8 de mai. de 2014

Suburgatory 3x10: No, You Can’t Sit With Us

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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

por Caio Coletti

A partir dessa terceira temporada, ao invés de fazer uma cobertura detalhada de cada episódio de Suburgatory, O Anagrama vai trazer uma review por mês, de preferência de episódios marcantes para a continuidade da série, checando a quantas anda uma das nossas comédias preferidas.

Desde o nosso último review de Suburgatory (do ótimo “Blame it on the Rainstick”), a série engatou em uma sequencia de episódios realmente acertados. Se a primeira temporada da comédia triunfava quando se concentrava em relações pai-e-filho, e a segunda encontrou seu caminho em meio a alguns tropeções ao falar de relacionamentos românticos, esse terceiro ano aos poucos mostra que Suburgatory consegue fazer tudo ao mesmo tempo, porque seu centro está na verdade em uma discussão moral muito própria da sua premissa. Desde seu início, a série de Emily Kapnek é sobre futilidade.

Não cabe chamar Suburgatory de maniqueísta, no entanto, pelo menos não nessa terceira temporada. “No, You Can’t Sit With Us”, um episódio mais fraco que os seus antecessores, ainda assim é muito eficiente em relativizar essas posições e mostrar que existe mais de uma maneira de ser fútil. Quando Tessa resolve recrutar uma garota deslocada (a talentosa Edie Mothersbaugh) para concorrer no concurso de beleza infantil de Chatswin, colocando-a diretamente contra a protege de Dalia, existe um sentimento egoísta de justiceira social motivando a protagonista, mesmo que os meios para chegar a esse fim sejam nobres.

O roteiro de Annie Weisman, na sua segunda colaboração com a série, destila referências pop (de Meninas Malvadas, é claro, a Girls) para colorir essa trama, mas é notável mesmo a forma como mostra que de nada adianta colocar os injustiçados em uma posição de poder, como faz Tessa, se o objetivo de fazê-lo é humilhar ou perpetradores da injustiça. Suburgatory transforma, assim, o que poderia ser só mais um episódio sobre hipocrisias mútuas em uma declaração forte (ainda que ambígua) sobre o ato de “se ajustar” a sociedade, e o quanto todos nós somos moldados pelo ambiente em que vivemos para ter os nossos próprios vícios e virtudes.

Tanto nessa trama principal quanto na secundária, que retrata uma viagem de Noah, Fred e George ao lado do filho adotivo do segundo, Victor, “No, You Can’t Sit With Us” confirma esse terceiro ano de Suburgatory como seu mais sólido e mais bem desenvolvido até agora. Não passa sem alguns deslizes (a homenagem de Tessa a Dallas e Dalia no final soou um pouco forçada), mas nos recompensa muito por passar por cima deles e continuar assistindo.

Observações adicionais:

- “They kicked me out after three weeks for seeming gay”

✰✰✰✰ (4/5)

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Próximo Suburgatory: 3x13 – Stiiiiiiill Horny (14/05)
Próximo review: 3x15 (28/05)

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