Julianne Moore com seu Globo de Melhor Atriz – Drama por Para Sempre Alice
por Caio Coletti
A categoria de Melhor Atriz é sempre uma das mais concorridas do Oscar, e também a que provoca mais debates devido à eterna discussão sobre a qualidade dos papéis femininos em Hollywood. Em 2015, a lista inclui uma mulher deprimida tentando salvar o emprego, a esposa corajosa de um dos maiores cientistas de todos os tempos, uma sociopata de primeira categoria, uma aventureira da vida real que percorreu quase 2000 km a pé, e a professora com Alzheimer precoce interpretada por Julianne Moore, que deve sair vitoriosa da noite de 22 de Fevereiro.
As indicadas:
Marion Cotillard, por Dois Dias, Uma Noite
(2ª indicação, 1 vitória)
Felicity Jones, por A Teoria de Tudo
(1ª indicação)
Julianne Moore, por Para Sempre Alice
(5ª indicação)
Rosamund Pike, por Garota Exemplar
(1º indicação)
Reese Witherspoon, por Livre
(2ª indicação, 1 vitória)
Aposte em
Julianne Moore, por Para Sempre Alice
Aos 54 anos, com nove indicações ao Globo de Ouro (2 vitórias) e outras cinco ao Oscar, Julianne Moore é uma das atrizes americanas mais respeitadas de sua geração. Nada mais justo, portanto, que finalmente ganhe a sua estatueta, e dessa vez todos os sinais apontam para isso: a atriz já tem 9 troféus de prêmios críticos empilhados na prateleira pela atuação, e o Globo de Ouro confirmou seu favoritismo. Na pele de uma professora de linguística que se vê em uma situação desesperadora ao começar a esquecer palavras, Julianne apresenta uma das performances mais vulneráveis e relevantes da sua carreira. No discurso do Globo de Ouro, ela agradeceu aos diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland (Quinceañera) por fazerem o filme, uma vez que todos achavam que “ninguém queria ver a história de uma mulher de meia-idade”. O filme também conta com Alec Baldwin, Kate Bosworth e Kristen Stewart no elenco.
Torcemos por
Rosamund Pike, por Garota Exemplar
Marion Cotillard, por Dois Dias, Uma Noite
Na verdade, ficaremos bem felizes se a nossa previsão de vitória para Julianne se confirmar, mas ao mesmo tempo decepcionados que essas duas não possam levar o prêmio também. São dois papéis bem diferentes para atrizes bem diferentes: Pike, a intérprete da assustadora Amy de Garota Exemplar, é uma londrina de 36 anos, que até cair nas graças de David Fincher era conhecida por papéis coadjuvantes em Orgulho e Preconceito e Jack Reacher, entre outros; a francesa Cotillard já tem uma estatueta em casa, pela atuação como Edith Piaf em Um Hino ao Amor, de 2008, mas continua entregando uma atuação magistral atrás da outra na brilhante filmografia que construiu. Enquanto o triunfo de Pike como Amy é esconder muitas camadas de personagem por baixo das infinitas encenações e mentiras do filme de Fincher, Cotillard despe-se de vaidade e apresenta emoção crua no filme dos irmãos Dardenne, uma das pérolas mais subestimadas do ano.
Garota Exemplar: REVIEW – TRAILER
Dois Dias, Uma Noite: REVIEW – TRAILER
Esqueceram de
Jennifer Connelly, por Noé
Sabemos que Noé é um filme falho (apesar de termos gostado bastante do épico estranho que Darren Aronofsky fez), mas não poderíamos deixar de citar a atuação espetacular de Jennifer Connelly nele. A verdade é que, num mundo justo, a moça seria uma daquelas atrizes que é habitué do Oscar, aparecendo em indicações de quando em quando e ameaçando ganhar às vezes – uma outra Meryl Streep ou, numa escala menor, Amy Adams. Só para citar alguns momentos em que ela deveria ter sido lembrada: Criação (2009), Diamante de Sangue (2007), Casa de Areia e Névoa (2003) e Réquiem para um Sonho (2000). Como Naameh, a esposa do profeta que dá nome ao filme de Aronofsky, Connelly injeta a aventura/drama do diretor com uma humanidade intensa, fugindo do papel submisso que a história lhe oferece e criando uma expressão emocional muito viva para a personagem. Merecia, e muito, a indicação.
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