por Caio Coletti
(Twitter – Tumblr)
ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
“All In” é um dos raros episódios de Person of Interest que passam perto de perder a atenção do espectador em meio as próprias escolhas narrativas. Mas é também uma das tramas mais recompensadoras para quem acompanha a série e entende seu núcleo emocional mais intrincado. Em seus melhores momentos, Person é sobre uma coleção de personagens que tiveram que deixar algo para trás por motivos maiores que eles mesmos. “All In” captura isso ao retratar a história de um homem que viveu o amor de sua vida da maneira mais plena que conseguiu, e contrastá-la com as trajetórias pessoais dos personagens principais da série.
Nesse ponto, o roteiro de Lucas O’Connor, que está na equipe de staff writers da série desde a primeira temporada, é primoroso. Ajuda também que Ron McLarty, ator escalado para o papel de Lou, o tal homem de que falei no parágrafo anterior, empreste uma boa dose de sabedoria e algum humor ao personagem. “All In” também não tropeça quando aposta em Ken Leung, voltando na pele do personagem Leon, já sua quarta aparição na série. O problema é que a trama urdida por O’Connor tem tantas reviravoltas e elementos a serem explorados que fica difícil não notar momentos em que o pior de Person (os diálogos óbvios e as frases de efeito clichê, as tramas seguindo em paralelo ao invés de se cruzarem) apareça em tela.
Para esclarecer: Lou é o número dado pela máquina a Resse e Finch, que se deslocam até Atlantic City para descobrir que ele é um apostador inveterado de um cassino local. As coisas começam a ficar estranhas quando todos os frequentadores do tal cassino aparecem na tarde seguinte em uma farmácia, todos saindo com um pequeno frasco de remédio nas mãos. Junte isso a revelação, vinda de Carter (a única colaboração da moça para o caso da dupla, aliás), de que o dono do cassino está sendo investigado por venda de drogas e bam!, fica claro que Lou e seus companheiros de jogo estão sendo coagidos a lavar o dinheiro sujo da mercadoria.
Faz muito mais sentido em tela do que no papel, não se preocupe, e o final do episódio, quando tudo está finalmente resolvido, é recompensador por ter um momento raro nessa segunda temporada em que o entendimento mútuo entre Reese e Finch, dois homens que sabem o quanto uma decisão certa pode pesar, fica claro. Tanto Caviezel quanto Emerson estão brilhantes aqui. E é bom que Person se lembre de que não juntou esses dois personagens por acaso. Enquanto isso, Carter e sua trama de livrar um amigo policial de uma armação esbarra no retorno do HR, grupo de policiais sujos do qual, até pouco tempo, Fusco fazia parte. Há de se confessar, pelo menos, que Kevin Chapman vinha fazendo falta. Mas “All In” definitivamente não é o melhor que Person pode oferecer.
**** (3,5/5)
Próximo Person of Interest: 01x19 – Trojan Horse (04/04)
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