surgem: Bryan quer se conectar com o filho, o que o leva a comprar um colete feito para os homens poderem amamentar através de seios de plástico; enquanto isso, Shania (Bebe Wood) entra em parafuso quando Goldie confessa que não pôde a amamentar quando deveria.
The New Normal toma uma decisão discretamente ousada ao retratar o tal colete de amamentação masculina como a péssima ideia que ele realmente parece. Ou, ao menos, péssima ideia para os moldes de família de David e Bryan, como o final do episódio sugere, justamente porque eles não estariam sendo sinceros consigo mesmos se pensassem o contrário. A atuação de Andrew Rannells é aqui fundamental como poucas vezes foi no decorrer dessa primeira temporada da série, e é preciso apreciar o quanto ele construiu Bryan com cuidadoso timing cômico e fundamental sensibilidade. O momento de casal da noite não é exatamente tão comovente quanto já pôde ser, mas a narrativa embrulha o pacote todo com elegância que deve ser creditada a Mark J. Kunerth, na segunda incursão na série.
Claro, há a doce e engraçada storyline secundária envolvendo Jane (Ellen Barkin, cada vez melhor) e Bryce (John Stamos) saindo em seu primeiro encontro. É saboroso observar o arco de mudança mais significativo da série se desenhando em Jane, e sua improvável relação de confidência e amizade com Rocky (Nene Leakes). Com seus pequenos defeitos, The New Normal continua sendo absolutamente preciosa.
**** (4/5)
Próximo The New Normal: 01x16 (19/02)
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