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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
por Caio Coletti
“Ivan” é o terceiro episódio escrito por J.R. Orci para The Blacklist. Emprestado direto da equipe de Fringe, o moço mais uma vez mostra um faro infalível para explorar as emoções dos personagens, especialmente aquelas ligadas ao passado ainda misterioroso dos mesmos. Suas contribuições anteriores (“Frederick Barnes” e “Anslo Garrick: Conclusion”) mostraram Red e Liz passando por momentos definidores de suas carreiras, e fazendo as grandes perguntas que o espectador esperou que eles fizessem desde a estreia. Com todas as melhoras que vieram nessa segunda metade da temporada, a relação entre os dois protagonistas, que em primeira instância ganhou o jogo para série, foi para escanteio (e não me entendam mal, isso gerou ótimos episódios como o da semana passada). Em “Ivan”, ela está de novo no centro do palco.
Tanto é assim que Megan Boone e James Spader tem duas de suas melhores cenas juntos em muito, muito tempo, e é muito gratificante observar de novo a incrível química que existe entre as atuações dos dois. Lá no primeiro review da série eu cheguei a dizer que “um testa o outro em maneiras explícitas e subliminares”, e essa afirmação ainda vale aqui, se somando a uma intimidade construída com o passar do tempo nessa temporada. Como é de seu costume, Orci usa um objeto inanimado (ou quase, uma caixa de música) para enriquecer a narrativa daquele momento emocional intenso dos personagens, e isso torna o que poderia ser uma exploração gratuita do drama em um momento sutilmente belo.
A tal tranformação emocional vem quando, através de suas investigações sobre o desparecimento de Jolene, a Agente Keen finalmente descobre que Tom, seu marido, está vivendo uma vida alternativa da qual ela não sabe. A descoberta dos detalhes é deixada para depois, mas o choque na atuação de Boone é muito real, e a dinâmica com Ryan Eggold (que melhorou 400% em cena desde que se sentiu livre para misturar o Tom “mau” e o Tom “bom”) é um aspecto interessantíssimo para se observar de perto aqui e nas próximas semanas.
Claro, essa é só a subtrama do episódio: o blacklister da vez é Ivan (o russo Mark Ivanir), um hacker que costuma agir apenas no território de Moscou, mas que assumiu responsabilidade por um ataque a um projeto supersecreto do governo americano. Quer dizer, isso é o que Red e o FBI acham, e não deixa de ser uma decepção e uma mudança do pulp para uma espécie de romance adolescente creepy quando o verdadeiro culpado vem a ser um garoto (Will Denton, de Kidnapped) que, apaixonado pela filha de um dos chefes do projeto, o rouba na esperança de fazê-la não se mudar de estado. Ah sim, e ele tem usado seu intelecto super desenvolvido para hackear o computador dela e tirar fotos com a webcam, além de monitorar seus SMS, e-mails e chamadas telefônicas.
Para resumir, o grande vilão de The Blacklist nessa semana é um stalker que ainda não saiu da high school. “Ivan” não é ruim porque tem uma subtrama inevitavelmente fascinante, e porque a série parece ter adquirido um senso de narrativa afiado desde sua estreia. Mesmo assim, o episódio poderia ser muito mais interessante do que é.
Observações adicionais:
- Um aspecto legal do começo da trama principal da semana é a questão levantada: por que diabos os EUA estão desenvolvendo “a equivalente digital de uma bomba nuclear”? The Blacklist é tão incansavelmente anti-intitucional que até a escolha de palavras diz algo.
- Ah sim, e em “Ivan” descobrimos que Red não paga impostos. Of course he doesn’t.
✮✮✮✮ (3,5/5)
Próximo The Blacklist: 01x18 – Milton Bobbit (31/03)
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