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por Caio Coletti
ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
A essa altura da terceira temporada de Person of Interest, só alguns episódios depois de um arco de história longo e absurdamente marcante para a trajetória da série, seria compreensível se os escritores escolhessem deixar as águas calmas até um par de episódios antes da season finale. No entanto, cá estamos no episódio 16, ainda a sete semanas do final da temporada, e “RAM” coloca em movimento a storyline que com certeza vai culminar em um confronto de todas as premissas e antagonistas apresentados até agora. É verdade que Person toma um episódio inteiro para chegar até lá, mas seria absolutamente equivocado chamar “RAM” de filler – pelo contrário, é uma bola de neve de revelações e conexões intercaladas com um importantíssimo caso da semana, sublinhando o quão tragica (quase operática) é a conexão entre nossos protagonistas.
O episódio começa com a série brincando com a própria abertura, retomando o texto que era declamado por Finch na primeira temporada e “rebobinando” para nos levar até 2010, um ano antes de Mr. Reese se juntar ao personagem de Michael Emerson no combate aos crimes “irrelevantes”. Naquela época, já depois da morte do amigo Nathan Ingram, o parceiro de Finch é Rick Dillinger (o britânico Neil Jackson, de Upstairs Downstairs). O moço tem senso de humor afiado, mas também uma inerente desconfiança da origem das informações passadas a ele pelo “chefe”. A relação entre Finch e Dillinger é parecida com aquela entre Finch e Reese no início da série, mas há algo no personagem de Jackson que lhe é emprestado pelo próprio ator, e o diferencia completamente de Jim Caviezel: a quieta astúcia de um “tubarão”, como ele se refere a si mesmo em certo ponto do episódio.
O caso da semana para a dupla aparece na forma de Daniel Casey (Joseph Mazzello, de The Pacific), um jovem hacker contratado pelo governo sob a prerrogativa de testar um sistema para indicar suas falhas, uma atividade comum para o moço. Ao se deparar com a máquina do próprio Finch e sentir algo errado no ar, Casey roubou um pedaço do código do sistema e fugiu, o que leva a CIA (nas figuras de Reese e Kara Stanton, lembram-se dela?) e os misteriosos agentes do Bond-vilão Greer a terem-no como alvo. Sem entrar em tantos detalhes, a mistura de Finch pré-2011 com o laptop que já haviamos visto como a causa dos mísseis que quase mataram Reese e Stanton na China rende um episódio em que muitas lacunas são explicadas.
Ao mesmo tempo, “RAM” é um interessante estudo de personagem para os nossos dois heróis. Vemos Reese ajudando Daniel a fingir a própria morte mesmo tendo ordens para executá-lo, percebendo que os seus superiores podem ser muito mais “traidores” do que aquele garoto que eles mandaram matar. E quanto a Finch, é mais fácil entender o quanto a vida desse homem foi dominada pelo medo desde o momento em que ele percebeu o que tinha criado. O personagem de Emerson é o retrato de um anjo caído, derrubado pelas consequências da divindade que ele mesmo criou, e que de repente se deu conta de que pode muito bem ser esmagado por ela. Eu também teria muito medo.
Observações adicionais:
- Annie Parisse é ótima como Kara Stanton, de uma maneira que o seu papel em The Following nunca a permitiu ser. A performance continua suave e absurdamente eficiente, emanando um poder feminino que existe em todas as personagens mulheres de Person.
- “I believe the word you’re looking for is ‘rad’”
✮✮✮✮✮ (4,5/5)
Próximo Person of Interest: 03x17 – Entanglement (18/03)
1 comentários:
POI é uma série que nunca fica na zona de conforto. Esse episódio foi importantíssimo pra elucidar vários plots que estavam em aberto, não podendo ser confundido com filler nunca, embora se tratando do passado, tudo o que foi mostrado nele se reflete agora e como podemos ver, vaí ter consequências no futuro. Série super perfeita essa, muito criteriosa, acredito que a season finale vai ser espetacular...
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