30 de jan. de 2014

Review: The Blacklist, 01x13 – The Cyprus Agency

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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

por Caio Coletti

“Life is full of lovely little ironies”. “The Cyprus Agency” é provavelmente o melhor episódio da primeira temporada de The Blacklist até o momento, e é surpreendente que o seja porque, em larga escala, é um episódio que se leva muito a sério. Essa 13ª entrada da série tem um tema, tem tramas e subtramas que conversam entre si e tem um tratamento visual e narrativo muito mais elegante do que estamos acostumados a ver na série de Red e cia. Ainda afastado do serviço do FBI, o protagonista de James Spader dá espaço para uma trama doméstica envolvendo Liz e Tom que realmente funciona, para uma excelente atuação de Parminder Nagra no melhor momento de Meera Malik como personagem até o momento, entre outras preciosidades.

Mais do que esses destaques a parte, no entanto, o que chama a atenção em “The Cyprus Agency” é a coerência do seu todo: na trama semanal, acompanhamos Liz e o FBI destrinchando uma agência de adoção que, segundo Red, rapta as crianças que entrega para outros casais; ao mesmo tempo, a personagem de Megan Boone passa pelos momentos decisivos do seu próprio processo de adoção, só para depois concluir que nem ela nem Tom estão realmente prontos para um filho; e por fim, a Agente Malik trabalha com Red na tentativa de identificar o verdadeiro agente infiltrado no FBI, uma vez que a moça se mostrou inocente (embora o final dessa trama não seja surpreendente, abre espaço para uma cena memorável entre James Spader e Jane Alexander).

O episódio é redigido por Lukas Reiter, que assinou “Wujing” e “Anslo Garrick, Part 2”. Embora ambos os episódios anteriores tenham sua graça, aqui o alvo de Reiter é outro, assim como o trabalho de Michael Watkins na direção cria um polimento muito mais elegante do que o observado nas colaborações anteriores do moço na série. “The Cyprus Agency” é o mais perto de um thriller de espionagem corporativa que The Blacklist vai conseguir fazem ser trair suas raízes pulp, e isso é ótimo. A grande setpiece de ação da semana, por exemplo, é uma lindamente filmada perseguição/tiroteio em uma clínica médica, e o vilão principal do episódio é interpretado por Campbell Scott (o pai de Peter Parker em O Espetacular Homem-Aranha), na pele de um personagem que não mostra suas verdadeiras cores até o monólogo perto do final.

No final das contas, “The Cyprus Agency” é tão consciente de suas próprias forças e fraquezas quanto qualquer bom episódio de The Blacklist, com a diferença que não deixa o pulp (e há muito dele aqui!) entrar na frente de uma visão clara e objetiva da história que quer contar. Ou seja, o The Blacklist dessa semana é o melhor de dois mundos.

Observações adicionais:

- Mais uma vez a trama da semana é baseada em processo de investigação mais sólido, porém o grande barato do episódio é ver como esse processo é dinamizado pela intercalação com as outras tramas. Há uma cena em especial, que corta incessantemente entre Liz, Ressler e Aram seguindo pistas e Meera tentando descobrir a identidade do agente infiltrado, que é uma obra-prima.

- No final é revelado que nem Red sabe exatamente o que aconteceu com “sua família” nessa misteriosa tragédia aludida a todo tempo na série, o que valida o blefe de The Blacklist em cima dess evento. Estamos tão no escuro quanto os personagens.

✮✮✮✮✮ (5/5)

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Próximo The Blacklist: 01x14 – The Katana (24/02)

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