11 de mar. de 2013

Review: Glee, 04x15 – Girls (and Boys) on Film

por Amanda Prates
(Twitter - O Que Vi Por Aí)

Se o último episódio de Glee partiu de alguma premissa, perdoe-me, meu caro leitor, mas essa que vos escreve não foi suficientemente capaz de captar mensagem alguma. Muita gente ainda pode ter alguma esperança sobre a série de Ryan Murphy, o que é razoável, afinal a esperança é a última que morre (ok, isso soou clichê e ridículo, me julguem!), mas nas últimas temporadas, Ryan e sua equipe astuta de roteiristas têm feito desta mais uma série(zinha) neutra que pode não durar por mais duas temporadas. Ou talvez eu esteja redondamente enganada e o plot de “Girls (and Boys) on Film” seja mesmo somente uma homenagem ao cinema e celebração à 500ª música, com a função de entreter, mas ainda com algo que faria seu espectador criar certa expectativa sobre a trama.

Pois bem, tudo começa com um sonho de Will com Emma (os dois performavam juntos, numa fotografia em preto e branco, a canção You’re All the World to Me”, do clássico filme Royal Wedding) que o levou a propor ao New Directions uma competição de mash-ups entre meninos e meninas que teriam de cantar músicas-tema de seus filmes favoritos. É claro que essas disputas não possuem um propósito dramático dentro do roteiro, servem apenas como justificativa às escolhas musicais. E nem seria necessário mencionar que neste tipo de competição todo mundo sai vencedor e, para os que competem, isso chega a ser pior do que perder. É aqui que eu percebo o quão difícil é entender a facilidade com que Glee consegue acertar no roteiro e errar a mão em muitos outros momentos.

É em um momento anterior à competição, que Blaine comanda a performance de “Shout” (do filme Animal House), a canção 500 da série. Essa foi, de fato, a cena que mais me perturbou. Primeiro porque Blaine continua sendo o grande destaque nas performances, já está mais do que na hora de tio Ryan voltar a valorizar os talentos que dispõe em seu elenco (cadê a ideia de “trabalho em equipe” das duas primeiras temporadas???). Segundo, não tinha outra música de um clássico para homenagear? Não que “Shout” seja ruim (o contrário), mas se tivessem colocado o número de Klaine para “Come What May”, teria soado mais digno como canção 500.

Na subtrama dramática adolescente, o foco ainda continua no triângulo amoroso Jake-Marley-Ryder. Está claro que toda essa abordagem clichê já está virando um vai-e-vem repetitivo e insuportável, mas nada que já não tenhamos, nos mesmos moldes, visto lá pela primeira temporada, então só nos resta ter paciência. Neste episódio, a consciência da Marley pesou tanto que teve de revelar a Jake que Ryder a havia beijado, depois da cena... fofinha que os dois protagonizaram com a música-tema de Ghost, “Unchained Melody”. Eu realmente torço para que haja uma reviravolta ou que essa história tenha logo o seu fim na série.

Já no núcleo de Nova York, as coisas parecem ganhar a velha perspectiva de suspense do início da série, ou só parecem. Enquanto Kurt sonhava acordado com Blaine numa performance mais que ousada e sem emoção de “Come What May” (do filme Moulin Rouge), Santana voltava a ser a bitch de antes e tentava convencer Rachel de que Brody é traficante de drogas (é isso mesmo, Ryan?). A diva-mor da NYADA, por sua vez, tenta não acreditar numa só palavra e até utiliza meios sem sucesso para contrariar as suspeitas da moça. É neste caminho que Ryan traz à tona o ponto de interrogação enorme e nossas caras de babacas com a possível gravidez de Rachel. É claro que ele deixou pairando no ar a resposta para isso, assim como o segredo de Brody. Provavelmente essa história pare por aí mesmo, nada que não seja novidade em Glee.

Sem dúvidas, os roteiristas da série ainda dispõem de estratégias que tornam a trama interessante e sem menosprezar a inteligência do seu espectador (aliás, isso é algo que Glee nunca soube fazer), mas essas subtramas deixadas no ar e sem desfechos podem até incomodar. Glee precisa urgentemente organizar seus núcleos e dar uma dinâmica maior aos vários personagens que estão em segundo plano. Eu não sei bem para que servem esses hiatus, mas nem com eles a série tem conseguido retornos excepcionais que possam dar uma dose maior de esperança ao seu espectador. E eles não param por aqui! O próximo já está agendado para muito breve.

“You’re All The World To Me”, do filme Royal Wedding, interpretada por Will (Matthew Morrison) e Emma (Jayma Mays); veja aqui;

“Shout”, do filme Animal House, interpretada pelo New Directions; veja aqui;

“Come What May”, do filme Moulin Rouge!, interpretada por Blaine (Darren Criss) e Kurt (Chris Colfer); veja aqui;

“Old Time Rock & Roll/Danger Zone”, dos filmes Risky Business e Top Gun, respectivamente, interpretadas por Artie (Kevin MacHale), Jake (Jacob Artist), Blaine, Sam (Chord Overstreet), Ryder (Blake Jenner), Joe (Samuel Larsen); veja aqui;

◘  “Diamonds Are A Girl’s Best Friend/Material Girl”, dos filmes Moulin Rouge! e Gentlemen Prefer Blondes, interpretadas por Marley (Melissa Benoist), Wade Unique (Alex Newell), Kitty (Becca Tobin), Sugar (Vanessa Lengies), Brittany (Heather Morris), Tina (Jenna Ushkowitz); veja aqui;

“In Your Eyes”, do filme Vision Quest, interpretada por Will; veja aqui;

“Unchained Melody”, do filme Ghost, intepretada por Jake e Ryder; veja aqui;

“Footloose”, do filme de mesmo nome, interpretada pelo New Directions; veja aqui;

*** (3/5)

Próximo Glee: 04x16 – Feud (14/03)

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