21 de jan. de 2014

A arte de retocar imagens: a tão falada capa de Lena Dunham para a Vogue

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por Isabela Bez

A Vogue norte-americana é bem democrática. Enquanto grande parte das revistas de moda limita suas capas a supermodelos, Anna Wintour abre o espaço para mulheres reais também. Em 1998, Hillary Clinton já era a capa de dezembro, e nos últimos anos mulheres como Adele, Oprah e Kate Upton, que apesar de ser modelo é considerada um manequim comum, também entraram nesse time.

Agora é a vez de Lena Dunham. Estrela e criadora da série Girls, a americana que ficou mundialmente conhecida por sua personalidade descuidada e seu corpo cheinho ganhou a capa da Vogue de fevereiro depois de muitas especulações, mas não pense que o mundo da moda é tão acolhedor assim. Quando até mulheres que têm corpos considerados perfeitos viram vítimas do Photoshop, é um tanto óbvio que uma mulher fora desse padrão não tenha escapatória.

Com isso em mente, o site Jezebel ofereceu 10 mil dólares pelas fotos não retocadas de Lena. Segundo eles, após a Vogue usar Photoshop até em Gwyneth Paltrow, Kate Moss e Doutzen Kroes, a revista norte-americana não falharia em retocar o que não precisa ser retocado, mesmo quando se trata de uma mulher como Lena, que já deixou claro que se sente muito bem sobre seu corpo e não se importa em mostrá-lo ao mundo, obrigada (qualquer fã de Girls sabe muito bem disso).

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Duas horas depois, várias pessoas já haviam oferecido as fotos ao site e logo elas foram publicadas, mantendo sua origem em anonimato. Para choque de muitos, Annie Leibovitz, que fotografou o editorial inteiro, não abusou tanto do Photoshop assim. Ela escondeu as olheiras, afinou o queixo e o pescoço e até diminuiu o decote, mas não houve tentativas de deixar Lena Dunham mais apropriada para a Vogue, ou seja, mais magra. Ok, só um pouco mais alta.

Mas vamos ser honestos: quem é que gostaria de ser exposta com suas falhas e imperfeições ao mundo todo? Bom, há quem queira sim. Mulheres que foram fotografadas para Aerie, a linha de lingerie da American Eagle, concordaram em sair em suas campanhas sem retoque nenhum. Tudo era permitido, desde tatuagens e marcas de nascença até olheiras e celulite (não que elas tenham muita celulite).

A proposta da marca é de acabar com o Photoshop, já que a mulher real é bem mais sexy. “Elas ainda são modelos, elas ainda são lindas, mas se parecem um pouco mais com o resto de nós”, a especialista da marca Jenny Altman contou ao Good Morning America. “Nós queremos quebrar o molde. Queremos que as mulheres do mundo todo comecem a aceitar sua beleza natural”.

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