29 de jan. de 2015

Previsões para o Oscar 2015: Melhor Direção

rl globeRichard Linklater com o Globo de Ouro de Melhor Diretor

por Caio Coletti

Um cineasta americano não ganha a premiação da categoria no Oscar desde 2010, quando Kathryn Bigelow se tornou também a primeira mulher a levar a estatueta, por Guerra ao Terror. Desde então, um britânico (Tom Hopper, por Discurso do Rei), um francês (Michael Hazanavicious, por O Artista), um taiwanês (Ang Lee, por As Aventuras de Pi) e um mexicano (Alfonso Cuarón, por Gravidade) foram escolhidos pela Academia. 2015 pode mudar essa história premiando Richard Linklater, Wes Anderson ou Bennett Miller, três dos indicados desse ano. Quem pode desbancar os ianques de novo é Alejandro González Iñárritu (mexicano), bem cotado por seu Birdman, ou Morten Tydlum (norueguês), que fez um trabalho admirável em O Jogo da Imitação.

Os indicados:

Richard Linklater, por Boyhood
(4ª indicação)
Alejandro González Iñárritu, por Birdman
(3ª indicação)
Bennett Miller, por Foxcatcher
(2ª indicação)
Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste
(4ª indicação)
Morten Tydlum, por O Jogo da Imitação
(1ª indicação)

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Aposte em
Richard Linklater, por Boyhood

O diretor texano tem feito filmes independentes celebrados desde o comecinho dos anos 90, quando estreou com Slacker. Até agora, a Acadmeia só tinha se rendido ao talento particular do moço com indicações pelo roteiro de Antes do Pôr-do-Sol e Antes da Meia-Noite, partes finais de uma trilogia adoradíssima que retrata as fases de um relacionamento vividas por Ethan Hawke e Julie Delpy. O jeito naturalista de fazer cinema de Linklater atinge seu ápice no ambicioso projeto Boyhood, atravessando 12 anos da vida de um garoto e nos mostrando, no caminho, como os mínimos detalhes fazem a diferença, e os momentos que parecem insignificantes se acumulam para formar o que somos. É um trabalho de extraordinária delicadeza levado a cabo por um cineasta que merece reconhecimento há muito tempo.

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Torcemos por
Wes Anderson, por O Grande Hotel Budapeste

Wes é o diretor mais distintivo e marcante do cinema americano no século XXI,e ponto. Apesar do trabalho hercúleo e detalhista de Linklater merecer o prêmio, se o Oscar fosse baseado em bruta competência (que mundo ideal seria!) Anderson sairia vitorioso no próximo dia 22 de Fevereiro. O Grande Hotel Budapeste é uma apoteose para o cineasta, que explora mais do que nunca a fotografia, as cores, os atores e a humanidade mais básica dos personagens para contar aquela que é talvez a história mais tocante da sua carreira. Um absoluto maestro em tela, coordenando trabalhos bem diferentes em um todo coeso, Anderson já pode se preparar para os próximos anos, porque a estatueta dele está guardada.

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Esqueceram de
Christopher Nolan, por Interestelar
David Fincher, por Garota Exemplar
David Mackenzie, por Starred Up

Esse diretores pertencem (mais ou menos) à mesma geração, e surgiram para o mundo nos últimos 20 anos. Dois deles são americanos que já merecem reconhecimento há algum tempo: Nolan, responsável pelos melhores filmes de super-heroís da história (a última trilogia Batman), encara com a cara e a coragem as narrativas mais ambiciosas e complexas de Hollywood e nem sempre sai delas ileso – mas conduz o espectador para a compreensão mais humana possível, especialmente no belíssimo Interestelar; Fincher, por sua vez, se mostra cada vez mais um diretor de estilo inconfundível, com obsessões bem claras e a implacável competência de encontrar o cerne das histórias que conta. O menos conhecido dos três é David Mackenzie, um britânico de estilo ousado e visceral, que fez a obra-prima Sentidos do Amor e, em 2014, estreou mais uma peça de gênero brilhantemente humana com Starred Up.

Interestelar: REVIEWTRAILER
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Starred Up: REVIEWTRAILER

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