5 de dez. de 2013

Lana Del Rey aproxima o céu e o inferno no curta-metragem “Tropico”

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por Caio Coletti

É difícil saber exatamente o que Lana Del Rey quer dizer com Tropico. De teorias malucas envolvendo extraterrestres e abduções, até a alegoria mais óbvia de Adão e Eva e o pecado original, os 27 minutos do curta-metragem que fecha a era Born to Die/Paradise da moça são mais misteriosos que qualquer coisa que Lady Gaga fez nos últimos 5 anos. Do outro lado da moeda, porém, está o fato de que a história que a moça quer contar no filminho, já há meses esperado pelos fãs, é bem clara.

Começamos com “Body Electric”, completa com participações de Elvis, Marilyn e Jesus (feat. John Wayne como Deus!). Lana e o parceiro de cena Shaun Ross estão no Jardim do Éden, como versões sexualizadas de Adão e Eva, observados pelos ícones pop citados aí em cima, até que mordem a maçã do pecado original. Raios e trovões depois, e estamos em Los Angeles, e Lana e Shaun são um assaltante e uma stripper em uma turma de degenerados. Depois de cantar “Gods & Monsters”, Lana crava: “Alguns poetas disseram que essa era a entrada para o submundo, mas em algumas noites de verão, parecia ser o paraíso”.

A última canção é “Bel Air”, que já havia anteriormente ganhado clipe próprio, e que aqui é cantada ante um fundo utópico, de céu brilhante e descampado em tons de sépia. Shaun e Lana fogem de Los Angeles para explorar as paisagens americanas (como John Wayne deixa claro em uma extensa parte falada), e em um último ato conflituoso asendem aos céus em uma dança terna e romântica.

Talvez Tropico seja melhor deixado indecifrado em seus específicos, mas seu tema e sua concepção de mundo estão bem na cara do espectador: tanto no mundo externo quanto no mundo interno, céu e inferno se encontram mesmo é na pura humanidade.

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