2012, o ano em que o mundo (não) acabou. E sim, você vai ler essa piada em todas as espécies de retrospectivas, textos reflexivos e pequenas coleções de pérolas desse ano. A nossa em especial tem objetivo duplo: você que vem acompanhando o Conhecendo a Equipe desde o começo sabe que a coluna tem o objetivo de fazer todos os nossos colunistas e colabroades responderem a mesma pergunta, pra vocês conhecerem os gostos, pensamentos e interesses de cada um deles. Como é fim de ano, a gente resolveu fazer algo especial.
Esse mês, cada um dos membros da equipe vai escolher não um, mas TRÊS momentos que marcaram seu ano, e vai relacionar cada um deles a algum objeto de observação do nosso blog: um filme, uma música, um artista, um acontecimento, uma tendência, e por aí vai. Nossa retrospectiva é tanto pessoal quanto universal, então. E ela começa já:
por Caio Coletti – editor
“I am here, and I’m looking at him, and he is so beautiful”. Há quem diga que os opostos se atraem (e há quem diga que o Caio sabe começar um texto sem um clichê, mas eu acho que são apenas boatos), mas às vezes eu acho que é preciso apreciar-se um pouco mais o quanto as semelhanças são capazes de encantar. É como conhecer, como eu conheci esse ano, a pessoa que entende quando você faz uma piada com uma referência da qual ninguém ri. A pessoa que não pergunta o que sua tatuagem significa, porque já sabe. A pessoa que, entre todas essas bocas-de-metralhadora que a nossa geração se tornou, sabe apreciar o quanto o silêncio entre duas pessoas pode ser cheio de significado, especialmente o fato de ele não ser constrangedor, e sim saboroso. A pessoa que entende o que você quer dizer quando você diz que “as músicas de tal álbum não soam como se tivessem a alma de tal cantora”. Quando você achar a pessoa que entende cada peculiaridadezinha sua, como essas que eu citei, não deixe ela ir embora. Com ela, vocês serão infinitos. Eu o achei esse ano, e não planejo soltar. (Je t’aime, mon amour)
Eu tive muita sorte esse ano, essa é a verdade. Além de conseguir manter os melhores entre os amigos lindos que eu tinha, eu encontrei uma penca de pessoas que me fazem tão bem quanto eles, em um lugar que poderia não ter sido o melhor do meu ano. Graças a eles, foi. Três horas por dia, cinco dias por semana (sem contar os badalos intemináveis e as manhãs pós-Kitnet, nas quais rolaram de deitar na BR até comer a coxinha salvadora do quiosque antes do ponto de ônibus), eles foram minha salvação. Cada um a sua maneira, claro. Duas moças sem as quais minha vida seria uma droga (espero que peguem a referência aqui, coisas lindas), minha escorpiana preferida, a moça cujo apelido inclui um “+RMC” (entenda quem puder!), os moços da turma de amigos mais convencional e nem um pouco colorida do mundo. Eu não me dei bem com todo mundo o ano inteiro (quem não foi citado aqui, sinta-se amado também, por favor, é falta de espaço), mas acho que a gente precisa concordar que valeu a pena, né, gente? E que vai valer por mais alguns anos, na faculdade e depois dela. Amo vocês. Vocês não são mães (nem pais) de santo, mas entendem os búzios do meu coração.
Há uma tendência de considerar todos os anos, nos últimos meses e ao olhar para trás, como “anos de mudança”. Eu odeio bater nessa tecla extremamente clichê já no primeiro top 3 desse post, mas 2012 foi para mim o verdadeiro ano de mudança. Eu não digo mudança física, embora ela também tenha acontecido muito palpavelmente: os dois momentos escolhidos anteriormente são prova disso, e muitos outros também. Mas a mudança da qual realmente falo aqui é a mudança de mim para mim mesmo. Equanto o tempo e o espaço se estreitavam em rotina (e quebras dela) no meu ano, eu me expandi. “sever”, primeiro da série de singles do kin do iamamowhoami, é uma representação metafórica de como isso aconteceu: em sua “dança” com o monstro, Jonna Lee parece nos dizer que devemos também tomar os nossos pessoais pelo braço e girar com eles pela sala de estar (ou pelo mundo). É preciso dar-se espaço para ser o que se é. É preciso deixar a reltutância de lado e se permitir o quanto você acha que é seu limite se permitir. Esse ano, não estreitei minhas fronteiras. Alarguei-as.
por Andreas Lieber – veja os textos dele aqui
A persistência de Elizabeth e Mr. Darcy, a fofura de Jane e Mr. Bingley, a magia de Harry e Gina e Ron e Hermione, a garra de Tristão e Isolda, a classe de Spencer Tracy e Katherine Hepburn, o existencialismo de Sartre e Simone de Beauvoir, a musicalidade de Jónsi e Alex Somers, a eternidade de Edward e Bella. Nem todos os grandes romances do mundo juntos poderiam descrever o que o meu me faz sentir. Eu não encontrei apenas o amor; encontrei uma vida toda, um mundo, minha salvação, minhas razões pra continuar, a perfeição e... bem, tudo. (Hashtag desse tópico: #o #amor #te #deixa #cafona)
Só quem já ficou um ano inteiro sem amigos, literalmente, pode entender a alegria extasiante de poder finalmente encontrar alguns. Mais extasiante ainda foi mantê-los. Acho que nada melhor do que Lana Del Rey pra explicar o ano que eu tive em termos de amizade: várias festas baseadas em “Born to Die”, dancinha particular pelos corredores com “Without You” (Hello, hello? *finge que tá no telefone* C-can you hear me? *faz dancinha sexy* I can be your china doll *puxa os olhos*, if you wanna see me fall *finge que cai*), encenação de “Blue Jeans” na piscina e até dei uma de tigre em “Born to Die”. Meus amigos não ajudaram a salvar apenas meu ano, eles ajudaram a me salvar também.
Depois do ano infernal sem amigos e fazendo algo que eu não queria, finalmente resolvi “colocar os pingos nos is” e fazer o que eu sabia ser certo, independentemente da confusão que isso causaria. Disse que tinha trancado a faculdade, mas na verdade não fiz nem rematrícula e fiquei um ano estudando para o que eu realmente quero (e espero que passe haha). Além disso, resolvi realmente de quem eu precisava que continuasse na minha vida e cortei relações que me faziam mal; descobri que o inferno realmente é os outros. Como Emilie canta em “Misery Loves Company”: “Misery loves company and company loves more, more loves anybody else. But hell is others.”
por Marlon Rosa – veja os textos dele aqui
E não é que meu samba começou uma semana antes do carnaval? Logo no início de fevereiro, mais exatamente no dia 13 de fevereiro, fui indicado pra uma vaga de estágio como assistente de arte para redes sociais em uma agência de Campinas. Na época, ainda estava no meu emprego antigo, não muito feliz por estar um pouco fora da área de atuação que queria desempenhar, porém, foi através de algumas pessoas que conheci nesse primeiro emprego, que eu consegui chegar onde estou agora. Atualmente, não consigo pensar em outro lugar pra se trabalhar, costumo dizer que hoje eu não tenho colegas de trabalho, mas sim amigos de trabalho.
Você não percebe que cresceu quando pelos começam a crescer por toda parte do seu corpo, você não percebe que é grande quando toma o primeiro porre em alguma festa da faculdade; você só percebe o quanto já é adulto, quando termina de apresentar o TCC, desce do palco e depois das palmas, é parabenizado por todos e se lembra de tudo o que passou para chegar até ali. Concluir meu curso de Publicidade e Propaganda com um trabalho sobre os 50 anos da personagem Mônica é de um simbolismo ímpar, que acredito que só eu consiga entender, mas ver que 4 anos de vida, trabalhos, provas, brigas e estresse se materializaram através de 6 mãos e um trabalho de 430 páginas é de uma importância ainda maior. No meu ponto de vista, as pessoas nunca param de crescer, mas elas com certeza pulam uns 30 anos (mentais) depois de concluir a faculdade.
Esse tópico do meu TOP 3 não aconteceu em 2012, ele começou lááá em 2011, quando eu conheci uma pessoa muito especial. "Mas Marlon, o TOP 3 não é o de 2012? O que tem a ver falar de algo que aconteceu lá em 2011?". Bom, eu explico! Foi através dessa pessoa que eu conheci todos os meus amigos deste ano, e se me permitem dizer, são os melhores amigos que eu poderia escolher. Aliás, ainda bem que não foi exatamente eu quem os escolhi, se o tivesse feito, provavelmente não teria me saído tão bem quanto ela. Então, a primeira fileira da minha lista, está reservada para todos os meus amigos, em especial à Raissa Garcia, que já é mais do que minha amiga, é minha irmã. E que venham mais festas, mais estrelinhas viradas no meio da rua, mais charutos de entidade e camas quebradas!
por GuiAndroid – veja os textos dele aqui
No começo do ano, Março ou foi Abril? Não me lembro bem. Eu conheci uma pessoa muito especial, Daniele, ou Dani, Lana, ou Kowalski e essa pessoa veio a se tornar minha melhor amiga em 2012. Vale a pena contar como nós nos conhecemos; bom eu já fazia técnico de Comunicação Visual desde Fevereiro, então a garota estilosa e primorosamente maquiada que também entrou na minha sala do ensino médio também entrou na minha sala do técnico, não vou dizer que nos afeiçoamos logo de cara, só posso dizer que não houve muito contato. Num belo dia, nós tínhamos que levar uma foto de algum rosto para a aula, não lembro bem a atividade, eis que a Dani levou uma foto da Lana Del Rey, da qual #SouFã e o surto se instalou quando eu percebi que ela gostava e ela percebeu que eu também gostava de Lana, nos tornamos amigos desde então, melhores amigos. Devido a minha incapacidade de guardar nomes, sempre que me esquecia do nome dela – que é muito difícil – eu a chamava de Lana e o apelido pegou tanto que dura até hoje.
inha mãe e eu saímos em um sábado para tomar café da manhã e almoçar fora, como fazemos sempre. Fomos almoçar em um tradicional restaurante daqui de Leme ~onde estou exilado há um ano~ então de repente, por demais simplesmente o garçom surge e me diz "O que vai querer Lonely Boy?". Sim, eu estava sozinho esperando minha mãe voltar não sei de onde. Só sei que desde então meu pseudônimo praticamente se tornou Dan Humphrey da série Gossip Girl #RIPGG. Comentários a parte, nunca fiquei tão "what the fuck" desde aquele dia. É não é um momento que faça muita diferença na minha vida, mas eu achei legal citar por causa da ligação com GG.
Acho que todos nós cometemos erros mas são erros que são fundamentais para o nosso crescimento e amadurecimento. Esse ano eu cometi vários, um deles e o maior, foi ter me apaixonado e ter me ferrado, de novo para variar. Independente desse meu ato de fraqueza, eu relaciono esse "momento" que é mais um "acontecimento", com a música “Lucky Ones” da Lana Del Rey, é uma canção esperançosa, mas que eu confesso ter deixado de gostar desde então.
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