J.K. Simmons levou o troféu do Globo de Ouro por Whiplash
por Caio Coletti
Iguaizinhas à lista do Globo de Ouro na categoria, as indicações a Melhor Ator Coadjuvante no Oscar devem também produzir o mesmo resultado: vitória para J.K. Simmons por seu papel como um instrutor de bateria maldoso no energético Whiplash, do jovem diretor Damien Chazelle. Correndo pelas pontas estão o veteraníssimo Robert Duvall, um dos atores mais celebrados da história do cinema americano; o texano Ethan Hawke conquistando sua segunda indicação na carreira (ou quarta, se você contas as duas a Melhor Roteiro Adaptado); Edward Norton na pele do colega de cena de Michael Keaton em Birdman, e voltando ao Oscar 15 anos depois de A Outra História Americana; e o sempre aplaudido Mark Ruffalo, cujo personagem encontra um destino trágico (não é spoiler, a história é real!) em Foxcatcher.
Os indicados:
Robert Duvall, por O Juiz
(7ª indicação, 1 vitória)
Ethan Hawke, por Boyhood
(4ª indicação)
Edward Norton, por Birdman
(3ª indicação)
Mark Ruffalo, por Foxcatcher
(2ª indicação)
J.K. Simmons, por Whiplash
(1ª indicação)
Aposte em
J.K. Simmons, por Whiplash
No palco do Globo de Ouro 2015, no último dia 11, J.K. Simmons dedicou seu prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por Whiplash para os dois jovens que construíram o filme ao seu lado: o diretor Damien Chazelle (29 anos) e seu co-astro Miles Teller (27), que interpreta o aspirante a baterista de jazz que cai nas mãos do tutor sádico vivido por J.K. Simmons. Nada mais apropriado, uma vez que a carreira desse character actor (um daqueles caras que você talvez não lembre o nome, mas definitivamente conhece o rosto) foi rejuvenescida pela colaboração, que já lhe rendeu 20 prêmios de crítica e o Globo de Ouro ao veterano de 59 anos. O Oscar vai servir como a coroação de uma carreira brilhante, que incluí mais de 150 créditos e papéis marcantes como o J. Jonah Jameson de Homem Aranha e o pai da protagonista de Juno.
Torcemos por
Ethan Hawke, por Boyhood
Apesar da performance do moço não se segurar frente a de Patricia Arquette, que interpreta a mãe do protagonista de Boyhood, Hawke é uma figura marcante como Mason Sr. Na verdade, o fardo que o roteiro de Richard Linklater coloca sobre os ombros do ator é grande: nas mãos de qualquer outro que não Hawke, talvez o personagem tivesse se tornado muito menos identificável do que é. O pai do pequeno Mason não é o homem mais responsável, nem confiável, do mundo, e admite abertamente isso até o final, quando descobre ter se tornado “o cara chato” que a ex-esposa queria que ele fosse 20 anos antes. Como tudo em Boyhood, no entanto, a jornada do personagem é de amadurecimento e descoberta de mundo, e Hawke injeta-o com tamanho charme, tamanha verdade, que fica difícil não amá-lo.
Esqueceram de
Rupert Friend, por Starred Up
Sim, mais uma indicação para Starred Up, porque sim. Não só o filme é um dos mais injustamente ignorados do ano (no Oscar, na vida, nos cinemas), como está cheio de performances inesquecíveis. Ben Mendelsohn poderia muito bem estar aqui por interpretar o pai do protagonista, que está preso com ele; mas quem entrou nos nossos corações foi Rupert Friend, visceral e essencial para a dinâmica da história como o conselheiro psicológico da prisão, que monta um grupo de terapia baseado no diálogo. Há muito pouco de sutileza na genial interpretação de Jack O’Connell como o protagonista, e por isso Friend é a escolha perfeita para contracenar com ele nos momentos mais decisivos do filme, desenhando ao mesmo tempo um arco de personagem memorável para si.
0 comentários:
Postar um comentário