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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
por Caio Coletti
Para o leitor contumaz dos reviews de Person of Interest aqui n’O Anagrama deve estar se tornando um pouco repetitivo ouvir sobre todas as virtudes da narrativa da série. Episódio atrás de episódio, Jonathan Nolan e o time de escritores tira truques da manga para fazer com que cada história da semana seja absolutamente fundamental num contexto maior, seja prático ou temático. O que há de mais empolgante nessa absolutamente fabulosa terceira temporada da série é que nada acontece por acaso ou é deixado sem consequencias – existe um olhar panorâmico que guia cada decisão de personagem e nos aponta para uma direção ao mesmo tempo surpreendente e apropriada para a premissa da série.
Vejam bem, Person of Interest poderia ser só uma ótima série sobre o mundo paranóico e os conflitos entre privacidade e segurança do mundo pós-11 de Setembro. Durante um bom tempo, foi isso que ela foi, e já era bastante eficiente nesse sentido. O diferencial desse terceiro ano está na dimensão moral e metafórica que a jornada desse mundo controlado pela máquina de Finch tomou: Person se tornou um épico urbano sobre o conflito entre livre arbítrio e destino determinista, entre a força de uma divindade (ainda que, no mundo cínico e frio da série, seja uma divindade tecnologica) e o imensurável valor de uma vida humana. De um thriller interessante com um ponto a fazer, Person se transformou em um dos campos de batalha morais mais fascinantes da televisão americana.
“Rooth Path” (ou “/” – sim, uma barra) é mais um daqueles episódios que vira a premissa inicial da série de cabeça para baixo e junta todas as pontas soltas deixadas por ela numa gigantesca bola de neve com um sentido muito claro para exisitr em meio ao caos. O episódio coloca Root no centro do palco quando a máquina manda-a atrás do faxineiro Cyrus Wells (Yul Vasquez, de Treme) bem no momento em que tanto o time de terroristas Vigilance quanto a misteriosa organização Decima estão no encalço do moço. Como de costume, Person toma o seu tempo para nos inteirar da história toda e de suas implicações, e aproveita a oportunidade para esclarecer o propósito da organização comandada pelo sempre lacônico Greer.
A construção da “segunda máquina” vai ser a grande setpiece do final da temporada, e também, potencialmente, a grande virada de jogo para a introdução do quarto ano da série, que tem perspectivas muitíssimo interessantes se esse for o caso. Com o gosto de Person para mexer nas próprias regras, não é de se duvidar que, na próxima fall season, vejamos o que acontece quando “dois deuses vão à guerra” (na definição mais metafórica e grandiloquente possível, tirada direto de uma fala de Root nesse episódio). Tendo em vista a suprema habilidade com a qual a equipe de escritores lidou com a storyline dessa temporada, é de se esperar que um futuro assustadoramente grandioso está aguardando Person of Interest.
Observações adicionais:
- Amy Acker e Sarah Shahi são absolutos destaques nesse episódio, ambas em seus melhores momentos até hoje na série. A dona do papel de Root aproveita o espaço dado pelo roteiro e desmembra camadas da personagem há muito esquecidas, mostrando que ela não é imune à humanidade de seu próprio passado, e isso a faz vulnerável também aos males dos outros. Da mesma forma, Shahi confere uma determinação moral que não existia em Shaw antes da cena com os capangas de Vigilance nesse episódio (“how you do matters as much as what you do”).
✮✮✮✮✮ (5/5)
Próximo Person of Interest: 03x18 – Allegiance (25/03)
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