por Amanda Prates
(Twitter - O Que Vi Por Aí)
Glee está de volta, bitches, e numa oscilação entre decepção e surpresa a cada episódio. A série de Ryan Murphy – nome por trás dos sucessos The New Normal e American Horror Story – parece estar perdendo o foco, se desvencilhando da ideia de um grupo de adolescentes invisíveis do high school que busca um pouco de popularidade por meio do coral. A ideia de apresentar basicamente clones dos personagens que “saíram” da cena colegial foi um tanto desastrosa. O universo Rachel Berry, se graduando em NYADA, é bem mais interessante do que as idas e vindas do New Directions, mesmo sendo lento, esporádico e cheio de clichês.
Glee parecia ter começado bem, apesar dos pesares. E começou! O “The New Rachel” deu uma perfeita continuação à terceira temporada, sem fugir de muita coisa, e mostrou que os graduandos permaneceriam na série, mesmo em cenas diferentes dos novatos. Mas, bastou a iniciativa desastrosa de fazer uma segunda versão do “tributo” a Britney Spears para a coisa começar a perder o controle e entrar numa oscilação infinita entre o bom e o ruim. “Glee, Actually”, foi mais uma daquelas tentativas de Murphy em fazer um episódio voltado para o período de comemoração natalina, e tão mais hipócrita e incoerente quanto os outros. Mas, eis que vem um hiatus para acender a esperança de uma reviravolta digna na trama. Só ficou na esperança mesmo.
“Sadie Hawkins” era para ser um desses episódios que sucedem um que tenha decepcionado. Mas foi o contrário. A trama se desenvolveu no amor platônico não correspondido de Tina por Blaine e no deste por Sam, e consequentemente, num baile que ela criou, no qual as meninas quem escolheriam seus acompanhantes. Finn, por sua vez, sugeriu que elas fizessem o convite por meio de uma música, a oportunidade que Tina teve para também declarar camufladamente seu amor pelo ex-Warbler, o que resultou em um “não”. Concomitantemente, Sam buscava falhas nos Warblers para salvar o New Directions, o que pareceu hilário, e a saída um tanto exagerada: fazer com que um aluno da Dalton Academy e parte do coral confessasse o uso de anabolizante durante as preparações para as Sectionals. O resultado disso tudo, a gente confere no episódio da próxima semana, “Naked”, que parece que vai apelar além do normal.
Enquanto em Lima as meninas se preparam para o baile e Marley, finalmente, oficializa um relacionamento com Jake, em Nova York, Kurt, na tentativa de se entrosar mais com os alunos de NYADA, conhece Adam, líder do coral Adam’s Apple e, apenas o descrevendo como loiro, alto, magya e dono de um (lindo) sotaque britânico, já se pode imaginar o que tenha acontecido com os batimentos cardíacos de Hummel. Entre Rachel e Brody, as coisas parecem comecar a se firmar, ou não.
No baile, uma série de ótimas performances se sucedem: com “No Scrubs” (TLC) Artie, Sam, Ryder, Blaine e Joe enlouquecem as garotas que, logo após, dominam o palco com a interpretação da ótima “Locked Out Of Heaven”, hit de Bruno Mars. Ryder, que não-se-sabe-porque entrou pro cast pelo The Glee Project, encerrou com “I Only Have Eyes for You”, canção original de The Flamingos. Nessa história do baile, há um resgate da verdadeira essência da série, quando Beiste, a treinadora durona do time de futebol do McKinley High, mostra seu grande coração quando encorajam as meninas retraídas do baile por não terem um par, dizendo que uma mulher forte é aquela que sabe que o pior que ela pode ouvir ao convidar alguém para sair é um “não”.
Glee, nesta temporada tem tido mais erros do que acertos, e talvez isso possa justificar a baixa audiência que a série tem alcançado desde o fim da season three. “Sadie Hawkins”, no mais, não decepcionou tanto, mas foi colocado erroneamente como retorno de um hiatus. Só espero que isso seja apenas uma fase, já que esta é uma série que sempre começa bem e depois sobe triunfantemente, e que jamais perde sua mensagem inspiradora.
*** (3/5)
Próximo Glee: 4x12 – Naked (31/01)
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