3 de mar. de 2013

Review: Cult, 01x02 – In The Blood

CULT

por Caio Coletti
(TwitterTumblr)

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Depois de uma estreia promissora (que destacamos aqui no blog), Cult chega ao segundo episódio movendo as próprias engrenagens de maneira bastante habilidosa. “In The Blood” se concentra no mais antigo e mais eficiente dos mecanismos das séries de suspense: aparenta querer amarrar as pontas deixadas pelo episódio passado quando na verdade pretende levantar ainda mais dúvidas e manter o status quo do grande mistério da trama evoluindo e se acumulando. Ainda não temos a mais leve noção de quem é o misterioso “homem por trás das cortinas”, Steven Rae, e isso torna Cult compulsiva de se assistir. Mas não é o que a torna, como está até agora, uma produção genuinamente boa.

É a proposta cuidadosa de desenvolver os personagens progressiva e lentamente, sem apressar a trama nem encaixá-los em estereótipos, que faz de Cult um bom pedaço de televisão. Aqui é mais fácil perceber os trabalhos excelentes realizados por Robert Knepper e Jessica Lucas, por exemplo. Ele, encarregado de dois personagens sutilmente diferentes, faz do Billy Grimm da série ficcional uma entidade poderosa e magnética, e do Roger Reeves da “série de verdade” um ser humano crível e ainda velado num suave mistério. A série parece ter planos grandes para Reeves, e ajuda que Knepper esteja impecável no papel. Lucas, por sua vez, tem a motivação de sua Skye revelada, e mostra a delicadeza necessária para lidar com a ambição da personagem sem atrapalhar o ritmo bem marcado da série.

A trama aqui gira em torno das consequencias do suicídio de Merriam; do hackeamento do notebook de Jeff (aparentemente por membros do tal culto, aqui denominados, em mais uma deliciosa jogada de mitologia,  “true believers”) e da subsequente ligação de Nathan que Jeff recebeu. Primeira consideração: a introdução da personagem E.J. (Stacey Farber, de Degrassi: The Next Generation, toda carisma) é encantadora e adiciona um tempero de romance e verborragia que faz bem para equilibrar o clima da série. O único perigo que ronda Cult nesse momento é a prisão de uma fórmula em que Jeff e Skye perseguem um “seguidor” do culto por episódio, acabando em uma morte trágica e na repetição da frase “hey, this things just snap right off”.

Com tantas subtramas interessantes sendo revolvidas em seu interior, um elenco que aos poucos se mostra competente e direção surpreendente, Cult continua caminhando na tênue linha em que pode fracassar ou triunfar em qualquer momento. E talvez essa seja sua zona de conforto. Enquanto ela acertar o equilíbrio, você não vai me ver reclamando.

**** (4/5)

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Próximo Cult: 01x03 – Being Billy (08/03/2013)

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