10 de mar. de 2013

Review: Cult, 01x03 – Being Billy

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por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

Na semana passada, este que vos fala disse que a única armadilha na qual Cult poderia cair ainda era a de prender os protagonistas em um ciclo formulaico de tramas envolvendo Jeff e Skye no rastro de um novo seguidor radical da série-dentro-da-série. Nem sempre é possível acertar, e com isso eu quero dizer que, talvez, se acomodar a uma serialização bem esquematizada, desde que os pequenos detalhes continuem se subvertendo, possa ser a melhor coisa que poderia acontecer com Cult. “Being Billy” se parece muito com “In The Blood” em certas estruturas fundamentais, e isso não é ruim. Especialmente porque o mundo que cerca essa narrativa continua enriquecendo e expandindo.

Mulder e Scully não tinham os “monstros da semana”? Jeff e Skye agora tem o “fã desvairado da semana"! Piadas a parte, a pequena subversão que Cult aplica aqui é fazer a dupla de protagonistas suspeitar que o desaparecimento do irmão do moço, Nate, que levou os dois a se envolverem em toda a investigação, na verdade seja um complexo e macabro jogo de esconde-esconde montado pelo mesmo. A possibilidade aparece quando eles ficam sabendo que Nate era o organizador de uma pequena brincadeira dentro do campus da faculdade que cursava (sem Jeff saber), uma reencenação das cenas da série-dentro-da-série em que um dos envolvidos não tinha ideia nenhuma de que estava sendo parte da brincadeira.

É interessante que a série toque no fato de que Jeff parece não conehcer tão bem o irmão quanto gostaria. Ele descobre um relacionamento de Nate, de mais de um ano, do qual não ficou sabendo, e é natural que desconfie do moço a partir disso. Cult faz as coisas acontecerem com cuidado e calma, o que faz a trama de Jeff funcionar mesmo se calcando na boa e velha moral do “você escolhe em que acreditar” (como se essa série já não berrasse Arquivo X o bastante). O segundo plot da semana, por sua vez, parece ser prejudicado por esse ritmo cadenciado, não chegando a nenhum lugar concreto e tampouco servindo para desenvolver os personagens. O affair de Roger, intérprete de Billy na série-dentro-da-série, com a “true believer” Kirstie, ao menos por enquanto, só serve para dar mais material para o ótimo Robert Knepper.

Quem também mostra boa atuação é Matt Davis, parecendo mais adaptado ao seu personagem e mais confortável em lhe dar nuances e emoções transparentes nos momentos de maior destaque da trama. Cult, aos poucos, coloca suas peças no lugar.

**** (4/5)

Próximo Cult: 01x04 – Get With The Program (15/03)

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